Revista Espaço do Currículo
https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rec
<p>A <strong>Revista Espaço do Currículo - REC</strong> é uma publicação eletrônica de fluxo contínuo, com edições quadrimestrais e <strong>qualis A3 (2017-2020) em Educação</strong>, organizada pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Curriculares da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Seu objetivo é divulgar estudos curriculares nacionais e internacionais que dialoguem com as diversas vertentes epistemológicas do campo, destacando a relação entre sociedade, educação e currículo. A seleção dos artigos submetidos é feita por um Conselho Editorial formado por pesquisadores de diversas instituições e países. <em>A revista não cobra taxas para a publicação dos textos</em>.</p> <p><strong>Financiamento do Periódico</strong></p> <p>A REC é mantida financeiramente pela Universidade Federal da Paraíba - UFPB.</p>Grupo de Estudos e Pesquisa em Políticas Curricularespt-BRRevista Espaço do Currículo1983-1579<p style="margin-bottom: 8.0pt; text-align: justify; line-height: 150%;">Ao submeter um artigo à Revista Espaço do Currículo (REC) e tê-lo aprovado, os autores concordam em ceder, sem remuneração, os seguintes direitos à Revista Espaço do Currículo: os direitos de primeira publicação e a permissão para que a REC redistribua esse artigo e seus metadados aos serviços de indexação e referência que seus editores julguem apropriados.</p>LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS
https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rec/article/view/68276
<p>O artigo debate acerca da leitura e da produção textual com adolescentes em escola de Ensino Fundamental do município de Serra/ES, em 2022. O campo problemático busca compreender como os agenciamentos produzidos pelo desejo desses <em>praticantespensantes</em> os impulsionam à leitura e à produção de textos. A metodologia de pesquisa-intervenção pauta-se na cartografia (Deleuze; Guattari, 1995) e nas conversas (Bondía Larrosa, 2003). Problematiza os diálogos entre estudantes de 9º ano e uma professora de língua portuguesa, realizando conexões com a noção de texto como produção de desejo (Larrauri, 2009) e agenciamento coletivo de enunciação (Deleuze; Parnet, 1998) no cotidiano escolar. Como resultados, destaca que os estudantes desejam escrever, mas há pouco interesse de expressarem-se com outras linguagens comunicacionais. Aponta os excessivos cuidados e tempos despendidos com a gramática, em detrimento de outras possibilidades de produção textual, outras semióticas menos estruturantes e mais encarnadas na vida dos sujeitos. Propõe investimentos em equipamentos, infraestrutura e qualificação para a produção dos textos em linguagens virtuais, estruturação das bibliotecas escolares e ampliação do número de estudantes leitores/escritores nas escolas.</p>Larissa Ferreira Rodrigues GomesCícero Leão da Cunha
Copyright (c) 2024 Revista Espaço do Currículo
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-11-292024-11-29173e68276e6827610.15687/rec.v17i3.68276AS DANÇAS POPULARES NA PERSPECTIVA DE CURRÍCULOS ANTIRRACISTAS COM A EDUCAÇÃO INFANTIL
https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rec/article/view/67138
<p>O presente ensaio aborda perspectivas de currículos antirracistas no contexto da Educação Infantil tendo as danças populares como meio para a materialização de suas ações. Em diálogo com autores e autoras que discutem currículos, epistemologias e perspectivas decoloniais, objetiva reunir reflexões sobre arranjos curriculares outros, que contemplem as diversidades e as diferenças culturais por meio das danças populares afro-brasileiras, que historicamente têm sido silenciadas ou tratadas de maneira caricata e superficial nas instituições escolares. Em termos metodológicos, foram selecionadas referências para interlocuções que abarcam a perspectiva de ancoragem (estudos decoloniais), os tópicos articulados (currículo, práticas antirracistas e danças), as bases legais vinculadas (no caso, ao ensino da história e da cultura afro-brasileira) e dados contextuais, no horizonte de combinar descrição, análises e proposições na composição de reflexões situadas no campo da Educação Infantil. Conclui que o investimento na formação de professoras e professores é crucial no apoio ao trabalho pedagógico com as danças populares, na ampliação da visão de currículos e na educação antirracista.</p>Érica BolzanValdete CôcoAndré da Silva Mello
