A LITERATURA INFANTO-JUVENIL AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA: DESAFIOS CONTRA ESTEREÓTIPOS SATURADOS

Resumo

Este trabalho objetiva apresentar narrativas infanto-juvenis que estabelecem um meio favorável para a discussão e reflexão sobre a temática africana e afro-brasileira na literatura, como propiciar a formação do sujeito-leitor especialmente na fase da infância. Assim, defendemos a inserção destas narrativas no ambiente escolar que, se trabalhadas de maneira coerente, contribuem para a negação de estereótipos construídos ao longo do tempo. A fim de levar em consideração os desafios enfrentados pelos docentes ao trabalharem com a literatura voltada a essas temáticas aqui abordadas, nossa pesquisa procura discutir a importância do trabalho dessa literatura em sala de aula. A partir de leituras de obras, e apoiadas nos pressupostos teóricos de Maria Anória de Jesus Oliveira (2001), Maria Nazaré Lima (2006), Nelly Novaes Coelho (2000), Márcia Tavares Silva (2009), Leonardo Arroyo (1990), entre outros, identificaremos de que forma essas narrativas podem colaborar para um resgate e afirmação da cultura afro-brasileira, de forma a propor uma revalorização da identidade através delas. Para que a inserção dessa literatura nesse espaço se dê de forma favorável e coerente com a proposta apresentada, pretendemos apontar algumas perspectivas que indiquem possibilidades de uma nova leitura mais significativa dessas temáticas, especialmente as que podem propor uma revalorização da identidade através das narrativas analisadas. Para os limites desse artigo, selecionamos as obras infantis: Kofi e o menino de fogo, de Nei Lopes e ilustrações de Hélène Moreau (2008) e Bruna e a galinha d’Angola, de Gercilga de Almeida e ilustrações de Valéria Saraiva (2011).