A RACIONALIDADE NEOLIBERAL E A FORMA DE GESTÃO DA BIOPOLÍTICA:
o processo de uberização das condições de trabalho nas cidades na era do capitalismo de vigilância
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1983-9979.2023v18n1.66666Palavras-chave:
Racionalidade neoliberal, biopolítica, uberização, tecnopolíticas, capitalismo de vigilânciaResumo
A partir das discussões de racionalidade neoliberal e de gestão da biopolítica de Michel Foucault encontrados, principalmente, nos cursos O nascimento da Biopolítica (2008a) e Segurança, Território e População (2008b), pretendemos, a partir deste artigo, i) apresentar as definições dos conceitos de racionalidade neoliberal e de biopolítica; ii) delinear os desdobramentos destes conceitos a partir da contemporaneidade no chamado capitalismo de vigilância e iii) analisar os estabelecimentos destas noções por meio do processo de uberização do sistema de trabalho nas cidades e das tecnopolíticas. Neste artigo, pretendemos contribuir para a área dos estudos discursivos foucaultianos ao analisar o depoimento do líder do movimento Breque dos Apps (2020), Paulo Galo, em entrevista à Gama Revista (2021), na qual relata as formas de trabalho estabelecidas. O artigo parte do método arqueogenealógico de Michel Foucault para demonstrarmos, a partir destas falas, as reconfigurações do sistema capitalista ao ser somado à racionalidade neoliberal e a uma forma de controle dos corpos por meio das novas tecnologias e dos algoritmos, focalizando os riscos e as perdas de direitos da classe trabalhadora.