ÂNCORA - Revista Latino-americana de Jornalismo

Edição Completa - Dossiê - Imprensa e autoritarismos ontem e hoje

2024-12-31T15:28:35-03:00

Censura e enquadramentos no jornalismo de guerra: a perspectiva das crônicas de Rubem Braga no Estado Novo

2024-10-16T11:45:17-03:00

Este artigo analisa o silenciamento no jornalismo de guerra, explorando os efeitos de sentido produzidos pela censura no discurso jornalístico. A partir das noções de "silêncio fundante" (Orlandi, 1997) e enquadramentos noticiosos (Gitlin, 1980; Entman, 1993), examinam-se 15 crônicas de Rubem Braga sobre a participação da FEB na Segunda Guerra Mundial. Destaca-se como a censura no Estado Novo evidenciou o heroísmo brasileiro, silenciando baixas e falhas estratégicas. Por meio da análise textual, o estudo revela a interação entre literatura e jornalismo como resistência criativa, iluminando os impactos políticos e ideológicos do silenciamento nas narrativas de guerra.

Direita volver! Mídia local e a necropolítica ambiental em Sorocaba

2024-12-03T20:45:29-03:00

Este artigo aborda a mídia e a questão ambiental em Sorocaba tendo como foco o rio do mesmo nome que corta a cidade de sul ao norte. Nosso objetivo é analisar a situação atual das políticas ambientais uma vez que nos últimos quatro anos, com o descaso a política conservadora do município, o rio volta a ser considerado poluído. A metodologia envolve uma busca na mídia local e seus posicionamentos coniventes ou não com o poder público e as decisões de controle sobre a vida e a morte do patrimônio ambiental, constituindo-se em necropolítica ambiental na qual a relação entre o poder político e a degradação ambiental, também tem respaldo da mídia conservadora local e isso afeta diferentes grupos sociais e comunidades.

O Globo e o golpismo atávico: análise do discurso sobre golpes políticos na capa do jornal

2024-12-27T19:15:04-03:00

O presente artigo analisa o discurso jornalístico no suporte primeira página de O Globo. Parte de três teorias do jornalismo e, orientado pelos conceitos da Análise de Discurso de Pêcheux e Orlandi, refaz o percurso discursivo dos sentidos produzidos pela palavra “golpe” de 1964 a 2023. Nesse trajeto, pela bússola da memória, da história e da linguagem, são revistas a disputa de fontes por espaço no discurso jornalístico. Observando o deslizamento dos sentidos da expressão “golpe” em condições de produção diversas, tentamos mostrar que a não presença de ideologia no discurso do (sujeito) jornal é uma ilusão desse no campo jornalístico.

"Mais de cem jornalistas foram agredidos nos últimos seis anos": Uma análise crítica sobre a censura em Moçambique

2024-12-04T11:28:34-03:00

A censura à liberdade de imprensa em Moçambique tem sido um problema crescente. Nos últimos seis anos, mais de cem jornalistas foram agredidos, ameaçados, intimados, criminalizados e silenciados, ou mesmo tiveram roubados seus instrumentos de trabalho. O artigo faz uma análise crítica da censura no país, interpelando as principais figuras que levam à repressão da imprensa, as implicações sociais, políticas e econômicas dessa censura, para além da forma como os jornalistas têm se posicionado às pressões. A análise também explora o papel da legislação moçambicana e internacional na proteção da liberdade de expressão e a fragilidade das instituições democráticas no país em garantir um ambiente seguro para o jornalismo independente.

Imprensa e autoritarismos ontem e hoje: o jornalismo e suas práticas resistem

2024-12-30T14:39:21-03:00

Sylvia Serafim e Albertina, reflexões sobre duas assassinas célebres: uma Resenha Crime da galeria de cristal, de Boris Fausto

2023-12-29T15:49:05-03:00

O Crime da Galeria de Cristal e os dois crimes da mala, de Boris Fausto, oferece uma reconstrução de dois crimes históricos que marcaram época no Brasil. Fausto revisita os crimes com foco nas disputas midiáticas e políticas que os envolveram. A proposta desta resenha é colocar em diálogo o livro de Fausto com outro caso que ocorreu mais ou menos na mesma época: o assassinato de Roberto Rodrigues por Sylvia Serafim. Os três crimes, além de terem acontecido em um espaço-tempo próximo, lançam luz sobre dinâmicas de gênero, processos de desumanização feminina e disputas na imprensa.

Revisão integrativa para identificação e classificação de notícias espontâneas sobre a sífilis produzidas entre 2015-2019 no Brasil

2024-10-04T19:14:51-03:00

Esse estudo revisou a mídia espontânea sobre sífilis durante o Projeto de Resposta Rápida à Sífilis, usando artigos científicos das bases de dados SciELO, Latindex, DOAJ, Dialnet, Intercom e Google Acadêmico. A pesquisa abrangeu o período de 2011 a 2021 e identificou cinco conceitos de mídia espontânea: 1) como atitude do consumidor (boca-a-boca); 2) como atitude voluntária do veículo de comunicação; 3) como esforço intencional da organização; 4) como publicidade encoberta; e 5) via jornalismo para diminuir saturação por mensagens publicitárias. Foram selecionados doze artigos científicos para análise.

A desinformação e o aprofundamento da violência política de gênero

2024-12-09T22:51:29-03:00

O debate sobre a desinformação tem crescido e, com o avanço tecnológico, as informações falsas e manipuladas têm causado graves problemas no mundo. Este artigo analisa como a desinformação, com foco no gênero, aprofunda a violência política, um dos principais entraves para a participação feminina na política. O percurso metodológico se deu através da pesquisa bibliográfica para entender os conceitos e relacioná-los, além da análise de conteúdo de três sites de jornalismo político da Paraíba, destacando dois fatos envolvendo uma deputada estadual e uma prefeita paraibana. Os resultados demonstraram que a desinformação de gênero no webjornalismo reforça a narrativa hegemônica de desqualificação das mulheres na política, causando danos não só a este grupo social, mas à democracia representativa.

Provocações para (re)repensar o ensino de acessibilidade comunicativa nos cursos de Jornalismo

2024-10-17T11:19:00-03:00

O texto apresenta reflexões sobre a urgência de se pensar o ensino da acessibilidade comunicativa para pessoas com deficiência nos cursos de Jornalismo como pressuposto ético, cidadão e ontológico. Repercute, assim, a deficiência dos currículos e projetos pedagógicos que excluem e corroboram para com a pobreza informacional desse coletivo, em consonância com o projeto capacitista de sociedade que descarta e segrega o corpo deficiente. São sinalizados elementos reflexivos para a incorporação de práticas e recursos de acessibilidade comunicativa na práxis jornalística desde o ensino.

Invisíveis e solitários: o jornalismo investigativo praticado por jornalistas de rádios comunitárias no interior do Brasil

2024-12-27T20:51:40-03:00

Rádios comunitárias tendem a ocupar espaço abandonado pela grande imprensa na cobertura local e o fazem em sintonia com os princípios do jornalismo cidadão - num processo nem sempre consciente. Esse localismo elaborado coloca os jornalistas das emissoras num processo de “frontalidade” com as fontes e numa escala de tensões próxima das enfrentadas por quem faz jornalismo investigativo - termo que não mais lhes causa estranheza. Estudo de caso com entrevistas estruturadas com seis radialistas em atividade no interior do Paraná.