O REFLEXO DA TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NAS ATIVIDADES E CONHECIMENTOS REQUERIDOS NOS CONCURSOS PÚBLICOS PARA PROFISSIONAIS DA INFORMAÇÃO NO BRASIL1

THE REFLEX OF THE DIGITAL TRANSFORMATION IN THE ACTIVITIES AND KNOWLEDGES COVERED BY THE SELECTION PROCESSES FOR INFORMATION PROFESSIONALS IN THE PUBLIC SECTOR IN BRAZIL1

Francisco Carlos Paletta2

José Antonio Moreiro-González3

RESUMO

Neste trabalho se analisam e valoram as atividades e os conhecimentos relacionados com a transformação digital que se descrevem nos editais dos concursos públicos aparecidos entre 2015 e 2019 para profissionais da informação. Objetivo: Avaliar se o sistema utilizado pelas administrações públicas brasileiras nos concursos de seleção dos profissionais da informação considera suficientemente as atividades a desenvolver e os conteúdos a praticar num cenário digital. Metodologia: Selecionam-se os concursos públicos desde a base de dados PCI Concursos. Também com o contributo de RBO-assessoria pública e de vários CRBs. Quando necessário se consultaram os organismos convocadores. De cada edital se recolhem os dados de identificação, as atividades a desenvolver e os conhecimentos requeridos, e se esvaziam em tabelas dinâmicas Excel. A organização das atividades extraídas se faz desde os macrotermos do Euro-referencial I-D. Pela sua parte, os conhecimentos solicitados se categorizam desde uma síntese de propostas de indicadores da gestão da informação no âmbito digital. Resultados: Os resultados se apresentam em esquemas por setores de atividade pública (universidades, institutos federais, prefeituras, fundações e outros) e segundo o tipo de vagas identificadas (arquivista, auxiliar de arquivo, técnico de arquivo, auxiliar de biblioteca, auxiliar de catalogação, bibliotecário-documentalista, bibliotecário e museólogo). Conclusões-recomendações: As atividades a serem desenvolvidas e ainda mais os conteúdos que são valorizados nos testes em relação a transformação digital tem nos editais uma atenção escassa. Pelo que se recomenda sua revisão aprofundada, a melhora de sua descrição e o compromisso conjunto das instituições que convocam os concursos, dos centros que os geram e dos próprios CRBs. Assim como a aproximação entre a proposta de conteúdos comuns obrigatórios na formação universitária e as exigências profissionais para o setor público.

Palavras-chave: Profissionais da informação. Concursos públicos. Atividades profissionais. Conhecimentos específicos. Transformação digital.

ABSTRACT

We analyze and evaluate the professional activities and knowledges related to the digital transformation as they are described in the official announcements of selection processes for information professionals in the public sector between 2015 and 2019. Objective: to determine if the system used by the Brazilian public administration in the job selection processes for information professionals takes into consideration, to a sufficient extent, the activities to be developed and the contents to be put to practice in a digital scenario. Methodology: the selection processes for public jobs were chosen from the database of PCI Concursos, as well as with the help of RBO – Assessoria Pública and several CRBs (Regional Librarianship Professional Associations). When deemed necessary, we got in touch with the offices who commissioned the selection processes. The data about the identification of the process, the professional activities to be developed, and the required knowledges were taken from the official announcements and fed into dynamic Excel spreadsheets. The organization of the activities was based on the macroterms of Euro-Referential I-D. The required knowledges were categorized based on a synthesis of proposed information management indicators in a digital environment. Results: The results are displayed schematically, divided according to the different public sectors (universities, federal institutes, town halls, foundations, among others) and to the different jobs (archivist, archives assistant, archives technician, library assistant, cataloging assistant, librarian-documentalist, librarian, museologist). Conclusions/recommendations: The professional activities to be developed, and even more so the contents related to the digital transformation that are valued in the tests are overlooked in the official job announcements. In response to that, we recommend an in-depth review of these documents, with more attention to detail in the description of activities and knowledges, and a joint commitment to clarity on the part of the institutions that commission the job selection processes, the centers that run these processes and the CRBs themselves. We also recommend the convergence between the common mandatory contents offered in university undergraduate courses and the professional demands of the public sector.

Keywords: Information professionals. Selection process for public jobs. Professional activities. Specific knowledges. Digital transformation.

Artigo submetido em 28/03/2020 e aceito para publicação em 03/05/2020

1 INTRODUÇÃO

Ambiente digital e transformação digital são dois conceitos que vêm do mundo dos negócios. O primeiro do marketing que se refere ao conjunto de canais, plataformas e ferramentas que possibilitam a presença de um produto ou marca na Internet. Enquanto a transformação digital é o processo de usar tecnologias para gerar novos processos de negócios, cultura e experiências do cliente, ou modificar os existentes, a fim de atender às necessidades de mudança do negócio e do mercado. A presença digital das organizações oferece as características de imediatismo, quantidade, ubiquidade e se faz por canais multimídia. Vantagens pelas quais a denominação do impacto das tecnologias digitais transcendeu das empresas para a saúde, o trabalho, os desafios sociais, a cultura, a educação, a vida pessoal e, claro, a informação.

Impulsionada pelos contínuos avanços das TICs, a transformação digital da informação afeta diretamente o intercâmbio de bens do conhecimento (FLEISCHMANN, 2007). Portanto, estamos em um processo contínuo de mudanças no acesso à informação, sua criação, difusão e uso, no qual os cidadãos compartilham os benefícios, especialmente nos campos acadêmico e técnico. Isso ocorre porque não há nenhuma atividade que possa ficar longe da quantidade de informações impossíveis de gerenciar (CEPAL, 2015). Isto faz uma enorme diferença em relação aos momentos anteriores que a nosso ver, e em comparação, estavam determinados pela sua falta de informação. Referimo-nos a este cenário quando falamos de transformação ou ambiente digital.

O panorama de emprego em Biblioteconomia e Ciência da Informação (BCI) deve considerar de forma diferente as atribuições, competências e conhecimentos dos profissionais que exercem a sua atividade no setor privado daqueles profissionais dedicados ao setor público que atendem aos objetivos das instituições com as que estão vinculados e às expectativas de seus usuários, públicos. Seu perfil profissional é distinto, pois desenvolvem atividades diferentes, tem outras atribuições e precisam de conhecimentos diferenciadores. Seu trabalho se realiza dentro das unidades de informação tradicionais: arquivos, bibliotecas e centros de documentação (VALENTIM, 2000). Mas sem que suas tarefas continuem a se fazer de forma tradicional. Uma vez que a transformação digital modificou cada ação diária dos profissionais, muito mais nos centros da CI que atendem a acessibilidade, a disponibilidade e a integridade da informação desde as possibilidades de comunicação e eficácia que oferecem as TIC. Não se estuda de modo usual as exigências e provas que estes profissionais devem superar para acessar a suas vagas de trabalho. Ainda menos o impacto que o ambiente tecnológico-digital tem nesses testes. Esta omissão nos motiva a fazer um estudo da situação como parte de um projeto maior que visa à adaptação da formação, do trabalho e dos serviços de informação as condições do cenário digital.

Em muitos países, a maioria dos empregos tem vindo do setor público desde que a profissão de bibliotecário foi institucionalizada no século XIX (MOREIRO, 1998). A partir da década de 1990, verificou-se uma alteração no sector do trabalho que equilibrou a situação em valores próximos de metade dos postos de trabalho no sector público e a outra metade no sector privado (MOREIRO; VERGUEIRO; SÁNCHEZ-CUADRADO, 2012). Desde então, o número de postos de trabalho do sector privado aumentou na oferta ao sector público. Mesmo assim, continua a ser um dos atrativos para cursar estudos de graduação ou de pós-graduação em BCI (SANTOS, 2016), apesar da redução da oferta de empregos causada pela crise económica que, ademais, trouxe uma concorrência maior.

O vínculo entre o trabalho no setor público e a formação universitária em BCI foi sempre estreito. Ao mesmo tempo, um incentivo vocacional ao escolher uma profissão que tem como foco o serviço à sociedade. Por outro lado, a formação universitária neste domínio se baseia na prática profissional. Esse tem sido o caso desde que Dewey organizou a School of “Library Economics” no Columbia College, a primeira instituição de ensino superior a formar bibliotecários. Assim, os nossos estudos sempre se caracterizaram pela preparação para uma profissão de carácter transversal a qualquer conhecimento científico e a qualquer atividade técnica, social e cultural. A existência deste ensino nas universidades é explicada a partir de seu propósito de compreender as bases intelectuais, bem como desde a finalidade de adquirir as habilidades sociais e técnicas que tornam possível à prática. A dedicação ao serviço oficial teve sempre uma evidente transcendência na preparação acadêmica por ser um dos principais setores de atividade profissional (SILVA; DIB; MOREIRA, 2007). Assim, a observação dos programas e respectivos currículos de graduação em diversos países, pode-se ver a grande coincidência que há na preparação para a aquisição de habilidades e competências profissionais a serem desenvolvidas na zona clássica de nossa atividade profissional: arquivos, bibliotecas e centros de documentação. E para cuidar deles tem sido preferida a condição pública, mais regulada do que o outro campo de atuação profissional de caráter empresarial ou empreendedor (GESSESSE, 1997).

Esta demanda clássica há muito ocupa uma grande parte do esforço de formação dos centros universitários. O objetivo era responder às necessidades da sociedade, principalmente ao serviço dos setores administrativos e académicos, bem como à preparação profissional dos estudantes chamados aos nossos estudos, logo que os preparassem para um percurso profissional oficial e público. O contexto é aquele que Sayão e Marcondes (2008) previam há uma década, quando afirmavam que: “as organizações da área de conhecimento – principalmente as bibliotecas, arquivos e museus – têm crescentemente migrado seus estoques de informação para repositórios digitais”. Mas agora alargado a todo o ambiente que os repositórios digitais podem representar. A partir do mesmo convencimento que motivou a Fuhr et al. (2008): “Os componentes do sistema que fornecem ao usuário acesso ao conteúdo da biblioteca são, em sua maioria, baseados na tecnologia de recuperação de informações. Trata-se de uma tecnologia que desenvolveu metodologias próprias e testadas para avaliação”.