Copyright (c) 2024 Revista Espaço do Currículo
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-11-292024-11-29173e67138e6713810.15687/rec.v17i3.67138A MÚSICA NO BERÇÁRIO
https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rec/article/view/68494
<p>O presente texto tem como tema a música no currículo do berçário, sendo as práticas curriculares, nesta faixa etária, marcadas por singularidades e sutilezas que permeiam as diversas situações no cotidiano dos espaços educativos que atendem bebês. Assim, este trabalho teve como objetivo compreender a partir das narrativas docentes como a música faz-se presente nas interações e brincadeiras por meio do corpo e da expressividade nas relações cotidianas, especialmente, nas diversas ações curriculares que se particularizam nos modos de interagir e brincar musicalmente a partir do corpo expressivo em movimento e suas possibilidades linguageiras e sonoras. Nesse sentido, metodologicamente, este texto, é fundamentado na pesquisa narrativa, na qual as narrativas das docentes sobre as práticas curriculares, envolvem a música enquanto linguagem potencializadora do desenvolvimento integral. Tais aspectos contribuem para o entendimento das finalidades e sentidos diversos da música para atender às variadas demandas curriculares de uma turma de berçário, como as necessidades fisiológicas, psicológicas, emocionais, sentimentais e culturais que cotidianamente ressoam por meio da comunicação e expressão do corpo ativo, sonoro, que produz cultura, conhecimento e formação humana. Os resultados apontam que as práticas curriculares que envolvem a música no cotidiano do berçário ganham novos olhares, que se dão para além dos momentos de cuidar do corpo, mas também momentos educativos, a partir das brincadeiras cantadas e das situações indissociáveis de cuidar e educar bebês.</p> <p> </p>Ivoneide dos Reis BritoDaniele Dorotéia Rocha da Silva de Lima
Copyright (c) 2024 Revista Espaço do Currículo
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-11-292024-11-29173e68494e6849410.15687/rec.v17i3.68494TEMPO FORA DO TEMPO
https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rec/article/view/68454
<p class="ResumoportugusdaREC">Este artigo busca problematizar o uso dos jogos cooperativos nos processos educacionais de Educação Física para o Programa de Educação de Jovens e Adultos do Instituto Federal do Espírito Santo (Proeja/Ifes). Tem como principais intercessores teóricos Brotto (2003), Certeau (1994) e Deleuze (2013) e os percursos da metodologia integram o método cartográfico (Deleuze e Guattari, 1995) e pelos estudos com os cotidianos (Alves, 2008). Por meio das vivências corporais, conversações e registros em portifólio dos alunos, aborda o processo de escolarização dito tardio como possibilidade de atravessamentos curriculares outros. O ensinar e aprender como um tempo de intensidades. A cooperação como alternativa de re(pensar) práticas competitivas não apenas nos espaços escolares, mas na vida cotidiana.</p>Danusa Simon RobersRita Vilanova Prata
Copyright (c) 2024 Revista Espaço do Currículo
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-11-292024-11-29173e68454e6845410.15687/rec.v17i3.68454CURRÍCULO & RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rec/article/view/67632
<p>O presente artigo discute o currículo a partir dos inúmeros atravessamentos contemporâneos que interseccionam raça, cultura e conhecimento, reconhecendo a pluralidade dos sujeitos no tocante à construção da identidade. Neste sentido, discute-se a necessidade do currículo como construção multifacetada e polifônica, visto como reflexo de uma sociedade multicultural, cujo diálogo entre as diversas culturas produz o fenômeno da transculturação. Partindo da pesquisa teórica, reflete acerca da política curricular brasileira naquilo que concerne à predominância de elementos europeus na estrutura da educação escolar, mesmo após aprovação da Lei nº 10639/2003, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e torna obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas de todo o território nacional.</p>Maurício de Novais ReisEliana Rodrigues OliveiraGilson Brandão de Oliveira Junior
Copyright (c) 2024 Revista Espaço do Currículo
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-12-022024-12-02173e67632e67632EDUCAÇÃO ESCOLAR QUILOMBOLA E O CURRÍCULO
