Revista Ártemis
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<p>A <strong>Revista Ártemis</strong>, de <strong>ISSN 1807-8214 / 2316-5251 (versão impressa)</strong>, divulga a produção científica no campo dos estudos de gênero, feminismos e sexualidades pelo viés interdisciplinar, abordando fenômenos sociológicos, culturais, análises históricas, literárias, psicológicas, além de estudos interseccionais. O objetivo é contribuir com a construção de novas abordagens teóricas e metodológicas, difundir artigos e pesquisas nacionais e internacionais, resenhas, entrevistas e traduções. A revista é semestral, estando vinculada aos Programas de Pós-Graduação em Sociologia e em Letras da UFPB. Em julho de 2019, recebeu classificação Qualis A2.</p>UFPBpt-BRRevista Ártemis2316-5251DIREITOS DE AUTOR: O autor retém, sem retrições dos direitos sobre sua obra. DIREITOS DE REUTILIZAÇÃO: A Revista Ártemis adota a Licença Creative Commons, CC BY-NC atribuição não comercial conforme a Política de Acesso Aberto ao conhecimento adotado pelo Portal de Periódicos da UFPB. Com essa licença é permitido acessar, baixar (download), copiar, imprimir, compartilhar, reutilizar e distribuir os artigos, desde que para uso não comercial e com a citação da fonte, conferindo os devidos créditos de autoria e menção à Revista Ártemis. Nesses casos, nenhuma permissão é necessária por parte dos autores ou dos editores. DIREITOS DE DEPÓSITO DOS AUTORES/AUTOARQUIVAMENTO: Os autores são estimulados a realizarem o depósito em repositórios institucionais da versão publicada com o link do seu artigo na Revista Ártemis.A descoberta da identidade de homem trans e a metáfora do corpo errado
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<p>Este artigo trata do momento da trajetória de vida de dois homens trans, mais especificamente, do período em que eles descobrem a existência da identidade de homens trans. A descoberta desta identidade é acompanhada por uma interpretação das suas experiências muito influenciada pelo saber biomédico e pautada tanto na ideia de separação entre uma alma de homem e um corpo de mulher assim como na ideia “do corpo errado”. O presente artigo irá, então, problematizar o pressuposto de separação entre ser e corpo e propor, através do paradigma fenomenológico, uma outra interpretação para essas experiências. Para tanto, o artigo fundamenta-se na análise de narrativas de vida construídas com base nos relatos de experiência e nas entrevistas abertas e em profundidade. Resulta deste artigo a perspectiva de que a ideia de separação entre ser e corpo é fruto do pressuposto de separação entre natureza e sociedade que fundamenta a modernidade. Demonstra-se que, mais do que uma separação entre corpo e alma, o que se constitui é uma sensação de descompasso entre uma percepção de si, em termos de gênero, e a percepção do outro. Mais do que fornecer respostas acabadas às questões colocadas, o presente artigo tem por objetivo apresentar possibilidades interpretativas e, com isso, ampliar o debate científico sobre o tema.</p>Andressa de Freitas Ribeiro
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2023-07-062023-07-0635194113“Virar o pescoço para o outro lado”: histórias de afetos e amor entre lésbicas em Manaus/AM (Décadas 80 e 90 séc.XX)
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<p>Este artigo se propõe historicizar as formas de afeto e o amor profundo nas vivências das ativistas lésbicas negras e afroindígenas Francy Junior e Sebastiana Silva em Manaus, nas últimas décadas do século XX. Para esse fim, utilizamos a História Oral como metodologia que contribui para o rastreamento, coleta e análise das memórias narradas de sujeitos e o registro de suas impressões pessoais e participação em eventos históricos, tangenciando temas como cotidiano, escolaridade, relações sociais, formas de ativismos e a presença das relações afetivo-sexuais, reconhecendo, desse modo, os efeitos nocivos do patriarcado e da heterossexualidade compulsória, que dificultam os direcionamentos de paixões entre mulheres, sendo a lesbianidade um componente capaz de desestabilizar estruturas de opressão. Assim, propomos contribuir com a guinada na história do esquecimento das lésbicas, especialmente das lésbicas negras e afroindígenas que são/foram silenciadas pelo entrecruzamento de opressões sociais, descortinando possibilidades para que outras sujeitas e sujeitos narrem suas memórias e as mesmas sejam analisadas historicamente.</p>Michele Pires LimaJúlio Cláudio da Silva