1.1 Objetivos

Com base na análise dos editais de concursos públicos de emprego para profissionais da Ciência da Informação que surgiram no Brasil entre 2015 e 2019, o objetivo é avaliar o sistema de seleção empregado pelas administrações públicas para determinar se as atividades a desenvolver pelos profissionais da informação e os temas estabelecidos nos concursos respondem às competências e aptidões que devem ser desenvolvidas em um cenário digital.

Para atingir este objetivo, deve obter-se uma amostra representativa dos concursos em número e diversidade, a fim de poder valorar com garantia o aparecimento destas condições digitais nas atividades profissionais e nos conhecimentos específicos.

Em seguida, analisar os dados obtidos para identificar a possível relação com a transformação digital mostrada através da aplicação nos concursos de competências-atividades digitais.

Verificar, finalmente, a penetração nos editais de conhecimentos específicos relacionados ao ambiente digital, ao mesmo tempo que identificar a resistência à perda de protagonismo dos programas e modelos mentais anteriores.

2 PROCESSO METODOLÓGICO

Para a extração do primeiro nível de informações, foram consultados os concursos públicos para os anos 2015, 2016, 2017, 2018 e 2019, a partir de recursos provenientes destas fontes: PCI Concursos4; RBO – Assessoria Pública e Pojetos5; CRB 1; CRB 5; CRB 6; CRB 8; e O portal do bibliotecário6, junto às próprias fontes diretas dos organismos convocadores.

Com base nos casos reais e específicos a partir dos quais é estabelecido o processo de investigação, inicialmente, a delimitação de casos é buscada seguindo os subgrupos marcados pelos diferentes setores públicos e tipos de profissionais. Em cada uma das fontes se consultaram os dados de identificação no edital de apertura e nas subsequentes retificações. A busca é feita para obter uma amostra estratificada não proporcional com resultados separados para cada um dos subgrupos em que o universo está dividido, a saber: universidades e institutos federais, prefeituras e outros, juntamente com os tipos de profissionais: arquivistas, bibliotecários, bibliotecários-documentalistas e museólogos de universidades e institutos, ou de prefeituras. Isto permitiu obter as atividades a desenvolver e os conhecimentos requeridos, em especial os de caráter específico, para cada perfil das vagas. Neste ponto, era fundamental diferenciar entre as atividades e competências requeridas para um sistema digital e para outro analógico (CUNHA, 2008). As tarefas de busca, identificação, extração e estruturação da informação foram feitas por especialistas. A recolhida dos editais de concursos se fechara na data 25/08/2019. Os dados obtidos são esvaziados em tabelas dinâmicas do Microsoft Office Excel que permitem a comparação do contexto em que os termos aparecem na amostra.

Para organizar as atividades e atribuições extraídas dos editais foram empregados os macrotermos do Euro-referencial I-D (ECIA, 2005), enquanto instrumento de controle das atividades da informação sob a perspectiva de categorizar as competências e aptidões necessárias para desenvolvê-las.

Já para proceder à distribuição dos conhecimentos solicitados nos concursos, foi estabelecida uma categorização que harmoniza diferentes propostas de indicadores (ISO/TR 28118:2009), (BORREGO; URBANO, 2005), (MELO; SAMPAIO; CARDOSO, 2010), (POLL, 2001), (SAYÃO; MARCONDES, 2008), (SAYÃO, 2007). A decisão foi tomada pensando que esses indicadores são o resultado de um acordo entre especialistas, o que garante um amplo nível de aceitação em qualquer abordagem dos conhecimentos que precisam os profissionais da informação para desenvolver-se nos ambientes digitais (ROSSETO, 2008). A proposta inferida se apresenta o Quadro 1, sempre em referência ao contexto digital de atuação:

Quadro 1: Indicadores de categorização dos conhecimentos específicos.

Indicadores

Desenvolvimentos

Coleções digitais

Livros, periódicos, bases de dados, documentos multimídia, documentos digitais ou digitalizados; repertórios institucionais, preservação digital.

Serviços digitais

Website, OPAC, serviços de distribuição, uso, envolvimento da equipe.

Gestão dos serviços de informação

Necessidades dos usuários, comunicação, marketing, interfaces, arquitetura da informação, arquitetura tecnológica, interoperabilidade técnica, semântica e organizativa.

Infraestruturas TIC

Para a compilação, análise e uso dos dados: nuvem, estações de trabalho, carta de serviços.

Organização e representação do conhecimento

Metadados, RDA, vocabulários semânticos, Sistemas de organização do conhecimento (SOC).

Direitos e valores

Propriedade intelectual; privacidade do usuário; serviço centrado no usuário; licenças; fraude-plágio; acesso aberto; subscrição; compra; seguridade da informação: confidencialidade, integridade, disponibilidade e autenticação.

Educação e treinamento

Em arquivos e bibliotecas digitais, ambientes virtuais para expandir a aprendizagem, alfabetização digital, recursos educativos.

Fonte: Própria

A partir dessa base, se vão acumulando as expressões de conhecimentos específicos provenientes dos próprios editais. O que tem não só um efeito categorizador, mas também de estabelecimento das relações de hiponímia e hiperonímia na situação hierárquica dos termos respeito aos indicadores de partida (KATTNIG, 2008). Para manejar a diversidade de denominações consequente a redação livre dos editais se estabelece preferência documental em relação à expressão mais relevante ou mais empregada. Assim para um conhecimento denominado “bibliotecas/unidades de informação virtuais, eletrônicas, digitais, híbridas e em realidade virtual” se emprega a expressão equivalente “Bibliotecas e unidades de informação digitais”.

Tabela 1: Tipo e número de vagas identificadas

Concursos

Universidades

IFECT

Prefeituras

e outros

Total

Arquivistas

27

12

23

62

Auxiliar de arquivo

--

--

1

1

Técnicos arquivistas

8

15

1

24

Auxiliar de biblioteca

--

67

3

70

Auxiliar de catalogação

--

--

1

1

Bibliotecários-documentalistas

97

72

2

171

Bibliotecários

5

--

49

54

Documentalistas

--

1

1

Museólogos

2

--

2

4

Total

139

166

83

388

Fonte: Própria

Na tabela 1 aparecem diferenciados os bibliotecários-documentalistas de os bibliotecários para manter a denominação original aparecida nos concursos. Nos dados da tabela se incluem como vagas de bibliotecários-documentalistas aquelas convocadas por prefeituras e denominadas analista documental-Biblioteconomia; especialista em informação-Biblioteconomia, bibliotecário de cultura ou especialista esportivo, cultural e social-bibliotecário. Também de especialista educacional-ANE/bibliotecário da Fundação Helena Antiipoff. Assim mesmo, a efeitos de analisar as atividades e os conhecimentos específicos requeridos, as vagas de bibliotecário-fiscal (4 de 49) e de técnico-Biblioteconomia no IPHAN são consideradas como de bibliotecários. Uma vaga de analista documental-Arquivologia se inclui como arquivista. Outra de especialista em gestão administrativa e serviços-arquivista. Uma vaga de técnico arquivista foi definida no concurso como técnico em arquivologia e registro profissional. Entre os museólogos se conta também a denominação de Especialista em gestão administrativa e serviços-museólogo.

Os concursos convocados pelos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFECT) denominam as vagas como de técnicos em arquivos, quando nas universidades são técnicos arquivistas. Nos concursos para os Institutos Federais atividades características dos museólogos, como criar e organizar projetos de museus e exposições, são atendidas em ١٢ vagas para arquivista, em outras 7 para técnico de arquivo e em 3 vagas para auxiliar de bibliotecas. O mesmo acontece com 19 das vagas para arquivista nas universidades.

Os dados coletados são uma parte efetiva do coletivo dos concursos do setor público brasileiro em CI, cujo tamanho não era conhecido no início da busca porque a informação vá surgindo do trabalho de campo. Pensamos que a amostra obtida é suficiente para fazer conjecturas bem fundamentadas devido à riqueza dos conteúdos fornecidos (CALAZANS, 2007). O processo de análise começa com a identificação precisa de cada um dos casos coletados a partir das expectativas geradas pelo seu conteúdo. São casos a interpretar desde múltiplas unidades de análise (MORAES, 1999).

3 RESULTADOS: ANÁLISE DAS ATIVIDADES E ATRIBUIÇÕES

Seguindo a própria estrutura dos editais, na apresentação dos resultados se distingue entre atividades e conhecimentos. Pelo geral, as atividades se definem com certa imprecisão e seus conteúdos se repetem em muitos dos concursos. A declaração das atividades e atribuições estende-se desde as 8 entradas do edital que menos inclui até as 102 do mais generoso. Enquanto competências para responder às tarefas da função profissional, trata-se de uma declaração de intenções que, em muitos dos casos, poderia ter sido feita há três décadas. Pelo que se evitam as consequências que as tecnologias e a realidade digital têm traído para as funções e incumbências profissionais.

Na amostra obtida aparecem concursos que oferecem os mesmos conteúdos tanto nas atividades e atribuições das vagas, como nos conhecimentos transversais e específicos sobre os que se realizam as provas seletivas.

3.1 Concursos para Universidades e IFECT

3.1.1 Vagas de Arquivista

A descrição das atividades a desenvolver no cenário digital é bastante sucinta nas vagas convocadas por universidades e IFECT para arquivistas e para técnicos em Arquivologia e registro profissional:

Quadro 2: Atividades digitais para arquivistas em Universidades e IFECT. Resultado da Pesquisa

Tratamento físico dos documentos

  • Decidir o suporte do registro de informação.
  • Definir migração para outro tipo de suporte (4 vagas).

