Saberes da medicina popular sobre recursos vegetais em três municípios ao longo do Rio Paraguai, Mato Grosso, Brasil

Francimayre Pereira Aparecida de Jesus1* , Claumir Cesar Muniz1,3 , Maria Antonia Carniello 1,2

1Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais de Cáceres, Unemat – PPGCA - Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT, CEP 78200-000, Cáceres, MT, Brasil.

2Centro de Pesquisa de Limnologia, Biodiversidade, Etnobiologia do Pantanal – CELBE. Herbário do Pantanal “Vali Joana Pott”, HPAN Santos Dumont S/N. CEP 78200-000, Cáceres, MT, Brasil.

3Centro de Pesquisa em Limnologia, Biodiversidade e Etnobiologia do Pantanal - CELBE. Laboratório de Ictiologia do Pantanal Norte - LIPAN. Av. Santos Dumont S/N. CEP 78200-000, Cáceres, MT, Brasil.

* Autor para correspondência: francy21pereirajv@gmail.com

Recebido em 08 de fevereiro de 2020. Aceito em 20 de março de 2020. Publicado em 31 de março de 2020.

Resumo - O estudo teve como objetivo registrar as espécies vegetais conhecidas e utilizadas como medicinais por populações locais ao longo do rio Paraguai, em três municípios mato-grossense. A técnica utilizada para reunir os interlocutores desta pesquisa foi Snowbal. Os materiais botânicos citados foram fotografados, coletados, tratados e herborizados de acordo com as recomendações do IBGE. Para a análise foi utilizado o índice de Importância Relativa (IR) de uma planta medicinal para a população local. Foram entrevistados 17 interlocutores que citaram 61 espécies, pertencentes a 33 famílias, destacando Fabaceae, Bignoniaceae e Lamiaceae. Hymenaea courbaril L. (Jatobá), foi a espécie que apresentou maior valor de Importância Relativa (IR=2), Triplaris americana L. (novateiro) foi a única espécie indicada pelos interlocutores para prevenção e tratamento de câncer de próstata, atributo não registrado na literatura com ação preventiva desta espécie, destacando um conhecimento local sobre o uso do novateiro. Os resultados no seu conjunto, ressaltam a importância de estudos etnobotânicos pelos quais é possível conhecer o uso de espécies vegetais, todo conhecimento agregado e sugerir perspectivas de manutenção dos saberes e as respectivas populações.

Palavras-chave: Etnobotânica; Plantas Medicinais; Pantanal Norte.

Knowledge of popular medicine on vegetable resources in three municipalities along the Paraguay River, Mato Grosso, Brazil

Abstract - The study aimed to register the plant species known and used as medicinals by local populations along the Paraguay River, in three municipalities in Mato Grosso. The technique used to gather the interlocutors of this research was the Snowball. The aforementioned botanical materials were photographed, collected, marketed and herborized according to the IBGE recommendations. For the analysis, the Relative Importance Index (IR) of a specific medicinal plant for the local population was used. 17 interlocutors were interviewed, who cited 61 species, belonging to 33 botanical families, especially Fabaceae, Bignoniaceae and Lamiaceae. Hymenaea courbaril L. (commonly known as courbaril and, in Portuguese, Jatobá), was the species that presented the highest Relative Importance value (IR = 2). The Triplaris americana L. (commonly known as ant tree and, in Portuguese, novateiro) was the only species indicated by the interlocutors for the prevention and treatment of prostate cancer, an attribute not yet registered in the literature, highlighting local knowledge about the use of it. The results as a whole underscore the importance of ethnobotanical studies by which it is possible to know the use of plant species, all aggregate knowledge and suggest perspectives for maintaining knowledge and the respective populations.

Keywords: Ethnobotany; Medicinal Plants; North Pantanal.

