No extramuros e no intramuros com as crianças

uma abordagem ético-metodológica no estudo da infância

Resumo

O artigo propõe discorrer sobre aspectos ético-metodológicos de estudos realizados com crianças em uma análise que emerge de campos distintos, uma comunidade em conflito socioespacial em Recife (PE) e uma prisão feminina de uma cidade nordestina de grande porte. Debruçamo-nos sobre a escolha de recursos metodológicos utilizados nesses trabalhos a partir das especificidades de cada campo. Nessa propositura, enunciaremos o desenho e a fotografia, consubstanciando-os às razões do (não) uso em observância às questões éticas. Pontuaremos as técnicas comuns utilizadas nessas análises microssociais e suas ressignificações realizadas pelas crianças em agenciamentos e afecções. Evocaremos os fenômenos sociais a partir da percepção da criança, da valorização de sua fala. O trabalho de campo na comunidade recifense aponta a participação política das crianças sobre a emblemática do processo de desocupação experienciado. Na prisão feminina, emerge a criança como ator social que promove a humanização da pena de suas mães em meio à produção de vida que se dá pelos afetos por meio de dádivas.