Saeculum https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh <p><em>Sæculum</em> - Revista de História é publicada pelo <a href="https://sigaa.ufpb.br/sigaa/public/curso/portal.jsf?id=1626832&amp;lc=pt_BR">Departamento de História da UFPB</a> desde 1995 e, a partir de fins de 2004, passou a ser também o periódico do <a href="http://www.ufpb.br/pos/ppgh">Programa de Pós-Graduação em História</a>. Com uma periodicidade semestral, a revista tem uma linha editorial direcionada à publicação de pesquisas inéditas e ao debate no campo da História e da Cultura Histórica em suas diversas interfaces, abrindo espaço para o diálogo entre pesquisadores(as) do Brasil e do exterior.</p> <p>A <em>Sæculum</em> é indexada no <a href="https://latindex.org/latindex/ficha/26959" target="_blank" rel="noopener">Latindex</a>, <a href="https://scholar.google.com.br/citations?user=DJANGzAAAAAJ&amp;hl=pt-BR">Google Scholar</a>, <a href="https://www.ebscohost.com/titleLists/hsi-subject.pdf">EBSCO</a>, <a href="https://portal.issn.org/resource/ISSN/2317-6725">ROAD</a>, <a href="http://ezb.ur.de/ezeit/searchres.phtml?bibid=AAAAA&amp;colors=7&amp;lang=en&amp;jq_type1=QS&amp;jq_term1=saeculum+revista">EZB,</a> <a href="https://diadorim.ibict.br/handle/1/3257">Diadorim</a> e na <a href="https://cariniana.ibict.br/">Rede Cariniana</a>.</p> Universidade Federal da Paraíba pt-BR Saeculum 0104-8929 A revista <i>Sæculum</i> permite aos autores a manutenção dos direitos autorais pelo seu trabalho, no entanto eles devem repassar direitos de primeira publicação ao periódico. Expediente https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/69333 Comissão Editorial Copyright (c) 2023 Guilherme Queiroz de Souza https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-02-28 2024-02-28 28 49 Notícias do Brasil em castelhano https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/66598 <p>Os homens de governo do Caribe e do Brasil no século XVII, compartilhavam a mesma preocupação: os holandeses. Muito se fala sobre as invasões neerlandesas no nordeste de uma perspectiva fechada nas fronteiras nacionais, esquecendo-se de que a América espanhola também foi impactada pelo mesmo evento. A nossa intenção, portanto, é apresentar a integração desses espaços através da circulação de pessoas e informações à luz da História Conectada. No primeiro momento, mostramos como os acontecimentos no Brasil orientaram e repercutiram nas discussões dos <em>cabildos</em>. No segundo, apontamos como o Brasil se tornou parte das preocupações das autoridades coloniais, principalmente após o ataque a Pernambuco, quando converteu-se em uma importante base dos corsários para o planejamento de eventuais ataques no Atlântico. Por fim, apresentamos a circulação direta dos dissidentes da guerra em Pernambuco, arribados na cidade de Cartagena das Índias – Nova Granada, em 1640, oriundos da Armada do Conde da Torre. Para esta tarefa, utilizamos como fontes os despachos de autoridades da administração colonial comparando as informações com aquelas produzidas por particulares, a fim de realizar uma leitura crítica dos documentos, inserindo-os em seu contexto de produção e sem perder de vista suas funções.</p> Jéssika de Souza Cabral Copyright (c) 2023 Jéssika de Souza Cabral https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-02-28 2024-02-28 28 49 08 35 10.22478/ufpb.2317-6725.2023v28n49.66598 “A infausta notícia da existencia do cholera-morbus” na Paraíba oitocentista https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/66559 <p>Esse texto tem por objetivo discutir os discursos publicados na imprensa e nos documentos oficiais sobre a epidemia de cólera-morbo na Paraíba ocorrida na década de 1850. O cólera-morbo é uma patologia infectocontagiosa, descoberta em 1883 pelo médico alemão Robert Koch, provocada pela bactéria <em>Vibrio cholerae</em> e transmitida pela água ou alimento. Uma doença caracterizada por sintomas como moleza, palidez da face e dos lábios, contração e pressão no estômago, mãos frias, sensação de enfraquecimento e torpor dos dedos, pés frios e pesadas disposições a diarreia com defecções líquidas e esverdeadas. Essa doença provocou uma epidemia que ceifou uma grande quantidade de vidas na Paraíba em meados do século XIX. Metodologicamente, utilizo a análise documental como forma de investigar nas fontes históricas não só os sentidos explicitados, mas aqueles que ficaram escondidos por trás das palavras, os