Literatura indígena brasileira: entre tradição, crítica e resistência

Autores

  • Leno Francisco Danner UFRO
  • Julie Dorrico PUC-RS
  • Fernando Danner UFRO

Palavras-chave:

Literatura Indígena, Tradição, Crítica, Resistência, Desconstrução

Resumo

Argumentaremos sobre a literatura indígena brasileira produzida a partir da década de 1990 como uma perspectiva estético-política que entrelaça tradição ancestral com e como crítica do presente, resistência cultural e luta política, aliando-se profundamente ao Movimento Indígena brasileiro surgido a partir de fins de 1970 e, em verdade, tornando-se seu instrumento de legitimação normativa. A literatura indígena é posicionamento político e práxis pedagógica dos indígenas por si mesmos e desde si mesmos, direcionados à politização da questão indígena a partir de um profundo diálogo com a sociedade civil acerca de nossa constituição sociocultural e institucional. Assim, propomos como chave de leitura para a literatura indígena sua vinculação ao Movimento Indígena, sua politização radical e sua utilização da tradição como crítica do presente enquanto ferramentas metodológicas para o acesso a ela e, principalmente, para que não se perca de vista seu sentido e sua orientação profundamente políticos e politizantes.

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Biografia do Autor

Leno Francisco Danner, UFRO

Doutor em Filosofia (PUCRS). Professor de Filosofia e de Sociologia no Departamento de Filosofia da Fundação Universidade Federal de Rondônia.

Julie Dorrico, PUC-RS

Doutoranda em Teoria Literária pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

Fernando Danner, UFRO

Doutor em Filosofia (PUCRS). Professor de Filosofia no Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

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Publicado

04.07.2019

Edição

Seção

Artigos do Dossiê