O CORPO FEMININO INVADIDO

Recortes da Construção Social de um Corpo Público/Objetificado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2179-7137.2020v9n2.49726

Palavras-chave:

corpo feminino; corporeidade; violência sexual; objetificação

Resumo

Trata-se de um trabalho interdisciplinar, a partir de um estudo bibliográfico, fundamentado em livros, artigos científicos e relatórios de pesquisas, que estabelece a interrelação entre as perspectivas da Saúde e do Direito, ao discutir o corpo feminino em um contexto sociohistórico. O objetivo desta pesquisa é analisar como algumas representações e imagens acerca do corpo feminino perduram no tempo e atualizam-se na sociedade brasileira contemporânea, reproduzindo velhas concepções e práticas violentas contra as mulheres. E, a partir disso, compreender os reflexos somatizados na identidade e na sexualidade deste corpo que se tornou alvo de invasões, as quais causam feridas que deixaram marcas profundas, como as disfunções sexuais. Entre os autores privilegiados no aporte teórico deste trabalho estão Colling (2015), Corso (2016), Labronici (2010) e Faundes (2007).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Taís Prass Cardoso, Feevale

Mestranda em Diversidade Cultural e Inclusão Social pela Universidade Feevale, na linha de pesquisa de Inclusão Social e Políticas Públicas, Bacharel em Direito pela Universidade Feevale, Advogada, Presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB/RS Subseção Taquara.

Anelise Mallmann

Mestranda em Diversidade Cultural e Inclusão Social pela Universidade Feevale, na linha de pesquisa de Saúde e Inclusão Social, Pós-Graduada em Fisioterapia Pélvica pela Faculdade Inspirar, Pós-Graduada em Cinesiologia pela UFRGS, Bacharel em Fisioterapia pela Universidade Feevale.

Margarete Fagundes Nunes

Doutora em Antropologia Social pela UFSC (2009), corpo docente do Programa em Diversidade Cultural e Inclusão Social e do Mestrado em Indústria Criativa, ambos da Universidade Feevale/RS.

Jacinta Sidegum Renner

Doutora em Engenharia de Produção com ênfase em Ergonomia, Professora/Pesquisadora do PPG em Diversidade Cultural e Inclusão Social, Graduada em Fisioterapia.

Referências

Abdo, C (2004), Estudo da vida sexual do brasileiro. 1ª ed. São Paulo: Ed. Bregantini.

Aveiro, Mariana Chaves; Garcia, Ana Paula Urdiales; Driusso, Patrícia (2009), Efetividade de intervenções fisioterapêuticas para o vaginismo: uma revisão da literatura. Fisioter. Pesq. 16(3), 279-83.

Beauvoir, Simone de (1970), O Segundo Sexo. 4º ed. São Paulo, SP: Difusão Europeia do Livro.

Beutel, Manfred; Stöbel-Richter, Y; Brähler, Elmar (2008), Sexual desire and sexual activity of men and women across their lifespans: results from a representative German community survey. BJU Int, 101(1), 76-82.

Binik, Yitzchak M; Bergeron, S; Khalifé, S. Dyspareunia e vaginismos (2007), So called sexual pain. In: Leiblun SR, editor. Principles and practice of sex therapy. New York: The Guilford Press, 124-56.

Brasil. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Estupro no Brasil: vítima, autores, fatores situacionais e evolução das notificações no sistema de saúde entre 2011 e 2014. Página consultada a 23.03.2019, em http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs/td_2313.pdf.

______. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Tolerância Social à Violência contra as Mulheres. Página consultada a 23.03.2019, em http://ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/SIPS/140327_sips_violencia_mulheres.pdf.

Bretschneider, JG.; Mccoy, NL. (1988), Sexual interest and behavior in healthy 80 to 102 year olds. Arch Sex Behav, 17(2), 109-29. 31.

Colling, Ana Maria (2015), A Construção Histórica do Corpo Feminino. Caderno Espaço Feminino.

Corso, Diana (2016), O Insuportável do Corpo Feminino. Café Filosófico CPFL, 4 de dezembro. Página consultada a 14.05.2019, em https://www.youtube.com/watch?v=oHiLo8nTyT0.