Conocimiento de la medicina popular acerca de los recursos vegetales en tres municipios a lo largo del Río Paraguay, Mato Grosso, Brasil

Resumen - El estudio tuvo como objetivo registrar las especies de plantas conocidas y utilizadas como medicinales por las poblaciones locales a lo largo del río Paraguay, en tres municipios en Mato Grosso. La técnica utilizada para reunir a los interlocutores de esta investigación fue Snowbal. Los materiales botánicos mencionados fueron fotografiados, recogidos, tratados y herborizados según las recomendaciones del IBGE. Para el análisis se utilizó el Índice de Importancia Relativa (IR), de una planta medicinal para la población local. Se entrevistó a 17 interlocutores que mencionaron 61 especies, pertenecientes a 33 familias, destacando Fabaceae, Bignoniaceae y Lamiaceae. Hymenaea courbaril L. (Jatobá), fue la especie que presentó mayor valor de Importancia Relativa (IR = 2), Triplaris americana L. (novateiro) fue la única especie indicada por los interlocutores para la prevención y el tratamiento del cáncer de próstata, atributo no registrado en la literatura con acción preventiva de esta especie, destacando el conocimiento local sobre el uso del novateiro. Los resultados en su conjunto, subraya la importancia de los estudios etnobotánicos a través de los cuales es posible conocer el uso de especies de plantas, todo el conocimiento agregado y sugerir perspectivas para mantener el conocimiento y las respectivas poblaciones.

Palabras clave: Etnobotánica; Plantas medicinales; Pantanal Norte.

Introdução

O ser humano faz uso dos recursos vegetais desde o princípio da sua existência, aprenderam a usar e manipular diversas plantas que possuem propriedades alimentícias, medicinais, que servem para construção, proteção e outras formas de apropriação material e imaterial. (Berg 1993; Valim et al. 2016). Dentre os usos de plantas, geralmente destacam-se aquelas com propriedades medicinais, essas que foram os primeiros recursos terapêuticos utilizados e muitas vezes o único disponível em comunidades rurais e de difícil acesso (Amorozo 2002; Turolla e Nascimento 2006).

As espécies vegetais são mundialmente utilizadas por populações rurais, urbanas e comunidades tradicionais e o conhecimento de plantas por uma comunidade faz parte da sua cultura e está entrelaçada com sua história de vida (Pasa 2007). O uso de plantas é orientado por uma série de conhecimentos acumulados e de uma relação direta entre os seres humanos e o meio ambiente e da difusão de saberes tendo como influência o uso tradicional transmitido oralmente entre diferentes gerações (Castellucci et al. 2000; Pereira e Diegues 2010).

A população brasileira, de modo geral, detém saberes medicinais tradicionais a respeito de métodos alternativos de cura das doenças mais frequentes, destacando as comunidades tradicionais que possuem uma bagagem maior sobre o assunto, pois estão em contato direto com a natureza e os recursos ali presentes (Guarim Neto e Carniello 2007; Gewehr 2017).

O Brasil é um país reconhecido pela sua riqueza biológica e cultural, favorecida pela presença de diferentes biomas (Diegues 2001), possuindo a maior diversidade vegetal do planeta com 46.780 espécies de plantas registradas (Flora do Brasil 2020), gozando de elevado status de importância, abrangendo parte da flora nativa além das espécies introduzidas por culturas migrantes de outras regiões e continentes.

No estado de Mato Grosso essa diversidade biológica encontra-se distribuída em três biomas, sendo a Amazônia, Pantanal e Cerrado (IBGE 2012), incluindo-se as áreas de transição entre os biomas. Esses três biomas influenciam as fitofisionomias que ocorrem ao longo da bacia do alto Paraguai (BAP), suas nascentes se encontram em território mato-grossense e ao longo de seu curso atravessa formações fisionômicas distintas (Alho, 2008). Frequentemente ocorre cerradão, floresta estacional e mata ciliar em apenas 100 m de cordilheira ou capão, que são as áreas mais altas no Pantanal. (Prance et al. 1982; Pott 2003; Andrade 2017).

Os recursos vegetais disponíveis ao longo do rio Paraguai possuem importante papel na vida das populações locais principalmente pela diversidade de usos/atributos (Guarim Neto 2006). O conhecimento popular pode fornecer dados importantes para novas descobertas científicas (Diegues et al. 2000) e as pesquisas acadêmicas podem originar novos conhecimentos sobre as propriedades terapêuticas das plantas (Camargo et al. 2014).

Esse trabalho teve como objetivo investigar quais são as espécies vegetais de conhecimento popular utilizadas como medicinal, partes utilizadas e indicações de uso por comunidades locais ao longo do rio Paraguai, entre Barra do Bugres até os limites da Estação Ecológica de Taiamã, no pantanal de Cáceres.