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2023-07-062023-07-06351114136Saúde mental de mulheres lésbicas em tempos de pandemia da Covid-19: uma análise sociológica dos impactos da homofobia familiar no contexto do isolamento social
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<p>Este artigo foi desenvolvido para incidir no debate sobre homofobia familiar e consiste em um exercício analítico, referenciado no debate sociológico, acerca dos impactos da violência homofóbica familiar sobre a saúde mental de mulheres lésbicas e do seu aprofundamento no contexto do isolamento social, durante a pandemia de Covid-19. Tendo como base teórica os estudos críticos de gênero e sexualidade e a perspectiva de análise interseccional, mobilizamos autoras e autores desses campos do conhecimento para discutir especificidades da <em>lesbofobia</em> e da maior vulnerabilidade de mulheres lésbicas à homofobia familiar, bem como propôs-se pensar também os impactos da violência homofóbica no contexto familiar sobre o sofrimento e o adoecimento psíquico dessas mulheres. No plano empírico, recorremos aos dados do Observatório LGBT do Centro Municipal de Cidadania LGBT de Natal, Rio Grande do Norte, para apresentar evidências empíricas do aprofundamento das violências domésticas de cunho homofóbico durante o isolamento social e analisar os seus respectivos impactos sobre a saúde mental de mulheres lésbicas.</p>Rayane Dayse da Silva OliveiraCharliton José dos Santos Machado
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2023-07-062023-07-06351137150Desidentificação crítica ou notas sobre uma estética das multiplicidades: do materialismo lésbico de Wittig às suas interpretações queer
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<p><span style="font-weight: 400;">A pensadora lésbica Monique Wittig, ao questionar as relações binárias de sexo que definem duas classes sociais opostas a si (os homens e as mulheres), defende que “as lésbicas não são mulheres”, pois não estão submetidas às mesmas opressões que a suposta “classe das mulheres”. Objetivamos mostrar que bichas, viados, caminhoneiras, sapatonas etc. promovem uma ruptura com as noções tradicionais de masculino e feminino pela forma que são apresentadas e entendidas socialmente, uma vez que também se encontram deslocadas da heterossexualidade. Assim pensamos essas sujeitas inseridas em outros processos de (des)identificação, pois não se situam no espectro de privilégio, de poder e relacional daquelas (cisgêneros e heterossexuais) inseridas na organização de classes do pensamento feminista materialista.</span></p>Igor Leonardo de Santana TorresFelipe Bruno Martins Fernandes
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2023-07-062023-07-06351151167Yellow Rose (1923): a Classe S no Japão imperial (1868 -1945)
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<p>Este artigo tem como objetivo principal discutir o romance japonês <em>Yellow Rose</em>, publicado primeiramente em 1923 pela escritora Nobuko Yoshiya (1896-1973). A partir dessa leitura, buscaremos analisar como a chamada <em>Classe S</em>, formada por garotas e jovens mulheres que tinham relações íntimas entre si, era vista durante o Japão Imperial (1868-1945), assim como a forma que o grupo era retratado nas obras literárias do país naquele período. Ademais, também visaremos a vida da própria autora, Yoshiya, uma vez que, em sua vida pessoal, também fazia parte da <em>Classe S</em>, ficando suas obras conhecidas pelo caráter autobiográfico. Tendo em vista tal objetivo, partiremos das análises de Debora Shamoon (2012); Sarah Frederich (2005; 2006; 2016) e Kanako Akaeda (2017), teóricas que já trouxeram à baila discussões concernentes aos corpos e discursos lésbicos no Japão, sobretudo, durante o Grande Império. Com essa pesquisa, é possível ter uma melhor compreensão sobre as diferentes facetas e interpretações do sentimento que aquelas meninas desenvolviam durante a época demarcada.</p>Jessica Akemi Kawano RibeiroAlba Krishna Topan Feldman