Drezett, Jefferson; Caballero, M; Juliano, Y; Prieto, Et; Marques, Já; Fernandes, CE. (2001). Estudo de mecanismos e fatores relacionados com o abuso sexual em crianças e adolescentes do sexo feminino. J. Pediatric, 77(5), 413-419: Rio de Janeiro.

Facuri, Cláudia de Oliveira et al (2013), Violência sexual: estudo descritivo sobre as vítimas e o atendimento em um serviço universitário de referência no Estado de São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública. 29(5), 889-898. ISSN 0102-311X. Página consultada a 22.05.2019, em http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2013000500008.

Faravelli, Carlo; Giugni, Alice; Salvatori, Stefano; Ricca, Valdo (2004). Psychopathology after rape. J. Psychiatry, (161), 1483-85.

Faubion, Stephanie S.; Rullo, Jordan E. (2015), Sexual dysfunction in women: a practical approach. Am Fam Physician, 92(4):281-8.

Faúndes, Aníbal; Rosas, Cristião Fernando; Bedone, Aloísio José; Orozco, Luis Távara (2006), Violência sexual: procedimentos indicados e seus resultados no atendimento de urgência de mulheres vítimas de estupro. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 28(2), 126-135.

Freud, Sigmund (2016), Estudos sobre a histeria (1893-1895), Coautoria com Josef Breuer. Obras completas, 2, trad. Laura Barreto; revisão da tradução Paulo César de Souza. 1a ed. São Paulo: Companhia das Letras.

Frohlich, Penny; Meston, Cindy M. (2005), Fluoxetine-induced changes in tactile sensation and sexual functioning among clinically depressed women. J. Sex Marital ther, 31(2), 113-28.

Goellner, Silvana Vilodre (2015), Corpo. In: Dicionário Crítico de Gênero. Dourados: UFGD.

González, Marcela; Viáfara, Glória; Caba, Fresia; Molina, Temistócles; Ortiz, Carlos (2006), Libido and orgasm in middle-aged woman. Maturitas, 53(1), 1-10.

Graziottin, Alessandra (2007), Prevalence and evaluation of sexual health problems HSDD in Europe. J Sex Med, 4 Suppl 3, 211-9. 37.

Grosse, Dominique; Sengler, Jean (2002), Reeducação Perineal. São Paulo: Manole, 143.

Kaplan, Harold I.; Sadock, Jamie B. (1990), Compêndio de psiquiatria. 2. ed. Tradução de Maria Cristina Monteiro e Daise Batista. Porto Alegre: Artes Médicas.

Labronici, Liliana Maria (2002), Eros propiciando a compreensão da sexualidade das enfermeiras. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina.

Labronici, Liliana Maria (2010), Significado da violência sexual na manifestação da corporeidade: um estudo fenomenológico. Rev. Esc. Enferm. USP, 44(2), 401-6. Página consultada a 22.05.2019, em http://www.ee.usp.br/reeusp/.

Lara, Lúcia Alves da Silva; Silva, Ana Carolina Japur de Sá Rosa; Romao, Adriana Peterson Mariano Salata; Junqueira, Flavia Raquel Rosa (2008), Abordagem das disfunções sexuais femininas. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. .30(6), 312-321. Página consultada a 14.09.2019, em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032008000600008&lng=en&nrm=iso.

Leiblum, Sandra R. (2010), Treating Sexual Desire Disorders A Clinical Casebook. Edited by Sandra. R. Leiblum, ISBN 9781606236369.

Lopes, Gerson; Goodson, Leonardo; Cavalcanti, Silvia (1995), Sexologia e Ginecologia. Rio de Janeiro: Medsi, 37-159.

Martins, Christine Baccarat de Godoy; Jorge, Maria Helena Prado de Mello (2011), Abuso Sexual na infância e na adolescência: perfil das vítimas e agressores em municípios do sul do Brasil. Texto & Contexto [Internet]. 2011 Nov [cited 2011 July 17];19(2), 246-55.

Masters, William H.; Johnson, Virginia E. (1976), A incompetência sexual. 2ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Matos, Maria Izilda S. de; Soihet, Rachel (2003), Uma breve história das representações do corpo feminino na sociedade. São Paulo: Ed. da UNESP, 222.