https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rec/article/view/66483
<p>A pesquisa visa compreender o currículo escolar e as práticas pedagógicas de uma escola quilombola com classe multisseriada. O currículo escolar agrega um conjunto de significados, com critérios de seleção de produção de conhecimento. O desenho curricular em escolas do quilombo tem como característica valorização histórica de suas terras e cultura. As classes multisseriadas, comuns em comunidades rurais e ou do campo caracterizam-se por reunir em um mesmo espaço físico diferentes séries que são gerenciadas por um mesmo. Nesse contexto, é importante refletir sobre as orientações curriculares e as práticas pedagógicas destinadas a educação escolar quilombola com classes multisseriada. No levantamento de campo adotou-se uma abordagem qualitativa; no qual participaram da pesquisa duas professoras de uma escola em uma comunidade quilombola com classe multisseriada; como instrumento de levantamento utilizou-se a entrevista semi-estruturada. Nos resultados as participantes em seus relatos sinalizam para a necessidade de construir políticas curriculares em conformidade com as demandas escolares em que prevalece a Educação Quilombola, assim também indicam a falta de comprometimento de políticas públicas direcionadas para escolas em comunidades quilombolas. E atentam para a construção e valorização de uma educação mantenedora dos saberes culturalmente construídos e legitimados.</p>Maisa Eveline Duarte da SilvaNeide Maria Fernandes Rodrigues de Sousa
Copyright (c) 2024 Revista Espaço do Currículo
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-11-292024-11-29173e66483e6648310.15687/rec.v17i3.66483ENTRE CENAS, POEMAS E CANÇÕES
https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rec/article/view/68479
<p>A implementação do <em>Novo Ensino Médio, </em>proposto pela lei 13.415/2017, tem sido questionada por diferentes segmentos da comunidade escolar. No entanto, acredita-se que durante o processo de luta, por sua revogação, estudantes não podem ficar sujeitos a gambiarras pedagógicas, principalmente nesta etapa de sua formação. Por esta razão, o objetivo deste trabalho é discutir a construção de um arranjo curricular, voltado para um Itinerário Formativo, em Linguagens e suas Tecnologias, aliando os fundamentos do Teatro do Oprimido, sob a perspectiva da pesquisa (auto)biográfica, e das narrativas (autobiográficas). Dessa forma, a partir de processos de <em>biografização</em>, por meio do teatro, da poesia e da música, pode-se compreender o quanto uma formação ética e estética, baseada na fala/escuta em espaços escolares, promovem novas formas de ser e estar no mundo, contribuindo para o desenvolvimento integral dos estudantes.</p>Janaina Barbara Rangel SilvaValéria de Souza Marcelino
Copyright (c) 2024 Revista Espaço do Currículo
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-12-012024-12-01173e68479e6847910.15687/rec.v17i3.68479AS INFLUÊNCIAS DAS AVALIAÇÕES SOBRE A GESTÃO ESCOLAR E O TRABALHO DOCENTE NA PARAÍBA E PERNAMBUCO
https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rec/article/view/71541
<p>Este artigo analisa os efeitos das políticas de avaliação em larga escala sobre a gestão e a organização do trabalho nas escolas públicas dos estados da Paraíba e de Pernambuco, que se destacam por realizarem políticas de responsabilização forte, com impactos diretos sobre os agentes escolares. O <em>corpus</em> de pesquisa para esta análise é composto por: revisão da literatura acerca dos temas envolvidos, levantamento documental sobre o processo de implementação das políticas de avaliação e responsabilização, e análise de <em>survey</em>s realizados com diretores escolares e docentes. Os achados demonstraram que, em ambos os estados, há muita pressão pelos resultados, principalmente sobre os docentes de Português e Matemática, o que tem acarretado um ensino e um currículo cada vez mais orientado para os testes. É grande a presença de docentes e gestores com vínculos trabalhistas precários e os bônus têm mascarado o baixo salário dos docentes. Em que pese aos esforços da gestão escolar e dos docentes para a melhoria dos resultados nas avaliações, as notas do Ideb dos Anos Finais do Ensino Fundamental nos dois estados estavam abaixo da média nacional, assim como a do Ensino Médio na Paraíba, demonstrando que existem questões estruturais mais complexas que interferem no desempenho dos estudantes, mesmo com todos os mecanismos utilizados para controlar os resultados.</p>Ana Maria ClementinoDalila Andrade Oliveira