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2023-07-062023-07-06351168183A ironia como estratégia discursiva para tratar de violência sexual em “Larvas e prodígios”, de Zulmira Tavares
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<p>O artigo propõe o estudo do conto “Larvas e prodígios”, publicado inicialmente na obra <em>O mandril</em> (1988) e republicado em <em>Região</em> (2012), de Zulmira Ribeiro Tavares. O objetivo da pesquisa consiste em refletir sobre o uso da ironia como estratégia discursiva para a abordagem da violência sexual praticada pelo protagonista da narrativa. Para tanto, recorro à fortuna crítica da artista, mais precisamente aos estudos de Guedes (2020), Schwarz (1987) e Massi (2012). Também busco subsídio em pesquisadoras que tratam das discussões sobre literatura escrita por mulheres e violência de gênero, quais sejam Schmidt (1995), Muzart (2004) e Segato (2003). E no trato da ironia como estratégia discursiva, parto do suporte teórico propiciado por Jankélévitch (1964), Duarte (1994), Pavis (1999), Minois (2003) e Hutcheon (2000). Como resultado do estudo, concluo que é por meio da ironia, do propor-se a contar um caso qualquer, entre prodígios tantos, que a autora constrói em poucos parágrafos uma narrativa de enorme potencial como crítica social e denúncia das injustiças que subjazem a sociedade brasileira das últimas décadas do século XX.</p>Maricélia Nunes dos Santos
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2023-07-062023-07-06351184194A manutenção da ancestralidade africana e da cultura matriarcal na ficção de Conceição Evaristo
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<p>O presente trabalho tem como enfoque a construção literária de Conceição Evaristo pelo olhar da cultura matriarcal das comunidades afrocentradas, a partir da análise de contos da obra <em>Histórias de leves enganos e parecenças</em> (2017). Para tanto, almeja-se refletir sobre a importância do papel das mulheres e a relação com a oralidade, que avultam nos contos de tradição ancestral afrocêntrica. Na análise, as bases epistemológicas contam com teóricos como Stuart Hall (2003), Paul Zumthor (1993), Lélia González (2020), Cheikh Anta Diop (1974), dentre outros pesquisadores da temática afro-brasileira e culturalista. Os procedimentos metodológicos acionados consistem em análises qualitativas das narrativas da coletânea Histórias de Leves enganos e parecenças, com vias a identificar traços que assinalam a manutenção da matrilinearidade na ficção de Evaristo. Aqui, constrói-se a hipótese de que a discussão sobre a temática fomenta o combate ao racismo, ao mesmo tempo que amplia a visibilidade e a promoção da igualdade de gênero e cultural. Nesse contexto, as contribuições da pesquisa apontam para o aspecto positivo de (re)construção e fortalecimento da cultura afro-feminina, no que concerne à diversidade, seja do ponto de vista estético-literário ou cultural e social.</p>Juliana Franco Alves-Garbim
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2023-07-062023-07-06351195207A lírica subalterna latino-americana: a decolonização feminista em Krudxs Cubensi
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<p>A presente pesquisa apresenta uma análise sobre a letra da canção “Mi cuerpo es mío” (2014), da dupla de <em>raperas</em> latino-americana feminista Krudxs Cubensi, objetivando o estudo de artistas latino-americanas e sua produção poética e musicada, por conter reflexões sobre denúncia social e promoverem questionamentos acerca da emancipação e decolonização da mulher, sob a ótica dos feminismos decoloniais latino-americanos. As seguintes questões incitadoras compõem esta pesquisa: “Como se caracterizam as subalternações das artistas das canções selecionadas neste <em>corpus</em> em seus contextos sociais, culturais e históricos?”; “Em que passo as canções apresentam a retomada de voz destas mulheres em seus contextos?”; e, “Como os movimentos feministas são apresentados nessas canções contemporâneas latino-americanas?”