TRADUÇÕES DA LITERATURA FICCIONAL INDIANA PARA O PORTUGUÊS: UMA QUESTÃO CULTURAL
Resumo
A literatura ficcional pós-colonial tende a ser um solo fértil para repensar criticamente as tradições, resgatando-as, atualizando-as e transformando-as. Autores como Vikram Seth, Anita Desai e Sudhir Kakar, dentre outros, são exemplos bem sucedidos de diálogos com a tradição filosófica da Índia através da escrita ficcional. Porém, com a estimulação do mercado editorial em traduzir obras premiadas no exterior, verifica-se nas traduções para o português brasileiro da literatura ficcional indiana, originalmente em inglês, um sério problema de interpretação cultural. Uma obra literária está explicitamente ou implicitamente atrelada a uma cultura e uma tradução não pode ser uma questão meramente linguística, ela deve passar pela dimensão cultural da obra. O despreparo e a falta de comprometimento da parte de tradutores e revisores faz com que algumas traduções demonstrem graves falhas de entendimento da cultura indiana, comprometendo o diálogo com a tradição feita pelo escritor. Para a verificação desse cenário, serão analisados elementos específicos das seguintes obras: The Calcutta Chromosome, de Amitav Ghosh, A River Sutra, de Gita Mehta, e suas respectivas traduções para o português. Nestas obras são abordados assuntos como: o sistema de castas, a pluralidade de deuses, formas literárias clássicas da Índia, etc.Downloads
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