silêncios, os não ditos. Seguindo a operação historiográfica proposta por Michel de Certeau (2008) selecionei os documentos enquanto uma “distribuição cultural” no sentido de “produzir tais documentos” e submetê-los a crítica levando em consideração o lugar social de sua produção para confeccionar uma escrita histórica. As fontes problematizadas são os discursos contidos nos <em>Relatórios de Presidente de Província</em>, no jornal <em>A Regeneração</em> e nos textos publicados na <em>Revista de Medicina</em>, impresso da Sociedade de Medicina e Cirurgia da Paraíba. Conclui-se que apesar da letalidade da epidemia, o episódio trouxe à tona as fragilidades médico-higiênicas na Província, bem como, projetou politicamente alguns médicos.</p> Azemar Santos Soares Júnior Copyright (c) 2023 Azemar Santos Soares Júnior https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-02-28 2024-02-28 28 49 36 54 10.22478/ufpb.2317-6725.2023v28n49.66559 Movimento operário, partidos estaduais e mudança política https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/66252 <p>Neste artigo investigou-se o percurso político do tipógrafo paranaense Elbe Lauro Pospissil (1893-1943) no período que abarca os anos de 1919 a 1937. Por meio de um estudo de caso, a finalidade deste trabalho residiu em reconhecer a natureza e as limitações da atividade eleitoral de líderes operários que participaram da vida política entre final da Primeira República e os meados da Era Vargas. Primeiro, foi demonstrado que Pospissil pertenceu a uma ala de líderes operários para os quais era crucial que os trabalhadores se organizassem em um partido. No Paraná, contudo, as iniciativas para a fundação de partidos operários não prosperaram. Segundo, demonstra-se que esse tipógrafo era contrário ao apoio eleitoral prestado por entidades operárias a candidatos não pertencentes aos movimentos políticos de trabalhadores. Nesse contexto, tal assunto era um motivo de celeumas entre os dirigentes locais de associações operárias. Terceiro, evidenciou-se que o insucesso da constituição de partidos operários no Paraná resultou na absorção de Pospissil a um grupo formado por políticos profissionais que tentavam retornar ao quadro partidário regional.</p> Sandro Aramis Richter Gomes Copyright (c) 2023 Sandro Aramis Richter Gomes https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-02-28 2024-02-28 28 49 55 76 10.22478/ufpb.2317-6725.2023v28n49.66252 Contribuições de Edward Palmer Thompson para a Construção de Conhecimento histórico https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/66362 <p>Este texto tem como objetivo apresentar as contribuições do historiador inglês Edward Palmer Thompson para a produção do conhecimento Histórico. Para tal, o artigo encontra-se organizado em alguns movimentos reflexivos: primeiramente, discuto os limites da ciência para a produção de conhecimento histórico. No segundo movimento, apresento a importância das contribuições do pensamento thompsiniano para o pesquisador que busca por outros modos de construir conhecimento. No terceiro movimento, justifico a escolha de dialogar com a obra Miséria da Teoria, especialmente, com o capítulo Intervalo: a lógica histórica. Ainda no quarto movimento, procuro tecer alguns diálogos possíveis com as proposições de Thompson, a respeito da Lógica Histórica como um modo de produção de conhecimento histórico. Por fim, convido o leitor para que possamos nos enveredar por uma racionalidade que possibilite a construção de conhecimento que esteja articulado com experiências vividas dos sujeitos, tecida em relações dialógicas, que faça mais sentido para todos que participam dessa produção e sobretudo, comprometida com a transformação social.</p> Cyntia Simioni França Copyright (c) 2023 Cyntia Simioni França https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-02-28 2024-02-28 28 49 77 92 10.22478/ufpb.2317-6725.2023v28n49.66362 Deslocamentos e territorializações no Império português (XVI-XIX) https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/69330 <p>A proposta de publicação do dossiê temático intitulado “Deslocamentos e territorializações no Império português (XVI-XIX)” teve como objetivo principal reunir artigos no campo de pesquisa pela relevância para os estudos historiográficos, aprofundando o debate ampliando assim, a produção histórica sobre o tema. A proposta do dossiê avaliou artigos que compõem a publicação deste periódico buscando historicizar empiricamente as experiências históricas em relação as elites, escravizados e pobres como agentes históricos em suas diversas relações sociais, mobilidades, conflitos, traços arquitetônicos mapeando os vários eventos culturais para entender como se estabeleceram as diversas formas de diásporas, migrações geográficas e sociais procurando dimensionaromo foram se organizando os modos de vida dos diversos indivíduos ao longo da história a partir da análise de conjuntos documentais específicos por meio das novas concepções empíricas da História.