ASPECTOS DA COORDENAÇÃO ENTRE A SEMÂNTICA E A FILOSOFIA EM GILBERT RYLE:
UM ARGUMENTO SOBRE A NATUREZA FILOSÓFICA DO CONHECIMENTO SEMÂNTICO
DOI:
https://doi.org/10.7443/problemata.v12i2.57900Palavras-chave:
semântica, categorias, filosofiaResumo
Esse artigo explora as teses de dois artigos de 1930 de Gilbert Ryle (Expressões sistematicamente enganadoras e Categorias) para discutir uma alternativa de oposição à tese Quine-davidsoniana de que conhecimentos semânticos sobre a verdade simpliciter e a verdade analítica são puramente linguísticos e estruturais, sem envolver nenhum conhecimento mais normativo, conceitual ou intensional, sobre a identidade dos objetos-semânticos estudados. A tese de Ryle não é uma oposição óbvia, pois concorda com Quine-Davidson em pelo menos um ponto-chave: a tese de que conhecimentos semânticos não envolvem objetos intensionais. No entanto, além de, contrariamente a eles, manter uma visão normativa sobre a prática da significação, a tese de Ryle contém ainda uma oposição a Q-D não obviamente perceptível, embora fundamental: a de que conhecimentos estruturais sobre ligações semânticas envolvem uma compreensão categorial, que ensina os falantes da língua a preverem antinomias ou enganações sistemáticas. Ryle acredita que esse conhecimento é filosófico, além de semântico. Sua tese mostra um aspecto em que a semântica e a filosofia não estão completamente divorciadas. Esse artigo pretende lembrar essa opção interpretativa ao universo da discussão semântica atual.
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