Gestão dos serviços de informação

  • Disponibilizar os instrumentos de pesquisa na internet (3 vagas).
  • Gerar condições para o gerenciamento eletrônico dos documentos (3 vagas).
  • Orientar o usuário quanto ao uso dos diferentes equipamentos e bancos de dados.

Análise, representação e organização da informação

  • Produzir tesauros (3 vagas).
  • Planejar sistemas de recuperação de informação (5 vagas).

Concepção informática de sistemas de informação

  • Planejar a implantação do gerenciamento de documentos eletrônicos (3 vagas).
  • Planejar a adoção de tecnologias para recuperação e armazenamento da informação (3 vagas).

Desenvolvimento de aplicações informáticas

  • Desenvolver atividades de tecnologia digital.
  • Prover bancos de dados (4 vagas).

Fonte: Própria

Das 11 atividades identificadas o Quadro 2, oito aparecem em três das vagas entre 267 atividades descritas nelas, o que supõe uma presença do 8,98%. Considerando que são em total 31 as atividades identificadas nas 39 vagas de arquivista convocadas, e que cada uma das vagas mostra mais de quatro atividades, com quinze por acima de vinte atividades, a porcentagem de atividades conformes com o contexto digital diminui por baixo do 1%.

Ainda maior indefinição e menor proporção mostram os editais para as vagas de Técnico de Arquivo, assim como as duas vagas de museólogo.

3.1.2 Vagas de bibliotecário-documentalista

A maioria dos concursos universitários convocados em 2015 não contêm atividades ou atribuições. Vários também se esqueceram dos conhecimentos específicos. Quando presentes, as atividades e competências a aplicar se expressam de maneira muito genérica e tradicional na metade das convocatórias. Além de repetitivas em muitas ocasiões, porque quando variam, na realidade mostram a sua única diferença na expressão, não nos conteúdos. A brevidade na descrição é maior nos IFECT, o que volta a acontecer depois com os conhecimentos específicos. Nove editais de IFECT expressam as atividades em catorze entradas, certo é que outros sete o fazem em 76, porém não é a norma. Entre as atividades se relacionam com o desempenho digital:

Quadro 3: Atividades digitais para bibliotecários em Universidades e IFECT.

Tratamento físico dos documentos

  • Efetuar manutenção de bases de dados (29 vagas)
  • Elaborar e atualizar políticas de formação e desenvolvimento do acervo eletrônico (7 vagas)

Serviços digitais

  • Disponibilizar informação em qualquer suporte (7 vagas)
  • Disseminar conteúdo das bibliotecas digitais, recursos informacionais e novos serviços (21 vagas).
  • Prestar serviços de informação on-line (12 vagas)
  • Produzir conteúdo para publicação no website e redes sociais da biblioteca com informações institucionais, serviços e produtos (16 vagas)

Gestão dos serviços de informação

  • Orientar os usuários quanto à pesquisa em fontes de informação eletrônica (11 vagas).
  • Gerenciar redes e sistemas de informação (10 vagas)

Análise, representação e organização da informação

  • Elaborar estratégias de busca avançadas (7 vagas).

Concepção informática de sistemas de informação

  • Automatizar unidades de informação (34 vagas).
  • Acessar bases de dados e outras fontes em meios eletrônicos (29 vagas).
  • Utilizar recursos de informática (8 vagas)

Desenvolvimento de aplicações informáticas

  • Colaborar no estudo de software para gerenciamento de bibliotecas (17 vagas)
  • Desenvolver interfaces de serviços informatizados (9 vagas).
  • Desenvolver e atualizar bases de dados (29 vagas)

TIC

  • Propor inovações tecnológicas para melhorar os serviços (23 vagas)
  • Analisar tecnologias de informação e comunicação (14 vagas)

Fonte: Própria

Ao consultar os editais de concursos emitidos pelas Universidades e IFECT se deduz uma estranha procura de equilíbrio, como se para evitar qualquer envolvimento respeito a determinar às funções essenciais a desenvolver pelos concorrentes, longe de qualquer exceção temporária e independente das funções tecnológicas numa profissão que se baseia na aplicação das mesmas (MORATO; SÁNCHEZ-CUADRADO; FERNÁNDEZ, 2016). É frequente que os conteúdos e a própria expressão da lista de atividades se repitam em diferentes universidades ou institutos, dependendo da entidade que administra o concurso, do centro que convoca ou mesmo da garantia que assume o fato de que foram utilizadas antes, sem causar problemas jurídicos ou técnicos. Até pela facilidade que supõe não ter que fazer uma nova proposta.

A situação mais comum é que uma parte das universidades e Institutos apresente una relação sucinta de atividades e atribuições a realizar. Embora se abram com timidez para o digital como em “disponibilizar informação em qualquer suporte” ou “projetar e gerenciar redes e sistemas de informação”. Uma posição intermedia ocupa um grupo de 16 universidades e 20 IFECT que descreve tarefas de limites imprecisos e aplicáveis em todas as possíveis vagas e níveis de atividade, como: utilizar recursos de informática; prestar serviços de informação on-line ou desenvolver e atualizar bases de dados. Por último, 23 editais de universidades e 12 de IFECT são coincidentes na sua exposição de atividades e atribuições. Apresentam uma descrição exaustiva das mesmas que reflete os mais altos níveis de qualificação profissional correspondentes a ECIA 3, gestor, e 4, perito, de Ciência da informação (ECIA, 2005) como são os de habilitar para as tarefas de avaliação e de análise, desenvolver políticas e critérios de gestão, também de pesquisas e projetos, controlar a qualidade, fomentar atividades ou elaborar relatórios, mesmo que não manifestem sempre que seja no âmbito digital.

3.1.3 Vagas de Auxiliar de bibliotecas

Só os Institutos Federais convocaram vagas de auxiliar de bibliotecas. Centram-se nas atividades de carácter operativo e físico em torno do acervo, que resultam rotineiras e colaborativas com caráter técnico administrativas, em especial de manutenção, controle e conservação. 5 vagas de Bibliotecário-Documentalista de Universidades federais más 11 vagas de IFECT repetem a mesma informação. As atividades são as mesmas em 21 Institutos, 18 universidades e o Colégio Pedro II do Ministério da Educação que as expõem com variações apenas no texto. Dificilmente são interessantes.

3.2 Concursos e processos seletivos para prefeituras e outras instituições

A maior diversidade na denominação de atividades e atribuições se oferece nos concursos e processos seletivos abertos por prefeituras e outras instituições. Desde o próprio espaço, profundidade e especificação dedicados à descrição se percebem diferencias notórias. Umas empregam trinta linhas, outras apenas quatro. O mesmo acontece com a variedade e riqueza das descrições. Á propostas bem pensadas e atuais junto a outras que poderiam ter sido feitas faz trinta anos. De 83 vagas selecionadas 14, ou 16,8%, não contém atividades, atribuições, competências ou conhecimentos específicos relativos ao entorno digital.

3.2.1 Vagas de Arquivistas

A mais de “registrar, organizar, descrever, classificar, ordenar, higienizar e retirar o pó”, na maioria dos editais nem sequer um adjetivo reflete a gestão digital, eletrônica ou automática dos processos. Parece que houvesse tanta prevenção no seu emprego que leva a evitar até a denominação, como si esse assunto ficasse de fora (BATES, 2015). Nem se atende ao “definir migração para outro tipo de suporte”; nem merece uma justificação desnecessária “divulgar diretrizes para as diversas fases de administração dos documentos, inclusive dos documentos digitais”. Quando hoje muitas das tarefas dos arquivos, quando não toda a sua gestão documentaria é processada digitalmente (BAHIA, 2015). Nenhuma das vagas de técnico em Arquivologia ou de auxiliar de arquivo inclui atividades relacionadas com o âmbito digital. Sendo assim, nos mesmos concursos o número de atividades é menos representativo que o número de conhecimentos, como mostra que para 22 concursos apareçam tão só 9 atividades no entorno digital. Exceto duas, se repetem até mostrar-se em 33 vagas:

Quadro 4: Atividades digitais para arquivistas em prefeituras.

Tratamento físico dos documentos

  • Digitalizar acervo.
  • Disponibilizar documentos em formato digital.

Gestão dos serviços de informação

  • Tipificar e montar arquivos nas formas eletrônica e papel.
  • Gerenciar eletronicamente os documentos.
  • Atualizar base de dados.
  • Divulgar diretrizes e normas para as diversas fases de administração dos documentos, inclusive dos documentos digitais.

Concepção informática de arquivos

  • Utilizar recursos de informática.
  • Modelo de Requisitos para Sistemas informatizados de Gestão arquivística de documentos (e-ARQ Brasil).
  • Orientar e planejar a automação de atividades específicas.

Fonte: Própria.

Porém, uma só vaga para “Especialista em gestão administrativa e serviços-Arquivista” contém seis de essas atividades. Como curiosidade deve de mencionar-se que de seis atividades numa vaga de arquivista, duas de elas tem a ver com a “guarda, controle, e conservação de livros” e com executar atividades no que concerne ao bom uso dos livros e zelar pela conservação dos livros. Depois, em duas vagas de bibliotecário aparecem como conhecimentos específicos: Automação aplicada aos arquivos: políticas, planejamento e técnicas. Preservação, conservação e restauração de documentos arquivísticos: política, planejamento e técnicas. Tanto no caso dos arquivistas como dos bibliotecários se misturam suas atividades ao serviço das prefeituras com os conhecimentos específicos. Como se percebe no listado, aparecem conceitos que deveriam situar-se nos conhecimentos específicos. No caso dos arquivistas isto acontece em cinco ocasiones. Este fato faz pensar em que a redação dos editais não é feita por profissionais da informação. Duas vezes, em trinta linhas de descrição das atividades e em oito de competências não se manifesta referência alguma ao ambiente automatizado, electrónico ou digital.

