Política & Trabalho: revista de ciências sociais https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/politicaetrabalho <p>A Revista Política &amp; Trabalho é a publicação semestral do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFPB. Em circulação desde 1985, reflete o compromisso do PPGS-UFPB com a promoção de debates acadêmicos atualizados e de alta qualidade. Nas suas primeiras edições, a Revista enfatizava temas relativos ao mundo do trabalho e à política, mas ao longo dos anos passou a ampliar o seu escopo de atuação para contemplar os mais diversos temas nas áreas da Sociologia e Humanidades. A revista publica artigos inéditos por meio de dossiês e propostas individuais, de fluxo contínuo, bem como entrevistas, resenhas e traduções. Nossa missão é promover um debate científico qualificado sobre temas acadêmicos relevantes, embasados em pesquisas empíricas e/ou análises teóricas. A Política &amp; Trabalho se destina a promover o intercâmbio de conhecimento entre brasileiros e estrangeiros, sejam eles pesquisadores ou público interessado.</p> Universidade Federal da Paraíba pt-BR Política & Trabalho: revista de ciências sociais 0104-8015 DIREITOS DE AUTOR: O autor retém, sem retrições dos direitos sobre sua obra. DIREITOS DE REUTILIZAÇÃO: A Revista de Ciências Sociais - Política & Trabalho adota a Licença Creative Commons, CC BY-NC atribuição não comercial conforme a Política de Acesso Aberto ao conhecimento adotado pelo Portal de Periódicos da UFPB. Com essa licença é permitido acessar, baixar (download), copiar, imprimir, compartilhar, reutilizar e distribuir os artigos, desde que para uso não comercial e com a citação da fonte, conferindo os devidos créditos de autoria e menção à Revista de Ciências Sociais - Política & Trabalho. Nesses casos, nenhuma permissão é necessária por parte dos autores ou dos editores. DIREITOS DE DEPÓSITO DOS AUTORES/AUTOARQUIVAMENTO: Os autores são estimulados a realizarem o depósito em repositórios institucionais da versão publicada com o link do seu artigo na Revista de Ciências Sociais - Política & Trabalho. EDITORIAL https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/politicaetrabalho/article/view/72639 <p>A Revista Política &amp; Trabalho chega ao seu número 60 apresentando o dossiê “Embates e crises democráticas no Brasil em tempos de política digitalizada”, organizado por Tathiana Chicarino e Emerson Cervi. O dossiê reúne um conjunto de análises sobre o impacto das redes sociais on-line na atual dinâmica política do Brasil, com uma ênfase maior no antigo Twitter (atualmente o X), a plataforma mais utilizada pela elite política brasileira. Os artigos enfocam as maneiras como líderes, militantes e instituições públicas se envolvem em embates discursivos e como emoções, intenções e projetos são amplificados pelas tecnologias digitais no campo político. O dossiê busca explicitar o olhar sobre os conflitos políticos do campo digital e as pautas de polarização e crises democráticas que marcaram o Brasil nos últimos anos.</p> Rogério Medeiros Marcelo Burgos Copyright (c) 2024 Política & Trabalho: revista de ciências sociais https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-02-19 2025-02-19 60 A PRODUÇÃO SOBRE AS JUVENTUDES NO CAMPO DAS CIÊNCIAS HUMANAS NO BRASIL https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/politicaetrabalho/article/view/67675 <p>Este artigo analisa a produção científica brasileira sobre juventude na plataforma SciELO, de 2001 a 2019, por meio de uma revisão integrativa. O estudo busca identificar as áreas de pesquisa e os temas abordados nesse campo. Os resultados revelam que a discussão sobre juventude no Brasil se divide em duas perspectivas principais: a juventude como agente político criativo e a juventude como um problema social a ser enfrentado. A influência da indústria cultural e do controle social sobre os jovens é destacada, assim como a relação entre juventude e participação política. É ressaltada a importância de considerar os jovens como agentes políticos autônomos. O estudo aponta a necessidade de uma compreensão ampla e complexa da juventude, evitando visões reducionistas e promovendo abordagens mais abrangentes nas políticas públicas e nas pesquisas acadêmicas.