. Assim, busca-se compreender o contexto sociocultural dessas artistas, como sujeitas latino-americanas; realizam-se os levantamentos dos conteúdos temáticos e dos recursos estilísticos da linguagem poética e artística explorados pelas cantoras em suas canções; e, relacionam-se os conteúdos temáticos aos formais, observando a crítica expressa nas canções e sua relação com a questão das sujeitas subalternas latino-americanas, por meio dos estudos feministas. O trabalho caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa, de cunho bibliográfico. Para que se conheçam os contextos de tais mulheres artistas e, ainda, os conteúdos poéticos da canção, compreendidos como <em>lírica subalterna latino-americana</em>, recorre-se às teorias decoloniais feministas: Anzaldúa (2019b), Bairros (2020), Berth (2019), Biroli (2014b), Carneiro (2019b), Gonzalez (2020), Hollanda (2020), Louro (2019), Lorde (2019c, 2019d), Lugones (2020), Preciado (2019b), entre outras. A partir das constatações alcançadas, compreende-se que, ao ocuparem seus espaços e vozes, tais sujeitas artistas revelam um acentuado caráter crítico feminista em relação às problemáticas sociais atuais latino-americanas, no sentido de emanciparem-se de modelos coloniais, patriarcais e machistas, oportunizando demais emancipações a outras mulheres.</p>Lidiane Cossetin AlvesAdriana Aparecida de Figueiredo Fiuza
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2023-07-062023-07-06351208235Pós-feminismo e interseccionalidade na comunicação digital de marcas brasileiras
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<p class="p1">O pós-feminismo é uma formação discursiva neoliberal que tem caracterizado os produtos culturais contemporâneos e propagado um modo altamente conservador de empoderamento que enfraquece as causas feministas. A investigação tem mostrado que o pós-feminismo obscurece as causas estruturais da desigualdade de gênero e o modo como elas se sobrepõem a outras categorias de opressão que o feminismo interseccional tem procurado afrontar. Apesar de a publicidade ser um objeto de estudo recorrente na pesquisa feminista centrada nessa problemática, a comunicação institucional ainda é pouco estudada a esse respeito. Com o objetivo de identificar dimensões desse fenômeno, neste estudo examinamos, a partir de uma análise de conteúdo qualitativamente orientada, a comunicação digital efetuada por marcas brasileiras nas suas páginas do LinkedIn no Dia Internacional das Mulheres. Os resultados são pouco promissores, pois dão conta do predomínio do pós-feminismo na retórica corporativa. Discutimo-los mostrando, através de um estudo de caso, como a comunicação organizacional também pode contribuir para a agenda do feminismo interseccional. </p>Agda Dias BaetaRita Basílio Simões
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2023-07-062023-07-06351236257O feminismo nas páginas da Revista Adventista: marcas dos valores religiosos nos discursos normativos sobre o papel das mulheres
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<p>O presente trabalho apresenta como a <em>Revista Adventista</em>, periódico de perfil teológico-doutrinário-jornalístico oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia no Brasil, tratou o feminismo ao longo de sua história. A pesquisa de fontes foi realizada no acervo digitalizado da revista disponível na internet. Foram encontradas 12 edições em que o termo feminismo foi mencionado; seis foram analisadas em profundidade. O exame dos materiais selecionados foi realizado por meio de uma adaptação das técnicas de análise de conteúdo, organizada em pré-análise, exploração do material e interpretação. Os textos da <em>Revista Adventista </em>de autoria masculina que fizeram menção ao feminismo são mais críticos. Uma abordagem mais positiva nas menções ao feminismo está presente nos textos de autoras mulheres. Os resultados demonstram a permanência de valores tradicionais em relação às mulheres e ao seu papel na família e na sociedade, em contraste com os ideais feministas de autonomia, igualdade e emancipação, que assumem viés negativo nos discursos da revista.</p>Kevin Kossar FurtadoKarina Janz Woitowicz
