(Contra)discursos da mistura e a relação afroindígena no maracatu da Zona da Mata Norte de Pernambuco
Resumo
Este artigo surge de minha interlocução com os folgazões do Maracatu Leão de Ouro de Condado, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. O maracatu é uma brincadeira comumente abordada, ora positiva ora negativamente, como expressão de uma hibridização cultural, em contraposição a expressões tidas como mais “puras”. Minha proposta é recusar um debate localizado entre o binômio pureza x mistura, e retomá-lo em bases etnográficas e através da noção de afroindígena, quando a mistura é concebida em direções e bases distintas, se não contrárias, das produções acadêmicas.
Downloads
Referências
ACSELRAD, Maria. Viva a Pareia! Corpo, dança e brincadeira no Cavalo-Marinho de Pernambuco. Ed. Universitária UFPE, 2013.
_________________. Dançando contra o Estado: a relação dança e guerra nas manobras dos caboclinhos de Goiana/Pernambuco. Tese de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Antropologia e Sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2019.
ALCURE, Adriana Schneider. “A Zona da Mata é rica de cana e brincadeira” uma etnografia do mamulengo. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia/ UFRJ, 2007.
AMORAS, Noshua. Manobras e evoluções: etnografia dos movimentos do Maracatu Leão de Ouro de Condado (PE). Monografia de Graduação/Departamento de Antropologia/UnB, 2015 _______________. Composição e metamorfose no maracatu da Zona da Mata de Pernambuco. Dissertação de mestrado. Programas de Pós-Graduação em Antropologia Social/Museu Nacional/UFRJ, 2018.
AMORIM, Maria Alice; BENJAMIN, Roberto. Carnaval: cortejos e improvisos. Recife. Fundação de Cultura da Cidade do Recife, 2007.
ANJOS, José Carlos dos. Comentários à Mesa Redonda “Mestiçagens e (Contra)Mestiçagens Ameríndias e Afro-Americanas”. R@U Revista de Antropologia da UFScar, V. 9, n. 2, julho/dezembro, 2017.
ASSIS, Maria Elisabeth. Cruzeiro do Forte a brincadeira e o jogo de identidade em um Maracatu Rural. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Antropologia/ UFPE, 1997.
BARRETO, Lucas; FIGUERÔA, Beto; FEITOSA, Aline; NOGUEIRA, Maria Aparecida; SOARES, Elenilson; SÁ, Mateus; VIEIRA, Sumaia. A Cambinda Brasileira do Cumbe. Recife. Ed. Canal 03, 2006.
BASTIDE, Roger. Imagens do Nordeste Místico em Branco e Preto. Rio de Janeiro, Ed. Cruzeiro, 1945.
BENJAMIN, Roberto. Maracatus Rurais em Pernambuco. In.: Pelegrini, filho A. Antologia do Folclore Brasileiro Org. Américo Pellegrini Filho – São Paulo EDART: Universidade Federal do Pará; [João Pessoa]: Universidade Federal da Paraíba, 1982.
_________________. Folguedos e Danças e de Pernambuco. Recife, Fundação de Cultura da Cidade do Recife. 1989
BONALD NETO, Olímpio. Os Caboclos Azougados de Ogum. In.: MAIOR, Mário Souza; SILVA, Leonardo Dantas (Org.) Antologia do Carnaval do Recife. Recife, Fundação Joaquim Nabuco. Ed. Massangana, 1991.
BRUSANTIN, Beatriz de Miranda. Viva a liberdade! As festas e as resistências dos trabalhadores rurais da zona da mata de Pernambuco (Brasil). XXIX Annual ILASSA Student Conference, Austin, Texas, EUA. LANIC ETEXT Collection, 2009.
CARVALHO, José Jorge. ‘Espetacularização’ e canibalização’ das culturas populares na América Latina. In. Revista ANTHROPOLÓGICAS, ano 14, vol.21 (1), p. 39-76, 2010.
____________________. Metamorfoses das tradições performáticas afrobrasileiras: de patrimônio cultural à indústria de entretenimento. In. TORRES, Maria Helena; TELLES, Lucia Silva (Ed.) Celebrações e saberes da cultura popular: pesquisa, inventário, crítica, perspectivas. Rio de Janeiro: Funarte, Iphan, CNFCP (Encontro e estudos; 5), 2004.
CHAVES, Suiá Omim Arruda de Castro. Carnaval em Terras de Caboclo: uma Etnografia sobre Maracatus de Baque Solto. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social/Museu Nacional/UFRJ, 2008.
________________________________. Carnaval em Terras de Caboclo: Saber e “Cultura” no Maracatu de Baque Solto. ENFOQUES v.10(1), Revista eletrônica dos alunos do PPGSA/IFCS-UFRJ, 2011.
