A POLARIDADE “SAGRADO/PROFANO” E SEUS AVATARES – Resenha

 

THE POLARITY "SACRED/PROFANE" AND ITS AVATARS Review

Maristela Oliveira de Andrade*

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DOI: https://doi.org/10.46906/caos.n24.51653.p146-153

 

 

GIOBELLINA BRUMANA, F. El lado oscuro: la polaridad “sagrado/profano” y sus avatares. Buenos Aires: Katz Editores, 2014.

 

 

Fernando Giobellina Brumana (1944-2019) foi um antropólogo argentino e um amigo que partiu deste mundo em abril de 2019, deixando um legado precioso para a antropologia hispano-brasileira. Em sua passagem pela UFPB, por meio de intercâmbio acadêmico promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia-PPGS, no final dos anos 1990, pude acompanhá-lo na oferta de um curso e desfrutar deste curto convívio com ótimas conversas acadêmicas, que resultaram em parcerias e encontros futuros.  Sua trajetória acadêmica foi marcada por deslocamentos desde a Argentina para a Suécia, como exilado da ditadura argentina, destino de muitos exilados na época, aí realizando sua formação de doutorado.  Em seguida foi para Espanha e se instalou na região mediterrânea, integrando-se à Universidad de Cádiz como docente, onde desenvolveu suas pesquisas e obra bibliográfica, e recebeu o merecido título de Professor Emérito. Em Cádiz construiu família com sua bem amada Hortensia, e deste ponto do mediterrâneo de onde quase se avista a África e se sente seus ventos quentes, teria escrito vários dos seus livros, alguns dedicados às religiões do campo afro-brasileiro. Suas incursões etnográficas foram em terreiros de umbanda e candomblé de São Paulo, onde fez uma rede de amigos pesquisadores e lideranças religiosas, de modo que escolheu aí viver depois de aposentar-se, onde passou seus últimos anos.

Na viagem à Paraíba, Giobellina trouxe na mala alguns dos seus livros para a biblioteca do PPGS e me presenteou com dois. “A Metáfora Rota” (GIOBELLINA BRUMANA, 1997) me motivou a escrever uma resenha que foi publicada na revista do PPGS, Política & Trabalho (ANDRADE, 1999). Neste livro, já se entrevia sua lealdade a temáticas nos campos empíricos e teóricos que foram recorrentes ao longo de seus livros, seja o campo das religiões afro-brasileiras, seja a tradição da etnologia francesa iniciada com Mauss. Pude desfrutar da leitura dos seus dois livros seguintes, que me foram presenteados por ele e que me instigaram a preparar mais duas resenhas, de modo que pude acompanhar a continuidade de suas reflexões teóricas sobre a etnologia francesa em: Sentidos de la Antropología. Antropología de los sentidos (GIOBELLINA BRUMANA, 2003); e Soñando con los dogon: en los orígenes de la etnografia francesa (GIOBELLINA BRUMANA, 2005).

Seu livro El lado oscuro: la polaridad “sagrado/profano” y sus avatares, publicado em 2016, seria o terceiro volume que somado aos dois acima citados formaria uma espécie de trilogia consagrada à etnologia francesa, o primeiro dedicado a Mauss, o segundo a Griaule e Leiris, e o terceiro a Bataille e Hertz em diálogo com os anteriores e outros mais. Recebi este livro do próprio Giobellina em formato digital na época da sua publicação, e embora tentada a preparar mais uma resenha, a tessitura densa e complexa da escrita em um diálogo cheio de meandros com interlocutores de posições dissonantes, me afastou da tarefa. Só depois de sua morte, com o estímulo do editor desta revista, encarei o trabalho com o desejo de prestar homenagem e manifestar o reconhecimento de sua contribuição à antropologia contemporânea.

Vale a pena começar pelo título do livro que exprime a intenção do autor de jogar luz sobre uma parte da sociologia do sagrado que ficou na sombra ou no escuro, devido à quase hegemonia cognitiva conquistada pela teoria de Durkheim e seu grupo, impedindo que outras interpretações pudessem prosperar. O livro foi composto em duas partes, na primeira faz uma análise dos escritos de Bataille e um grupo de intelectuais em torno do debate sobre o sagrado, destacando as divergências com os escritos do grupo formado por Durkheim. A segunda parte elege os escritos de Hertz por meio de sua abordagem do sagrado por meio da dualidade direito e esquerdo, sendo o sagrado esquerdo o lado obscuro prospectado por Giobellina ao longo do livro.

