O CETICISMO, ENTRE MAIMON, FICHTE E HEGEL
DOI:
https://doi.org/10.7443/problemata.v11i4.56363Palavras-chave:
Maimon, Fichte, Hegel, CeticismoResumo
Este artigo apresenta uma perspectiva comparativa de algumas das respostas ao ceticismo no período da filosofia clássica alemã. Parte-se de uma exposição da crítica de S. Maimon a Kant, nomeadamente acerca da aplicabilidade dos conceitos puros à realidade empírica, e da influência deste problema sobre a Doutrina da Ciência de J. G. Fichte. São abordadas então as principais teses dos Fundamentos da Doutrina da Ciência de 1794/1795 de Fichte no que toca à possibilidade de uma filosofia sistemática construída a partir de primeiros princípios. Uma referência à discussão de Hegel, em 1802, acerca do significado e da relação entre o ceticismo antigo e moderno, introduz a exposição da resposta de Hegel ao ceticismo na Fenomenologia do Espírito, e à fundamentação do conhecimento na Ciência da Lógica. Além de mostrar a importância de Maimon para o desenvolvimento da filosofia clássica alemã, três teses são defendidas neste artigo: primeiro, que as respostas ao ceticismo tanto de Fichte quanto de Hegel aceitam os termos da discussão colocados pelo ceticismo; segundo, que ambos propõem refutações internas do ceticismo; e, terceiro, que o ceticismo, e a sua refutação interna, podem ser entendidos como um fio de ligação entre as diferentes posições filosóficas estudadas.
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