TORNAR-SE MÃE:
IMPLICAÇÕES DA MATERNIDADE NO CONTEXTO DA PREMATURIDADE EM UMA UTI NEONATAL
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2179-7137.2020v9n2.49104Palavras-chave:
Maternidade; Prematuridade; Vínculo mãe-bebê; UTI neonatalResumo
Esta pesquisa tem como objetivo analisar os aspectos subjetivos que envolvem a vivência materna diante da hospitalização de um pré-termo, elucidando os caminhos percorridos na maternidade até a atualidade, considerando os sentimentos maternos que se manifestam devido as idealizações gestacionais, o impacto com o bebê real e o luto, e a perda do bebê imaginário, que pode alterar a percepção materna influenciando nas estratégias de elaboração do luto, devido a sentimentos desadaptativos. A busca do entendimento da dualidade do bebê imaginário e o real em torno do funcionamento psíquico da mãe, são necessários para o estudo em questão. Diante disso, propor-se-ia uma pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo por considerar os fenômenos tal como se apresentam a sua essência. A discussão ocorre sob a visão da terapia cognitivo comportamental no entorno de pensar a diferenciação da relação mãe e bebê em uma circunstância natural e na prematuridade, considerando o processo de luto vivido, ilustrando a nova dinâmica familiar estabelecida, as características do hospital maternidade, bem como visibilizando à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal responsável por proferir cuidados essenciais à sobrevivência do pré-termo e o papel da psicologia hospitalar que fornece escuta especializada e acolhimento frente aos conflitos vivenciados pela família na instituição. Diante do exposto, a preocupação, interesse e relevância desse texto, se caracteriza em entender como o suporte afetivo materno proporcionado está diretamente ligado ao desenvolvimento satisfatório da criança, e como isso, se intercomunica com a redução da taxa de óbitos neonatais
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