Fenomenologia hermenêutica: a “superação” da postura epistemológica do historicismo

Autores

  • Viviane Magalhães Pereira Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

DOI:

https://doi.org/10.7443/problemata.v4i2.16491

Palavras-chave:

Dilthey, Husserl, Heidegger, Historicismo, Fenomenologia.

Resumo

Wilhelm Dilthey, motivado pela busca por uma base epistemológica para as ciências do espírito, pensou poder converter a história em objeto e a compreensão em método. Apesar de suas contribuições, somente Martin Heidegger, influenciado pela fenomenologia transcendental de Edmund Husserl, trouxe a possibilidade de refletirmos sobre o mundo que se articula através da história. Para Heidegger, a impossibilidade de termos um domínio sobre o conteúdo da história era justamente o que possibilitava a nossa compreensão do mundo histórico. Compreensão, para ele, significava o nosso comportamento situado em um mundo de significados, de tal modo que, mesmo quando se inicia o nosso trabalho teórico, ainda pressupomos uma estrutura prévia da compreensão que se dá na história. Por isso se tornou necessária, na hermenêutica, uma “superação”, ou melhor, uma radicalização dessa “consciência histórica”, de tal modo que ela revelasse que toda compreensão antes de tudo já está determinada por aquela estrutura prévia. Neste artigo tentaremos discutir sobre essa “superação” e sua contribuição para a Filosofia.

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Biografia do Autor

Viviane Magalhães Pereira, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Possui graduação em Licenciatura em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) e mestrado em Filosofia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Participou durante o período de mestrado do PROCAD PUCRS-UFC e atualmente é doutoranda em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Desenvolve pesquisa na área de Filosofia, com ênfase em Estética e Hermenêutica, atuando, em especial, nos seguintes temas: história da filosofia, filosofia contemporânea, ontologia e Hans-Georg Gadamer.

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Publicado

16-11-2013

Edição

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Artigos