PENSAR O GÉNERO NA PUBLICIDADE: PERCEPÇÕES DE ESTUDANTES DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS

Autores

  • Ana Reis Jorge Centro Interdisciplinar em Ciências Sociais da Universidade do Minho (CICS.Nova/UMinho)
  • Carla Cerqueira Centro de Estudos em Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho (CECS-UMinho)
  • Sara I. Magalhães Centro de Psicologia da Universidade do Porto (CPUP)

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2179-7137.2017v6n1.35627

Palavras-chave:

Publicidade. Género. Jovens. Portugal.

Resumo

Neste artigo discutem-se resultados do projeto PubliDiversidade . Após a realização de grupos focais com jovens universitárias/os da área de comunicação, analisaram-se as suas percepções relativamente à dimensão de género na publicidade, enfatizando também as estratégias de auto e hetero-regulação existentes. Concluiu-se pela escassez de perspetivas críticas e de rutura face a representações genderizadas em anúncios publicitários, subtraindo-as a imperativos sociais e de mercado, embora algumas/alguns participantes tenham apresentado discursos que remetem para alguma reflexividade. Neste sentido, o estudo aponta para a necessidade de ampliação de uma literacia publicitária crítica, com previsível impacto na edificação de uma publicidade pautada pela igualdade de género.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Almeida, João Ferreira de (2013), Desigualdades e perspetivas dos cidadãos. Portugal e a Europa. Lisboa: Editora Mundos Sociais.

Amâncio, Lígia (1994), Masculino e feminino: construção social da diferença. Porto: Edições Afrontamento.

Arnaut, Catarina (2011), As questões de Género na Publicidade: percepções de estudantes e profissionais das área do Marketing e da Publicidade [Dissertação de Mestrado não publicada]. Gestão de Serviços, Faculdade de Economia, Universidade do Porto, Porto, Portugal.

Baker, Christina N. (2005), “Images of Women's Sexuality in Advertisements: A content analysis of Black- and White-Oriented Women's and Men's Magazines”, Sex Roles, 52(1/2), 13-27.

Betterton, Rosemary (1987), “Introduction: Feminism, Femininity and Representation”, in Rosemary Betterton (Ed.), Looking on, Images of Femininity in the Visual Arts and the Media. London: Pandora, 1-17.

Braun, Virginia; Clarke, Vitoria (2013), Successful qualitative research: A practical guide for beginners. Los Angeles|London|New Delhi|Singapore|Washington, DC: Sage Publications.

Cabecinhas, Rosa (2007), Preto e Branco. A naturalização da discriminação racial. Porto: Campo das Letras.

Cerqueira, Carla & Cabecinhas, Rosa (2012). `Políticas para a igualdade entre homens e mulheres nos media: da (inov)ação legislativa à mudança social'. Ex Aequo, 25: 105-118.

Cerqueira, Carla (2012), Quando elas (não) são notícia: mudanças, persistências e reconfigurações na cobertura jornalística sobre o Dia Internacional da Mulher em Portugal (1975-2007) [Tese de Doutoramento não publicada]. Ciências da Comunicação, Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho, Braga, Portugal.

Cerqueira, Carla (2014), “Os média, os públicos e os discursos de género: (in)visibilidades, linguagens e protagonistas”, in, Ana M. Jorge, Carla Cerqueira & Sara I. Magalhães (Eds), PubliDiversidade. Representações Sociais e Igualdade de Género na Publicidade. Braga: UMAR, 7-16.

CIDM (2005), Estratégias Internacionais para a Igualdade de Género: a Plataforma de acção de Pequim (1995-2005). Lisboa: Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres.

Creedon, Pamela & Cramer, Judith (2007), Women in Mass Communication. Cresskill, Nova Iorque: Hampton Press.

Crenshaw, Kimberlé (2002), “Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao género”, Estudos feministas, 1, 171-189.

Cronin, Anne (2000), Advertising and Consumer Citizenship. London: Routledge.

Davis, Simon (1990), “Men as Success Objects and Women as Sex Objects: A Study of Personal Advertisements”, Sex Roles 23(1/2), 43-50.

Esteves, João Pissarra (2003), Espaço público e democracia. Lisboa: Edições Colibri.

Faludi, Susan (1991), Backlash. The Undeclared War Against Women. Nova Iorque: Crown Publishers.

Fraser, Nancy (1990), “Rethinking the Public Sphere: A Contribution to the Critique of Actually Existing Democracy”, Social Text, 25/26, 56-80.

Gallagher, Margaret (1995), “O imperialismo de baton e a nova ordem mundial: as mulheres e os media no fim do séc. XX”, in Maria João Silveirinha (Ed.), As mulheres e os Media. Lisboa: Livros Horizonte, 69-96.

