Filosofia Clandestina e a De la Sagesse de Pierre Charron

Autores

  • Estéfano Luís de Sá Winter

Resumo

A De la Sagesse de Pierre Charron foi muito influente durante o século XVII e terá centralidade na biblioteca dos libertinos, de tal modo que diversos autores deste movimento irão recolher argumentos da obra para combater a superstição religiosa e mesmo a crença em Deus. Argumentos tais como a contradição da religião para a razão, a defesa de uma moral autônoma que permite a felicidade sem auxílio da graça - superioridade da natureza humana enquanto humana -, e a exaltação dos espíritos fortes que colocam todas as coisas em dúvida, serão ideias muito presentes na literatura libertina e que se valerão da obra de Charron como principal fonte. O princípio da Sagesse de que cabe ao sábio julgar todas as coisas e a cisão operada na obra entre o domínio interior e exterior terão fortes impactos em sua posteridade, razões que farão com que alguns de seus leitores vejam na Sagesse um grande perigo e risco de impiedade. Nesse sentido, mostraremos como que os fundamentos da filosofia clandestina, que usa a razão para atacar a religião, se valem de argumentos charronianos para construir seu discurso. Pretendemos mostrar como que uma determinada leitura de Charron, leitura esta que inclusive distorce a sua intenção original, serve de fundamento para o pensamento filosófico irreligioso que surgirá no século das Luzes.

 

Palavras-chaves: Charron, Libertinagem erudita, Filosofia Clandestina.

 

[doi: http://dx.doi.org/10.7443/problemata.v4i3.16263]


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