O que a arte torna visível? Uma leitura de “A Origem da Obra de Arte”, de Martin Heidegger

Autores

  • Robson Cordeiro Universidade Federal da Paraíba

DOI:

https://doi.org/10.7443/problemata.v4i2.16534

Palavras-chave:

Heidegger, arte, obra, verdade, coisa.

Resumo

Em “A Origem da Obra de Arte”, Heidegger mostra que tentará encontrar a arte onde não houver dúvida que ela vigora, ou seja, na obra. A pergunta inicial, portanto, é acerca do que é a obra. Numa primeira aproximação, torna-se manifesto que as obras estão aí perante de modo tão natural como qualquer outra coisa. Mas o que é uma coisa? E que tipo de coisa é a obra? Para examinar que tipo de coisa é a obra e o que ela desencobre, Heidegger faz a análise de uma pintura de van Gogh, o par de sapatos de camponesa. Mas o que esta pintura desencobre, torna visível, lembrando aquilo que foi dito por Paul Klee, que “na arte, mais importante do que ver é tornar visível”? Procuraremos mostrar que a obra não faz ver apenas o utensílio, no caso o par de sapatos, mas o ser utensílio do utensílio, a sua serventia, que desvela todo o mundo da existência camponesa, que repousa na confiabilidade, na entrega confiável da camponesa ao chamamento silencioso da terra, pois é preciso ver que só há mundo desde o retraimento, desde a terra que se oculta, e que em seu ocultar-se convida a novos mundos.

Palavras-chaves: Heidegger, arte, obra, verdade, coisa.

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Biografia do Autor

Robson Cordeiro, Universidade Federal da Paraíba

Departamento de Filosofia

Área Filosofia Contemporânea

Referências

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Publicado

15-11-2013

Edição

Seção

Artigos