Dois modelos para a secularização da história judia: Paradigma libertino do Theophrastus redivivus e o paradigma spinozista

Autores

  • Gianni Paganini

Resumo

Foi, sobretudo com a obra de Flavio Josefo Contra Ápion que se afirmou plenamente a imagem de Moisés como líder político e religioso, ao mesmo tempo, quer dizer, como « legislador » ideal de seu povo. Flavio Josefo elogiou a lei mosaica, considerando-­a válida em todas as épocas e não apenas em circunstâncias especiais onde ela foi promulgada. Muitos são os manuscritos filosóficos clandestinos que se apresentaram entre o século XVII e o século XVIII como os herdeiros diretos dessa interpretação clássico ­helenística da religião em geral e da lei mosaica em particular, considerada como “arte política”. O Theophrastus redivivus é testemunha exemplar disso. Por outro lado, havia uma interpretação totalmente alternativa, que os clandestinos vão começar a dispor a partir da publicação do Tratado teológico-­político (1670) de Spinoza e especialmente com a tradução francesa de 1678. Esta interpretação responderia notavelmente a exigência da secularização da história judia, sem arriscar a se expor a apreciações mais ou menos explicitamente antissemitas encontradas em alguns manuscritos clandestinos.

 

Palavras-­chave: Manuscritos clandestinos, Spinoza, História judia, Libertinismo.

 

[doi: http://dx.doi.org/10.7443/problemata.v4i3.17163]

 

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