Material e métodos

Área de estudo

A amostragem foi realizada ao longo do curso do Alto Rio Paraguai em populações ribeirinhas de regiões circunscritas a três municípios sendo Barra do Bugres, Porto Estrela e Cáceres se estendendo até os limites da Estação Ecológica de Taiamã (Figura 1). O rio Paraguai, é o principal formador do Pantanal, tem suas nascentes no bioma Cerrado e ao longo de seu curso atravessa formações fisionômicas de florestas, ocorrendo várias fitofisionomias características dos biomas Floresta Amazônica, Cerrado e Pantanal incluindo ecótonos Cerrado - Floresta, que o influenciam.

Figura1. Localização das áreas de estudo ao longo do rio Paraguai- Mato Grosso.

Coleta de dados

A pesquisa foi iniciada após a aprovação do Comitê de Ética (CEP) da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT sob o parecer 3.233.301. Em 2017 houve um primeiro contato com os interlocutores para apresentação do projeto de pesquisa e a coleta de dados ocorreu entre dezembro de 2018 a janeiro de 2020, foram recolhidas assinaturas dos termos de consentimento livre e esclarecido com o esclarecimento e a autorização dos entrevistados, visando assegurar o respeito aos povos detentores de conhecimento e ao marco regulatório de acordo com a lei nº 13.019/14. Por se tratar de um estudo de conhecimento local e sem qualquer envolvimento em conflitos os interlocutores autorizaram a divulgação de seus nomes (optou-se apenas pelo uso do primeiro nome).

Para responder o objetivo proposto, este estudo abordou uma metodologia que permite um contato direto com o contexto e com a situação a ser estudada (Ludke e André 1986). As entrevistas foram de caráter descritivo realizadas com a apoio de um formulário semiestruturado contendo perguntas discursivas (abertas) e de múltipla escolha (fechadas) (Martin 1995), diário de campo para registro das observações feitas e das impressões subjetivas tidas pelo pesquisador (Viertler 2002; Albuquerque et al. 2014).

Neste estudo houve uma adaptação da técnica bola de neve (Goodman 1961; Penrod et al. 2003), considerada um método não probabilístico e intencional que estabelece um tipo específico de amostragem, uma vez que não é possível determinar a probabilidade de seleção de cada participante, tornando assim, o método imprescindível para pesquisas em grupos de difícil acesso (Albuquerque 2009; Vinuto 2014). Inicialmente trabalhamos com informantes-chaves a fim de localizar interlocutores com repertório de vida ligado a plantas medicinais no Pantanal, propósito do estudo. Posteriormente, foi solicitado às pessoas indicadas pelo informante-chave que indicassem novos integrantes para a pesquisa, ampliando o quadro de amostragem a cada entrevista, em cada município iniciou-se um novo percurso de contatos, indicações de pessoas que se envolveram na pesquisa, (Figura 2).

Figura 2 – Esquema representando os percursos de acesso aos interlocutores da pesquisa nos três municípios amostrados, Mato Grosso. Legenda: (seta incadora de sentido único) interlocutor indicando outro; (duas setas opostas) os interlocutores indicaram-se reciprocamente. = representa informantes chave na pesquisa, é um esperto local, que indicou os interlocutores.



Os dados foram organizados e analisados por meio de estatística descritiva frequência relativa (FR%) e frequência absoluta (FA). Para a análise quantitativa foi utilizado o índice de Importância Relativa (IR) proposto por Bennett e Prance (2000), que mostra a importância de uma dada planta medicinal pela relação de usos e sistemas corporais tratados pelos entrevistados, onde o número máximo que uma espécie pode apresentar é “2”. O cálculo é realizado de acordo com a formula:

IR= NSC + NP

Onde IR = importância relativa; NSC= número de sistemas corporais; NP = número de propriedades. Esses dois fatores são avaliados pela fórmula:

NSC = NSCE / NSCEV

NSCE = número de sistemas corporais tratados pela espécie e NSCEV = sobre o número total de sistemas corporais tratados pela espécie mais versátil) e NP = NPE/ NPEV (onde, NPE = número de propriedades atribuídas para uma espécie, NPEV = sobre o número total de propriedades atribuídas à espécie versátil) (Silva e Albuquerque 2004 p 73).