</p> Reinaldo Forte Carvalho Almir Leal de Oliveira Copyright (c) 2023 Reinaldo Forte Carvalho, Almir Leal de Oliveira https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-02-28 2024-02-28 28 49 93 104 10.22478/ufpb.2317-6725.2023v28n49.69330 Coisas notáveis do Porto Seguro quinhentista https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/67509 <p>O artigo a seguir expõe os resultados da análise da lista de milagres presente no livro “Coisas notáveis do Brasil” (1591), escrito pelo padre jesuíta Francisco Soares. A relação abarca 30 casos de milagres ocorridos após o uso da água milagrosa da fonte da Igreja de Nossa Senhora d’Ajuda, entre 1552 e 1591. Na intenção de examinar os detalhes dos relatos, para extrair informações sobre a vida dos doentes católicos do século XVI, o trabalho parte de uma discussão historiográfica a respeito da lista, passando pela história de Arraial d’Ajuda no primeiro século de colonização, para depois apresentar um estudo sobre a vida e obra de Francisco Soares, autor do livro e redator da lista. Feitas as considerações essenciais à compreensão dos relatos de milagres, foi realizado, em seguida, um estudo tipológico do perfil dos agraciados, das doenças curadas, da forma de aplicação do remédio milagroso de Arraial d’Ajuda e do tempo de espera até a cura, para compreender precisamente a relação dos colonos com a fonte milagrosa. A partir dos dados coletados, foi possível concluir, ao final do artigo, que Francisco Soares se preocupou com a sistematização e heterogeneização dos relatos de milagres da lista, indicando, possivelmente, o interesse de oficializar, institucional e/ou socialmente, a “Fonte da Senhora” como um “local de milagres”, e difundir a devoção à Nossa Senhora d’Ajuda no Novo Mundo.</p> Lucas de Almeida Semeão Copyright (c) 2023 Lucas de Almeida Semeão https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-02-28 2024-02-28 28 49 105 120 10.22478/ufpb.2317-6725.2023v28n49.67509 A territorialização nos Sertões do São Francisco https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/67451 <p>Nas convenções historiográficas, costuma-se discutir como se deu o processo de incorporação de grandes extensões de terra, na política expansionista, no âmbito da formação e expansão dos impérios ibéricos ultramarinos na era moderna. A leitura desse processo, passa pelas soluções e inserções dos aparatos jurídico-administrativo, condição <em>sine qua non</em> da própria formação do Império Português, uma monarquia pluricontinental em construção, alicerçada no Antigo Regime, ao constituir gradativamente um corpo político, junto a Igreja Cristã, para a governabilidade, no decurso de um movimento de mundialização. Esse artigo tem como objetivo analisar o processo de territorialização dos Sertões do São Francisco, área situada nas fronteiras meridionais entre as capitanias da Bahia e Pernambuco, nos séculos XVI-XVII. Nesse território ocorreram diversos deslocamentos, os quais contribuíam para o processo histórico, ainda que lento e gradual de transformação espacial daquela área, a partir da inserção dos estatutos jurídicos, entendidos pela noção de territorialização. As análises têm como referenciais teóricos alguns conceitos como processo histórico, sertões, territorialização e fronteiras. O método de trabalho apoia-se na revisão de literatura especializada e documental.