É para refletir o fato de que, em três ocasiões, se solicita que o candidato à vaga de arquivista disponha de uma escolaridade de nível médio completo.

3.2.2 Vagas de Bibliotecário

Atendem-se agora as atividades-atribuições de todas as vagas de bibliotecário, bibliotecário-documentalista e documentalista. Sem perder de vista que a referência que se faz neste apartado a bibliotecário é considerada dentro das atividades que se desenvolvem principalmente nas bibliotecas públicas (DELMÁS; LÓPEZ-BORRULL, 2015) e a importância que nelas tem as aptidões de comunicação com os usuários (HEATHER, 2016). Por outra parte, é natural que voltem a aparecer algumas atividades e atribuições que já se mostraram ao categorizar as vagas de concursos para universidades e institutos federais, ao tratar-se de competências que são comuns a qualquer profissional.

Quadro 5: Atividades digitais para bibliotecários em prefeituras.

Tratamento físico dos documentos

  • Disponibilizar informação em qualquer suporte (3 vagas).
  • Digitalizar documentos (1 vaga).
  • Migrar dados (3 vagas).
  • Reformatar suportes (3 vagas).

Serviços digitais

  • Acessar bases de dados referenciais ou bibliográficas (2 vagas).
  • Prestar serviços de informação on-line (3 vagas)

Gestão dos serviços de informação

  • Acessar bases de dados e outras fontes em meios eletrônicos (3 vagas)
  • Efetuar manutenção de bases de dados (3 vagas)

Comunicação com os usuários

  • Atender aos usuários, pessoalmente, por telefone ou via e-mail (1 vaga).
  • Disseminar seletivamente a informação (2 vagas)

Análise, representação e organização da informação

  • Efetuar a digitação e o controle dos registros de documentos referentes às diversas etapas do cadastramento automatizado, para bases de dados existentes (1 vaga).
  • Estruturar e executar a busca de dados e a pesquisa documental (2 vagas).
  • Organizar arquivos digitais (1 vaga).

Concepção informática de sistemas de informação

  • Analisar tecnologias de informação e comunicação (2 vagas).
  • Contribuir para a implantação do serviço de informatização e disponibilizar on-line os acervos existentes (2 vagas).
  • Organizar fichários, catálogos e índices, utilizando processos mecanizados.
  • Supervisionar e orientar o planejamento da automação (1 vaga).
  • Utilizar os recursos de processamento de dados nos sistemas de biblioteca, centros de documentação e serviços de informações (1 vaga).

Desenvolvimento de aplicações informáticas

  • Desenvolver bases de dados (2 vagas)
  • Desenvolver bibliotecas digitais (3 vagas).
  • Desenvolver interfaces de serviços informatizados (3 vagas).
  • Desenvolver metodologias para geração de documentos digitais ou eletrônicos (3 vagas).
  • Modernizar as bases de dados (1 vaga).

TICs

  • Pesquisar Instituições pela Internet a serem visitadas para fiscalização ou orientações (2 vagas de Bibliotecário-fiscal).

Fonte: Própria.

Tanto aqui, quanto também com os arquivistas, é necessário questionar como pode ficar de fora nas atividades a realizar, como acontece também depois nos conhecimentos necessários, quanto tem a ver com os procedimentos automatizados internos, com as diferentes plataformas que gerenciam o conteúdo digital, com os sistemas integrados de arquivos e bibliotecas ou com as regras de trabalho da ICA ou da IFLA, e até da ISO. Quando se fala, por exemplo, da aplicação e gerenciamento dos tesauros jamais aparecem enlaçados, nem relacionados com a Internet, nem com a utilização em linha.

4 RESULTADOS: ANÁLISE DOS CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Os conhecimentos específicos se expõem com maior compromisso, determinação e extensão. Talvez porque eles são a componente dos testes que devem ser aprovados para obter as vagas em competição.

4.1 Concursos para Universidades e IFECT.

O nível de descrição dos conhecimentos nos concursos convocados por universidades e institutos federais mostra-se bastante amplo e desenvolvido.

4.1.1 Vagas de arquivista.

Os resultados em relação aos conhecimentos específicos melhoram em número e qualidade técnica quando comparados com os obtidos ao analisar anteriormente os próprios das atividades e atribuições dos arquivistas.

Quadro 6: Conhecimentos digitais para arquivistas em Universidades e IFECT.

Coleções digitais

  • Digitalização de documentos (3 vagas).
  • Documentos digitais (11 vagas).
  • Preservação de documentos digitais (13 vagas).
  • Repositório digital confiável (RCD-ARQ) (5 vagas).
  • Reprodução de documentos, microfilmagem (2 vagas).
  • Transferência de arquivos (4 vagas).

Gestão dos serviços de informação

  • Gestão de documentos digitais (11 vagas).
  • Modelo de requisitos para a gestão de documentos eletrônicos de arquivo (3 vagas):
  • e-ARQ Brasil (3 vagas).
  • Gerenciamento eletrônico de documentos -GED- (5 vagas).
  • MoReq (1 vaga).

Infraestruturas TICs

  • Ambientes operacionais (4 vagas).
  • Mecanismos de busca e pesquisa na Web (4 vagas).
  • Navegadores e segurança de internet (4 vagas).
  • Sistemas informatizados de gestão arquivística de documentos (9 vagas).
  • Software livre (4 vagas).
  • Software utilitário (4 vagas).
  • Tecnologia de informação aplicada aos arquivos (14 vagas).
  • Tecnologias de Internet e Intranet (4 vagas).

Organização e representação do conhecimento

  • Indexação com descritores (1 vaga).
  • Metadados (6 vagas).
  • Recuperação da Informação (2 vagas).
  • Taxonomia documental em sistemas informatizados (1 vaga).

Direitos e valores

  • Assinatura digital (1 vaga).
  • Certificação digital (4 vagas).
  • Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP/Brasil (1 vaga).
  • Segurança da informação em suportes digitais (1 vaga).

Fonte: Própria.

Os conhecimentos específicos correspondentes aos lugares primeiro, quarto, sétimo e oitavo das infraestruturas TIC são tão gerais que não transmitem certeza alguma na sua exposição. Em contraste evidente com a precisão, atualidade e declaração nocional das nove vagas de Gestão dos serviços de informação encabeçadas pela sua descrição mais ampla. No caso dos elementos correspondentes a Organização e representação do conhecimento, o primeiro e o terceiro já ocupariam esse lugar nos anos 70. Já as sete vagas dos dois posteriores se situam na tendência contemporânea e sua inclusão e de grande conveniência e oportunidade (BAHIA, 2015).

Todos os conhecimentos que aparecem identificados com quatro vagas, a exceção da “certificação digital”, se correspondem com um requisito adicional de “conhecimentos de informática básica” que se mostra nos editais correspondentes como externo aos conhecimentos específicos.

Como comentários a morfologia dos dados obtidos, se percebe que é idêntica a descrição que se faz nas cinco vagas de arquivista convocadas em 2015 pela Universidade Federal do Pará e as convocadas em 2016 pela Universidade Federal do Oeste do Pará e pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. A mesma coincidência se estabelece entre as atividades e conhecimentos necessários para três vagas convocadas no ano 2015 pelo IFECT da Paraíba-IFPB, em 2016, pela Universidade Federal de Pernambuco e a Universidade Federal do Amapá. Assim como para a Fundação Universidade de Brasília em 2015, o IFECT do Amapá, em 2016, e para a Universidade Federal do Amazonas em 2016 e 2018. Finalmente, são idênticos os conteúdos relativos a atividades e conhecimentos específicos nos editais dos concursos de três vagas de arquivista, ensino superior, e sete vagas de técnico em arquivo, ensino médio, convocadas em 2016 pelo IFECT do Acre. A coincidência se estende até outra vaga na Fundação Universidade Federal de Rondônia. Estes dados indicam o intercâmbio de informação existente entre os organismos convocadores que facilita a redação dos editais, mas que deveria ser aceito com alguma valorização crítica dos seus conteúdos.

A importância das coleções digitais nos arquivos, sua conservação e preservação, derivada dos dados aqui mostrados nada diz respeito à escassíssima atenção concedida às atividades antes expostas para o mesmo âmbito profissional e institucional.

4.1.2 Vagas de Técnico em arquivo para universidades e institutos federais.

Agora se atendem as vagas para técnico de arquivo, nível médio, cujos conhecimentos específicos se mostram bem repetitivos entre os diferentes editais e estão escassamente definidos. Quatro dos editais não fazem referência alguma a conhecimentos relacionados com o entorno digital. Em todas essas publicações são escassos os conhecimentos relacionados com o entorno digital e alguns delas repetem os antes mostrados ao falar dos arquivistas:

Quadro 7: Conhecimentos digitais para técnicos de arquivo em Universidades e IFECT.

  • Classificação dos documentos por suporte físico (5 vagas)
  • Digitalização e microfilmagem (8 vagas)
  • Gerenciamento eletrônico de documentos -GED- (8 vagas)
  • Preservação e conservação de documentos (incluídos os digitais) (13 vagas)
  • Tecnologias da informação aplicadas aos arquivos (5 vagas)

Fonte: Própria.

4.1.3 Vagas de Museólogo.

Em relação às duas únicas vagas selecionadas para museólogo que convocara a Universidade Federal do Amazonas, os conhecimentos específicos para concursar presentam uma declaração deles, que valoramos como simbólica, em relação ao cenário digital, quando acrescentam a importância dos “sistemas de recuperação da informação digitais em museus”.