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2023-07-062023-07-06351258276A mercantilização do reconhecimento feminino no mercado: capturas neoliberais do 'cuidado de si'
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<p><span style="font-weight: 400;">Este artigo tem como objetivo discutir de que modos tem se dado a captura neoliberal de pautas históricas atreladas à subjetividade feminina, a partir da hipótese de que a recente guinada do capital financeirizado e global, referida como neoliberalismo, propicia a internalização da mulher no mundo competitivo dos interesses próprios, quando comparado ao liberalismo clássico. A primeira seção discute de que modo a noção de cuidado foi ressignificada pelo neoliberalismo, passando, progressivamente, de uma prática da alma a uma prática estética do corpo. Em seguida, aborda-se como a mulher se situa no liberalismo clássico. A terceira avalia as capturas neoliberais voltadas ao campo de ações das mulheres, visando uma construção por meio de hábitos e práticas disciplinares de padrões pré-estabelecidos. Por fim, discute-se a noção de cuidado a partir da análise de propagandas voltadas às mulheres, ofertadas nas mídias. Conclui-se que a guinada tática da governamentalidade liberal, que significou mudanças nas práticas de sujeição, acionou novos mecanismos de captura que arrastam e localizam o sujeito feminino para a maximização dos interesses econômicos. </span></p> <p><strong>Palavras-chaves: </strong><span style="font-weight: 400;">Cuidado. Estética. Neoliberalismo. Subjetividade feminina.</span></p>Adalberto Ferdnando InocêncioCamila Carolina Hildebrand Galetti
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2023-07-062023-07-06351277297Problematizando a ideia de interseccionalidade contida em documentos de 2015 e 2018 que guiam políticas públicas para mulheres em Teresina (PI)
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<p class="p1">A pesquisa teve como objetivo verificar se e como a interseccionalidade está presente nos documentos que guiam as políticas públicas para mulheres em Teresina/PI e como ela foi introduzida. Foram analisados dois documentos, formulados em 2015 e 2018, e feitas entrevistas com quatro gestoras. A pesquisa concluiu que os documentos não mencionam a interseccionalidade, porém, adotam formalmente tal perspectiva, ainda que de forma limitada. A incorporação desta perspectiva limitada foi possibilitada pela contratação de uma especialista por parte da prefeitura, além de ser uma das diretrizes das Conferências de Direitos adotada pelas gestoras. A pesquisa problematiza essa incorporação formal e limitada da interseccionalidade, retomando críticas do feminismo negro que pontuam a necessidade da participação das mulheres não-brancas na formulação de decisões coletivas.</p>Hilziane Layza de Brito Pereira LimaOlivia Cristina Perez
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2023-07-062023-07-06351298313Two out of three ain’t bad. O resgate de três livres pensadores/as (duas mulheres num mundo de homens) 110 anos depois do centenário do Congresso de Lisboa - 1913-1932-2023
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<p>Trazer ao grande público um documento não significa o mesmo através dos tempos. A cada período da marcha da humanidade, a tecnologia foi influenciando o modo social e cultural. Os momentos tecnológicos determinam também o modo e o tempo do encontro e da divulgação. A presente reflexão é motivada pela constatação prática de um novo paradigma tecnológico digital e, por outro lado, a apresentação de um ensaio que interliga educação e cultura, destacando a importância de recuperar a vida e obra de duas mulheres/protagonistas num mundo de homens. Arquivado em suporte físico, o texto permanecia desconhecido, cabendo aqui resgatá-lo e apresentá-lo, refletindo em torno quer do seu conteúdo quer do contexto e das <em>personas</em> a ele ligadas, tendo como palco o XVII Congresso Internacional do Livre-Pensamento, organizado em Lisboa, em outubro de 1913, no ano em que passa uma década do seu centenário, e celebra-se também a relevância de se resgatar o protagonismo de duas mulheres num universo fortemente marcado pelo masculino.</p>Isabel LousadaVanda de Sousa
