O ESCURO DENTRO DE NÓS: A DISCUSSÃO ÉTNICA EM “O GATO E O ESCURO” DE MIA COUTO
Resumo
A infância é o momento de descobertas e reflexões acerca dos sistemas sociais e de si mesmo. A literatura viabiliza esse processo na medida em que a leitura possibilita uma abertura de sentidos e propõe uma reflexão - acerca do próprio texto e da sociedade. Segundo Machado (2001, p.77), a leitura ficcional nos obriga “a entrar na pele de um outro e entender seus motivos, nos acostumando a uma aceitação intrínseca da diversidade”. Com base nessa afirmação, a presente pesquisa pretende fomentar a discussão de questões étnico-raciais a partir da obra “O Gato e O Escuro”, de Mia Couto, e para tanto, fez-se uso das contribuições teóricas de Munanga (2005), Fanon (1952), Eco (2003), dentre outros autores. A narrativa, que está entre fábula e conto, e com uma linguagem extremamente poética, tem sua temática em volta do medo do escuro. As ilustrações de Marilda Castanha dialogam com o texto, contribuem para que a criança tenha outra percepção da cor escura, e em consequência, da cultura africana, representada em nosso cotidiano de modo negativo. Espera-se que a reflexão da obra estudada possa contribuir para estabelecer valores estéticos e éticos à criança, desenvolvendo sua sensibilidade para a diversidade étnica, e afirmação da africanidade.Downloads
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