</p> Alexandre Barbosa Pereira Copyright (c) 2024 Política & Trabalho: revista de ciências sociais https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-12-30 2024-12-30 60 AS DISPUTAS EM TORNO DOS CONTRATOS INTERMITENTES NA CÂMARA DOS DEPUTADOS (2012-2017) https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/politicaetrabalho/article/view/68702 <p class="western" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;" align="justify"><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">A Reforma Trabalhista de 2017 completa mais de </span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">seis</span></span><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"> anos de vigência, carregando ainda bastante polêmica e controvérsia. Responsável pela mais extensa rodada de flexibilização da legislação trabalhista desde a CLT, a reforma teve, dentre outros, o objetivo de ampliar as possibilidades de contratação e uso da força de trabalho incorporando mais ocupações consideradas “atípicas”, tal como os contratos intermitentes. O objetivo deste trabalho é analisar o processo de tramitação desse modelo antes e durante a reforma, apontando as possibilidades de regulação que foram disputadas na Câmara dos Deputados de 2012 a 2017, recorrendo a uma pesquisa documental para tal. Nossos achados apontam que modelos foram disputados e que a conjuntura política, institucional e econômica concedeu a oportunidade política para que matérias até então represadas na Câmara fossem pautadas e os contratos intermitentes fossem institucionalizados.</span></span></p> Henrique Rodrigues Moreira Cristiano Fonseca Monteiro Copyright (c) 2024 Política & Trabalho: revista de ciências sociais https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-12-30 2024-12-30 60 DESIGUALDADES NA PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO INFORMAL DA BOLÍVIA https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/politicaetrabalho/article/view/67070 <p>O presente artigo tem como objetivo analisar a participação das mulheres no mercado de trabalho informal na Bolívia no período compreendido entre 2000 e 2021, tendo como principal premissa a realidade de participação precária das mulheres no mercado de trabalho informal, isto é, participação em ocupações que trazem certa instabilidade e más condições de trabalho. Para caracterizar a participação das mulheres no mercado de trabalho serão consideradas a escolaridade, remuneração, horas trabalhadas, tipos de trabalho existentes discriminadas por gênero a partir das estatísticas do <em>Instituto Nacional de Estadística</em> (INE) da Bolívia bem como dados do <em>Anuário Estadístico de América Latina y el Caribe</em> da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). A partir da análise descritiva desses dados, dentre os trabalhos informais organizados pela Cepal, percebeu-se que as mulheres bolivianas estão inseridas, em sua maioria, em trabalhos por conta própria no comércio e serviços. E a maior motivação para que realizem esses trabalhos é a necessidade de subsistência familiar (OIT, 2022). Assim como no restante do mundo, as mulheres recebem menos que os homens e comparativamente com estes, estão mais presentes no mundo do trabalho informal (Cepal, 2022).</p> Ana Cristina de Oliveira Mélo Alexandre César Cunha Leite Copyright (c) 2024 Política & Trabalho: revista de ciências sociais https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-12-30 2024-12-30 60 O AUXÍLIO EMERGENCIAL E A FINANCEIRIZAÇÃO DA POBREZA NO GOVERNO BOLSONARO (2019-2022) https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/politicaetrabalho/article/view/70405 <p>O Auxílio Emergencial foi instituído com o intuito declarado de mitigar as consequências socioeconômicas da Covid-19. Esse programa de transferência de renda contemplou parte significativa da população brasileira, em especial os mais pobres. Diante disso, o objetivo do artigo é analisar o modo de gestão da pobreza pelo Estado brasileiro em sua implementação. Isso foi feito com uma análise de dados e discursos público que contemplam o intervalo temporal da gestão Bolsonaro. A nossa tese é a de que esse programa se insere em um processo de financeirização da pobreza já antes em vigor no país por conta de duas operações principais: a bancarização digital e a promoção do microcrédito. Defendemos que esse modo de gestão da pobreza é constitutivo da forma contemporânea de reprodução do capitalismo, que requer processos cada vez mais generalizados de expropriação e de extrativismo financeiro.