HYDROGRAPHIC CONDITIONS, COMPOSITION AND DISTRIBUTION OF PLANKTON IN RELATION TO POTENTIAL RESOURCES OF PARAÍBA RIVER ESTUARY.

Autores

  • K. V. Singarajah

Resumo

O presente trabalho relata, de maneira resumida, as pesquisas realizadas sobre as condições hidrológicas, composição e abundância de planctos em relação aos recursos em potencial do estuário do Rio Paraíba. A salinidade vertical estratificada foi observada na boca do rio e nas áreas portuárias, enquanto que o gradiente da salinidade horizontal diminui na superfície das águas do estuário em direção à terra, e por sua vez, é muito influenciado pelas condições meteorológicas. A distribuição da temperatura da superfície também mostra um gradiente horizontal, mas esta tendência diminui em direção ao mar. A visibilidade e os valores de pH geralmente aumentam na direção do mar. Os segumentos do estuário, particularmente os das estações 2 e 3 são extremamente ricos em fragmentos orgânicos e nutrientes que atuam diretamente na produtividade dos planctos, especialmente nas algas microscópicas. As águas do oceano Atlântico penetram no estuário, elevando consequentemente, as águas do rio para uma superfície que se extende em direção ao mar, além da boca do rio. Foi observado um total de 87 organismos planctônicos pertencentes aos dois grupos principais de fito- e zooplanctos. Foram registradas as suas flutuações sazonais e os totais comparados em relação às variações de temperatura e salinidade. A média do total observado variou entre 270.000 e 1.050.000 por 100 ml. Entre os fitoplanctos, as algas microscópicas se constituem no componente mais comum e dominante. Cosinodiscus centralis, Cosinodiscus sp., Streptotheca tamesis e Skeletonema costatum foram as algas mais abundantes e frequentes. Outras algas de certa abundância numérica foram Ditylum brightwellii, Bidduphia sinensis, Gyrosigma sp., Melosira sulcata e Chaetoceros. As Cosinodiscus centralis e as Gyrosigma sp. geralmente mostraram uma concentração crescente à medida que aumentava a distância para o mar, ou seja, com uma salinidade decrescente. Esta tendência foi mais notada com a Gyrosigma sp. O segundo grupo abundante de fitoplanctos foi o dos Dinophyceae com Ceratium fturca sendo a espécie mais comum e dominante. Outros grupos encontrados em menores números foram Silicoflagellates e Cyanophycea. A sazonalidade dos zooplanctos foi relativamente mais uniforme que a dos fitoplanctos. Entretanto, duas tendências altistas foram observadas, a primeira em outubro e a segunda em dezembro e janeiro. A média do total de planctos variou entre 100.000 e 510.000 por 100 ml. Mas estes foram dominados por copépodes. (De 40 a 66%). Os copépodes calanóide foram mais numerosos, e representados principalmente pelos Labidocera fluviatilis, Eucalanus elongatus, Acartia longiremis, Temera stylifera e Centropages furcata. Outros copépodes observados foram harpacticóide, Euterpina acutifrons, os ciclopáides Oithona e Copilia, em ordem aparente da sua abundância numérica. Os Copepoda Calanoida geralmente aumentaram em número em direção ao mar, enquanto que os harpacticóides Euterpina acutifrons foram distribuídos em mais segmentos do estuário, próximo ao mar, e parecem preferir uma salinidade decrescente. A larva Crustacea dominou, particularmente a estação 2, onde águas de origens diversas se misturam e nestas condições aparentam favorecer a desova bem como o processo de desenvolvimento dos crustáceos. Outros zooplanctos mais comumente encontrados em abundância foram os celenterados incluindo os Ctenophora, porém estes últimos sempre dominantes nas estações 3 e 4, talvez por uma preferência ao reduzido pH da água. Os náuplios de cirripédios foram encontrados em tal abundância que excederam a 80% da população dos zooplanctos, especialmente na estação 5. A estação 6 foi sempre dominada por chiados (60%), tintinídeos e cladóceros, em abundância numérica. Os rerultados encontrados até agora não evidenciam uma correlação direta entre a produção de algas microscópicas e a abundância de zooplanctos no sistema do estuário. O que ocorre, entretanto, é uma relação inversa nas águas costeiras e nas águas das bocas dos rios. A enorme quantidade de algas microscópicas produzidas no estuário, influenciada por ricos nutrientes, é provavelmente consumida por peixes herbívoros do oceano, família Mugilidae, crustáceos, como pitús e camarões, e os ricos moluscos bênticos particularmente os mariscos. Alguns destes últimos, formam os recursos econômicos do estuário com grande potencial comercial. Os Chaetognatha foram enormemente representados pela Sagitta enfiam. Estes resultados são de importância considerável para as futuras investigações nesta área.

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Publicado

1978-06-01

Edição

Seção

Artigos