A POÉTICA DOS RASCUNHOS EM MON COEUR MIS À NU, DE CHARLES BAUDELAIRE: IMPLICAÇÕES PARA UM PROJETO (RE)TRADUTÓRIO

Autores

  • Thiago Mattos

Palavras-chave:

poética dos rascunhos, retradução, Mon coeur mis à nu

Resumo

Este trabalho integra a pesquisa “(Re)traduções de Mon coeur mis à nu, de Charles Baudelaire”, realizada na USP sob orientação do Prof. Álvaro Faleiros e com apoio da FAPESP (2014/01489-6); são analisadas as traduções brasileiras da obra e é proposta uma retradução. Noção teórica formulada por Didier (1973), a poética dos rascunhos refere-se a obras ditas inacabadas, não constituindo texto. É o caso de Mon coeur mis à nu, obra póstuma de Baudelaire associada a um conjunto de fragmentos dispersos, não formando, portanto, obra. Na poética dos rascunhos, se há escritura, há texto. Há obra. A incompletude, o fragmentário, o rascunho constituem esse texto, gerando sentidos. Ao reconhecer a poética dos rascunhos como altamente relevante para Mon coeur mis à nu, propor uma retradução é propor um modo de traduzir, ou ao menos privilegiar, o rascunho. Este trabalho pretende, portanto, expor como Mon coeur mis à nu tem sido editado/apresentado, chegando, recentemente, a propostas que incorporam novos modos de ler, editar e traduzir textos como Mon coeur mis à nu (Baudelaire), Livro do desassossego (Pessoa), Pensées (Pascal) etc., levando-nos a traçar um caminho possível de tradução da poética dos rascunhos em Mon coeur mis à nu, o que significa, enfim, buscar trazer para o sistema literário brasileiro um Mon coeur mis à nu que se constitui no e pelo rascunho. Valoriza-se a materialidade dessa escrita, o aparentemente incompleto, como modo possível de construção de um discurso literário e de uma prática tradutória.

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Publicado

2014-10-14