Os materiais botânicos citados foram, fotografados, coletados, tradados e herborizados de acordo com as recomendações do IBGE (2012). A identificação botânica foi realizada in loco por especialistas em alguns casos enviados com o auxílio de bibliografia especializada e comparação com materiais botânicos identificados e incorporados ao acervo do HPAN – Herbário do Pantanal “Vali Joana Pott”, Unemat, Cáceres, Mato Grosso; seguindo a classificação botânica adotando o Sistema APG IV. (CHASE et al. 2016; Souza e Lorenzi 2019).

Resultados e discussão

Foram entrevistados 17 interlocutores, dentre os envolvidos nesta pesquisa 94% são do sexo masculino e 6% do sexo feminino. Em cada local o número de entrevistados variou de três a sete pessoas, sendo três em Barra do Bugres, sete em Porto Estrela e Cáceres. Quanto a naturalidade predomina do estado de Mato Grosso (82%), seguido de Minas Gerais (12%) e Espírito Santo (6%).

A idade variou entre 36 e 86 anos com a faixa etária média de 61 anos. Os interlocutores foram agrupados de acordo com a faixa etária, em três classes de 30-50 (11%), 51-70 (35%) e 71-90 (54%). O maior número de citações de plantas medicinais foi na classe 71-90. De acordo com Kffuri (2008) os mais velhos possuem maior conhecimento sobre plantas nativas uteis que foram adquiridas ao longo do tempo com experiências vividas. Sousa (2007) e Borges et al (2018) ressaltam que os habitantes que estão na faixa de 51 e 80 anos de idade, possuem maior conhecimento etnobotânico uma vez que esses conhecimentos vão se perdendo nas faixas etárias mais baixas. De acordo com Brasileiro et al (2008), o uso de plantas medicinais ocorre de forma mais acentuada entre a população mais idosas, fato esse que pode estar relacionado ao conhecimento acumulado ao longo da vida.

A maioria dos interlocutores disseram ter adquirido conhecimento sobre o uso de plantas medicinais com membros da família, 71% disseram que foram com os pais (diretamente e observando), 22% foram com os vizinhos e amigos e 7% disseram ter aprendido sozinho. De acordo com Paciornick (1989), a transmissão passada de uma geração para outra em níveis verticais é conservadora e importante para a manutenção da cultura local.

Por meio das entrevistas foram registradas 62 espécies de plantas medicinais, sendo duas não identificadas (balsamo, manacar, pé de galinha), distribuídas em 34 famílias botânicas, as mais representativas foram Fabaceae (8), Asteraceae (4), Bignoniaceae (4), Lamiaceae (4) e Apocynaceae (3), (Tabela 1). Fabaceae é uma das maiores famílias botânicas de grande importância econômica, cultural e muitas espécies são usadas na medicina popular, devido às suas propriedades curativas e terapêuticas (Gomes et al. 2008).

Tabela 1. Espécies utilizadas como medicinais nos três municípios amostrados ao longo do rio Paraguai – Mato Grosso.

Família

Nome científico

Denominação Local

Parte da planta utilizada

Preparo

Indicação de uso

Alismataceae

Echinodorus glaucus Nataj

Chapéu de couro

Folha

Chá para beber

Reumatismo

Amaranthaceae

Dysphania ambrosioides (L.) Mosyakin & Clemants

Mastruz/ Erva de Santa Maria

Folha

Maceração e garrafada

Vermes, Machucados, emprasto/(emplastro)

Amaryllidaceae

Allium sativum L.

Alho

Dente (Bulbo)

Chá para beber

Pressão alta

Anacardiaceae

Myracrodruon urundeuva Allemão

Aroeira

Casaca do caule

Melado da casca, xarope

Reumatismo, quebradura

Annonaceae

Xylopia aromatica (Lam.) Mart.

Banana de Macaco/ xylópia/ pindaíba

Folha

Chá para beber

Rins, anti-inflamatório

Apocynaceae

Aspidosperma cylindrocarpon Müll.Arg.

Peroba/ pau de óleo

Casca do caule, óleo

Chá para beber

Febre, cicatrizante 

Hancornia speciosa Gomes

Mangava mansa

Casca do caule, raiz

Chá para beber, chá para banho

 Gripe, epilepsia, problemas nos rins 

Mandevilla velame (A. St._Hil.) Pichon

Velaime

Casca

Chá para beber, xarope

Depurativo do sangue

Asteraceae

Artemisia vulgaris L.

Camomila

Folha

Chá para beber, chá para banho

Calmante, constipação intestinal

Bidens pilosa L.