Gallagher, Margaret (2001), Gender Setting. News agenda for media monitoring and democracy. London: Zed Press.

Gallego, Juana (2013), De reinas a ciudadanas: motor o rémora para la igualdad. España: Aresta.

Goffman, Erving (1979), Gender advertisements. Cambridge: Harvard University Press.

Gondim, Sônia (2003), “Grupos Focais como técnica de investigação qualitativa: desafios metodológicos”, Paidéia, 12(24), 149-161.

González, Martin et al. (1991), La publicidade, desde el consumidor. Bizkaia: Eroski.

Habermas, Jürgen (1962, trans. 1989), The Structural Transformation of the Public Sphere: An Inquiry into a category of Bourgeois Society. Cambridge: Polity Press.

Hall, Stuart (1980), “Encoding/Decoding”. In Stuart Hall, Dorothy Hobson, Andrew Lowe & Paul Willis (Eds.), Culture, media, language. London: Hutchinson, 128–138.

Hall, Stuart (1997), “The work of representation”, in Stuart Hall (org.), Representation. Cultural representation and cultural signifying practices. London/Thousand Oaks/New Delhi: Sage/Open University, 1-74.

Januário, Soraia (2016), Masculinidades em (Re)Construção. Gênero, Corpo e Publicidade. Covilhã, Labcom.

Januário, Soraia; Cascais, António Fernando (2012), “O corpo masculino na Publicidade: uma discussão contemporânea”, Comunicação e Sociedade, 21, 135 – 148.

Jodelet, Denise (1989), “Les représentations sociales : un domaine en explanation”, in Denise Jodelet (eds.) Les representations sociales. Paris: PUF, 47-78.

Kellner, Douglas; Share, Jeff (2005), “Toward Critical Media Literacy: Core concepts, debates, organizations, and policy”. Discourse: studies in the cultural politics of education, 26(3), 369_386

Kellner, Douglas; Share, Jeff (2007), “Critical media literacy is not an option”, Learning Inquiry, 1(1), 59-69.

Killbourne, Jean (1999), Deadly Persuasion: Why Women and Girls Must Fight the Addictive Power of Advertising. New York: Free Press.

Lazar, Michelle (2014), “Recuperating feminism, reclaiming femininity: hybrid postfeminist I-dentity in consumer advertisements”. Gender & Language, 8(2), 205–224.

Lobo, Paula & Cabecinhas, Rosa (2013), “Perspetivas de género no acesso ao espaço público mediatizado: refletindo sobre os conteúdos noticiosos do telejornal”, Estudos em Comunicação, 13, 195-236.

Lopes, Paula (2011), “Literacia(s) e literacia mediática”. CIES e-Working Paper N. 110/2011. Consultado a 18.11.2016, em: http://www.cies.iscte.pt/destaques/documents/CIES-WP110_Lopes.pdf

Lorenzi-Cioldi, Fabio (2002), Les représentations des groupes dominants et dominés. Collections et agrégats. Grenoble: Presses Universitaires de Grenoble.

Louro, Guacira (2003), “Corpos que escapam”. Estudos feministas. Consultado a 18.11.2016, em: http://www.pibid.ufpr.br/pibid_new/uploads/edfisica2011/arquivo/243/corpos_que_escapam.pdf

Lippman, Walter (1922), Public opinion. Nova Iorque: MacMillan.

Machado, Helena; Santos, Filipe (2009), “A moral da justiça e a moral dos media: Julgamentos mediáticos e dramas públicos”. Oficina do CES, 333, 1-18. Consultado a 17.11.2015, em: http://www.ces.uc.pt/publicacoes/oficina/ficheiros/333.pdf.

Magalhães, Sara I. (2016), Como ser uma Ragazza. Discursos de sexualidade numa revista para raparigas adolescentes. Saarbrücken: NEA – Novas Edições Acadêmicas.

Magalhães, Sara I. (2014), “Análise de anúncios publicitários em revistas estilo de vida portuguesas – um estudo de caso”, in, Ana M. Jorge, Carla Cerqueira & Sara I. Magalhães (Eds), PubliDiversidade. Representações Sociais e Igualdade de Género na Publicidade. Braga: UMAR, 17-33.

Magalhães, Sara I. (2011), Como ser uma Ragazza. Discursos de sexualidade numa revista para raparigas adolescente. [Tese de Doutoramento não publicada], Psicologia da Educação, Escola de Psicologia, Universidade do Minho, Braga, Portugal.