4.1.4 Vagas de Bibliotecário

Todos os editais dos IFECT, assim como de 17 das universidades, solicitam aos candidatos, a mais dos conhecimentos específicos, uma transversalidade na sua formação que se reflete em conhecimentos complementares de Língua portuguesa, Legislação e Informática aos candidatos das vagas para os IFECT. Mostrando assim a transversalidade na formação de profissionais da informação, entre a que sempre se considera em primeiro plano a Informática (Moreiro, 2018). Em três dos editais feitos por universidades os conhecimentos transversais de Informática aparecem incluídos entre a nómina dos conhecimentos específicos requeridos para superar as provas. Os conhecimentos específicos expressamente ligados ao cenário digital são:

Quadro 8: Conhecimentos digitais para bibliotecários-documentalistas de Universidades e IFECT.

Coleções digitais

  • Bases de dados (73 vagas)
  • Elaboração de bases de dados (5 vagas)
  • Coleções não convencionais (18 vagas)
  • Documentos digitais (18 vagas)
  • Digitalização (3 vagas)
  • Fontes de Informação digitais (40 vagas).
  • Portais (22 vagas).
  • Portal de periódicos da Capes (16 vagas)
  • Portais corporativos de biblioteca (9 vagas).
  • Portais de periódicos (3 vagas).
  • Portais de pesquisa (3 vagas).
  • Preservação de documentos digitais (79 vagas)
  • Recursos informacionais eletrônicos (19 vagas)
  • Repositórios institucionais (54 vagas)

Serviços digitais

  • Bibliotecas digitais (87 vagas).
  • Compartilhamento de recursos e cooperação bibliotecária (9 vagas).
  • Editoração eletrônica (4 vagas).
  • Ferramentas de gestão da pesquisa (gestores bibliográficos) (4 vagas).
  • Homepages de bibliotecas (1 vaga).
  • OPAC (23 vagas).
  • Sistema eletrônico de editoração de revistas (SEER) (5 vagas).
  • Serviço de referência eletrônico (60 vagas):
  • Disseminação seletiva da informação (DSI) (75 vagas).
  • Consórcios e comutação bibliográfica (42 vagas).
  • Sistemas eletrônicos de empréstimo de documentos (10 vagas).

Gestão dos serviços de informação

  • Arquitetura da informação: organização e usabilidade da informação (4 vagas).
  • Critérios de admissão e permanência na Coleção SciELO (2 vagas); Scielo livros (2 vagas).
  • Curadoria digital (3 vagas).
  • Desenvolvimento e gestão de bibliotecas digitais (29 vagas).
  • Formação, desenvolvimento e organização de coleções eletrônicas (19 vagas).
  • Sistemas de informação automatizados nacionais e internacionais (53 vagas).
  • Formatos de intercâmbio (34 vagas).
  • FRBR (48 vagas), FRAD (16 vagas), FRSAD (6 vagas), MARC 21 (74 vagas).
  • Gerenciamento de bancos de dados (14 vagas).
  • Gerenciamento eletrônico de documentos-GED (7 vagas).
  • Gestão de bases de dados (8 vagas).
  • Gestão de dados de pesquisa (4 vagas).
  • Indicadores persistentes: ORCID, Handle (4 vagas).
  • Interoperabilidade (3 vagas).
  • Open archives (3 vagas).
  • Marketing de serviços e produtos de informação (17 vagas).
  • Meios e processos de comunicação científica (2 vagas).
  • Instrumentos para medir a ciência: Qualis (6 vagas).
  • Webometria (6 vagas).
  • Organização e gerenciamento da informação na web (10 vagas).
  • Padrão de metadados: Dublin Core (35 vagas).
  • Norma ISO 2709 (6 vagas).
  • Protocolo de intercâmbio Z39.50 (7 vagas).
  • Padrões para identificação de documentos: DOI (5 vagas).

Infraestruturas TIC

  • Automação de bibliotecas e serviços de Informação (78 vagas)
  • Extranet (6 vagas).
  • Ferramentas de busca (8 vagas)
  • Hipertexto (2 vagas).
  • Inteligência artificial (3 vagas).
  • Internet (25 vagas).
  • Redes sociais (21 vagas)
  • Intranet (15 vagas).
  • Linguagens de marcação (1 vaga).
  • Sistemas para construção de repositórios digitais: Dspace (8 vagas), CKAN (3 vagas), Dataverse (3 vagas).
  • Softwares gerenciadores de referências bibliográficas (3 vagas).
  • Software para automação de Bibliotecas e serviços de informação (60 vagas).
  • Pergamum (4 vagas).
  • Tecnologias da informação e da Comunicação -TICs- (41 vagas).
  • Realidade virtual e realidade ampliada (3 vagas)
  • Redes e sistemas de informação (67 vagas).
  • Redes eletrônicas universitárias (1 vaga).
  • Web 2.0 (5 vagas)
  • Web semântica (21 vagas)
  • RDF (3 vagas)
  • RSS (11 vagas)

Organização e representação do conhecimento

  • Catalogação de multimeios (9 vagas).
  • Catalogação cooperativa (19 vagas).
  • Conversão retrospectiva de registros catalográficos (16 vagas).
  • Descritores (23 vagas).
  • Descrição e representação de conteúdos informacionais na Web (9 vagas).
  • Estratégias e mecanismos de busca (38 vagas).
  • Folksonomias (3 vagas).
  • Indexação automática (14 vagas).
  • Metadados (52 vagas).
  • Ontologias (27 vagas).
  • Recuperação da informação (53 vagas).
  • RDA (48 vagas).
  • Taxonomias (6 vagas).
  • Tesauros (17 vagas).

Direitos e valores

  • Acesso a distância (2 vagas)
  • Canais de comunicação com o usuário (2 vagas)
  • Ciência aberta (1 vaga).
  • Diretórios de políticas editoriais (Diadorim SHERPA/RoMEO) (3 vagas).
  • Direitos autorais:
  • Licença Creative Commons (11 vagas)
  • Copyleft (6 vagas)
  • Movimento de acesso aberto à informação e ao conhecimento (7 vagas).
  • Periódicos de acesso aberto (5 vagas).
  • OJS (21 vagas).
  • Sistemas e softwares antiplágio (5 vagas).

Educação e treinamento

  • Makerspaces e fab labs (3 vagas)
  • Recursos educacionais abertos (2 vagas).

Fonte: Própria.

Nesta apresentação, os concursos respondem a mais variada, especializada e extensa visão de todas as categorizações precedentes. Mesmo assim, a atenção as TIC e ao digital só atinge ao 17,50% de todos os conhecimentos listados nos editais correspondentes. São 99 os conhecimentos específicos relacionados ao ambiente digital, embora com as repetições que estão marcadas em cada parêntese. Este montante é similar à representatividade dos conhecimentos correspondentes à administração e gestão de unidades e sistemas, mesmo que seja muito complicado separar a parte tecnológica da parte de gestão (Drabisnki, 2016), em especial quando se manejam enumerações expressadas por sintagmas.

O edital de uma vaga de bibliotecário/documentalista para o IFECT de Goiás contém também outra de analista de Tecnologia da Informação que requere Curso Superior em Informática, mais que algumas das suas atribuições e conhecimentos coincidem com as de os bibliotecários/documentalistas (Gibaja, 2013).

Das quinze vagas que aqui se mostram com três aparições, oito correspondem a um concurso da UNICAMP. Também as seis de quatro aparições, com mais uma vaga da UNESP. Este fato da a esses concursos sua caraterização original e distintiva que afeta as 14 entradas da lista de conhecimentos específicos. Quando se compara com a remuneração ofertada de R$ 6.291 e R$ 5.421 respetivamente, frente a que é mais comum de R$ 4.180, se entende que se vê recompensada a maior atualidade e exigência nos conhecimentos. Outras treze vagas com uma acertada descrição, cuidado e particularidade dos conhecimentos relativos às tarefas digitais, correspondem a editais da Universidade Federal de Uberlândia no 2019, do Centro Universitário de Adamantina-UNIFAI e da Universidade Federal do ABC em 2018, da UF de Minas Gerais no 2017, da UF São Carlos em 2016 e 2018, e da UF do Acre em 2016. As convocatórias restantes se situam em duas metades. A primeira com uma atenção média, não superior a quinze entradas ou com descrições indecisas, a outra é bastante irrelevante, sempre por baixo de sete entradas na lista de conhecimentos.

São idênticas as atividades e os conhecimentos específicos no edital de 2016 e no 2019 da Universidade Federal da Fronteira do Sul. O mesmo acontece na Universidade Federal do Amazonas em 2016 e 2018. Nada muda. Acontece também entre diferentes universidades: a Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre no 2017 e a Federal de Goiás no 2018. Fazem uma proposta coincidente a Universidade Federal do Sul da Bahia e o IFECT de Mato Grosso em 2016.

4.1.5 Vagas de auxiliar de biblioteca

Analisam-se 64 vagas de auxiliar de biblioteca fixadas nos concursos para Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia entre os anos 2015 e 2016. Os editais desenham as vagas para o nível fundamental, com conhecimentos sobre Língua Portuguesa, Matemática, Legislação, Conhecimentos Gerais e Informática. Os conhecimentos de Informática são consideráveis e estão organizados em três partes. A primeira sobre o sistema operacional Windows, a segunda sobre editores de texto, mais outra sobre o editor de planilhas.

Já no relativo à BCI observamos o requerimento de conhecimentos específicos, vagamente definidos, que atendem as bibliotecas, centros de documentação e sistemas de informação (12 vagas), a automação e informatização de bibliotecas (4 vagas) e a recuperação da informação (13 vagas). Deixando a maioria dos conhecimentos para a preservação e conservação de documentos (45 vagas) e, por fim, dentro dos serviços aos usuários, umas técnicas de atendimento ao público por meios eletrônicos (33 vagas).