Picão

Folha

Chá para beber, chá para banho

Tiricía/(Icterícia), febre

Gymnanthemum amygdalinum (Delile) Sch.Bip. ex Walp.

Boldo / bordo/ caferana/ Estomalina

Folha

Chá para beber

Estômago, problemas digestivos

Campuloclinium macrocephalum (Less.) DC.

Assa-peixe

Folha, raiz

Chá para beber

Problemas respiratório, tosse

Bignoniaceae

Fridericia chica (Bonp.) L. G. Lohmann

Candiru/ Crajiru

Folha

 Chá para beber

 Anti-inflamatório

Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos

Piúva preta/ Piúva roxa/ Piuva pantaneira/ ipê roxo

Casca do caule

Chá para beber, chá para banho 

Infecções, inflamações, úlcera  

Jacaranda cuspidifolia Mart.

Carobinha

Folha

 Chá para beber, chá para banho

Dor de cabeça, infecções, depurativo do sangue 

Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & HooK. f. ex S. Moore

Paratudo

Casca do caule

Chá para beber, chá para banho

Estômago, febre, vermífugo, diabetes, dores no corpo  

Bixaceae

Bixa orellana L.

Urucum

Folha, semente

 Chá para beber, xarope

 Hipertensão, problemas no coração, expectorante

Burceraceae

Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand

Mesca

Casca

Chá para beber

Anti-inflamatório  

Capparaceae

Crateva tapia L.

Pau de alho

Casca do caule, folha

Chá para beber

Gripe, vermífugo

Celastraceae

Monteverdia truncata (Nees) Biral

Espinheira Santa/ erva da india/ solvera

Folha

 Chá, Banho

 Úlcera, inflamação na pele

Convolvulaceae

Operculina sp.

Amaroletie/ batatão

(Batata) Tubérculo/ raiz

 Xarope, melado

 Vermífugo

Costaceae

Costus spicatus (Jacq.) Sw.

Caninha do brejo/Caninha de Macaco

Folha

 Chá para beber

Rins 

Cucurbitaceae

Cyclanthera hystrix (Gill.) Arn.

Buchinha

Fruto

Chá para cheirar

Inalação, Sinusite

Dilleniaceae

Curatella americana L.

Lixeira

Casca do caule, folha

Chá para beber, chá para banho 

Dor de cabeça, diabetes, hipertensão  

Davilla elliptica A. St.-Hil.

Lixinha

Folha

Chá para beber, chá para banho 

Dor de cabeça 

Euphorbiaceae

Croton urucurana Baill.

sangra d'agua/ sangueiro/ urucurana

Casca do caule, Seiva

Mistura o “sangue” na água para beber

Cicatrizante, câncer, anti-inflamatório, hemorragia  

Jatropha elliptica (Pohl) Oken

Purga de lagarto

Raiz

Chá para beber

Afina o sangue, Depurativo do sangue 

Fabaceae

Dipteryx alata Vogel

Cumbaru

Raiz, folha

 Chá para beber

 Diabete

Domorphandra mollis Schott

Barbatimão/ Barbatimão p reto

Casca

Chá para beber, chá para banho/assento 

Infecção, inflamação de mulher

Diptychandra aurantiaca Tul.

Carvão vermelho

Casca do caule

 Chá para beber

 Tiricia, tiriça, (Icterícia)

Hymenaea courbaril L.

Jatobá

Casca do caule, seiva, fruto, raiz

Chá para beber, seiva 

Anemia, fraqueza, tosse, tuberculose, artrite

Plathymenia reticulata Benth.

Vinhático/ amarelinho

Casca do caule

Chá para beber

Doenças pulmonares, inflamação  

Pterodon emarginatus Vogel

sucupira / favinha / fava de santo Inácio

Casca, semente

Chá para beber, “curtir” a semente em vitaminas

 Anti-inflamatório, reumatismo, anemia

Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cocille

Brbatimão/Barbatimão branco

Casca

 Chá, banho/assento

Infecção, anti-inflamatório para mulher  

Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke

Angelim/ Angerlim margoso

Casca

Chá para beber 

Úlcera  

Lamiaceae

Mentha pulegium L.

Poejo

Folha

 Chá para beber

 Gripe, resfriado

M. spicata L.

Hortelanzinho

Folha

 Chá para beber, chá para banho

Gripe, resfriado 

Ocimum. gratissimum L.