</p> Guilherme Figueredo Benzaquen Copyright (c) 2024 Política & Trabalho: revista de ciências sociais https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-12-30 2024-12-30 60 O TRABALHO POR PLATAFORMA NA CONSTRUÇÃO CIVIL https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/politicaetrabalho/article/view/67742 <p>Este estudo discute o trabalho por plataforma na construção civil, a partir da análise das principais empresas-plataforma que medeiam os serviços do setor. As buscas foram feitas em duas fontes de dados: a web e a Play Store, que é a loja de aplicativos do Google. As empresas foram analisadas conforme seu funcionamento, termos de uso, tipos de serviços oferecidos, meios de gestão do trabalho e formas de seleção, tipo de vínculo, remuneração e avaliação dos trabalhadores. A maior parte das plataformas funciona como páginas de anúncios, que podem ser feitos por clientes para postarem solicitações de orçamento, ou por profissionais, para divulgarem seus trabalhos. Algumas plataformas cobram taxa sobre cada serviço prestado, enquanto outras cobram taxa para fornecer o contato dos clientes aos trabalhadores, porém não garantem a contratação do serviço. No contexto atual de predomínio das plataformas na economia mundial, os trabalhadores da construção, que sempre conviveram com a informalidade, permanecem informais, mas têm parte dos ganhos do seu trabalho apropriado por plataformas digitais.</p> Manuela Gomes da Rocha Manuela de Carvalho Rodrigues Copyright (c) 2024 Política & Trabalho: revista de ciências sociais https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-12-30 2024-12-30 60 PERIFERIZAÇÃO DO MUNDO https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/politicaetrabalho/article/view/69248 <p>O presente texto tem como principal objetivo sugerir a noção de periferização do mundo como enquadramento interpretativo adequado para a análise das transformações gerais ocorridas no sistema capitalista nas últimas quatro décadas. Na primeira parte do trabalho, apoiados sobre as reflexões de Abram de Swaan, analisamos brevemente a ascensão, a configuração e o declínio do predicamento social predominante nos países capitalistas centrais no período do pós-guerra: o Estado de Bem-Estar Social. Em seguida, na segunda parte, buscamos qualificar o processo de expansão da condição periférica como uma noção de potencial analítico relevante para a investigação do desmantelamento do <em>welfare state</em> e ulterior desenvolvimento de alterações significativas na dinâmica do capitalismo. Para isso, mobilizamos fundamentalmente as ideias de Wolfgang Streeck e de demais autores da teoria social contemporânea. Por último, elaboramos reflexões a respeito da adequação do enquadramento teórico sugerido e levantamos problemas que poderiam nortear uma agenda de pesquisa baseada na ideia da periferização do mundo.</p> Victor Pimentel Ferreira João Camargo de Albuquerque Mello Rennan Pimentel Copyright (c) 2024 Política & Trabalho: revista de ciências sociais https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-12-30 2024-12-30 60 A CONTROVÉRSIA WEINTRAUB: https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/politicaetrabalho/article/view/68883 <p>Com o objetivo de compreender o comportamento e o posicionamento ideológico dos usuários que participam de conflitos políticos no Twitter, investigamos as interações discursivas na plataforma no dia 18/06/2020 sobre a demissão do até então Ministro da Educação do governo federal Abraham Weintraub. Nossa estratégia foi a de analisar 100 perfis de usuários que participaram do que chamamos de “controvérsia Weintraub” no Twitter, tendo como referência o termo “weintraub”. Foram selecionados os 50 perfis de usuários que produziram os tweets mais retuitados e os 50 perfis de usuários que produziram tweets que tiveram mais comentários. Investigamos os traços digitais dos perfis, com o intuito de compreender se eles oferecem informações sobre o posicionamento dos usuários nessa controvérsia e também seu posicionamento ideológico. Os resultados mostram que: (i) influenciadores mais jovens são mais retuitados e políticos mais velhos são mais comentados; (ii) a maior parte dos tweets retuitados e comentados manifestava apoio a Weintraub; (iii) usuários alinhados ideologicamente à direita se posicionaram de maneira diversa entre si, o que indica uma divisão interna nesse campo; (iv) os usuários alinhados ideologicamente à esquerda que se posicionaram sobre o conflito foram todos contrários a Weintraub. Os resultados obtidos nesta pesquisa corroboram a utilidade e a relevância do método de análise de traços digitais, na medida em que ele permite compreender outras dimensões dos fenômenos sociais e políticos nas plataformas digitais que são inescrutáveis por métodos mais tradicionais, como a análise de redes.