Mesmo que em cinco vagas de arquivista os conhecimentos solicitados especificam os de Informática com caráter transversal. A descrição é bem detalhada ao redor de uma introdução, com atenção ao sistema operacional e Internet, aos editores de texto, as planilhas eletrônicas, as redes de computadores e as ameaças virtuais e segurança da informação.

Esses conhecimentos de Informática básica são exigidos mediante uma seção específica também em 17 das vagas de bibliotecário abertas pelas prefeituras, uma de elas para Bibliotecário fiscal. Em outras 14 ocasiões se referem a elas minimamente dentro dos conhecimentos específicos como “noções básicas de informática”. E até, em outra mais: Informática-conteúdo programático: Histórico da informática. Não falta sua presença nas atividades a desenvolver: “Ter conhecimentos de informática: Windows, Word, Excel, Power Point, ter conhecimentos de Banco de Dados”. A exceção vem de uma vaga que desenvolve estes conhecimentos em 22 linhas de texto dentro dos conhecimentos específicos, com uma extensão inusual. Enquanto “Uso e acesso à base de dados, Internet e fontes de informação on-line” aparece em 4 vagas incluída nos conhecimentos específicos, e uma vez mais nas atividades.

4.2 Concursos e processos para prefeituras e outras instituições.

Se nas atividades é possível encontrar a presença de funções e tarefas genéricas, certamente não é assim no conhecimento específico. Além de levar em seu nome os conteúdos diferenciadores de uma especialidade, são fundamentais nos concursos para bibliotecas, arquivos e museus das prefeituras por conter os temas sobre os quais se realizam os processos seletivos.

4.2.1 Conhecimentos específicos para vagas de arquivistas.

Se incluem nesta seção todas as vagas de arquivista, bem como um concurso denominado “Técnico em Arquivologia e registro profissional”.

Quadro 9: Conhecimentos digitais para arquivistas de prefeituras.

Coleções digitais

  • Digitalização de documentos (17 vagas).
  • Digitalização e microfilmagem (4 vagas).
  • Documento digital (3 vagas).
  • Mídias de armazenamento (2 vagas)
  • Migração de dados oriundos de outros suportes (4 vagas).
  • Preservação e conservação digitais (3 vagas)
  • Recolhimento e arranjo de documentos arquivísticos digitais
  • Repositórios arquivísticos digitais confiáveis RDC-Arq (6 vagas)

Gestão dos serviços de informação

  • Gerenciamento arquivístico de documentos eletrônicos (14 vagas)
  • Gerenciamento da preservação digital (1 vaga).
  • Gerenciamento eletrônico de documentos-GED (7 vagas).
  • Interoperabilidade (1 vaga).
  • Sistema aberto para arquivamento de informação-SAAI (1 vaga).
  • Modelo de referência OAIS (Open Archival Information System) (1 vaga).
  • Sistema eletrônico de gestão arquivística de documentos-SEGAD (2 vagas).
  • Sistemas informatizados de gerenciamento arquivístico de documentos-SIGAD (1 vaga).
  • Sistemas informatizados para o acesso aos documentos arquivísticos digitais, plataformas de acesso (1 vaga).
  • Sistemas informatizados para preservação digital (1 vaga).

Infraestruturas TICs

  • Conceito de Tecnologia da Informação (2 vagas).
  • Desenvolvimento de aplicações informáticas (1 vaga).
  • Linguagens de marcação (1 vaga).
  • Tecnologias aplicadas aos arquivos (2 vagas).
  • Uso da tecnologia e dos documentos arquivísticos digitais: fundamentos, princípios e teorias arquivísticas no ambiente eletrônico e digital (1 vaga).

Organização e representação do conhecimento

  • Descrição, preservação e acesso aos documentos arquivísticos digitais (1 vaga).
  • Metadados descritivos, estruturais e administrativos (4 vagas).

Direitos e valores

  • Assinatura digital (2 vagas).
  • Certificação Digital (9 vagas) (2 vezes na mesma vaga).
  • Criptografia simétrica e assimétrica (1 vaga).
  • Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP/Brasil) (1 vaga).

Fonte: Própria.

Valorizamos como escassos os conhecimentos relativos às infraestruturas TIC e à organização e representação do conhecimento. Carecem de profundidade se comparados com os conhecimentos listados em outras seções dos concursos e processos para prefeituras. As necessidades de informação dos usuários dos arquivos dificilmente podem ser satisfeitas sem intervenção das TIC. Somente um cenário digital garante uma interação adequada entre profissionais e usuários (GAMA; FERNEDA, 2011). Os conhecimentos e habilidades que permitem atuar nele devem ser garantidos a partir das provas em que os profissionais são selecionados. Por conseguinte, o compromisso deve ser ainda maior quando se trata de refletir nas exigências dos concursos.

4.2.2 Conhecimentos específicos para vagas de bibliotecário.

Devido ao seu número, as bibliotecas públicas são, sem dúvida, a especialidade em que mais vagas são oferecidas, mas também parece ser a mais irregular nas abordagens e descrições. A sua relevância social é muito grande, pelo que significam para a implantação e apoio de uma sociedade da informação, o que não pode ser feito longe do digital.

Incorporam-se a este listado todas as vagas de bibliotecário convocadas por prefeituras, além das vagas, antes comentadas de documentalista para a Cinemateca brasileira, as de analista documental-biblioteconomia, bibliotecário de cultura, especialista esportivo, cultural e social-bibliotecário e as três vagas de bibliotecário-fiscal em CRB e uma de técnico-biblioteconomia do IPHAN. A denominada especialista em gestão e serviços-museólogo não contém nenhum conhecimento específico de caráter digital ou tecnológico. A lista de conhecimentos específicos para os bibliotecários é a seguinte:

Quadro 10: Conhecimentos digitais para bibliotecários de prefeituras.

Coleções digitais

  • Bancos e bases de dados (19 vagas)
  • Conservação e preservação de documentos (5 vagas).
  • Digitalização de documentos (2 vagas).
  • Documentos digitais (3 vagas).
  • Fontes eletrônicas na área legislativa (1 vaga).
  • Obras de referência em qualquer suporte físico (1 vaga).
  • Periódicos eletrônicos (3 vagas)

Serviços digitais

  • Bibliotecas digitais (7 vagas): bibliotecas/unidades de informação virtuais, eletrônicas, digitais, híbridas e em realidade virtual.
  • Disseminação seletiva da informação (DSI) (16 vagas).
  • Informatização de bibliotecas (1 vaga).
  • Sistemas de informação automatizados nacionais e internacionais (20 vagas).
  • Produtores, provedores e usuários das redes e dos sistemas de informação (1 vaga).
  • Requisitos para implantação de bibliotecas digitais (8 vagas)
  • Serviços de informação eletrônicos (5 vagas).
  • Serviços e produtos de acesso à informação (2 vagas)
  • Serviços virtuais (perfis de uso, interesse e necessidades) (1 vaga).

Gestão dos serviços de informação

  • Formato MARC 21 (8 vagas).
  • Gerenciamento do fluxo da informação em ambiente WEB (5 vagas).
  • Marketing (2 vagas).
  • Protocolo de intercâmbio Z39.50 (4 vagas).
  • Planejamento, manutenção e gestão de bases de dados (2 vagas).
  • Tratamento da informação em bibliotecas digitais (2 vagas).
  • Tratamento de documentos digitais (3 vagas).

Infraestruturas TIC

  • Automação de bibliotecas e serviços de informação (25 vagas)
  • Hipermídia e hipertexto (2 vagas).
  • Conhecimentos de informática (2 vagas).
  • Pacote Office (2 vagas)
  • Excel intermediário (1 vaga).
  • Internet (3 vagas).
  • Intranet (3 vagas).
  • Software para bibliotecas e unidades de informação digitais (12 vagas).
  • Avaliação de software gerenciador de serviços de unidades de informação (4 vagas).
  • Tecnologia da informação e da comunicação -TICs- (3 vagas).
  • Tecnologia em unidades e serviços de informação (3 vagas).
  • Redes de comunicação de dados (4 vagas).
  • Redes e sistemas cooperativos na área de documentação (1 vaga).
  • Redes e sistemas de informação e comunicação (7 vagas)
  • Rede Bibliodata (3 vagas).
  • Redes cooperativas de bibliotecas brasileiras (1 vaga).
  • Redes locais (características e diferenças) (4 vagas).
  • Rede virtual de bibliotecas do Congresso Nacional-RVBI (3 vagas).
  • Redes: tipos de equipamentos (4 vagas).
  • Web semântica (7 vagas)

Organização e representação do conhecimento

  • Catalogação de documentos em banco de dados (1 vaga).
  • Catalogação de diferentes tipos de materiais, incluindo multimeios e recursos eletrônicos (7 vagas).
  • Catalogação cooperativa (BIBLIODATA/CALCO) (1 vaga).
  • Conversão retrospectiva de registros catalográficos (4 vagas).
  • Descrição e representação de conteúdos informacionais na Web (1 vaga).
  • Descrição de Recursos e Acesso (Resource Description and Access–RDA) (4 vagas).
  • Estratégia de busca de informação (2 vagas).
  • Indexação automática (2 vagas).
  • Metadados (8 vagas).
  • Ontologias (4 vagas).
  • Recuperação da informação (6 vagas).
  • Sistemas de organização do conhecimento (7 vagas).
  • Taxonomias (2 vagas).
  • Tesauros (1 vaga).

Fonte: Própria.

Esta relação de conhecimentos específicos é mais conforme que no caso das atividades com o momento em que os avanços nas TIC estão levando a uma organização diferente dos acervos para favorecer a verdadeira implantação da biblioteca digital que facilita o acesso aos recursos e presta serviço imediato aos usuários (WEBER, 2015). Neste caso, os concursos devem procurar a consolidação das bibliotecas públicas como espaços de promoção de capacidades digitais. Os profissionais que trabalhem nelas devem de estimular a transformação digital de suas comunidades, então também a transformação econômica e social (ROSSETTO, 2008). Perspectiva que valora como ainda insuficiente a descrição recém-exposta, pois nada oferece respeito aos direitos e valores, nem a educação e treinamento enquanto indicadores dos conhecimentos digitais precisos para agir profissionalmente.