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2023-07-062023-07-06351314345Concepción arenal y la cuestión social: reflexiones sobre la asistencia a los necesitados en la Espanã decimonónica
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<p>En la España decimonónica Arenal se consolidó como referente ideológico del campo crítico social. Influenciada por el catolicismo social su obra buscaba repensar el lugar de la asistencia social. De su multifacética obra nos centramos en <em>La beneficencia, la filantropía y la caridad</em> pues reúne los elementos clave que validarían sus ideas y propuestas sobre la beneficencia pública. Experta en la cuestión social defendía la participación del Estado como regulador de las actividades asistenciales, velando por la calidad y efectividad de los servicios prestados a los depauperados. En este artículo analizamos algunas de sus ideas sobre el papel de la mujer en la sociedad española de finales del siglo XIX, que ayudan a interpretar su vida y obra.</p>Ismael Gonçalves AlvesAmalia Morales Villena
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2023-07-062023-07-06351346365Apresentação do dossiê
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<p>.</p>Sabela Fraga CostaAna Cristina MarinhoChelo Matesanz
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2023-07-062023-07-0635139‘Mujer, era una broma’. Deshacer cosas con palabras
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<p class="p1">El estereotipo de la “feminista aguafiestas” (AHMED, 2018), de una mujer sin pizca de sentido del humor, toma cuerpo en una manida réplica con la que, en más de una ocasión, se intenta reforzar dicha imagen: “Mujer, era una broma”. Con John L. Austin (1962) diríamos que con esta frase estamos ante un posible caso de deshacer cosas con palabras. La idea de este texto es precisamente analizar dicha capacidad para desbaratar la efectividad de las palabras dichas, recurriendo para ello a la no seriedad de lo proferido. Examinar los efectos y estrategias propias del deshacer lo hecho nos conducirá a detenernos pormenorizadamente en la situación comunicativa que tal frase convoca. Lo que arrojará luz, no sólo sobre el papel del emisor, sino sobre dos figuras claves que contribuyen a entender dicha frase: la mencionada aguafiestas, en el rol de la receptora, y, lo que denominaré, el cómplice ilocucionario o, lo que es lo mismo, el papel de la terceridad en el hacer y deshacer cosas con palabras.</p>Saleta de Salvador Agra
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2023-07-062023-07-063511025Humor e acontecimento: as confra-efetuações do personagem gay Gianluca na série “Tudo pede salvação”
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<p>Empreendemos neste artigo uma perspectiva teórica deleuziana, que coloca o humor nos trilhos do acontecimento e o observa como uma linha de fuga que pode levar o indivíduo a fruir no sentido de gerir uma potência alegre, capaz de fazê-lo encontrar em si um campo de forças que o move para o que aquele filósofo denomina de devir. Como dimensão humana singular, o humor é uma linha de fuga para a criação de outros territórios possíveis, a partir da contra-efetuação, que na ótica deleuziana, o posiciona numa visão libertária de si, de uma abertura para um novo modo de existência. O território é marcado por linhas de forças (molar, molecular e de fuga) e precisamos observar a movimentação dessas linhas em sua constituição. Em “Tudo Pede Salvação” (2022), série italiana de drama e comédia original, distribuída no Brasil pela plataforma de <em>streaming</em> Netflix, através da cartografia, podemos perceber que o personagem Gianluca contra-efetua pelos usos do humor, a partir de três cenas: a chegada do pai na ala psiquiátrica; o embate entre Daniel e Gianluca; e, o beijo entre Daniel e Gianluca diante do pai. Apesar da não-aceitação do núcleo familiar, Gianluca consegue positivar sua estadia no hospital, resistindo, libertando-se de uma estrutura molar – família patriarcal e autoritária. É no humor que Gialunga traça linhas de fugas que abrirão a possibilidade de construção de um modo de existência gay libertário.</p>Weberson Ferreira DiasSuely Henrique de Aquino Gomes Deyvisson Pereira da Costa