Copyright (c) 2024 Revista Espaço do Currículo
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-12-102024-12-10173e71541e7154110.15687/rec.v17i3.71541MATERIAL DIDÁTICO E SISTEMAS DE ENSINO NAS REDES PÚBLICAS MUNICIPAIS DE ENSINO DO RS
https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rec/article/view/71660
<p>Este trabalho visou analisar as lógicas e atores privados atuando na oferta de material didático e sistemas apostilados de ensino para as redes públicas municipais de ensino do Estado do Rio Grande do Sul (RS). Os dados derivam de pesquisa maior que visou analisar os processos de privatização no RS, através do uso da etnografia de redes, técnica que faz uso de dados virtuais. A coleta de dados ocorreu a partir de informações online, entre 2017 e 2020, nos sites dos 497 municípios do estado. Os resultados evidenciaram 29 ações promovidas por 13 atores privados, abrangendo 24 municípios, e a partir do tratamento analítico foram construídas cinco categorias sobre as lógicas de tais ações e analisadas a perspectiva dos atores identificados. As análises apontam que a inserção do setor privado neste campo educacional está para além de fornecedor de materiais didáticos, incidindo na prática pedagógica e no projeto de formação estudantil.</p>Susana Schneid SchererVerônica Rodrigues de LimaMaria de Fátima Cóssio
Copyright (c) 2024 Revista Espaço do Currículo
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-12-102024-12-10173e71660e7166010.15687/rec.v17i3.71660REFORMA CURRICULAR BRASILEIRA PÓS-2016 E AS REPERCUSSÕES DA LEI 13.415/2017 PARA O ENSINO MÉDIO DO TOCANTINS
https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rec/article/view/71629
<p>Este artigo tematiza a proposta Curricular do Tocantins para o Ensino Médio elaborada com base Lei 13.415/2017 como parte da reforma da educação pós-2016. No estudo que resultou no presente texto indagamos, como ponto de partida, quais as repercussões da referida reforma curricular para o Ensino Médio no estado do Tocantins? O estudo teve por objetivo explicitar as repercussões advindas da reforma pós-2016 expressas na Lei nº 13.415/2017 para Ensino Médio do estado do Tocantins. No desenvolvimento do estudo, assentado na abordagem crítico-dialética, revisitamos estudos críticos e realizamos a pesquisa documental como base para análise e compreensão do problema levantado. O estudo possibilitou compreender que a Proposta Curricular do Tocantins tem potencial para o esvaziamento do currículo, o estreitamento da formação e a realização de um tipo formativo de cunho utilitário e pragmático, além de fortalecer a ideia de antecipação da profissionalização dos estudantes no Ensino Médio. Tal proposta, aparentemente, também fortalece o viés formativo unilateral com foco na profissionalização, o que impõe barreiras à educação de espectro formativo integral, exigindo, assim, a exploração das contradições dos espaços da educação escolar na disputa da formação de perspectiva emancipadora que fortaleça a autonomia dos sujeitos da ação formativa.</p>Wanessa Cardoso GomesRoberto Francisco de Carvalho
Copyright (c) 2024 Revista Espaço do Currículo
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-12-052024-12-05173e71629e7162910.15687/rec.v17i3.71629DIRETRIZES CURRICULARES E RECONVERSÃO DOCENTE NA EDUCAÇÃO BÁSICA
https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rec/article/view/71597
<p>O processo de reconversão docente faz parte do projeto neoliberal que se caracteriza por ser um movimento de reformulações políticas com o interesse de adequação dos professores às novas demandas do mercado. O presente estudo, ancorado em uma pesquisa documental, tem por objetivo analisar comparativamente as Resoluções que instauram a BNC-Formação Inicial (2019) e a BNC-Formação Continuada (2020) com as Diretrizes Curriculares Nacionais de Formação Inicial e Continuada (2015) de professores da Educação Básica, a fim de compreender as implicações do processo de reconversão docente presentes nesses documentos. As análises indicam que as novas Resoluções CNE/CP nº 2/2019 e nº 1/2020 estão em concordância com o projeto neoliberal, que busca a reconversão do professor, influenciando na construção da padronização de um perfil docente, e determinando o seu alinhamento pedagógico, para atuar a serviço do capital.</p>Vinícius Frederico de Oliveira SilveiraCarlos Augusto de MedeirosLuciana Leandro da Silva