No que respeita aos conhecimentos específicos de uma vaga de Auxiliar de Biblioteca e de duas de bibliotecário incluem uma ampla lista de conhecimentos básicos em Informática, em torno ao Sistema operacional MS-Windows; aplicativos MS-Office, MS-Word e MS-Excel; correio eletrônico; Internet. Junto a conceitos de URL, links, sites, vírus, busca e impressão de páginas.

A vaga de Auxiliar de catalogação para a Cinemateca brasileira apresenta duas entradas nos conhecimentos desejáveis/experiência necessária:

• Catalogação de acervos em banco de dados.

• Desejável Pacote Office nível usuário.

Enquanto a vaga de Auxiliar de catalogação para a mesma unidade só apresenta: banco de dados.

A sublinhar que na mesma prefeitura a relação de conhecimentos específicos para arquivista é muito avançada, porém muito clássica para os bibliotecários. Também que um mesmo conhecimento aparece duas vezes no mesmo edital. Em dez ocasiões repete-se que dois ou mais concursos apresentam a mesma descrição dos conhecimentos específicos o que pode depender do centro gestor do concurso.

5 RECOMENDAÇÕES E CONCLUSÕES

O modelo de seleção não é homogêneo nem nas atividades a serem realizadas nos locais solicitados, nem no nível dos processos seletivos; em especial no que respeita aos concursos feitos pelas prefeituras. Deixar em aberto a descrição das atividades favorece que a oferta de vagas de emprego esteja mais de acordo com manter uns critérios de interesse concreto dentro de uma determinada situação do que atender aos critérios profissionais com rigor técnico. Devem ser buscados perfis de atividade e conhecimento não tão genéricos e mais alinhados com as demandas atuais e com as modificações trazidas pelo cenário digital.

Do ponto de vista da transformação digital, a primeira conclusão é que os dados confirmam o escasso tratamento das atividades a serem desenvolvidas e ainda mais dos conteúdos que são valorizados nos processos seletivos. Isto significa que se requer uma revisão aprofundada dos conteúdos dos editais relativos às atividades-atribuições e aos conhecimentos específicos.

Além disso, os testes seletivos devem levar em conta o valor das competências e habilidades de natureza prática para mostrar o domínio de uma profissão que não é exercida apenas no nível conceitual, mas muito pelo contrário. E dentro da prática, sem dúvida o diferencial é o treinamento para atuar com ferramentas e processos de caráter tecnológico e digital. Embora estejam presentes nos conhecimentos necessários para desenvolver as atividades às quais as vagas são destinadas, eles o fazem de forma mínima, às vezes até mesmo inicialmente, quando não estão escondidos atrás de denominações cujo significado deve ser adivinhado do contexto.

Em qualquer caso, é muito conveniente, por um lado, aumentar o número de definições de atividades e conhecimentos para melhor representar a situação atual e, por outro, melhorar a sua descrição especificando o significado.

É oportuno refletir aqui sobre a intrusão profissional frequentemente mencionada, porque talvez devamos admitir que estamos a deixar as tarefas e o conhecimento tecnológico-digital nas mãos daqueles que estão dispostos a exercê-las. Também se pode dizer do ponto de vista oposto: os testes e os processos seletivos atuais garantem que aqueles que ganham as vagas estão adequadamente preparados para gerir, tratar e disseminar informação digital? Ou será que a realidade profissional pode ser colocada fora de uma informação que é outra em conceitos, processos e aplicações? Parece evidente que os editais devem de atualizar-se. É uma tarefa que compete às instituições e entidades que fazem as convocatórias de vagas, mais também as empresas e centros gestores responsáveis de confeccionar a minuta dos editais de abertura dos concursos e aos próprios CRB. Sem esquecer que deve haver uma aproximação entre a proposta de conteúdos comuns obrigatórios na formação universitária e as exigências das universidades, institutos federais e prefeituras, no momento de fixar o perfil básico para cobrir as chamadas. É lógico, pois identifica uma coincidência profissional mínima obrigatória, extensível até mesmo às ofertas de vagas convocadas pelo setor privado. Os conhecimentos específicos tendem a lidar com as técnicas profissionais e os tipos de centro, com maior profundidade quando têm em conta as características da instituição que convoca e o tipo de arquivo, biblioteca, centro de documentação ou museu a que se destinam os postos.

Um número considerável de assuntos é ainda concebido segundo padrões bastante clássicos, como os relacionados com a natureza, funções e tipologia dos arquivos, biblotecas e documentos, ou com os suportes, fontes e normas, que apresentam epígrafes que aparecem há muito tempo. Embora, sem dúvida, quem seja selecionado quando vai exercer a profissão necessitara de respostas que terão que vir atualizadas desde sua formação universitária inicial, tanto como de conhecimentos e aplicações que lhes são exigidos no momento de concursar. As provas de exame teórico contêm algumas epígrafes cobertas pelos cursos de graduação com menor profundidade que as disciplinas especializadas em arquivística, biblioteconomia, documentação e museologia, embora existam mestrados mais alinhados com essas questões. Da mesma forma, é nula a importância dada nos concursos às competências transversais, tão notáveis na versatilidade dos perfis procurados pelo setor privado. E que não devem ser alheias aos interesses das administrações públicas.

A referência comum pelos conhecimentos específicos atinge uma presença notória em alguns chamados locais onde a elaboração das condições de acesso não parece dever-se aos profissionais da área, limitando-se a repetir precedentes de origem duvidosa.

Se os conhecimentos específicos não estão atualizados, ainda parece que os redatores dos testes podem ter alguma iniciativa para desenvolver questões relacionadas com a transformação digital. No entanto, os redatores dos testes ficam presos nos editais, pois se apresentassem perguntas fora do que neles está fixado dá motivo a recurso por parte dos candidatos.

No entanto, a abertura do conhecimento ao ambiente digital está presente em muitos dos concursos. Às vezes, eles oferecem uma atualização muito oportuna. Entre esses conhecimentos e atividades aparecem com certo destaque:

- Digitalização e edição eletrônica,

- Conservação e preservação digital,

- Serviços digitais e sua gestão,

- Representação e organização do conhecimento,

- Gestão dos recursos eletrônicos por sistemas integrados,

- Dados vinculados e outros requisitos semânticos da web,

- Interoperabilidade nos Sistemas de organização do conhecimento,

- Ferramentas de análise de dados,

- Infraestruturas e procedimentos das TIC,

- Direitos e valores no entorno digital,

- Educação e formação virtual.

Naturalmente, a sua importância no processo de seleção tem de aumentar em curto prazo, pois os conteúdos exigidos nos concursos no que diz respeito aos aspectos tecnológicos ocupa geralmente uma pequena parte da agenda. As TIC e o cenário digital mudaram a profissão. Voltara-se obrigatório dispor de competências tecnológicas, bem como outras diretamente influenciadas por elas: educativas, éticas, legais, ou comunicativas, sem as quais a orientação para o mercado e para o usuário não seria alcançada. Em especial, os concursos para bibliotecas universitárias não podem deixar fora das exigências para os seus profissionais as condições habituais dos estudantes que ingressam hoje respeito às TIC e os hábitos digitais. Ainda mais numa altura em que o ensino à distância é uma realidade em muitos cursos de graduação e, especialmente, em cursos de formação contínua e de pós-graduação. Mesmo desde a situação interna delas integradas em amplas redes, com cada vez mais recursos digitais e como consequência do progresso no acesso aberto.

REFERÊNCIAS

ATKINSON, P. J. Quality and the Academic Library: Reviewing, Assessing and Enhancing Service Provision. Cambridge, MA: Chandos Publishing-Elsevier, 2016. 

American Library Association. Hearings to be held on standards for faculty status. College & Research Libraries News, v. 50, n. 11, 2019.

BAHIA, E. M. dos S. El mercado de trabajo para archiveros según los anuncios brasileños de empleo (2012-2014): análisis y organización terminológicos de ofertas empresariales. [Tesis doctoral]. Universidad Carlos III de Madrid, 2016.

BATES, M. The information professions: knowledge, memory, heritage. Information research. An international electronic journal, v. 20, n. 1, 2015.

BORREGO, À.; URBANO, C. Estadísticas e indicadores de rendimiento de colecciones y servicios bibliotecarios de carácter electrónico: estudio de caso de las revistas electrónicas. El Profesional de la Información, v. 14, n. 1, 2005. http://www.elprofesionaldelainformacion.com/contenidos/2005/enero/4.pdf

CALAZANS, A. T. S. Estudo de caso: uma estratégia de pesquisa. En: MUELLER, Susana (Org.) Métodos para a pesquisa em ciência da informação. São Paulo: Thesaurus, 2007.

CEPAL. “La nueva revolución digital”. 2015. Available: URL: http://repositorio.cepal.org/ bitstream/handle/11362/38604/S1600780_es.pdf

CUNHA, M. B. Das bibliotecas convencionais às digitais: diferenças e convergências. Perspectivas em Ciência da Informação, v.13, n. 1, 2008.

GAMA, F. A.; FERNEDA, E. A mediação da informação nos arquivos permanentes: serviços de referência arquivística no ambiente digital. Informação & Informação, v. 15, n. 2, 2011.

DELMÁS RUIZ, M.; LÓPEZ BORRULL, A. Perfil profesional en las bibliotecas públicas: visión de los mismos bibliotecarios. BiD: textos universitaris de biblioteconomia y documentació, n. 35, 2015. Available: http://bid.ub.edu/es/35/delmas.htm. Accesso: ago. 2019.

