A METODOLOGIA NA PESQUISA GEOLINGUÍSTICA: O QUESTIONÁRIO FONÉTICO-FONOLÓGICO

Autores

  • Jacyra Mota

Resumo

Os questionários linguísticos para a constituição do corpus do Projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB) diversificam-se, de acordo com os níveis de estudo da língua, em fonético-fonológico, semântico-lexical e morfossintático, contendo, ainda, questões de pragmática, perguntas de natureza metalingüística, temas para a depreensão de discursos semidirigidos e texto para leitura. Destaca-se, aqui, o questionário fonético-fonológico (QFF), analisando-o, especialmente, quanto à relação entre o monitoramento da fala por parte do informante e a ocorrência de variantes estigmatizadas. Exemplifica-se esse fato com as variantes africadas palatais depois de semivogal palatal, em vocábulos como muito, doido, prefeito, peito (questões 077, 083, 117 e 138, respectivamente, e questão 079, em que o vocábulo muito ocorre junto à resposta obrigado), observando que as africadas, nessas questões, ocorrem com menor frequência do que nos trechos do inquérito menos monitorados pelo falante. Conclui-se que, se, por um lado, no QFF encontram-se variantes que se afastam daquelas usuais no vernáculo do informante, por outro, o confronto entre os diferentes tipos de discurso fornecidos pelos inquéritos do ALiB pode oferecer dados interessantes para a análise da variação diafásica e, em alguns casos, para a depreensão de mudanças em curso, no português do Brasil.

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Como Citar

Mota, J. (2012). A METODOLOGIA NA PESQUISA GEOLINGUÍSTICA: O QUESTIONÁRIO FONÉTICO-FONOLÓGICO. PROLÍNGUA, 2(2). Recuperado de https://periodicos.ufpb.br/index.php/prolingua/article/view/13401

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Artigos