Alfavaca/ Mangericão

Folha

 Chá para beber, chá para banho

Gripe, resfriado  

Vitex cymosa Bertero ex Spreng.

Tarumã

Folha

 Chá para beber

 Diabete

Lecythidaceae

Cariniana rubra Gardner ex Miers

Jequitibá/Jaquitibá

Casca

Chá para beber

 Problemas no útero, inflamação

Loganiaceae

Strychnos psudoquina A. St.-Hil.

Quina

Casca

 Chá para beber, chá para banho

Malária, menopausa  

Lythraceae

Lafoensia pacari A. St.-Hil.

Mangava brava/ Piuna

Casca do Caule

Chá para beber 

Pneumonia, dores no estômago  

Malpighiaceae

Heteropterys tomentosa A. Juss.

Nó de cachorro

Raiz

 Chá para beber

Depurativo do sangue, estimulante  

Malvaceae

Ceiba speciosa (A.St.-Hil.) Ravenna

Maria barriguda / paineira

Casca

Chá para beber

Gastrite  

Luehea paniculata Mart. & Zucc.

Açoita cavalo

Casca

 Chá beber

 Reumatismo

Melastomataceae

Miconia albicans (Sw.) Triana

Canela de véio / Meconha

Folha

Chá para beber

Inflamação nas articulações  

Meliaceae

Cedrela fissilis Vell.

Cedro/ Cedro rosa

Casca do caule

Chá para beber 

 Artrite, reumatismo

Piperaceae

Piper aduncum L.

Jaborandi

Folha

 Chá para beber, chá para banho

Dor de cabeça 

Piper umbelatum L.

Pariparova

Folha

 Chá para beber

Diarreia 

Poaceae

Guadua paniculata Munro

Taboca

Caule (colmo)

Estira de taboca (Caule/colmo)

Utilizado como suporte para quebradura  

Polygonaceae

Triplaris americana L.

Novateiro

casca

Chá para beber

Diarreia,  

Câncer

Polygonum sp.

Erva de bicho

Folha

 Chá para beber, chá para banho

Hemorragia cicatrização 

Rubiaceae

Palicourea rigida Kunth

Douradinho/ Orelha de burro

Folha

Chá 

 Problemas nos Rins

Rudgea viburnoides (Cham.) Benth.

Douradão/ erva mulá

Folha

Chá para beber 

Obesidade  

Siparunaceae

Siparuna guianensis Aubl.

Negramina do mato

Folha

 Chá para beber, chá para banho

Enxaqueca, sinusite 

Urticaceae

Cecropia pachystachya Trécul

Embaúba / Embauva

Folha

Chá para beber frio, chá para banho 

Pressão alta, bronquite, tosse asma, tuberculose feridas na pele  

Verbenanceae

Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex P. Wilson

Erva cidreira

Folha

 Chá para beber, chá para banho

 Calmante

Vochysiaceae

Vochysia divergens Pohl

Cambará preto

Casca do caule

Chápara beber, xarope  

 Tosse, garganta inflamada

Vochysia haenkeana Mart.

Cambará amarelo

Casca do caule

Chá para beber, xarope 

 Tosse



Considerando o registro de plantas medicinais por município, Porto Estrela foi onde apresentou o maior número de citações com 56 espécies distribuídas em 32 famílias, seguido de Cáceres com 15 espécies em 12 famílias e Barra do Bugres com 13 espécies em 9 famílias. Quatro espécies foram comuns aos três locais (Aroeira (M. urundeuva), Peroba/ pau de óleo (A. cylindrocarpon), Jatobá (H. courbaril) Cedro/ Cedro rosa (C. fissilis).

As plantas citadas, coocorrem nos seis domínios fitogeográficos, destacando Cerrado (28%), Amazônia (22%) e Pantanal (15%). A presença de espécies de diferentes domínios fitogeográficos reforça a concepção de transição para a área estudada, com diferentes fitofisionomias em um complexo vegetacional (Barros et al. 2007).

