ALTERIDADE NO SOFISTA: ECOS PLATÔNICOS OCULTOS NA PROPOSTA RICOEURIANA

Autores

  • Leonardo Marques Kussler Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS

DOI:

https://doi.org/10.7443/problemata.v9i4.40747

Palavras-chave:

Paul Ricoeur, Platão, Sofista, Identidade, Alteridade

Resumo

No Sofista, Platão já desenvolve princípios argumentativos acerca dos conceitos de identidade e reconhecimento, mesmidade e alteridade. Ao traçar limites entre o que se caracteriza por ser, não ser e a possibilidade de estas grandezas relacionarem-se, Platão explicita, pela voz do estrangeiro, o mesmo e o outro, modos de compreender os entes. Ricoeur, por sua vez, elabora uma teoria tangente ao reconhecimento e à alteridade, do si-mesmo como um outro, uma vez que insiste na necessidade de um outro para a formação e o reconhecimento da identidade. O objetivo, aqui, é remontar alguns aspectos da filosofia ricoeuriana à teoria anteriormente proposta por Platão, enfatizando e defendendo que a) a ideia de alteridade mostra-se presente já no Sofista, dependendo do modo como se interpreta o conceito de ἕτερος [héteros] e b) quais as principais distinções da proposta de Ricoeur com relação à tese platônica, não referenciada diretamente em sua obra. Assim, abriremos o diálogo entre as tradições supracitadas com o fito de alimentar a discussão sobre a possibilidade de defender traços de alteridade ao identificar as definições platônicas e em que medida elas ecoam na proposta hermenêutica e literária de Ricoeur.

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Biografia do Autor

Leonardo Marques Kussler, Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS

Doutorando em Filosofia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS

Bolsista Prosuc/Capes

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Publicado

17-12-2018

Edição

Seção

Artigos