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2023-07-062023-07-063512646La carcajada disidente. El humor escénico como carroña metodológica
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<p class="p1">Este artículo explora las claves de construcción de un humor escénico feminista, intentando desgranar los diferentes aspectos que lo conforman, a través de la práctica/teórica escénica y desde un punto de vista situado, tanto en prácticas del colectivo VACAburra al que pertenezco, junto a Andrea Quintana, como en otros procesos artísticos en los que he trabajado. Acudiendo, en todo momento, a referentes y conexiones teóricas y prácticas que nos ayuden a desvelar los diferentes mecanismos de un humor feminista que se reconoce interseccionado por las disidencias sexogenéricas, transfeministas, bolleras, queer, la precariedad y el origen en un territorio, Galicia, con una lengua minorizada y en el que se utiliza, entre otras, una expresión particular y específica de humor que es la ‘retranca’. Se busca también reivindicar el humor ya no sólo, como herramienta válida para poner en evidencia el sistema cisheteropatriarcal, sino como una caja de Pandora de fuerzas imparables, abarrotada de herramientas que pueden llegar a convertirse en una metodología escénica en sí misma. Carroña metodólogica que roba y se apropia sin pudor de diferentes métodos y disciplinas para crear un humor pulpo, tentacular, iracundo, retranqueiro, humor acupuntura, humor bisturí, humor humus, humor compost.</p>Eugenia Romero Baamonde
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2023-07-062023-07-063514760 Leves risos, fortes ruídos: uma festa com Ledusha e Letrux
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<p>O estudo sobre obras de escritoras vivas, além de provocar um ruído, é um risco para a estável hegemonia de vozes na literatura brasileira. Assumindo este risco, o trabalho em questão realiza um diálogo, uma aproximação bem-humorada entre a obra da paulista-carioca Ledusha Spinardi e a carioquíssima Letrux. A poética das autoras provoca um ruído na linguagem falogocêntrica, sobretudo pelo efeito de riso sutil e pela conversa que estabelece com outros seres. Temos uma linguagem política que é a escrita feminina (Cixous, 2022 [1975]), potente enquanto criação que parte de um eu-lírico que dessacraliza e que manifesta desejos, comprovada pela análise de alguns poemas da obra <em>Risco no disco</em> (1981), de Ledusha, e da obra <em>Tudo que já nadei: Ressaca, quebra-mar e marolinhas</em> (2021), de Letrux, compreendendo suas manifestações ruidosas enquanto um tipo de som necessário para a reivindicação de uma poética diversa que desestabiliza e questiona o falogocentrismo.</p>Luciéle Bernardi de SouzaLuciane Bernardi de Souza
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2023-07-062023-07-063516182Riso, Ironia, Sarcasmo, Melodrama y Exagero, Mi reina!, em Febre Tropical, de Julián Delgado Lopera
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<p class="p1">O presente artigo analisa aspectos do humor no romance de formação Febre Tropical (2021), de Julián Delgado Lopera. O foco da análise está na construção da narradora, Francisca, uma adolescente colombiana que acaba de se mudar com a família para <span class="s1">Miami, nos Estados Unidos. Buscamos tratar de lesbianidade, pertencimento, </span>sexualidade e reconhecimento. </p>Moema VilelaNatalia Borges Polesso
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2023-07-062023-07-063518393