</p> Helga De Almeida Marcus Abílio Pereira Cláudio Luís de Camargo Penteado Bruno Anunciação Rocha Copyright (c) 2024 Política & Trabalho: revista de ciências sociais https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-12-30 2024-12-30 60 ANÁLISE DAS EMOÇÕES NO DEBATE SOBRE VACINAÇÃO INFANTIL CONTRA COVID-19 NO TWITTER https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/politicaetrabalho/article/view/68886 <p><span style="font-weight: 400;">Este estudo objetiva identificar as emoções mobilizadas nas publicações dentro da plataforma Twitter durante a Campanha de Vacinação Infantil contra a Covid-19 no Brasil. Considerando o Twitter como uma rede social digital, na qual diferentes atores políticos expressam opinião e constroem narrativas, buscamos mapear as principais temáticas nos discursos em torno da vacinação infantil e as relações com as emoções, uma vez que o componente emocional é ferramenta importante para mobilização social. Para este estudo, foi realizado uma coleta referente aos termos “vacina”, “vacinação” entre 14 de dezembro de 2021 a 22 de fevereiro de 2022, período que compreende a autorização da vacinação infantil contra Covid-19 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e sua implementação. A partir da tipologia estabelecida por Jasper (1998) sobre emoções e de recentes trabalhos analisando o papel das emoções e mídias sociais (Ferreira, 2021; Penteado et al 2021), propomos um recorte dos 200 tuítes mais retuitados que abordem diretamente a vacinação infantil, totalizando 56 tuítes. Realizamos a análise a partir de cinco categorias: 1) se as postagens a favor ou contra a vacinação infantil; 2) se o discurso é informativo, apelativo, argumentativo ou questionador; 3) se há presença de emoção no discurso e, em caso afirmativo; 4) de qual tipo; 5) se há utilização de recursos como emojis, vídeos, imagens; se há utilização de hashtags. Identificamos que a maioria dos tuítes mais retuitados (36 de 56) são favoráveis à vacinação, têm discurso apelativo (22) e a indignação é a emoção mais mobilizada</span></p> Maria Alice Silveira Ferreira Isadora Teixeira de Lira Julia Marks Santana Chaves Copyright (c) 2024 Política & Trabalho: revista de ciências sociais https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-12-30 2024-12-30 60 DESINFORMAÇÃO E NARRATIVAS https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/politicaetrabalho/article/view/68891 <p>O objetivo deste artigo é abordar a narrativa desinformativa utilizada pelo ex-presidente Bolsonaro e seus apoiadores contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o sistema eleitoral brasileiro durante as eleições de 2022. A análise é conduzida com base nas notícias desmentidas pela página "Fato ou Boato", iniciativa do Programa Permanente de Enfrentamento à Desinformação do TSE. Foram coletados dados entre 17 de agosto a 7 de novembro de 2022, que compreende o início do período eleitoral e a semana posterior ao segundo turno, totalizando 144 checagens que foram categorizadas da seguinte forma: fraude, parcialidade, perseguição, neutro, submissão e conluio. A análise baseou-se em duas hipóteses: a primeira concentrou-se na dinâmica temporal da desinformação e sua relação com o clima político. Era esperado que a propagação de desinformação se intensificasse nos dias que antecederam as eleições à medida que as tensões políticas crescessem, criando um ambiente propício para a disseminação de informações enganosas. A segunda hipótese refere-se à natureza da desinformação predominante. A expectativa era que a narrativa de fraude no sistema eleitoral fosse a mais prevalente, dada a retórica em torno da integridade das eleições. Dessa forma é possível indicar uma tentativa de influenciar a percepção pública sobre a imparcialidade do processo eleitoral e da justiça eleitoral. Os bloqueios de rodovia e acampamentos, que questionavam o resultado das eleições, e os atentados do dia 08 de janeiro, apontam para um relativo sucesso nessa empreitada antidemocrática.