Copyright (c) 2024 Revista Espaço do Currículo
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-12-062024-12-06173e71597e7159710.15687/rec.v17i3.71597O SUJEITO EMPREENDEDOR DE SI NO NOVO ENSINO MÉDIO
https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rec/article/view/71539
<p>Este artigo visa analisar o empreendedorismo de si no currículo mineiro a partir do Novo Ensino Médio, instituído pela Lei 13.415/2017. Foram selecionados três trechos do Currículo Referência de Minas Gerais (CREM) relativos a esta etapa da educação básica. Essa seleção esteve precedida de uma busca em que o empreendedorismo, mais especificamente o de si, pudesse ser rastreado no documento. O termo foi tomado a partir da produção de Christian Laval e Pierre Dardot, cuja compreensão se ampliou com o desenvolvimento do neoliberalismo, decorrente da ideia de “Empresário de si mesmo” em Michel Foucault. Os excertos foram analisados à luz de um referencial teórico com expressiva tradição para se discutir a Educação numa perspectiva integral, abrangendo a Educação Profissional Tecnológica (EPT). Os resultados indicam que a concepção de sujeito empreendedor de si localizada no CREM se distancia das bases epistemológicas vinculadas à tradição da EPT por reduzir a formação ao desenvolvimento do sujeito em atendimento às exigências do mercado de trabalho. Sendo ele compreendido como um capital, um capital humano, deve valorizar-se indefinidamente de maneira a superar a concorrência e as instabilidades de seu entorno. Em contraponto, uma educação pensada de maneira integral, baseada nos conceitos de politecnia e formação omnilateral, visa a emancipação humana, sendo o trabalho pensado como princípio educativo. Defende-se um projeto educacional que promova a formação humana e integral das juventudes, articulando educação e trabalho à ciência, tecnologia e cultura.</p>Bruna de Oliveira GonçalvesJosé Fernandes da Silva
Copyright (c) 2024 Revista Espaço do Currículo
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-12-102024-12-10173e71539e7153910.15687/rec.v17i3.71539A FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM DISPUTA
https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rec/article/view/71641
<p>Tendo em tela o debate sobre as políticas de currículo para a formação docente e na perspectiva de inscrição nele, este artigo, como exercício analítico, de caráter exploratório-descritivo, problematiza a recente normativa curricular para a formação docente produzida em 2024, a saber, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial em Nível Superior de Profissional do Magistério da Educação Escolar Básica (Brasil, 2024a, 2024b). Para tal, o Parecer CNE/CP n.º 4/2024 homologado em 27 de maio de 2024 é tomado como principal empiria e superfície textual por permitir acessar/interpretar determinados sentidos e demandas político-curriculares que contingencialmente são negociados e articulados. Aportes da teoria do discurso apropriados/operados no/pelo campo teórico-político do currículo (Lopes, 2015) são constitutivos desta análise. É argumentado que a proposta político-curricular em questão, apresentada como resultado de um consenso e avanço no campo da formação docente, tende a se constituir como movimento articulatório pelo qual tensionamentos em torno das disputas e negociações entre as defesas antagônicas de normativas anteriores (DCN/2015 e BNC-Formação) não são erradicados. Também é defendido que em torno da significação da formação de professores, a tentativa de homogeneização de determinados sentidos político-curriculares por uma normatização é sempre tensionada, seja pela presença da heterogeneidade de demandas e de ressignificações que lhe é constitutiva, seja pelos inúmeros discursos e demandas dispersos no campo da discursividade que continuam operando.</p>Wagner Nobrega Torres
Copyright (c) 2024 Revista Espaço do Currículo
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-12-102024-12-10173e71641e7164110.15687/rec.v17i3.71641POLÍTICAS NEOLIBERAIS E REFORMAS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR
https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rec/article/view/71602
