TY - JOUR AU - Silveira, Vanalucia Soares da PY - 2018/12/28 Y2 - 2024/03/29 TI - A (des)construção do self em A paixão segundo G.H.: travessias melancólicas JF - Letras et Ideias JA - Let. Ideias VL - 2 IS - 2 SE - Artigos DO - 10.22478/ufpb.2595-7295.2018v2n2.45096 UR - https://periodicos.ufpb.br/index.php/letraseideias/article/view/45096 SP - 146-159 AB - <p>A busca para ser engendra o enredo do romance <em>A Paixão segundo G.H.</em>, da autora brasileira Clarice Lispector. A protagonista, de identidade abreviada, desemboca em um processo de des(construção) do <em>Self</em>, despertado pelo fenômeno de identificação projetiva com uma barata, na tentativa de encontrar um significante para si. G.H. faz travessias melancólicas, mergulha em um desabamento interior, desmantelando-se em um jogo entre ausência e presença, verdade e falsidade, com o fito de nomear a Coisa que habita o seu <em>Self</em>. Nisso, desliza-se sucessivamente, constrói-se, desconstrói-se e reconstrói-se na fantasia do retorno às origens, para sempre perdidas, percorrendo, assim, um movimento narcísico de incapacidade de superação do luto arcaico. G.H. desloca-se incessantemente, arremessa-se ao abismo melancólico, à presença do Nada, do Vazio; em seu seio letal, em núpcias com a Morte, luta para nomear o seu transbordamento de dor. Em suplência dessa voz, que não escutamos, e com as contribuições teóricas, sobretudo, de Freud (2016), Klein (1996; 1974), Gomes (2017), Kristeva (1989) e Derrida (1981; 2002), objetivamos analisar as travessias esteticamente melancólicas de G.H. em seu processo de (des)construção do <em>Self</em>. Para tanto, deslizamos pelos conceitos de melancolia, S<em>elf</em>, desconstrução e sustentação. Destarte, a proposta não é buscar um significante para a Coisa, dar-lhe um lugar, mas compreendê-la no terceiro espaço, nos interstícios, na zona fronteiriça, onde o <em>Self</em> continuamente se movimenta.</p> ER -