A provocação inicial é feita a partir da constatação de que a descoberta do sagrado como núcleo profundo da vida em sociedade nasceu no meio de um grupo de sociólogos ateus, e de um estranhamento na base da nova disciplina sociologia, que supõe um vínculo estreito com a etnologia. O projeto de Giobellina, neste livro, foi construir uma longa análise sobre a dualidade sagrado/profano fundamentada nos estudos da etnologia francesa, em que o sagrado emerge como objeto de estudo sociológico e depois desaparece, de modo que o sagrado é tratado desde a sua gênese até o ponto em que se dissipa.Para o percurso teórico, fixou uma linha divisória entre as obras de dois grupos de etnólogos que desenvolveram a teoria do sagrado, apresentando discrepâncias importantes entre si. Cada grupo com seus respectivos núcleos de produção da etnologia francesa: de um lado Durkheim, Mauss, Hertz, Hubert em torno da revista Année Sociologique; e do outro, Bataille, Caillois, Leiris, uma geração posterior em torno do Collége de Sociologie e da revista Acéphale criada para divulgar seus estudos. E entre os dois grupos, Van Genep que introduziu a teoria dos ritos de passagem, impregnada pela noção de sagrado da margem.

O grupo do Année Sociologique formado, sobretudo, por autodenominados ateus com uma visão marcada pelo discurso da razão, toma o sagrado como ilusão, já o grupo da Acéphale (alusão a imagem do homem sem cabeça) se autodefine por uma visão irracionalista. Giobellina distingue as duas correntes pelo caráter disciplinar da primeira e indisciplinar da segunda, a partir de uma perspectiva comparativa em que analisa o Essai sur le don de Mauss em confronto com La notion de dépense de Bataille.

Por outro lado, os dois grupos se distanciam no tocante a uma posição política, o núcleo formado por Durkheim se associa a um projeto político voltado para 3ª República, enquanto o núcleo de Bataille surgiu da decepção do modelo comunista de Stalin, que acabou mobilizando mais um espírito religioso que político, ao transformar a política em uma “mística antiteísta”. O grupo de Bataille se forma a partir de três ações simultâneas e complementares: a criação de uma sociedade secreta e a revista, ambas denominadas Acéphale e o Collège de Sociologie.

O projeto da sociedade secreta inspirado no modelo concebido por Simmel, adotou um perfil de seita com cerca de 30 a 60 intelectuais com a prática de encontros em bosques à noite rodeado de mistérios, e comunicando-se sobretudo por meio de cartas, que continham registros de um diário íntimo de seus membros, traindo o caráter secreto do grupo. As conferências do Collège de Sociologie funcionaram de 20 de novembro de 1937 a 3 de julho de 1939, sendo publicadas na revista Acéphale. A proposta do grupo foi construir uma sociologia sagrada e não uma sociologia do sagrado, voltada para uma epistemologia sacrificial. Para os integrantes do Collège de Sociologie, diz Giobellina, “El mundo estaba perdido. Quedaba la experiencia interior, pero antes la práctica sacrificial y la sacralización de la sociología de lo sagrado” (p.66). Contudo, o malogrado projeto do Collège de Sociologie teria naufragado pela incompatibilidade entre seus teóricos Bataille, Caillois e Leiris.

Com isso, se pode compreender como o grupo indisciplinado se define por uma reflexão a partir da subjetividade, não no sentido humano e coletivo mais amplo, mas como vivência pessoal, em que Bataille se coloca como homem inteiro, que busca reencantar o mundo. Se Durkheim toma o sagrado a partir das mentalidades mais rústicas, como categoria mental exterior a ele, Bataille e seu grupo apreendem o sagrado como vivência interior. O enfrentamento da razão por Mauss é confrontado por uma visão do irracionalismo de Bataille, Lacan, Kojève, Leiris.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                     

Em alguns trechos do livro, Giobellina transpõe a reflexão sobre a dualidade do sagrado para testar sua adequação ao âmbito do vivido no interior dos cultos afro-brasileiros, definidos por ele como subalternos. Na prática, o sagrado aí vivido não pode ser interpretado nem por uma vertente nem pela outra, uma vez que nele se manifestam formas de mediação que caracterizam a subalternidade. Para ele, os sistemas classificatórios formulados pelas lideranças religiosas e seguidores dos cultos não reproduzem os pensados teoricamente e intelectualmente.

La notion de dépense de Bataille, tomada como sua obra mais importante, parte do sentido comum do termo útil, ligado a dimensões materiais como a posse e manutenção de bens, e passa a contestar o sentido de que a vida social deve ser reduzida às necessidades fundadas na produção e conservação. O gasto improdutivo é representado por todas as atividades, cuja finalidade se encerra nelas mesmas, das quais Bataille elabora uma lista: o luxo, as guerras, as construções suntuárias, os espetáculos e a atividade sexual perversa. O sentido deste gasto se aproxima do sacrifício, já que se trata de pensar sobre a produção para destruição. A origem do comércio, para Bataille, não seria a troca como propôs Mauss, mas os cerimoniais lúdicos ou espetáculos. Ao invés da regra da doação e a obrigação de retribuir como definiu Mauss, o circuito é pensado por Bataille começando com a obrigação de devolução, onde o sentido é a perda. Para ele, as pessoas buscam assegurar sua sobrevivência para depois ter acesso à função insubordinada de gastar. Mauss definiu o Potlatch a partir de sua função principal de gerar sociabilidade, enquanto Bataille interpretou que esta seria uma função secundária, considerando a satisfação pelo excesso vital como a primeira, e a perda como inerente à condição humana.