Marshment, Margaret (1993), “The Picture is Political: Representation of Women in Contemporary Popular Culture”, in Diane Richardson & Victoria Robinson (Eds.), Introducing Women’s Studies. London: Macmillan Press, 123-150.

Martins, Mafalda S. (2016), A representação do corpo feminine na publicidade: um estudo de caso na revista ACTIVA. [Relatório de Estágio não publicado], Comunicação e Jornalismo, Faculdade de Letras, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal.

Morgan, David (1997), Focus group as qualitative research. Qualitative Research Methods Series. London: Sage Publications.

Moscovici, Serge (1981), “Social Representations, Social Cognition”, in Joseph Forgas (ed.), Social Cognition-Perspectives on everyday understanding. Londres: Academic Press, 181-209.

Mota Ribeiro, Silvana (2010), Do outro lado do espelho: imagens e discursos de género nos anúncios das revistas femininas, uma abordagem socio-semiótica visual feminista. [Tese de Doutoramento não publicada]. Ciências da Comunicação, Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho, Braga, Portugal.

Neves, Sofia; Nogueira, Conceição. (2003). "A psicologia feminista e a violência contra as mulheres na intimidade: a (re)construção dos espaços terapêuticos", Psicologia & Sociedade 15(2), 43 - 64.

Pereira, Sara et al. (2014), Referencial de Educação para os Media para a Educação Pré-escolar, o Ensino Básico e o Ensino Secundário. Lisboa: Ministério da Educação e Ciência.

Rasquilha, Luís (2009), Publicidade. Lisboa: Gestão Plus.

Reichert, Tom et al. (2007), “A Test of Media Literacy Effects and Sexual Objectification in Advertising”, Journal of Current Issues an Research in Advertising, 29(1), 81-92.

Ross, Karen (2009), Gendered Media: Women, Men, and Identity Politics: Maryland: Rowman & Littlefield Publishers.

Rozendaal, Esther et al. (2011), “Reconsidering Advertising Literacy as a Defense Against Advertising Effects”, Media Psychology, 14(4), 333-354.

Soley, Lawrence; Craig, Robert (1992), “Advertising Pressures on Newspapers: A Survey”, Journal of Advertising, 21(4), 1-10.

Silva, Manuel Carlos (2008), “Desigualidades de género”. Configurações, 4, 65-89.

Subtil, Filipa (2009), ‘Anotações sobre o processo de feminização da profissão de jornalista na década de 1990’ in Garcia, José Luís (org.) Estudos sobre os jornalistas portugueses: metamorfoses e encruzilhadas no limiar do século XXI. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais: 93-108.

Tajfel, Henri (1982), Social Identity and Intergroup Relations. Cambridge: Cambridge University Press.

Thomas, Elizabeth; Jolls, Tessa. (2004), “Media Literacy – A National Priority for a Changing World”, American Behavioral Scientist, 48(1), 18-29.

Thornham, Susan (1998), ‘Feminist Media and Film Theory’ in Jackson, Steve & Jones, Jackie (eds.) Contemporary Feminist Theories. Edimburgo: Edinburgh University Press.

Tuchman, Gaye (1979), “Introduction: the symbolic annihilation of women by mass media”, in Gaye Tuchman et al. (Org.), Hearth and Home: Images of Women in the Mass Media. New York: Oxford University Press, 3-38.

Van Dijk, Teun (1991), Racism and the Press. Nova Iorque: Routledge.

Van Zoonen, Lisbeth (1994), Feminist Media studies. Newbury Park, CA: SAGE.

Veríssimo, Jorge (2005), “A mulher “objecto” na publicidade”, Livro de actas do IV Congresso SOPCOM - Repensar os media: novos contextos da comunicação e da informação. Aveiro: Universidade de Aveiro, 1701-1721.

Zacchetti, Matteo (2011), “Literacia mediática: uma abordagem europeia”, comunicação apresentada no Congresso Literacia, Media e Cidadania, Braga.

Zawisza, Magdalena; Cinnirella, Marco (2010), “What Matters More – Breaking Tradition or Stereotype Content? Envious and Paternalistic Gender Stereotypes and Advertising Effectiveness”, Journal of Applied Social Psychology, 40(7), 1767-1797.

Publicado

2017-11-30

Como Citar

JORGE, A. R.; CERQUEIRA, C.; MAGALHÃES, S. I. PENSAR O GÉNERO NA PUBLICIDADE: PERCEPÇÕES DE ESTUDANTES DO ENSINO SUPERIOR PORTUGUÊS. Gênero & Direito, [S. l.], v. 6, n. 1, 2017. DOI: 10.22478/ufpb.2179-7137.2017v6n1.35627. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/ged/article/view/35627. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Mídia, Gênero & Direitos Humanos