</p> Caio Henrique Pinheiro de Paula Rosemary Segurado Copyright (c) 2024 Política & Trabalho: revista de ciências sociais https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-12-30 2024-12-30 60 DISCURSO DE ÓDIO HOMOFÓBICO NO FACEBOOK https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/politicaetrabalho/article/view/68887 <p>O artigo visa problematizar o discurso de ódio contra a população LGBTQIA+ nos comentários das publicações de notícias no <em>Facebook</em> e a repercussão desta prática na manutenção do preconceito e da discriminação. Procura-se sistematizar e identificar categorias e traços ideológicos na propagação e circulação dos comentários classificados como discursos de ódio contra a população LGBTQIA+ nas publicações de notícias no <em>Facebook</em> dos três principais veículos de comunicação de Mato Grosso do Sul: <em>Correio do Estado, Campo Grande News e Midiamax</em>. Esta pesquisa analisou 3026 comentários, dos quais 605 foram classificados como discurso de ódio, número que representa 20% em todas as publicações analisadas.</p> Helder Prior Lucas Souza da Silva Copyright (c) 2024 Política & Trabalho: revista de ciências sociais https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-12-30 2024-12-30 60 ENGAJAMENTO E POPULISMO https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/politicaetrabalho/article/view/68888 <p>O presente artigo busca analisar a presença digital dos presidenciáveis no 2º turno de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).&nbsp;A partir disso se orienta à compreensão do populismo enquanto uma estratégia político-discursiva nas redes desses candidatos, especificamente no Twitter. Para tanto, nossa análise terá como subsídio empírico as 20 mensagens mais retuitadas semanalmente referente a ambos. No plano teórico, abordaremos o nexo investigativo entre populismo e comunicação eleitoral/digital, buscando contribuir para a discussão sobre campanhas online, ativismo e influência. Entre nossos achados destacamos: um engajamento centralizado em Bolsonaro, enquanto a rede de Lula é menos egocentrada; ambos mobilizaram uma estratégia discursiva voltada à construção de um povo, mas enquanto Lula se ancora em uma lógica adversarial, Bolsonaro se posiciona no sentido amigo/inimigo.</p> Tathiana Chicarino Desirèe Luíse Conceição Mércia Alves Copyright (c) 2024 Política & Trabalho: revista de ciências sociais https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-12-30 2024-12-30 60 METODOLOGIAS APLICADAS ÀS REDES SOCIAIS ON-LINE https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/politicaetrabalho/article/view/68874 <p><span style="font-weight: 400;">O paper filia-se à área de trabalhos sobre técnicas e ferramentas metodológicas utilizadas para a análise de objetos empíricos em áreas de fronteira científica, no caso, as Redes Sociais Online (RSO) e explora a importância da escolha da unidade de análise na pesquisa RSO. A partir da análise de produções recentes em alguns congressos brasileiros, foram identificados três grupos de análise: micro, meso e macro. O grupo micro considera como unidade de análise as contas/produtores de conteúdos, visando identificar "quem diz" e "como se diz". O grupo meso analisa as interações entre as contas, buscando compreender as relações entre elas e a formação de comunidades. Já o grupo macro se preocupa com a dimensão temporal da presença e intensidade do tema, identificando a sobrevivência do tema no Twitter e sua intensidade. O artigo destaca a importância de escolher a unidade de análise adequada para os objetivos da pesquisa, evitando buscar respostas certas para perguntas de pesquisa erradas. Além disso, a análise de conteúdo automatizada, uma das ferramentas mais utilizadas no objeto Redes Sociais Online, pode ser útil para identificar a homogeneidade ou heterogeneidade dos textos publicados nas discussões sobre o tema. O estudo também demonstra como a análise no nível macro pode ser importante para compreender a presença e intensidade do tema ao longo do tempo. A fim de apresentar o emprego destas diferentes técnicas, o artigo analisa as discussões no twitter sobre uma reunião do ex-presidente Jair Bolsonaro com embaixadores sobre as urnas eletrônicas, em julho de 2022.</span></p> Luiza Jardim Emerson Cervi Copyright (c) 2024 Política & Trabalho: revista de ciências sociais https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-12-30 2024-12-30 60 STORYTELLING POLÍTICO NO TWITTER https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/politicaetrabalho/article/view/68885 <p><span style="font-weight: 400;">Considerando o avanço das campanhas eleitorais no mundo digital com as redes sociais nos últimos anos e a centralidade do Twitter para a comunicação direta de candidatos com seus eleitores, este artigo busca analisar o storytelling das candidaturas de Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro em 2022, a partir da análise de tuítes feitos pelos dois candidatos e de suas respectivas base