As plantas medicinais citadas foram agrupadas de acordo com classificação da Flora 2020, 54% são de hábito arbóreo, destacando-se em relação aos demais hábitos, seguido de arbustivo (18%), herbáceo (13%), trepador/lianas (5%), subarbustivo (4%) e erva lignificada bambu (1%). A indicação da parte da planta utilizada para fins medicinais mais referida foram as cascas (40%) e as folhas (39%), seguido das raízes, semente, fruto, seiva (mel, resina no caso do jatobá e sangue ou leite vermelho quando se referem a sangra d’agua), colmo (estiro de taboca) e bulbo (dente de alho). As indicações terapêuticas atribuídas as plantas medicinais com maiores citações foram de ação anti-inflamatória e cicatrizante, tratamento de gripes e resfriados, reumatismo, rins, diabete, pressão alta, para afinar o sangue, dor de cabeça e sinusite.

As espécies nativas em que as cascas são utilizadas em preparações medicinais, que foram apontadas durante a turnê guiada com senhor Vicente foram: sangra d’agua (C. urucurana), barbatimão branco (S. adstringens), jatobá (H. courbaril ), jequitibá (C. rubra), aroeira (M. urundeuva) e cambará (V. haenkeana ), dentre as espécies em que são utilizadas as folhas destacaram carobinha (J. cuspidifolia), espinheira santa (M. truncata), lixeira (C. americana) e embaúba (C. pachystachya).

Quanto ao uso das espécies medicinais observou-se que não há uma padronização com relação à quantidade da planta a ser utilizada, “um pouquinho, três punhado, um punhadinho, um tantinho, uma colher, uma colherzinha, um copinho, um maço, um chumaço, um dente, cada interlocutor tem sua forma de preparo. De acordo com os mesmos a forma de preparo dos chás são diferentes, para beber, a água deve ser aquecida e quando começar a fervura desliga o fogo e coloca as folhas e abafa (infusão), o chá da casca do caule e as folhas que serão utilizadas para banho devem ser fervidos (decocção). As mesmas formas de preparo foram observadas em outros estudos, Moreira et al. (2002); Pinto et al. (2006); Cunha e Bortolotto (2011); Botini et al (2015) em que os informantes relataram, que o chá da casca deve ser preparado por decocção e as folhas por infusão.

As plantas medicinais citadas são utilizadas na preparação de chá para beber, chá para banho, chá para banho de assento, xaropes, garrafadas, banhos, macerados em compressas e in natura. No caso das plantas de pequeno porte como as herbáceas ocorre a utilização de toda a planta, o sumo é o extrato da maceração de folhas e caule que são coadas com um pano. A erva de Santa Maria (D. ambrosioides), é a mais utilizada pelo processo de maceração, como ressalta interlocutor 1 “socar bem e espremer com um pano”(um pedaço de tecido para a função de filtragem) isso para beber “(...) quando é machucadura soca ele bem e coloca e enrola um pano, pode até durmi” recomenda ele.

As espécies de médio e grande porte foram as mais citadas nesse estudo, apresentaram maior diversidade de uso medicinal. Hymenaea courbaril (Jatobá) apresentou o valor máximo de IR (2), Myracrodruon urundeuva, Tabebuia aurea (Silva Manso) e Croton urucurana (IR=1,25); Stryphnodendron adstringens (Mart.) Cecropia pachystachya, Cariniana rubra (IR=1,22); Aspidosperma cylindrocarpon (IR=1,17); Vochysia divergens e Pterodon emarginatus (IR=1,08); Hancornia speciosa, Lafoensia pacari (IR=1,04), as demais espécies apresentaram valor de IR abaixo de um.

Albuquerque et al. (2007), ressalta que do ponto de vista farmacológico, o IR pode ser considerado critério de seleção de plantas para estudos detalhados de suas atividades biológicas e farmacológicas. Em contrapartida do ponto de vista ecológico merecem atenção especial as espécies que possuem maior diversidade de uso, pois são as mais procuradas e passam por maior extrativismo.

As espécies destacadas com maior valor de IR são bastante procuradas pelas populações locais, possuem múltiplos usos e diferentes formas de preparo. Os interlocutores ressaltam que as plantas nativas eram a principal fonte medicinal recorrida e ainda são utilizadas atualmente, como pode ser observado no depoimento do senhor Abel.

(...) aqui eu ainda uso, mais de primeiro aqui curava só com remédio do mato, quando uma pessoa quebrava (fratura de estrutura óssea) ai era curado com melado de aroeira, fazia aqueles tirinho de taboca (colmo de bambu), pra colocar se fosse perna ou braço ai colocava o melado por cima e colocava um pano quando sarava, aquele melado soltava, quando bambiou tá são(sã), quando ele solta da pele já tá curado, então esse que era o remédio pra quebradura por aqui.... (senhor Abel, 68 anos, Porto Estrela).

