LIMITES E CONTRIBUIÇÕES DO USO DA EME PARA PESQUISAS DE CUNHO QUALITATIVO NA AQUISIÇÃO DO PB

Autores

  • Alessandra Del Ré UNESP
  • Rosângela Nogarini Hilário UNESP

Resumo

Este trabalho tem por objetivo responder à seguinte questão: como colocar em paralelo, no momento da análise dos dados, crianças que estão em momentos diferentes do processo de aquisição da linguagem e/ou que pertencem à populações diferentes (crianças monolíngues, bilíngues, com distúrbios de linguagem etc.)? Para responder a essa questão, discutiremos as vantagens e limitações de se adotar uma medida como o MLU, do inglês Mean Length of Utterance, ou EME como foi nomeada no Brasil, proposta por Roger Brown (1973), bem como de outras similares, verificando a efetiva contribuição das mesmas para os estudos na área e levantando uma proposta de adaptação para os estudos de natureza qualitativa.Em um primeiro momento, retomamos o estudo dos critérios propostos por Brown (1973), Scliar-Cabral (1976), Parker e Brorson (2005), Parisse e Le Normand (2006) e Araújo (2007), e de estudiosos da morfologia do PB, como Câmara Jr (2009), Monteiro (2002) e Kehdi (1990), entre outros, para, em seguida, partindo de um ponto de vista dialógico-discursivo (BAKHTIN, 2006; BAKHTIN/VOLOSHINOV, 1992, 1981), trazermos um exemplo de pesquisa que trata do plural no processo de aquisição da linguagem (HILÁRIO 2010, 2011b, 2012). As reflexões apontam para o fato de que a EME pode ser uma medida útil para as pesquisas em aquisição da linguagem, feitas as devidas adaptações e levando-se em conta todos os problemas que lhe são inerentes, especialmente se somada a outros fatores – como a idade, o número de tipos/ocorrências, o limite máximo de itens por enunciado etc. –, porém não como único parâmetro de análise. Visto que a EME pode variar de acordo com as condições de produção e não refletir as mudanças qualitativas no discurso infantil, outros fatores devem ser analisados, como o contexto discursivo, os participantes envolvidos etc.

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Publicado

2014-06-03

Como Citar

Ré, A. D., & Hilário, R. N. (2014). LIMITES E CONTRIBUIÇÕES DO USO DA EME PARA PESQUISAS DE CUNHO QUALITATIVO NA AQUISIÇÃO DO PB. PROLÍNGUA, 8(2). Recuperado de https://periodicos.ufpb.br/index.php/prolingua/article/view/19327

Edição

Seção

Artigos