de apoiadores no período do segundo turno das eleições. Para isso, foi criado um conjunto de dados de tuítes emitidos pelos candidatos e por seus apoiadores, identificados através de um modelo de detecção de posicionamento e rotulação automática de usuários desenvolvido por Santos e Goya (2022). O estudo emprega técnicas de modelagem de tópicos para classificar e agrupar os tuítes em categorias temáticas relevantes. Baseia-se em teorias sobre storytelling, com destaque para os trabalhos de Christian Salmon. Adicionalmente, explora o conceito de Jornada Coletiva, introduzido por Jeff Gomez em 2017, como uma evolução da Jornada do Herói de Joseph Campbell (1949). Também considera as contribuições de Henry Jenkins acerca de narrativas transmídia. O objetivo é identificar e comparar elementos da Jornada Coletiva e da Jornada do Herói nas publicações coletadas. Através desta análise, busca-se compreender como essas estruturas narrativas são utilizadas para engajar e influenciar o eleitorado no ambiente digital. O estudo visa oferecer uma compreensão das estratégias de comunicação digital empregadas pelos candidatos e o impacto dessas táticas na relação com seus eleitores no Twitter.</span></p> Patrícia Dias dos Santos Juliana Mastrascusa Espíndola Mario Sergio Araujo Dias Copyright (c) 2024 Política & Trabalho: revista de ciências sociais https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-12-30 2024-12-30 60 NOTA SOBRE A IDEIA DE LUGAR DE FALA https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/politicaetrabalho/article/view/72647 Renato Ortiz Copyright (c) 2024 Política & Trabalho: revista de ciências sociais https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2025-02-19 2025-02-19 60 A CRISE DO CUIDADO https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/politicaetrabalho/article/view/66367 <p>Todos os seres humanos precisaram e necessitarão de cuidado em algum momento de suas vidas, e a obra de Helena Hirata “<em>Cuidado: teorias e práticas</em>” estende o estudo do cuidado para as pessoas idosas, ressaltando o envelhecimento populacional global, a entrada massiva das mulheres no mercado de trabalho – a quem tradicionalmente incumbiram as tarefas de cuidado dos familiares – e a consequente urgência de buscar-se soluções para o que ela se refere como crise do cuidado. Por meio da comparação entre metrópoles do Brasil, da França e do Japão, realizada a partir de entrevistas com profissionais do cuidado em São Paulo, Paris e Tóquio, a autora compila dados que indicam as semelhanças, as diferenças e as soluções existentes em cada um dos países, denotando a urgência de se pensar sobre o tema e de se cobrar por políticas públicas que atentem para esse problema que, mesmo onde estão sendo tomadas providências, ainda está longe de ser solucionado.</p> Sheila Stolz Caroline Ledesma Al-Alam Copyright (c) 2024 Política & Trabalho: revista de ciências sociais https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-12-30 2024-12-30 60 CONSTRUÇÃO, DIÁLOGO E PRÁTICA https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/politicaetrabalho/article/view/68718 <p>Resenha de: COLLINS, Patricia Hill. <strong>Bem mais que ideias: a interseccionalidade como teoria social crítica</strong>. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2022.</p> Lucas Trindade Ingrid Santos Mariane Saraiva Copyright (c) 2024 Política & Trabalho: revista de ciências sociais https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-12-30 2024-12-30 60 APRESENTAÇÃO https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/politicaetrabalho/article/view/72638 <p>O presente Dossiê intitulado “Embates e crises democráticas no Brasil em tempos de política digitalizada” traz à luz uma sistemática discussão sobre política nas redes sociais on-line, a partir de análises empíricas realizadas no ambiente digital mais usado pela elite política brasileira, o Twitter (atualmente X).</p> <p>Desde sempre a política, enquanto uma forma de ação humana ligada ao poder, diria Maquiavel (1976), esteve sujeita a transformações mais ou menos intensas a depender da perspectiva adotada pelo observador/estudioso da política.</p> <p>E como há em toda tecnologia uma ambivalência intrínseca, Lévy (2011, p. 21) vai dizer que ela transporta para o mundo material nossas emoções, intenções e projetos: “não somente as técnicas são imaginadas, fabricadas e reinterpretadas durante seu uso [...] como também é o próprio uso intensivo de ferramentas que constitui a humanidade enquanto tal”. E são essas emoções, intenções e projetos o objeto de nosso Dossiê.