Dentre as espécies mais utilizadas está o Jatobá, todos os interlocutores da pesquisa conhecem a planta e atribuíram algum uso, como pode ser observado nos relatos abaixo.

(...) planta mato, eu conheço um terno dele né, jatobá por exemplo a gente usa ele pra fazer xarope pra beber por causa de tosse, usa a casca e a seiva dele também é bom pra tosse é bom até pra tuberculose fazer o uso dele certinho... (Senhor João, 89 anos, Porto Estrela).

Da mesma forma o Sr. João reitera o potencial medicinal desta espécie;

O jatobá é bom pra fazer casa tirar viga dele pra fazer madeiramento de cima... O jatobá dá um fruto muito gostoso é saboroso, pro cê bater com leite e tomar é uma beleza é uma vitamina boa... (Senhor Abel, 68 anos, Porto Estrela).

Além do uso medicinal como pode ser observado na fala do Sr. Abel o jatobá também é incorporado na fonte de renda, com a venda de semente para confecção de artesanato local. O jatobá é uma espécie nativa do Brasil, com ampla distribuição nos biomas, é uma espécie de grande potencial econômico que fornece produtos de grande importância (Rizzini 1971), a madeira é resistente e de boa qualidade, a resina é utilizada na produção de verniz (Lisboa et al. 1991), a casca do caule, raiz e seiva são utilizada na medicina popular no tratamento de doenças relacionadas ao sistema respiratório (Salman et al. 2008; Vicente-Thiago et al. 2019).

O jatobá tem destaque em estudos etnobotânico realizados no Brasil (Guarim Neto 1997; Albuquerque e Andrade 2002; Pasa et al. 2005; Monteles e Pinheiro 2007; Gonçalves e Pasa 2015; Pasa 2011; Cunha e Bortolotto 2011; Vicente-Thiago et al. 2019), onde as populações locais fazem amplo uso da espécie. Descobertas científicas e de novos fármacos estão diretamente ligadas ao conhecimento popular (Diegues et al. 2000). Novos conhecimentos etnobotânicos são registrados a cada novo estudo, pois revela o conhecimento, uso e peculiaridade de cada população estudada acerca do recurso vegetal.

A espécie conhecida localmente como novateiro, (T. americana) obteve baixo valor de IR= 0,44, porém foi a única citada como preventiva e usada no tratamento de câncer de próstata. O novateiro possui hábito arbóreo, pertence à família Polygonaceae, é nativa do Brasil, está presente nos domínios fitogeogáficos Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica (Flora do Brasil 2020, 2019). Ocorre em solos úmidos e alagáveis, matas de galeria da floresta latifoliada semidecidua. (Lorenzi 2002).

Quanto ao uso medicinal de T. americana enquanto os interlocutores indicaram o uso para prevenção e tratamento de câncer de próstata na literatura não foram encontrados registros para esta finalidade, ressaltando um conhecimento local sobre o uso do novateiro. Na Bolívia há relatos de uso etnomedicinal das folhas e cascas do caule para inflamação de garganta (Vargas Ramires e Quintana Peñandra, 1995) Estudos etnobotânicos realizados por Pott et al. (2004) indicaram o uso para diarreia, disenteria referindo-se a plantas úteis para sobrevivência no Pantanal. Guarim Neto et al. 2008 citaram que o novateiro é espécie importante como indicadoras de matas ciliares.

De acordo com os bocutores todo “mato é um remédio”, porém há de se destacar que estudos farmacológicos são necessários para comprovar o real efeito fitoterápico das espécies utilizadas.

Considerações finais

Há uma grande diversidade de espécies de importância medicinal utilizadas pela população do estado de Mato Grosso, uma vez que o estado se caracteriza pela presença de três bioma possuindo grande biodiversidade. Por meio de pesquisa etnobotânica é possível conhecer o uso de espécies vegetais e todo conhecimento agregado, como novos registros de espécies utilizadas destacando T. americana citado pelos interlocutores para prevenção e tratamento de câncer de próstata, ressaltando conhecimento local sobre uso medicinal dessa espécie. O jatobá (Hymenaea courbaril) foi a espécie que apresentou maior diversidade de uso, é uma espécie de valor local, pois citaram elevado número de funções atribuídas a mesma.

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