Mattar, Roseane e colaboradores (2007), Assistência multiprofissional à vítima de violência sexual: a experiência da Universidade Federal de São Paulo. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 23(2), 459-464.

Medeiros, Maicon Wronski; Braz, M.M.; Brongholi, K (2004), Efeitos da fisioterapia no aprimoramento da vida sexual feminina. Rev. Fisioterapia, 5, 188-93. Brasil.

Merleau-Ponty, Maurice (1999), Fenomenologia da percepção. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes.

Molina, M; Rojas, E; Escobar, D (2002), Dolor pelvico cronico: Un desafío interesante. Fronteras en Obstetricia y Ginecología, 2, 32-9.

Oliveira, Eliany Nazaré; Bessa, Maria Salete; Rene, Jorge V (2007), Violência contra a mulher: sofrimento psíquico e adoecimento mental. Fortaleza, 8(2), 93-100, maio/ago.2007-93-100. ISSN: 1517-3852. Consultado a 23.09.2019 em https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=324027958012.

Organização Mundial de Saúde (OMS) (1993). Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10: descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre: Artes Médicas.

Pablo, Cristina; Soares, Catarina (2004), As disfunções sexuais femininas. Dossier problemas sexuais. Ver. Port. Clin. Geral, 20, 357-70.

Pereira, AP (2007), Sexualidade em mulheres vítimas de violência sexual. Dissertação de Mestrado, Unicamp. Campinas, SP.

Perrot, Michele (2003), Os silêncios do corpo da mulher. In: MATOS, Maria Izilda S de; SOIHET, Raquel (Orgs.) O corpo feminino em debate. São Paulo: Editora Unesp, 13-28.

Rabelo, ALG (2003), Proposta de tratamento fisioterapêutico através de exercícios perineais para mulheres com anorgasmia secundária. Rev. Fisiobrasil, 57, 6-11.

Rodenberg, Cynthia A.; Barton, Ian P.; Rosen, Raymond C. (2006), Hypoactive sexual desire disorder in postmenopausal women: US results from the Women’s International Study of Health and Sexuality (WISHeS). Menopause, 13(1), 46-56.

Rosa E Silva Acjs, Sá Mfs (2006), Efeitos dos esteróides sexuais sobre o humor e a cognição. Rev Psiquiatr Clin. São Paulo, 33(2):60-7. 33.

Sacramento, Sandra. Del Priore, Mary (2006), História do amor no Brasil. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, 14(1). ISSN 1806-9584. Página consultada a 10.09.2019, em https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/S0104-026X2006000100022/7620.

Sousa, Renata Floriano de (2017), Cultura do estupro: prática e incitação à violência sexual contra mulheres. Rev. Estud. Fem., Florianópolis, 25(1), 9-29. Página consultada a 10.06.2019, em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2017000100009&lng=en&nrm=iso.

Stotland, Nada L (2002), Menopause: social expectations, women’s realities. Arch Womens Ment Health, 5(1), 5-8. 34.

Van Berlo, Willy; Ensick, B (2000), Problems with sexuality after sexual assault. Ann Rev Sex Res., 11, 235-57.

Viana LC., Martins M, Gerber S (2000), Ginecologia. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Medsi, 261-75.

Villela, Wilza V.; Lago, Tânia (2007), Conquistas e desafios no atendimento das mulheres que sofreram violência sexual. Cad Saúde Pública, 2007;23(2), 471-5.

Warnock, Julia JK (2002), Female hypoative sexual desire disorder. Epidemiology, diagnosis and treatment. CNS Drugs, 16 (11), 745-53.

Publicado

2020-02-20

Como Citar

PRASS CARDOSO, T.; MALLMANN, A.; FAGUNDES NUNES, M.; SIDEGUM RENNER, J. O CORPO FEMININO INVADIDO: Recortes da Construção Social de um Corpo Público/Objetificado. Gênero & Direito, [S. l.], v. 9, n. 2, 2020. DOI: 10.22478/ufpb.2179-7137.2020v9n2.49726. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/ged/article/view/49726. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Direitos Humanos e Políticas Públicas de Gênero