Composição Florística de um fragmento de mata ciliar na Bacia Hidrográfica do Rio Cabelo, João Pessoa, Paraíba, Brasil
Floristic composition of a fragment of riparian vegetation in the Rio Cabelo river basin, João Pessoa, Paraíba, Brazil
Luiz de Aquino Pereira1
Earl Celestino de Oliveira Chagas2
Maria Regina de V. Barbosa3
Resumo
Este estudo teve como objetivo conhecer a composição florística de um remanescente de mata ciliar ao longo do Rio Cabelo, e seu grau de similaridade com outros remanescentes florestais da região metropolitana de João Pessoa. Foram identificadas 151 espécies, distribuídas em 123 gêneros, pertencentes a 63 famílias. Do total de espécies amostradas, 54 (36%) são árvores, 27 (17%) arbustos, 39 (26%) ervas, 26 (18%) trepadeiras e 5 (3%) parasitas. A comparação florística evidenciou acentuada heterogeneidade e baixos índices de similaridade entre os fragmentos comparados.
Palavras-chave: Mata ciliar, Flora, Nordeste do Brasil
Abstract
This study aimed to know the floristic composition of a remnant riparian forest along Rio Cabelo and the degree of similarity between that and other forest remnants in the metropolitan area of João Pessoa. We identified 151 species in 123 genera, belonging to 63 families. Of all species, 54 (36%) are trees, 27 (17%) shrubs, 39 (26%) herbs, 26 (18%) vines and 5 (3%) parasites. The floristic comparison showed marked heterogeneity and low levels of similarity between fragments compared.
Key words: Riparian forest, Flora, Northeastern Brazil
INTRODUÇÃO
As matas ciliares são formações vegetacionais que ocorrem associadas às margens de diversos corpos d’água. Estas desempenham importantes funções ecológicas, como a estabilização das encostas dos rios, disponibilização de alimento e micro-hábitat para espécies aquáticas, manutenção da qualidade da água, e estabilização térmica da rede hidrográfica (HINKEL, 2003). Além disso, facilitam o deslocamento da fauna associada já que se constituem como um eficiente corredor ecológico (LIMA e ZAKIA, 2000).
Mesmo sendo áreas legalmente protegidas, essas matas continuam sendo intensamente devastadas em várias partes do Brasil, principalmente pelo avanço da exploração agropecuária e o estabelecimento de centros urbanos ao longo de sua área de ocorrência. Contudo, essas formações ciliares são caracterizadas por baixos valores de similaridade florística e uma grande diversidade de espécies (Rodrigues e Nave, 2000).
O remanescente de mata ciliar ao longo do Rio Cabelo foi escolhido para o desenvolvimento deste trabalho por ser uma das áreas prioritárias para a conservação e recuperação no município de João Pessoa. Essas áreas foram propostas no Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica, desenvolvido pela Prefeitura Municipal em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica em 2012 (SEMAM, 2012).
Dessa forma este trabalho objetiva subsidiar as ações preservacionistas previstas no plano, contribuindo para ampliar o conhecimento acerca da composição florística da área e avaliar sua similaridade com outros remanescentes da região metropolitana de João Pessoa.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado em um fragmento de mata ciliar localizado na bacia hidrográfica do Rio Cabelo (figura 1), litoral sul da cidade de João Pessoa, entre as coordenadas 7°08’53’’ e 7°11’02’’ de latitude sul e 34º47’26’’ e 34º50’33’’ de longitude oeste. A área apresenta altitude média de 31,15m (LEITE, 2005), latossolos (SASSI et al. 1997), clima tropical quente-úmido com temperaturas médias em torno de 25°C e precipitação de 1800 mm anuais (OLIVEIRA, 2001). Desde a década de 1980 a área vem sendo submetida a um intenso processo de urbanização e retirada exploratória de areia para construção civil, que tem gerado grandes supressões da vegetação ciliar.
