OS FRAMES BIOMÉDICO E BIOPSICOSSOCIAL EM DISCURSOS SOBRE A DOENÇA DE ALZHEIMER
Resumo
Por entendermos que as concepções sobre a Doença de Alzheimer (DA) afetam a qualidade de vida que as pessoas diagnosticadas e seus familiares podem ter, nosso objetivo nesta pesquisa foi investigar como as pessoas que lidam com a DA cotidianamente a concebem; quais frames (biomédico ou biopsicossocial) elas evocam; e, se os discursos dessas pessoas demonstram mudanças de perspectiva em progresso. No contexto desta pesquisa qualitativa que se fundamenta no quadro teórico de uma perspectiva sociocognitiva, dois médicos, dois especialistas não médicos e dois leigos (cuidadores familiares) foram entrevistados. Para identificarmos os termos que evocam frames, observamos as escolhas linguísticas utilizadas para referenciar, categorizar e predicar sobre a doença, além de havermos analisado metáforas. Observamos que os entrevistados não aderem a um modelo ou outro de concepção da DA: os participantes parecem refletir sobre diferentes questões com base ora em um modelo, ora em outro, ora em suas próprias experiências (e.g. para explicar a DA, recorrem ao modelo biomédico; para entender o doente e as implicações da doença, pautam-se no modelo biopsicossocial). Com relação à possibilidade de mudança de percepção da DA, concluímos que tanto o metadiscurso científico da literatura dedicada ao tema quanto os frames associados aos discursos e às experiências dos nossos entrevistados indicam que o frame epistêmico da DA é ainda o das Ciências Naturais, por mais que seja possível notar tendências de superação de um biologismo reducionista de tipo organicista ou fisicalista.Downloads
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Publicado
2016-09-14
Como Citar
Siman, J. H., & Morato, E. M. (2016). OS FRAMES BIOMÉDICO E BIOPSICOSSOCIAL EM DISCURSOS SOBRE A DOENÇA DE ALZHEIMER. PROLÍNGUA, 11(1). Recuperado de https://periodicos.ufpb.br/index.php/prolingua/article/view/30626
Edição
Seção
Artigos