ESTEVES, Leonardo Leal. “Cultura” e burocracia: as relações dos Maracatus de Baque Solto com o Estado. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Antropologia. Universidade Federal de Pernambuco, 2016.
__________________. O Maracatu de Baque Solto e o Estado: desafios para a salvaguarda de um “brinquedo pesado”. Trabalho apresentado na 30ª. Reunião Brasileira de Antropologia, realizada entre os dias 03 e 06 de agosto de 2016, João Pessoa/PB, 2016.
_________________. O carnaval como tempo sagrado: rituais de defesa e proteção nas agremiações carnavalescas de Pernambuco. 2º Simpósio Nordeste ABHR, (s/d).
ESTRADA, Christopher. Caboclos of Nazareth: Improvisation and Renovation in Maracatu de Baque Solto of Pernambuco. Dissertation, University of Michigan, 2015.
FERREIRA, Ascenso. O Maracatu. In.: É de Tororó Maracatu Coleção Danças Pernambucanas 1. Livraria-Editora da Casa do Estudante do brasil – Rio de Janeiro 1951 Org. Hermilo Borba Filho, 1951.
_________________. Ensaios Folclóricos. O maracatu, presépios e pastoris e bumba-meu-boi. Recife, Secretaria de educação do Estado de Pernambuco, DSE/Departamento de Cultura, 1986.
FRANÇA, Ivaldo; GUILLEN, Isabel. Cultura afro-descendente no Recife: Maracatus, valentes e catimbós. Recife, Ed. Bagaços, 2007.
FREYRE, Gilberto. Guia prático, histórico e sentimental da cidade do Recife. Recife, Ed. José Olympio, 1968.
GARRABÉ, Laure. Les rythmes d’une culture populaire: les politiques du sensible dans le maracatu-de-baque-solto, Pernambuco, Brésil. Thèse de Doctorat. Esthétique, Sciences et Technologies des Arts, Études Théâtrale, Ethnóscelonogie, 2010.
________________. La créolisation à l’oeuvre dans une pratique musicale brésilienne: rythmicité, diversité, relation. Rhythmus Plateforme internationale et transdisciplinaire de recherche sur les rythmes dans les science, les philosophies et les arts, 2012.
_______________. Negra ou Popular? Esthétique et musicalité des maracatus de Pernambuco. Volume! Le revue des musiques populaire. Dossier: Peut-on parler de musique noite? Déconstruire les musiques noir 8/1 (2011). p. 105-129.
GOLDMAN, Marcio. Contradiscursos Afroindígenas sobre Mistura, Sincretismo e Mestiçagem Estudos Etnográficos. R@U Revista de Antropologia da UFScar, V. 9, n. 2, julho/dezembro, 2017.
GUERRA-PEIXE, Cesar. Maracatus do Recife. Fundação de Cultura do Recife,1981.
GUILLEN, Isabel Cristina Martins. Guerra-Peixe e os maracatus no Recife: trânsito entre gêneros musicais (1930-1950). ArtCultura, Uberlândia, v. 9, n. 14, p. 235-251, jan.-jun., 2007.
KUBRUSLY, Clarisse. A experiência etnográfica de Katarina Real (1927-2006): colecionando Maracatus em Recife. Dissertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2007.
MEDEIROS, Roseana B. Maracatu rural: luta de classes ou espetáculos? Recife: Fundação de Cultura da Cidade do Recife, 2005.
MURPHY, John Patrick. Cavalo-Marinho pernambucano. Trad.: André de Paula Bueno. Belo Horizonte, Ed. UFMG, 2008.
NASCIMENTO, Mariana Cunha Mesquita do. João, Manuel, Maciel Salustiano: três gerações de artistas populares recriando os folguedos de Pernambuco. Coleção Maracatus e maracatuzeiros, Vol. 2, Recife: Ed. Associação Reviva, 2005.
____________________________________. Maracatu Rural: breve trajetória ao longo do séc. XX. In.: Tradição e Traduções: a cultura imaterial em Pernambuco. Org.: Isabel Cristina Guillen. Recife, Ed. Universitária da UFPE, 2008.
OLIVEIRA, Valdemar de. Os indecifráveis Tuchauás. Contraponto, Ano II, nº 7 (março 1948), 1948.
REAL, Katarina. O folclore no carnaval do Recife. Recife: Fundação Joaquim Nabuco. Ed. Massangana, 1967.
SANTOS, Climério O.; RESENDE, Tarcísio S. Batuque Book: Baque Virado e Baque Solto. Ed. do Autor, 2005.