Figura 1. Localização da bacia hidrográfica do Rio Cabelo no município de João Pessoa/PB. Fonte: Farias et al., 2008
Foram realizadas seis expedições de campo entre os meses de outubro de 2010 a abril de 2011. Os espécimes foram coletados através de caminhadas aleatórias ao longo da vegetação que margeia o Rio Cabelo. A área considerada como mata ciliar foi estipulada de acordo com os dispostos na Lei nº 4.777/65, que determina a área ciliar de acordo com a largura do corpo d’água, de forma que para o Rio Cabelo esta área corresponde a 30 m a partir da margem do rio, já que sua calha não ultrapassa os 10 m (LINDNER, 2003). Todo material foi processado no Laboratório de Taxonomia de Angiospermas (TAXON), no Departamento de Sistemática e Ecologia da Universidade Federal da Paraíba, conforme técnicas usuais de herborização (MORI et al. 1989).
O material coletado foi identificado com base em literatura especializada e através de comparações com materiais de herbário previamente identificados por especialistas. Todas as exsicatas foram montadas e incorporadas à coleção do Herbário Professor Lauro Pires Xavier (JPB). A grafia dos nomes das espécies e a abreviação dos nomes dos autores foram baseadas na Lista de Espécies da Flora do Brasil (FORZZA et al. 2013). Para a elaboração da lista florísticas foi adotada a proposta do APG III (2009).
Na comparação florística foi calculado o ISJ - Índice de similaridade de Jaccard (MUELLER-DOMBOIS e ELLEMBERG, 1974) entre a flora deste levantamento e a de outras quatro áreas da região metropolitana de João Pessoa. Os critérios utilizados para a escolha das áreas de mata ciliar (AMAZONAS, 2011; FREITAS, 2011) foram baseados na existência de um levantamento florístico pré-existente para a área e a matriz vegetacional (Floresta Estacional Semidecidual) em que estão inseridas. No caso das áreas não ciliares (BARBOSA, 2008; BARBOSA et al. 2009) além dos pré-requisitos anteriores sua escolha foi motivada a fim de verificar se a composição florística das matas ciliares da região metropolitana de João Pessoa possui um conjunto de espécies características destas formações. O ISJ é expresso pela fórmula:
ISJ = [c/(A+B-c)] x 100
Onde: ISJ – Índice de Similaridade de Jaccard;
c - Número de espécies comuns entre as duas áreas;
A - Total de espécies presentes na área A;
B - Total de espécies presentes na área B;
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram registradas 151 espécies distribuídas em 123 gêneros e 63 famílias botânicas, apresentadas na tabela 1. As famílias com maior riqueza de espécies foram Fabaceae (14), Rubiaceae (12), Euphorbiaceae, Myrtaceae e Poaceae (8), que juntas abrigam 33 % do total de espécies. O gênero mais diverso foi Eugenia com quatro espécies, seguido de Myrcia, Inga, Solanum, Polygala, Scleria e Panicum, todos com três espécies.
Tabela 1. Lista das espécies da mata ciliar da bacia hidrográfica do rio Cabelo, João Pessoa-PB. Arv - árvore; Arb – arbusto; Erv – erva; Tre – trepadeira e Para – parasitas.
