Religiões afro-cubanas na Colômbia. Abordagens e explorações possíveis
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1982-6605.2020v18n1.59598Resumo
No quadro sobre a presença negra e as civilizações africanas nas Américas, afirmava-se que na Colômbia havia-se criado uma cultura negra cuja religiosidade era caracterizada pelo catolicismo popular e pela ausência de traços de civilizações africanas (Bastide, 1969). Meio século depois, aquele quadro viu-se modificado por processos de re-territorialização de populações negras em países cuja presença era escassa, assim como pelos processos pensados como de re-localização e trans-nacionalização de religiões afro-americanas (Juárez-Huet, 2009, 2013). Recentemente, na Colômbia assistimos a um crescente envolvimento de pessoas com religiões afro-cubanas e, em menor medida, afro-brasileiras. Como tais religiões chegaram naquele país? Quais os vínculos das populações negras com estas e quais os seus efeitos na cultura negra? O que a literatura acadêmica diz a esse respeito? Aqui defendo que só a exploração etnográfica das trajetórias religiosas das pessoas e os processos de criação de comunidades religiosas permitirão responder essas questões, assim como embasar afirmações sobre a origem, presença e características dessas práticas num novo contexto nacional. Seguindo Bastide, quem afirma que não são as civilizações que estão em contato, mas os homens (1971), recorrerei ao relato das trajetórias religiosas das irmãs Quiñones nas religiões afro-cubanas para pensar abordagens possíveis a partir dessas questões.
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