</p> José Antônio de Sousa Copyright (c) 2023 José Antônio de Sousa https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-02-28 2024-02-28 28 49 121 141 10.22478/ufpb.2317-6725.2023v28n49.67451 Plantas em trânsito https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/67414 <p>Essa escrita trata da análise e reflexão sobre a circulação de plantas utilizadas para fins alimentícios e medicinais durante o Período Colonial no Brasil, entre os séculos XVI e XVII. Nosso objetivo é analisar a forma como esses produtos transitaram por esse território, e quais as conexões que se estabeleceram com os continentes europeu, africano, asiático, além dos demais territórios americanos, sejam pelo trabalho missionário ou pelas trocas comerciais com as metrópoles. O ponto de partida é observar como se obteve o reconhecimento dessas plantas e as suas relações com os seres humanos no período, para então compreender como ocorreram os seus deslocamentos intercontinentais até chegarem ao Brasil. Outro aspecto é refletir sobre como a biodiversidade brasileira fora construída a partir do estabelecimento desses espécimes, alargando o conhecimento sobre este e diferentes lugares do globo, e modificando as noções de local e global. Nessa perspectiva interessa-nos pensar os modos como esses itens alimentares ou curativos foram cultivados, pesquisados, explorados e consumidos para atender às necessidades dos diferentes contextos, perspectivando como a circulação contribuiu para a transformação de aspectos culturais em múltiplos territórios.</p> Larissa Patron Chaves Mônica Lucas Leal de Macedo Rafael Ferreira Costa Copyright (c) 2023 Larissa Patron Chaves, Mônica Lucas Leal de Macedo, Rafael Ferreira Costa https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-02-28 2024-02-28 28 49 142 158 10.22478/ufpb.2317-6725.2023v28n49.67414 O território de Minas Gerais, os Sertões do Rio Verde e a fundação da Vila de Campanha da Princesa https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/67510 <p>O objetivo deste artigo é analisar questões pertinentes ao território de Minas Gerais, particularmente o processo de ocupação dos Sertões do Rio Verde, a constituição do arraial da Campanha do Rio Verde e, posteriormente, da Vila de Campanha da Princesa, analisando-se os conflitos jurisdicionais com a Capitania de São Paulo, as disputas com a Vila de São João del Rei, o estabelecimento dos limites de seu Termo e a delimitação de seu território. O território da futura Vila de Campanha, uma das mais antigas localidades de Minas Gerais, constituiu-se em decorrência dos achados auríferos e dos conflitos relativos aos limites existentes entre as Capitanias de São Paulo e Minas Gerais. Área de disputa entre paulistas e mineiros, a região ficou sob jurisdição da Vila de São João del Rei até finais do século XVIII, quando os mais influentes moradores da freguesia passaram a reivindicar a criação da Vila da Campanha da Princesa, pois consideravam como relevantes para este fato o crescimento de sua população, o desenvolvimento econômico da região e a distância da Vila de São João Del Rei, que prejudicava tantos os negócios quanto a justiça. Para esta análise, faz-se uso de uma significativa documentação histórica e, particularmente, da análise de três mapas coevos ao processo de territorialização do arraial e da vila de Campanha.</p> <p>O objetivo desse artigo é analisar questões pertinentes ao território de Minas Gerais, particularmente o processo de ocupação dos Sertões do Rio Verde, a constituição do arraial da Campanha do Rio Verde e, posteriormente, da Vila de Campanha da Princesa, analisando-se os conflitos jurisdicionais com a Capitania de São Paulo, as disputas com a Vila de São João del Rei, o estabelecimento dos limites de seu Termo e a delimitação de seu território. A o território da futura Vila de Campanha, uma das mais antigas localidades de Minas Gerais, constituiu-se em decorrência dos achados auríferos e dos conflitos relativos aos limites existentes entre as Capitanias de São Paulo e Minas Gerais. Área de disputa entre paulistas e mineiros, a região ficou sob jurisdição da Vila de São João del Rei até finais do século XVIII, quando os mais influentes moradores da freguesia passaram a reivindicar a criação da Vila da Campanha da Princesa, pois consideravam como relevantes para este fato o crescimento de sua população, o desenvolvimento econômico da região e a distância da Vila de São João Del Rei, que prejudicava tantos os negócios quanto a justiça. Para esta análise faz-se uso de uma significativa documentação histórica e, particularmente, da análise de três mapas coevos ao processo de territorialização do arraial e da vila de Campanha.