ERNST BLOCH: UM MARX SCHELLINGUIANO?
REFLEXÕES SOBRE OS PRESSUPOSTOS DE UMA FILOSOFIA ENGAJADA
DOI:
https://doi.org/10.7443/problemata.v10i4.49677Palavras-chave:
Natureza, Futuro, Crítica, Sistema abertoResumo
A influência de F. Schelling sobre a teoria de Ernst Bloch é inquestionável. No entanto, hipóteses, como as de Jürgen Habermas, sugerem que essa influência teria prejudicado o caráter crítico de sua teoria, na medida em que teria levado o autor a sobrevalorizar uma espécie de materialismo especulativo, em detrimento da intervenção consciente e intencional da práxis humana. Por isso, Bloch poderia ser nominado de Schelling marxista, ou seja, mais próximo de Schelling do que de Marx. Aqui pretendemos indicar que, ao contrário, Bloch ampliou e aprofundou o caráter crítico-revolucionário de sua teoria ao se aproximar da filosofia schellinguiana, nomeadamente de sua compreensão de natureza em devir e da correspondente concepção de conhecimento enquanto sistema aberto. Fortalecida pela apropriação crítica de Schelling, a teoria de Bloch contribui de modo singular para a visualização de um horizonte teórico onde, sem cair na absolutização do sujeito, a esperança e o engajamento se tornam permanentemente possíveis. Bloch é, pois, antes, um Marx schellinguiano.
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