SANTOS, Rosana Maria dos. A Federação Carnavalesca de Pernambuco e a perseguição aos Maracatus Rurais: o caso do Maracatu Indiano. V Colóquio de História, UNICAP, Recife-PE, 2011.
SENA, José Roberto Feitosa de. Apontamentos histórico-sociológicos do Maracatu de Baque Solto no carnaval popular e institucionalizado do Recife/PE. Trabalho apresentado durante II Encontro Internacional História, Memória, Oralidade e Culturas, 2014.
________________________. Religiosidade popular no maracatu rural pernambucano: hibridismos, pluralidades e circularidades. Trabalho apresentado na 29ª Reunião Brasileira de Antropologia, 2014.
________________________. Circularidades entre festa, religiosidade e espetáculo no Maracatu de Baque Solto do Recife/PE. Cronos (Natal. Impresso), v. 15, p. 72-86.
________________________. Maracatus de Baque Solto: Da intervenção ao espetáculo. VI 2014. Colóquio de História, UNICAP, Recife-PE, 2012.
________________________. Maracatus Rurais de Recife: entre a religiosidade popular e o espetáculo. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ciências das Religiões/ UFPB, 2012.
________________________. Interpretando o ethos sagrado do Maracatu Rural Cruzeiro do Forte – Recife/PE. XI Simpósio Nacional da Associação Brasileira de História das Religiões. Sociabilidades religiosas, ritos e identidades, 2009.
SETTE, Mário. Maxambombas e maracatus. 3ª ed. Rio de Janeiro, Casa do Estudante Brasileiro,1958.
SILVA, Anderson Vicente da. Travestilidade masculina no Maracatu Rural pernambucano: Gênero, ritual e performance em Nazaré da Mata/PE. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Antropologia/UFPE, 2016.
________________________. Gênero e performance no Maracatu Rural Pernambucano: Um estudo da travestilidade masculina em um folguedo popular. Trabalho apresentado na 29ª Reunião Brasileira de Antropologia, 2014.
SILVA, Leonardo Dantas. A Corte dos Reis do Congo e os Maracatus do Recife. In Ciência e Trópico, V.27, n.2, Jul/Dez 1999. Recife: Fundaj, Massangana, 2000.
_____________________. Carnaval do Recife. Recife: Fundação de Cultura Cidade do Recife, 2000.
TEIXEIRA, Raquel Dias. Cuidado e proteção em brinquedos de cavalo-marinho e maracatu da Zona da Mata Pernambucana. Anuário Antropológico Vol. 41, 2016.
_____________________. Apontamentos sobre as relações de sociabilidade e metafóricas da brincadeira de cavalo marinho. Revista Enfoques Vol. 14 (n.2) Dez, 2015.
_____________________. A poética do cavalo-marinho: brincadeira-ritual na Zona da Mata de Pernambuco. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade/UFRRJ, 2013.
TENDERINI, Helena Maria. Na Pisada do Galope Cavalo Marinho na fronteira traçada entre Brincadeira e Realidade. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Antropologia/UFPE, 2003.
VICENTE, Ana Valéria. Maracatu Rural - o espetáculo como espaço social: um estudo da valorização do popular através da imprensa e da mídia. Coleção Maracatus e Maracatuzeiros, Vol. 3. Recife, Ed. Associação Reviva, 2005.
VICENTE DA SILVA, Severino. Criatividade e liberdade nos brinquedos da Mata Norte, PE. Apontamentos para uma palestra no Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, 2010.
________________________¬¬¬¬¬¬____. Maracatu estrela de ouro: a saga de uma tradição. Ed. Associação Reviva, 2008.
____________________________. Festa de Caboclo. Coleção Maracatu e Maracatuzeiros. Vol. 1. Recife. Ed. Associação Reviva, 2005.
VIEIRA, Sévia Sumaia. ‘O caboco velho, antigo, sabe brincar. Vai respeitar! A diversidade dos rituais espirituais na brincadeira do Maracatu de Baque solto/rural. ITACOATIARA uma revista online de cultura, recife, ano 2, n 1, p. 62-75, abril, 2012.
___________________. “O caboco velho, antigo, sabe brincar. Vai respeitar!”: a diversidade dos rituais espirituais na brincadeira do maracatu de baque solto/rural. V Colóquio de História Perspectivas Históricas, historiografia, pesquisa e patrimônio, 2011.
___________________. Dos canaviais à capital: cabocarias de flecha, maracatus de orquestra, baque solto, rural. Dissertação de Mestrado. PPGA/UFPE, 2003.
SILVA, João Marcelo. Caboclo de lança: imaginário, identidade e narrativa social. XIII Congresso Brasileiro de Sociologia 29 de maio a 1 de junho de 2007, UFPE, Recife (PE), 2007.