</p> <p> </p> Patrícia Vargas Lopes Araujo Copyright (c) 2023 Patrícia Vargas Lopes Araujo https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-02-28 2024-02-28 28 49 159 186 10.22478/ufpb.2317-6725.2023v28n49.67510 Pelos caminhos dos sertões https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/67399 <p>Durante muito tempo, não houve estudos sistematizados sobre a escravidão nos sertões das Capitanias do Norte, aceitando-se a ideia de que ou não haveria escravizados ou a sua quantidade era insignificante para uma análise detalhada. Nas últimas décadas, porém, novas pesquisas têm demonstrado além da existência da escravidão no sertão, a presença de africanos como escravizados, isso porque, com o avanço da colonização portuguesa para o interior, o sistema escravista e o comércio de africanos se expandiram para a zona pecuária, constituindo parte importante da força de trabalho utilizada. Ora, se havia população africana no interior, como essas pessoas chegavam? Quais eram as redes de negócios de escravizados existentes entre o litoral e o sertão? Este trabalho tem como objetivo demonstrar como se dava a venda de africanos para o sertão das capitanias da Paraíba e Rio Grande, na primeira metade do século XVIII. Dessa forma, é possível identificar as articulações atlânticas construídas que permitiram a reorganização da escravidão e exemplificar a complexidade e capilaridade do tráfico atlântico de escravos.</p> Matheus Silveira Guimarães Copyright (c) 2023 Matheus Silveira Guimarães https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-02-28 2024-02-28 28 49 187 208 10.22478/ufpb.2317-6725.2023v28n49.67399 Trajetória das conquistas dos capitães nas Capitanias do Norte no século XVIII https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/67463 <p>Este artigo trata da trajetória e quatro capitães que atuaram nas Capitanias do Norte, em específico nas capitanias de Pernambuco, Sergipe, Ceará e do Rio Grande na primeira metade do século XVIII. O objetivo central deste estudo é analisar como estes indivíduos foram ao longo de suas trajetórias, constituído terras, fortuna e poder através das várias campanhas militares que proporcionaram ascensão e mobilidade dos mesmos na sociedade em questão. Especificamente, pretende-se definir como eles galgaram os espaços de poder e de mando nas capitanias; investigar como obtiveram riquezas e bens patrimoniais; e por fim, entender a circulação e conexão desses indivíduos em outros espaços. Justifica-se este estudo sobre a busca pela ascensão e prestígio social, movidos pelo interesse da conquista pessoal no fazer-se na América, e tornarem-se os poderosos senhores nas Capitanias do Norte. A escolha da delimitação temática, temporal e espacial é um recorte histórico que visa refletir sobre como esses indivíduos constituíram suas histórias de vida no contexto da conquista dos sertões coloniais do Norte.</p> Reinaldo Forte Carvalho Copyright (c) 2023 Reinaldo Forte Carvalho https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-02-28 2024-02-28 28 49 209 226 10.22478/ufpb.2317-6725.2023v28n49.67463 A demarcação da capitania de Itamaracá e os limites da propriedade donatarial dos marqueses de Cascais (1704-1709) https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/67490 <p class="Saeculum-resumo">A capitania de Itamaracá foi uma donataria localizada no Estado do Brasil. Doada em 1534, a capitania permaneceu na posse da família donatarial até a invasão holandesa, em 1633. Após a expulsão dos holandeses, a capitania passou a ser administrada pela Coroa. Após uma vitória judicial em 1692, Itamaracá voltou a integrar o patrimônio dos marqueses de Cascais. O poder dos donatários, no entanto, foi restringido devido a mudanças conjunturais na administração da capitania durante o período de administração real e em decorrência dos conflitos de jurisdição entre os governos de Pernambuco e Bahia. Desse modo, os poderes dos marqueses de Cascais foram limitados pela Coroa. O presente trabalho pretende analisar o processo de demarcação da capitania de Itamaracá, ocorrido entre os anos de 1704 e 1709, para compreender a estratégia política e jurídica utilizada pelos donatários, os marqueses de Cascais, para preservar a jurisdição e o território da capitania.