O ATO TRADUTÓRIO E OS GESTOS CULTURAIS: ENFOQUE SOBRE O CONTO POLÍCIA LADRÃO - POLICE VOLEUR, DE MARCELINO FREIRE

Autores

  • Karina Fonsaca Universidade Federal da Paraíba
  • Janaína Araújo Coutinho

Palavras-chave:

Tradução, Cultura

Resumo

Nosso trabalho propõe discutir, através do olhar das Transferências Culturais, o diálogo estabelecido entre os contextos de tradução implicados no conto Polícia Ladrão – Police Voleur, de Marcelino Freire, pertencente à coletânea Je suis favela (2011) publicada na França e, no Brasil, sob o título Eu sou favela (2012), ambas pelas Éditions Anacaona. Nosso estudo baseia-se sobre a proposição de que o ato tradutório, segundo Corrêa (2009), demanda do texto traduzido e do texto-fonte o estabelecimento de conexões com as referências enfocadas nas escolhas do tradutor. A tal seleção, num primeiro plano, de cunho lexical e filológico, ajuntam-se elementos culturais e históricos. Aspectos de caráter social, político, econômico não podem ser escamoteados quando da crítica das trocas entre nações através de seus modos de expressar. Compreendemos, portanto, o ato tradutório em sua dupla função de espelhamento dos gestos culturais: visaria tanto à língua de origem do texto-fonte quanto à ótica inversa, na língua estrangeira do texto traduzido. As concepções de leitor/leitura, implícitas nas duas versões do conto, ganham maior relevo ao compararmos os contos e os artigos de imprensa, que acompanham ambas as coletâneas, dispostos ao final do livro. As imagens na tradução, ou seja, os desdobramentos do ato tradutório se modificam de acordo com os pré-requisitos socioculturais e com os métodos utilizados na tradução. Tal percepção da alteridade estabelecida entre "os contos" no conto analisado lança luzes sobre sua a trajetória como representação simbólica, tanto para os estudos das Transferências Culturais quanto para as demandas do exercício de traduzir.

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Publicado

2014-12-19

Edição

Seção

Artigos