Perfil eco-epidemiológico da Leishmaniose Mucocutânea nas Regiões Norte e Nordeste do Brasil

Autores

  • Irlan de Almeida Freires
  • Dened Myller Barros Lima
  • Isabelita Pessôa Rafael Bomfim
  • Trícia Murielly Pereira Andrade de Souza
  • Ricardo Dias de Castro

Resumo

Introdução: a Leishmaniose Mucocutânea (LMC) é uma doença infecciosa, não contagiosa, causada por protozoários do gênero Leishmania, que acomete pele e mucosas. No Brasil, tem sido assinalada em todos os estados e especialmente nas regiões Norte e Nordeste. É considerada uma das cinco doenças infecto-parasitárias endêmicas de maior relevância e um problema de saúde pública mundial. Objetivo: traçar um perfil demográfico da Leishmaniose Mucocutânea nas Regiões Norte e Nordeste do Brasil, evidenciando as principais características epidemiológicas da doença em cada macrorregião. Metodologia: realizou-se um estudo epidemiológico do tipo ecológico, com abordagem indutiva, procedimento estatístico-comparativo-descritivo e técnica documental, utilizando bases de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram coletaram dados concernentes aos aspectos demográficos e sócio-econômicos da população e às características clínicas da doença para o ano de 2006. Resultados: as regiões Norte e Nordeste ocuparam, respectivamente, o primeiro e segundo lugares em percentual de casos do país, totalizando, em conjunto, 15.004 casos. Além disso, o Norte obteve a maior prevalência da doença no Brasil, sendo um caso para cada 1.724 indivíduos (OR=7,2). Dentre os afetados, prevaleceu o gênero masculino (71,38%), a zona de residência Rural (55,76%) e o nível de escolaridade ‘4 a 7 anos concluídos’ (28,21%). A doença pôde ser encontrada em todas as faixa-etárias, predominando entre 20 e 39 anos (40,86%). Clinicamente, verificou-se preponderância da forma cutânea da doença (93,5%). Um percentual de 95,16% dos indivíduos apresentaram a LMC pela primeira vez, sendo considerados casos novos. Como critério de confirmação, houve maior utilização do diagnóstico clínico-laboratorial (80,32%) e 73,49% dos indivíduos receberam alta por cura. Conclusão: as regiões Norte e Nordeste apresentaram o maior número de casos do país; houve predomínio de indivíduos do gênero masculino, residentes na zona rural, com escolaridade entre 4 e 7 anos concluídos, na faixa etária de 20 a 39 anos, e com a forma cutânea da doença. Assim, sugere-se um direcionamento de políticas públicas para as áreas mais afetadas, no intuito da adotar-se estratégias de prevenção e controle eficazes e gerar melhorias nas condições de vida da população.

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