ESTÁCIO, L. S. S. Panorama dos concursos públicos realizados na área de biblioteconomia: um estudo no Estado de Santa Catarina (2010-2016). Revista ACB, v. 21, n. 3, 2016.

DRABISNKI, E. Valuing professionalism: discourse as professional practice. Library trends, v. 64, n. 3, 2016.

ECIA-European Council of Information Associations. Euro-referencial ID. v. II. Níveis de qualificação dos profissionais europeus de Informação-Documentação. Lisboa: Edições INCITE, 2005.

FLEISCHMANN, Kenneth R. Digital libraries with embedded values: Combining insights from LIS and science and technology studies. The Library Quarterly, v. 77, n. 4, 2007.

FUHR, N. et al. Evaluation of digital libraries. International Journal on Digital Libraries, 2007.

GESSESSE, K. Re-examining the role of the public services librarian in the new Information Age. Library Review, v. 46, nº 2, 1997.

GIBAJA, V. El bibliotecario como profesional de la información: horizontes laborales más allá de la biblioteca. Información, cultura y sociedad, n. 29, 2013. Available: http://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=4624814 . Acceso: 18-09-2019.

GÓMEZ HERNÁNDEZ, J. A.; HERNÁNDEZ SÁNCHEZ, H. M. V. Estudio FESABID sobre los profesionales de la información: prospectiva de una profesión en constante evolución. Madrid: FESABID, 2011. Available: http://eprints.rclis.org/18057/1/FESABID_Prospectiva.pdf. Acesso: 08-08-2019]

ISO/TR 28118:2009. Information and documentation – Performance indicators for electronic library services. Geneva: International Organisation for Standardisation.

KATTNIG, C. Referentials, Authority Data, Thesauri, Ontologies, Taxonomies... To Know More ! Le Bulletin des Bibliotheques de France, v. 5. 2008.

MELO, L. B.; SAMPAIO, M. I. C. Medição da qualidade em bibliotecas e centros de informação: novos indicadores de desempenho. Atas do Congresso Nacional de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, n. 10, 2010.

MORAES, R. Análise de conteúdo. Revista Educação, v. 22, n. 37, 1999.

MORATO, J.; SÁNCHEZ-CUADRADO, S.; FERNÁNDEZ-BAJÓN, M. T. Tendencias en el perfil tecnológico del profesional de la información. El profesional de la información, v. 25, n. 2, 2016.

MOREIRO-GONZÁLEZ, J. A. Introducción al estudio de la información y la documentación. Medellín: Universidad de Antioquia, 1998.

MOREIRO-GONZÁLEZ, J. A.; VERGUEIRO, W. de C. S.; SÁNCHEZ-CUADRADO, S. Análise do contexto de emprego dos profissionais brasileiros da Informação e Documentação a partir de ofertas de trabalho na Web feitas por empresas e instituições. Informação & Sociedade, v. 22, n. 1, 2012.

MOREIRO-GONZÁLEZ, J. A. Actuación profesional en ambientes digitales y formación en Ciencia de la Información. Convergências em Ciência da Informação, v. 1, n. 1, 2018. DOI: 10.33467/conci. v1i1.9344

POLL, Roswitha. Performance indicators for the digital library. Liber quarterly, v. 11, n. 3, 2011.

ROSSETO, Marcia. Bibliotecas digitais. Cenário e perspectivas, Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, Nova Série, v.4, n.1, 2008.

SAYÃO, Luís Fernando; MARCONDES, Carlos Henrique. O desafio da interoperabilidade e as novas perspectivas para as bibliotecas digitais. Transformação, vol. 20, núm. 2, 2008. Disponível: https://www.redalyc.org/pdf/3843/384334798002.pdf. Acesso: 21-08-2019.

SAYÃO, Luís Fernando. Padrões para bibliotecas digitais abertas e interoperáveis. Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, núm. Especial 1, 2007.

SEMINELLI, Heather. Librarian as professional. The serials librarian, v. 71, n. 1, 2016.

SILVA, Neusa Cardim; DIB, Simone Faury; MOREIRA, Mª José. Panorama do mercado de trabalho em instituições públicas: o profissional bibliotecário em questão. RBBD. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, 2007, v. 3, n. 2, 2007.

VALENTIM, Marta. L. O Profissional da informação: formação, perfil e atuação profissional. São Paulo: Polis, 2007. (Coleção palavra-chave, 11).

WEBER, Mary Beth. Rethinking library technical services: redefining our profession for the future. Lanham: Rowman & Littlefield, 2015.

Anexo

Editais dos concursos da UNESP 2019 e UNICAMP 2018 para bibliotecários.

Mostra-se aqui parte dos editais que melhor tem reflexado os conhecimentos específicos relativos à transformação digital.

Bibliotecário

Concurso - UNESP Campus Araraquara. Edital 21 de 2019 UNESP. 15/05/2019

Fonte: CRB 8. 40 h. semanais. Salário: R$ 5.421,29

Conhecimentos específicos

Fontes de Informação impressas, eletrônicas e on-line (Portais e Bases de Dados), ISSN, ISBN, DOI. Catalogação cooperativa. Classificação Decimal de Dewey (CDD). Tabelas de notação de autor. Indexação: conceitos e mecanismos básicos. Coleções não convencionais. Princípios, conceitos e práticas de preservação e conservação preventiva. Repositórios digitais. Indicadores persistentes (ORCID, DOI, Handle). Instrumentos para medir a ciência: Qualis, Índice h, fator de impacto, bibliometria, cientometria, webometria, altmetrics. Serviço de referência. Disseminação Seletiva da Informação. Normalização documentária (ABNT e outras normas). Gestão e implementação de projetos. Consórcios e comutação bibliográfica. Intercâmbio: empréstimo entre unidades de informação. Capacitação e desenvolvimento de competência informacional do usuário. Ação cultural. Redes sociais. Bibliotecas como lugares de aprendizagem e construção de conhecimento. Gestão de dados de pesquisa. Ferramentas de gestão da pesquisa (gestores bibliográficos). Importância da informação nos processos de construção de conhecimento. Movimento de Acesso Aberto à Informação e ao Conhecimento. Propriedade Intelectual e Direitos autorais. Citação, autocitação, endogenia, coautoria. Marketing de serviços e unidades de informação. Gestão orçamentária às unidades de informação. Arquitetura da informação: organização e usabilidade da informação. Metodologias de avaliação de serviços e produtos de informação. Gestão do conhecimento. Profissão do bibliotecário: legislação e órgãos de classe; ética profissional.

Edital: https://noticiasconcursos.com.br/wp-content/uploads/2019/05/edital-unesp-21-2019-bibliotecario-araraquara.pdf

Bibliotecário (3 vagas)

Concurso-Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Edital Nº 004, 2018

Edital executado pelo serviço de Recursos Humanos da Biblioteca Central Cesar Lattes. Carga horaria: 40 h. semanais. Remuneração: R$ 6.291,73

Conhecimentos específicos.

Indicadores persistentes (ORCID, DOI, Handle); Gestão de dados de pesquisa; Curadoria digital; Princípios FAIR; Repositórios digitais; Portais de periódicos de acesso aberto; Preservação digital; Catalogação cooperativa, FRBR, FRAD, FRSAD, RDA, AACR2, MARC 21, ISBD, Classificação Decimal de Dewey (CDD); Sistemas para construção de repositórios digitais (Dspace, CKAN, Dataverse); Ferramentas de gestão da pesquisa (gestores bibliográficos); Fluxo informacional (comunicação, construção e uso da informação); Importância da informação nos processos de construção de conhecimento; Movimento de Acesso Aberto à informação e ao Conhecimento; Instrumentos para medir a ciência: Qualis, Índice h, fator de impacto, bibliometria, cientometria, webometria, altmetrics; Sistemas e softwares antiplágio; Propriedade Intelectual e Direita autoral; Citação, autocitação, endogenia, coautoria; Licença Creative commons; Diretórios de políticas editoriais (Diadorim, SHERPA/RoMEO); Editoração científica (fluxo editorial e sistemas de gestão editorial); Realidade virtual e realidade ampliada; Inteligência artificial; Informação científica e tecnológica; Marketing de serviços e unidades de informação; Gestão orçamentária às unidades de informação; Arquitetura da informação: organização e usabilidade da informação; Normalização documentária; Avaliação de unidades de informação; Metodologias de avaliação de serviços e produtos de informação; Qualidade aplicada às unidades e serviços de informação; Serviço de referência; Disseminação Seletiva da Informação; Bibliotecas como lugares de aprendizagem e construção de conhecimento; Elaboração de bases de dados: normas, protocolos, sistemas para coleta de informação; Gestão de acervos informacionais e desenvolvimento de coleções (conteúdo impresso e eletrônico); Planejamento estratégico; Inovação em Biblioteconomia e Ciência da Informação; Competência em informação; Sistema de automação e tecnologias para inovação em bibliotecas; Makerspaces e fab labs; Gestão da informação; Gestão do conhecimento; Gestão e implementação de projetos.

1 Este artigo apresenta resultados de pesquisa conduzida na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, em colaboração com o Departamento de Biblioteconomia y Documentación da Universidade Carlos III de Madrid, com apoio da FAPESP.

2 Docente permanente no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação. Universidade de São Paulo, Brasil. Departamento de Biblioteconomía y Documentación UC3M, Espanha. ORCID http://orcid.org/0000-0002-4112-5198. E-mail: fcpaletta@usp.br

3 Catedrático de Biblioteconomia e Documentação Universidade Carlos III de Madri, Espanha. ORCID http://orcid.org/0000-0002-8827-158X. E-mail: jamore@bib.uc3m.es

4 Disponível em: https://www.pciconcursos.com.br/

5 Disponível em: www.rboconcursos.com.br

relato de pesquisa