CONSIDERAÇÕES SOBRE A DIALÉTICA NEGATIVA E RAZÃO
DOI:
https://doi.org/10.7443/problemata.v12i2.57867Palavras-chave:
Dialética negativa, Razão, Theodor Adorno, Dialética, Teoria Crítica da sociedadeResumo
A obra Dialética Negativa (1966) propicia uma importante reflexão sobre a estruturação do pensamento filosófico moderno sendo um legado conceitual e epistemológico fundamental para a compreensão do pensamento de Theodor W. Adorno. Sua leitura complexa suscita tensões acerca dos limites do papel da razão e compreende a necessidade metodológica da construção de uma dialética que escape à tendência absolutizante observada como imanente da velha dialética. Dessa maneira, por meio de uma revisão de literatura, esse artigo se propõe a estudar os significados que emergem a partir do conceito de razão na Dialética Negativa adorniana. Para tanto, de início, demonstra-se como a crítica à razão é uma constante do pensamento do autor que vai ganhando forma e relevância desde a Dialética do Esclarecimento, que apontara criticamente para a tecnicidade positivista expressa na forma denominada razão instrumental, até a radicalidade da crítica encontrada na obra Dialética Negativa. Posteriormente, aponta-se para os limites da forma preponderante da filosofia, materializada na dialética hegeliana, e os limites da experiência no interior do jogo de forças entre teses e antíteses, destacando a necessidade da construção de uma filosofia que faça violência contra si mesma. Compreende-se que outras formas de estruturação do pensamento, como os aforismas, podem alcançar espaços singulares da experiência formativa estrangeiros ao pensamento filosófico predominante. Por fim, aponta-se para o totalitarismo da dialética tradicional como obstáculo fundamental, encaminhando princípios de outra razão exposta em uma Dialética Negativa, que não vise à dissolução das diferenças e o apaziguamento das tensões como forma resolutiva do pensamento.
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