FAMÍLIA/ESPÉCIE |
HÁBITO |
COLETOR/N° |
Acanthaceae |
||
Aphelandra sp. |
Tre |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 254 |
Ruellia paniculata L. |
Erv |
Pereira, L.A. 26 |
Anacardiaceae |
||
Anacardium occidentale L. |
Arv |
Pereira, L.A. 23 |
Tapirira guianensis Aubl. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 102 |
Thyrsodium spruceanum Benth. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 99 |
Annonaceae |
||
Annona pickelii (Diels) H.Rainer |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 265 |
Guatteria schomburgkiana Mart. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 172 |
Xylopia frutescens Aubl. |
Arv |
Pereira, L.A. 30 |
Xylopia laevigata (Mart.) R.E.Fr. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 264 |
Apocynaceae |
||
Blepharodon pictum (Vahl) W.D.Stevens |
Tre |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 191 |
Ditassa sp. |
Tre |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 260 |
Hancornia speciosa Gomes |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 158 |
Himatanthus phagedaenicus (Mart.) Woodson |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 69 |
Mandevilla scabra (Hoffmanns. ex Roem. & Schult.) K. Schum. |
Tre |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 150 |
Mandevilla sp. |
Tre |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 261 |
Asteraceae |
||
Tilesia baccata (L.f.) Pruski |
Arb |
Pereira, L.A. 46 |
Struchium sparganophorum (L.) Kuntze |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 89 |
Boraginaceae |
||
Cordia superba Cham. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 97 |
Tournefortia candidula (Miers) Johnst. |
Tre |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 221 |
Bromeliaceae |
||
Hohenbergia sp. |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 267 |
Burseraceae |
||
Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand |
Arv |
Pereira, L.A. 50 |
Cactaceae |
||
Melocactus sp. |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 268 |
Cannabaceae |
||
Trema micrantha (L.) Blume |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 81 |
Celastraceae |
||
Maytenus erythroxylum Reissek |
Arv |
Pereira, L.A. 24 |
Chrysobalanaceae |
||
Hirtella racemosa Lam. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 83 |
Clusiaceae |
||
Garcinia sp. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 104 |
Combretaceae |
||
Buchenavia tetraphylla (Aubl.) R.A.Howard |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 247 |
Commelinaceae |
||
Commelina erecta L. |
Erv |
Pereira, L.A. & Vieira, L.A.F. 207 |
Convolvulaceae |
||
Ipomoea quamoclit L. |
Tre |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 241 |
Cucurbitaceae |
||
Luffa cylindrica M. Roem. |
Tre |
Pereira, L.A. 47 |
Melothria fluminensis Gardner |
Tre |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 187 |
Momordica charantia L. |
Tre |
Pereira, L.A. & Vieira, L.A.F. 209 |
Cyperaceae |
||
Bulbostylis sp. |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 248 |
Cyperus laxus Lam. |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 142 |
Scleria bracteata Cav. |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 146 |
Scleria hirta Boeckeler |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 188 |
Scleria secans (L.) Urb. |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 147 |
Rhynchospora exaltata Kunth |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 189 |
Dilleniaceae |
||
Davilla kunthii A. St.-Hil. |
Tre |
Pereira, L.A. 54 |
Doliocarpus dentatus (Aubl.) Standl. |
Tre |
Pereira, L.A. 53 |
Tetracera breyniana Schltdl. |
Tre |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 100 |
Dioscoreaceae |
||
Dioscorea sp. |
Tre |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 240 |
Elaeocarpaceae |
||
Sloanea garckeana K.Schum. |
Arv |
Moura, O.T. 1141 |
Eriocaulaceae |
||
Paepalanthus sp. |
Erv |
Pereira, L.A. 27 |
Erythroxylaceae |
||
Erythroxylum sp. |
Arb |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 243 |
Euphorbiaceae |
||
Chaetocarpus myrsinites Baill. |
Arv |
Pereira, L.A. 49 |
Croton polyandrus Spreng. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 255 |
Croton sellowii Baill. |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 98 |
Dalechampia sp.1 |
Tre |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 76 |
Dalechampia sp.2 |
Tre |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 108 |
Pogonophora schombugkiana Miers ex Benth. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 230 |
Ricinus communis L. |
Arb |
Pereira, L.A. & Vieira, L.A.F. 208 |
Sapium sp. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 163 |
Fabaceae |
||
Abarema sp. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 235 |
Andira sp.1 |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 220 |
Andira sp.2 |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 242 |
Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 152 |
Chamaecrista ramosa (Vogel) H.S.Irwin & Barneby |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 233 |
Dioclea virgata (Rich.) Amshoff |
Tre |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 80 |
Hymenaea courbaril L. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 109 |
Inga thibaudiana DC. |
Arv |
Pereira, L.A. 51 |
Inga capitata Desv. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 84 |
Inga sp. |
Arv |
Pereira, L.A. 167 |