Leiris se defronta com o sagrado, se questionando o que é para ele o sagrado, como uma especulação subjetiva e não uma visão do sagrado oficial e coletivo, com o intuito de definir a fronteira entre o sagrado pessoal e o mundo profano. Ele define alguns lugares como sagrado, incluindo especulações de sua memória infantil, partindo da ideia do sagrado no cotidiano, concebido a partir de suas experiências pessoais em espaços específicos vividos no passado. Bataille discorda fortemente desta interpretação do sagrado cotidiano e impede a publicação desse texto, já que projeta o sagrado em uma perspectiva do futuro, marcada por uma dimensão do trágico. Esta discórdia teria se aprofundado levando à decisão de Leiris de abandonar o grupo.

Na segunda parte do livro, começa com aspectos biográficos de Hertz, que teria sido pessoalmente afetado pela ideia de sacrifício, ao decidir ir ao campo de batalha durante a Primeira Guerra, quando encontra a morte de forma prematura. Mauss teria dito que Hertz se interessou, sobretudo, pelos aspectos obscuros da vida, para ele, a chave do sistema estaria na borda e nos pontos de ruptura. Sua primeira obra inacabada publicada por Mauss intitulada Le peché et la expiation dans les sociétés primitives termina com uma interrogação a respeito da impureza e a contaminação.  A conclusão dos fragmentos dos textos de Hertz se aproxima do que Mauss produziu na conclusão do Essai sur le don de que uma sociedade laica se responsabiliza pela dívida ou a culpa, de modo que o espírito de entrega se aproxima da ideia de sacrifício. Aparece mais tarde em outra publicação, a ideia de que o pecado não é só contaminação, mas falta, e a sua reparação assume um caráter quase contratual. A confissão encontrada por Hertz nos esquimós e maoris, já seria parte da reparação, ou seja, de um sistema jurídico.

Na obra de Mauss e Hubert sobre o sacrifício, a noção de reciprocidade por intermédio da oferenda a um ente divino, se torna pura perda para Bataille, com o intuito de se comunicar com Deus. A comunicação seria baseada no mal, sem o qual o homem estaria condenado ao isolamento. Tanto Hertz quanto Bataille pensavam sobre o pecado mortal, de modo que o contraventor nas infrações e, já na redenção, teria sua falta lavada com o sacrifício.

Hertz aborda a morte em outra de suas obras e começa com uma visão moderna em que ela é uma passagem sem intermediação. Nas sociedades primitivas, a morte é concebida com um período intermediário entre um estado e outro. A impureza do morto acompanha os que estão em luto. Para Van Gennep, na teoria do rito de passagem, a morte não é pensada como destruição, mas como transição, e acrescenta que aos olhos dos primitivos, a morte é uma iniciação.

Embora Van Gennep tenha provocado pouca repercussão na França, conquistou a atenção de antropólogos britânicos, especialmente Turner e Mary Douglas que desenvolveram suas teorias a partir da noção de margem desenvolvida na teoria do rito de passagem. A ideia de liminaridade levou a reflexão de Giobellina a respeito da figura da Imaculada Conceição como intercessora entre o fiel e seu filho. Isso para dizer que os interstícios classificatórios se aproximam das periferias sociais, em que a margem é a desordem.

Hertz compreende que o sagrado não é uma polaridade monolítica, e identifica um sagrado fasto, e outro nefasto que se aproxima do profano, de modo que acrescenta ao par sagrado/profano a ideia de circularidade. Essa mescla entre os dois lados do sagrado, gerada pela proximidade com o profano, anuncia a destruição ou diluição do sagrado. A ideia de sagrado é abandonada por Durkheim, mas recuperada por Bataille e Caillois, que teriam ficado seduzidos pelo sagrado esquerdo.

A expulsão das forças gastas no sagrado é pensada por Bataille como gasto improdutivo que pode ser associado ao sexo como perversão e à morte. Para Leiris, segundo Giobellina, “o sagrado é a expressão, por excelência, desse ponto fulgurante em que o direito coincide com o esquerdo" (p.102). E conclui que não há sagrado sem sacrilégio. Sua análise diz que a partir de jogos classificatórios no âmbito das anomalias se produzem os sentidos mais fortes (p. 103).