</p> Marcos Arthur Viana da Fonseca Copyright (c) 2023 Marcos Arthur Viana da Fonseca https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-02-28 2024-02-28 28 49 227 244 10.22478/ufpb.2317-6725.2023v28n49.67490 As antigas fazendas jesuíticas https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/67489 <p>O envio e a venda de reses para a Feira de Capuame, na Bahia, constituiu-se como um dos negócios empreendidos pelas autoridades régias após a expulsão dos padres jesuítas da capitania do Piauí no ano de 1759 e o confisco de todos os seus bens e patrimônios, como escravos e gados. Essa temática foi estudada por diversos autores, desde estudos clássicos até os mais recentes. No entanto, ainda é um tema que carece de aprofundamento, pois apresenta muitas lacunas, principalmente, no que se refere ao funcionamento desse negócio, os agentes (trabalhadores livres e escravizados) e as autoridades régias envolvidas. Além disso, torna-se necessário compreender o quantitativo de reses e boiadas enviadas, bem como os rendimentos alcançados no período de 1770 a 1788. Pretendemos demonstrar que, em que pese as dificuldades relacionadas às enormes distâncias, as secas, o dispêndio de força de trabalho e a perda de animais durante as longas jornadas de viagem, a venda de gado em pé era lucrativa e se manteve como uma alternativa importante para o abastecimento de centros urbanos como Salvador até fins do século XVIII, o que nos permite entender a dimensão do patrimônio deixado pelos religiosos e os negócios em que eles estavam envolvidos na região.</p> Samir Lola Roland Copyright (c) 2023 Samir Roland https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-02-28 2024-02-28 28 49 245 262 10.22478/ufpb.2317-6725.2023v28n49.67489 Mãos e traços na parede https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/67054 <p>Durante uma reforma iniciada em um sobrado localizado na Rua Direita do município de Ouro Preto/MG, dezenas de gravuras inscritas em um painel de argamassa terrosa foram encontradas em um espaço associado pelos veículos de informações como o antigo porão da residência. Como foi possível notar, tais conjuntos de gravuras do subsolo tratam-se de figurações análogas à “cenas africanas”, compostas por baixos-relevos e grafites antropomorfos, zoomorfos, zooantropomorfos e fitomorfos peculiares ao que se tem registrado e produzido acerca do cotidiano em Vila Rica setecentista e oitocentista. Com esta proposta, pretendo expor o andamento inicial de minha pesquisa de Doutorado, a qual corresponde ao estudo arqueológico dos respectivos desenhos e da casa em que se encontram. No entanto, centrarei aqui na exposição dos primeiros passos da pesquisa, baliza que abrangerá a produção da primeira vetorização do painel e as procedências de grupos étnicos de escravizados e forros que estiveram habitando algumas da unidades domésticas da Rua Direita entre os séculos XVIII e XIX. Portanto, agentes que sobreviveram aos violentos processos da diáspora e que possam ser vinculados à autoria destes ricos e diversos desenhos incisos, aludindo ou não a possíveis lembranças da vida no distante continente africano.</p> Leonardo Lopes Villaça Klink Copyright (c) 2023 Leonardo Lopes Villaça Klink https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-02-28 2024-02-28 28 49 263 283 10.22478/ufpb.2317-6725.2023v28n49.67054 O mundo vivido da família Taveira da Conceição nos sertões da Capitania do Rio Grande nos séculos XVIII e XIX https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/65949 <p align="justify">Este artigo pretende compreender através de uma análise interpretativa e qualitativa o mundo vivido de uma família de pardos, os Taveira da Conceição, que possuía relações com o universo da escravidão e que era produto das dinâmicas de mestiçagens ocorridas no contexto de ocidentalização das terras da América Portuguesa. Nessa perspectiva, o foco de nossa análise são as vivências de pessoas não brancas, especificamente de uma mulher não branca, Catarina de Jesus, cativa da família Taveira da Conceição, residente nos sertões da Capitania do Rio Grande, entre os séculos XVIII e XIX, e que conseguiu ascender socialmente ao longo da sua vida. Metodologicamente, fizemos uso do método onomástico da Carlo Ginzburg e Carlo Poni, bem como de um cruzamento de fontes paroquiais e judiciais. Por fim, nesse texto, buscamos também dialogar com os estudos do geógrafo inglês Edward Relph. Esse exercício de diálogo entre a História e a Geografia Humanista nos possibilitou compreender, através de um estudo de caso, como pessoas não brancas construíam suas experiências de lugar em um espaço concebido de forma desigual e marcado pela escravidão.</p> Maiara Silva Araújo Copyright (c) 2023 Maiara Silva Araújo https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-02-28 2024-02-28 28 49 284 304 10.22478/ufpb.2317-6725.2023v28n49.65949