<p>Este ensaio teórico problematiza as reformas da Educação Superior, com ênfase na análise das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) dos cursos de Direito, buscando efetuar uma leitura crítica do avanço das políticas de cunho neoliberal e neoconservador no campo educacional. A análise é operada sob perspectiva teórico-epistemológica pós-estruturalista, referendada nas noções de política (Mouffe, 2003; Laclau, 2005), governamentalidade (Foucault, 2006; 2008b; 2010) e nos conceitos de recontextualização e atuação (Ball; Maguire; Braun, 2016). No campo educacional brasileiro, a disseminação de regimes de verdade voltados à legitimação da lógica empresarial tem promovido reformas legais na regulação da gestão, oferta e organização curricular da Educação Superior em todas as áreas científicas e de formação acadêmica, incluindo o Direito. Entretanto, a implementação efetiva dessas reformas depende da atuação das comunidades epistêmicas no exercício de reinterpretação das diretrizes por definir a reorganização curricular dos projetos político-pedagógicos que sustentam a formação acadêmica. As DCNs para a formação de bacharéis em Direito indicam a produção de uma política curricular híbrida, que articula a tradição do ensino jurídico às demandas contemporâneas, sob influência da agenda neoliberal e neoconservadora.</p>Eliada Mayara Alves KrakheckeMaria Cecília Lorea LeiteDulce Mari da Silva Voss
Copyright (c) 2024 Revista Espaço do Currículo
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-12-102024-12-10173e71602e7160210.15687/rec.v17i3.71602O AVANÇO DOS AGENTES PRIVADOS E A PRODUÇÃO DE OUTRA (DES)ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO
https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rec/article/view/72204
<p>A obra reúne nove artigos sobre a região nordeste e quatro sobre a região sudeste, produções decorrentes de uma pesquisa nacional, desenvolvida por pesquisadores da Unicamp, que pretendeu analisar a incidência de atores privados em todas as redes estaduais de educação e do Distrito Federal, nas três dimensões da política educativa – oferta, gestão e currículo – de modo a identificar possíveis desdobramentos para a efetivação da educação como direito humano. Neste volume foram analisadas a educação nos estados do Nordeste e Sudeste. O recorte temporal estabelecido na pesquisa foi de 2005-2018.</p>Valdelaine Mendes
Copyright (c) 2024 Revista Espaço do Currículo
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-12-052024-12-05173e72204e7220410.15687/rec.v17i3.72204REFORMAS EDUCACIONAIS, POLÍTICAS CURRICULARES E DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS
https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/rec/article/view/72223
<p>As reformas educacionais ocorridas no Brasil e na América Latina, fazem parte do <em>Global Educational Reform Movement</em> que tem, entre suas finalidades, a de acomodar a sociedade às novas necessidades de acumulação do capital. Nessa direção, intensifica as disputas pelo campo da educação, em geral, e do currículo escolar, em particular. Os efeitos dessas reformas nas políticas e práticas curriculares resultam de princípios gerencialistas, via padronização e homogeneização, prestação de contas, responsabilização docente, bem como do controle da gestão escolar, da formação e do trabalho dos professores. Tais processos precisam ser pensados também à luz dos impactos da pandemia da Covid-19, que, dentre outros aspectos, escancararam as desigualdades sociais e educacionais, o movimento da ascensão da extrema direita e seu projeto ultraconservador por meio da educação. A professora Dalila Andrade Oliveira é uma das pesquisadoras na área da educação que, desde os anos de 1990, vem promovendo contundentes contribuições ao debate e ao enfrentamento dessa realidade. Nesta entrevista, a professora compartilha um pouco sobre suas pesquisas recentes vinculadas ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) GESTRADO/UFMG, destacando aspectos importantes para o enfrentamento dos desafios para a redução das desigualdades educacionais demarcadas nas reformas e políticas em questão.</p>Joedson Brito dos SantosLuciana Leandro da SilvaÁlvaro Moreira HypolitoDalila Andrade de Oliveira
Copyright (c) 2024 Revista Espaço do Currículo
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-12-052024-12-05173e72223e7222310.15687/rec.v17i3.72223