</p> <p>Reiterando o dito acima, as tecnologias digitais amparadas na internet não são a priori positivas ou negativas – dependem dos contextos e de seus usos – e tampouco neutras – já que é condicionante ou restritiva, abrindo ou fechando possibilidades. No caso brasileiro, o antigo Twitter (atualmente X) foi escolhido como o ambiente digital preferencial para as manifestações públicas da elite política, não apenas por parte das lideranças, em suas contas pessoais, como também de forma institucional, pelas agências de Estado e órgãos políticos. Isso fez com que jornalistas e militantes políticos usassem o espaço para embates discursivos em apoio ou crítica a líderes ou a instituições. O dossiê proposto aqui tem o objetivo de tratar de</p> <p>diferentes embates entre lideranças políticas, militantes e instituições públicas no ambiente digital nos últimos dois anos. Do ponto de vista prático, o dossiê reúne trabalhos de pesquisadores de diferentes instituições e regiões do país com o objetivo comum de observar conflitos políticos em ambientes digitais.</p> <p>Assim, desde as manifestações glocais do início dos anos 2010, temos observado o uso das redes sociais digitais na mobilização e organização de protestos (Gerbaudo, 2020) e também na delimitação dos léxicos mobilizados por ativistas e movimentos de viés progressista e/ou situados no campo da esquerda (Andrés, 2023), mas também por grupos de direita (Alonso, 2023), que anos depois se radicalizarão na extrema direita, sendo fundamentais na vitória de Bolsonaro em 2018 (Cesarino, 2018).</p> <p>Estamos, portanto, diante de uma transformação na sociabilidade política, sendo assim, entendemos que discussões metodológicas são de extrema relevância para o campo das Ciências Sociais. Como o artigo “Metodologia aplicada às Redes Sociais On-line: a importância de considerar a unidade de análise para a pesquisa” que se debruça sobre diferentes níveis de análise que vão desde os padrões discursivos de contas on-line, passando pela interação entre contas, e culminando em uma dimensão temporal da presença e intensidade do tema em casos concretos, quais sejam, a reunião do ex-presidente Jair Bolsonaro em julho de 2022 com embaixadores sobre as urnas eletrônicas e os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.</p> <p>Considerando o período de mandato presidencial de Bolsonaro, trazemos mais dois artigos. Um que analisa o comportamento e o posicionamento ideológico de perfis acerca da demissão do então ministro da Educação no texto “A Controvérsia Weintraub: atores, traços digitais e posicionamentos políticos no Twitter”. E o outro, intitulado “Análise das emoções no debate sobre vacinação infantil contra covid-19 no Twitter”, busca identificar emoções contidas em publicações digitais, e seu uso enquanto ferramenta de mobilização social, no período que compreende a autorização da vacinação infantil contra covid-19 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).</p> <p>Indo para o pleito de 2022, apresentamos mais três artigos que buscam compreender os novos caráteres das campanhas eleitorais em contexto hipermidiático (Ituassu <em>et al.,</em> 2019) e espetacularizado (Debord, 2016). Um deles busca compreender a presença digital dos candidatos Lula (PT) e Bolsonaro (PL) na perspectiva da Teoria do Discurso laclauniana (2015) em “Engajamento e populismo: A presença digital de Lula e Bolsonaro nas eleições 2022 no Twitter”. O artigo “Storytelling político no Twitter: uma análise das narrativas de Lula e Bolsonaro nas eleições de 2022” objetiva compreender como estruturas narrativas são utilizadas para engajar e influenciar o eleitorado no ambiente digital. Na sequência, o artigo “Desinformação e Narrativas: Uma análise das desinformações verificadas pela página ‘Fato ou Boato’ durante as Eleições de 2022”, ao analisar uma iniciativa de combate à desinformação realizada pelo TSE, evidenciou sua dinâmica temporal e a relação com o clima político.</p> <p>E, por fim, um artigo que trata de outra rede social, especificamente acerca do “Discurso de ódio homofóbico no <em>Facebook</em>: uma análise dos comentários das publicações de notícias nos Ciberjornais de Campo Grande”, buscou investigar como se dá a repercussão e manutenção do preconceito e da discriminação</p> Tathiana Chicarino Emerson Cervi Copyright (c) 2024 Política & Trabalho: revista de ciências sociais https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-12-30 2024-12-30 60