Do dualismo da mão pensado por Hertz, Giobellina envereda pelo dualismo masculino/feminino em que dialoga com Lévi-Strauss por meio da teoria da reciprocidade fundada na troca de mulheres, em que no sistema do parentesco não há lugar para um padrão de mulher antimãe, que não entra no circuito de mulheres para casar. Este modelo de mulher seria o lado obscuro do feminino retratado na figura da pombagira da umbanda, identificada erroneamente como prostituta por sua postura sexualizada, evocada como mediadora das crises de mulheres com seus pares homens, assim como entre pares homossexuais. No âmbito do cristianismo, Madalena assume um papel de mulher antimãe, retratada pelos gnósticos pelas suas qualidades intelectivas “falava como um homem”, chegando a representar a versão feminina de Cristo.

Para Giobellina, não existe um dualismo de base que parte de um par específico de opostos, e considera que mesmo que os efeitos das dualidades possam ser desfeitos ou eliminados, não implica que a polaridade desapareça, uma vez que cada polo se sustenta em sua mútua metaforização.

Novamente ele se vale da lógica dos cultos umbandistas por sua subalternidade, em que nem o lado do bem nem o lado do mal solucionam as dificuldades. Ou seja, seus praticantes não veem nem a superioridade de Deus e reconhecem os limites do poder do Diabo. Giobellina constata mais uma vez a autonomia do subalterno, perante a lógica dualista e hierarquizante dos teóricos franceses.

O livro conclui com o processo de dissolução do sagrado como iniciativa de Durkheim, que teria exercido um controle sobre os escritos dos seus herdeiros com o intuito de defender a religião como objeto de estudo da sociologia, considerando o caráter coletivo da religião como um fenômeno social, logo com vínculos com a esfera do profano. Desta maneira, Durkheim pretendeu se livrar de qualquer resquício da mística na análise sociológica da religião, e contou com Mauss e Hubert no livro sobre o sacrifício, concebido como uma “comunicação socializada do profano e o sagrado” (p. 181).

No âmbito do candomblé, o sacrifício de sangue, que o distingue de outras religiões, seria o elemento de transgressão perante a sociedade global, que mantém o lado obscuro do sagrado. Contudo, este sacrifício está fortemente conectado a uma rede de comércio fornecedora de vários bens, além dos animais, que compõem este ritual. Ao longo do debate travado entre diversos autores da tradição etnológica francesa e o próprio Giobellina diante do seu terreno empírico das religiões subalternas, o sagrado vai perdendo seu caráter substancial para se tornar uma categoria nativa.

Após décadas de debates, o tema do sagrado se esgota mesmo para os que investiram no sagrado obscuro como Bataille, que diante do seu empreendimento fracassado não viu o sagrado se realizar. Leiris teria abandonado muito cedo esta categoria em seus estudos etnológicos posteriores, enquanto Hertz em seu questionamento sobre a primazia da mão direita encontraria resposta na própria lógica do dualismo. E assim, ao fim do percurso analítico deste livro, mesmo o sagrado obscuro acaba por ser dissolvido.

 

Referências

ANDRADE, Maristela O. de. La metáfora rota. Revista Política & Trabalho. João Pessoa, n 15, p. 231-235, 1999. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/politicaetrabalho/article/view/6444. Acesso em: 27/04/20.

ANDRADE, Maristela O. de. Sentidos de la antropología, antropología de los sentidos. Revista de Antropologia da USP. São Paulo, v. 48, n. 1, p. 387-392, 2005. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/ra/article/view/27211/28983. Acesso em: 27/04/20.

ANDRADE, Maristela O. de. Sonhando com os dogon: as origens da etnografia francesa. Revista Afro-Ásia, n. 34, p. 325-330, 2006. Disponível em: https://portalseer.ufba.br/index.php/afroasia/article/view/21120/13709. Acesso em: 27/04/20.

GIOBELLINA BRUMANA, F. La metáfora rota. Cádiz: Servicio de Publicaciones Universidad de Cádiz, 1997.

GIOBELLINA BRUMANA, F. Sentidos de la antropologia. Antropologia de los sentidos. Cádiz: Servicio de Publicaciones Universidad de Cádiz, 2003.

GIOBELLINA BRUMANA, F. Soñando con los dogon: en los orígenes de la etnografía francesa. Madrid: Consejo Superior de Investigaciones Científicas, 2005.

 

 

Recebido em: 06/04/20.

Aceito em: 26/04/20.

 

DOI: https://doi.org/10.46906/caos.n24.51653.p146-153

 

 

 

 

 



* Professora titular aposentada do Departamento de Ciências Sociais da UFPB/Brasil. Professora do Programa de Pós-Graduação em Antropologia/UFPB/Brasil. E-mail: andrademaristela@hotmail.com.