Pterocarpus rohrii Vahl |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 165 |
Senna alata (L.) Roxb. |
Arb |
Pereira, L.A. & Vieira, L.A.F. 203 |
Senna sp. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 263 |
Stylosanthes sp. |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 266 |
Heliconiaceae |
||
Heliconia psittacorum L. f. |
Erv |
Pereira, L.A. & Vieira, L.A.F. 202 |
Hernandiaceae |
||
Sparattanthelium botocudorum Mart. |
Arb |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 174 |
Humiriaceae |
||
Sacoglottis mattogrossensis Malme |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 101 |
Hypericaceae |
||
Vismia guianensis (Aubl.) Choisy |
Arb |
Pereira, L.A. 25 |
Krameriaceae |
||
Krameria tomentosa A.St.-Hil. |
Arb |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 246 |
Lamiaceae |
||
Aegiphila sp. |
Arb |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 103 |
Lauraceae |
||
Cassytha filiformis L. |
Para |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 92 |
Ocotea gardneri (Meisn.) Mez |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 231 |
Lecythidaceae |
||
Eschweilera ovata (Cambess.) Miers |
Arv |
Pereira, L.A. 52 |
Loranthaceae |
||
Phoradendron sp. |
Para |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 223 |
Phthirusa pyrifolia (Kunth) Eichler |
Para |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 106 |
Psittacanthus dichroos (Mart.) Mart. |
Para |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 237 |
Struthanthus sp. |
Para |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 239 |
Lythraceae |
||
Cuphea flava Spreng. |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 232 |
Malpighiaceae |
||
Byrsonima gardneriana A. Juss. |
Arb |
Pereira, L.A. 28 |
Byrsonima sericea DC. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 105 |
Stigmaphyllon rotundifolium A. Juss. |
Tre |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 171 |
Malvaceae |
||
Eriotheca sp. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 253 |
Luehea ochrophylla Mart. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 143 |
Sida elata Macfad. |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 179 |
Sida sp. |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 90 |
Marantaceae |
||
Monotagma plurispicatum (Körn.) K. Schum. |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 68 |
Melastomataceae |
||
Miconia albicans (Sw.) Triana |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 74 |
Myrsinaceae |
||
Myrsine sp. |
Arb |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 224 |
Myrtaceae |
||
Eugenia azurensis O.Berg |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 160 |
Eugenia candolleana DC. |
Arb |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 178 |
Eugenia hirta O. Berg |
Arb |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 159 |
Eugenia punicifolia (Kunth) DC. |
Arb |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 88 |
Myrcia bergiana O.Berg. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 169 |
Myrcia guianensis (Aubl.) DC. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 185 |
Myrcia sylvatica (G. Mey.) DC. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 176 |
Myrciaria sp. |
Arb |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 244 |
Nyctaginaceae |
||
Guapira pernambucensis (Casar.) Lundell |
Arb |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 155 |
Ochnaceae |
||
Ouratea hexasperma (A.St.-Hil.) Baill. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 185 |
Onagraceae |
||
Ludwigia octovalvis (Jacq.) P.H. Raven |
Erv |
Pereira, L.A. 45 |
Orchidaceae |
||
Epidendrum cinnabarinum Salzm. |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 255 |
Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl. |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 238 |
Passifloraceae |
||
Passiflora cincinata Mast. |
Tre |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 183 |
Passiflora galbana Mast. |
Tre |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 168 |
Pcramniaceae |
||
Picramnia sp. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 228 |
Piperaceae |
||
Piper tuberculatum Jacq. |
Arb |
Pereira, L.A. 48 |
Plumbaginaceae |
||
Plumbago scandens L. |
Erv |
Pereira, L.A. 32 |
Poaceae |
||
Digitaria sp. |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 252 |
Ichnanthus sp.1 |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 250 |
Ichnanthus sp.2 |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 251 |
Lasiacis ligulata Hitchc. & Chase |
Erv |
Pereira, L.A. 33 |
Panicum asperifolium (Desv.) Hitchc. |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 144 |
Panicum pilosum Sw. |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 190 |
Panicum sp. |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 153 |
Paspalum sp. |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 154 |
Polygalaceae |
||
Bredemeyera laurifolia Klotzsch |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 184 |
Polygala sp.1 |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 107 |
Polygala sp.2 |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 222 |
Polygala sp.3 |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 227 |
Polygonaceae |
||
Coccoloba alnifolia Casar. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 82 |
Coccolaba laevis Casar. |
Tre |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 219 |
Rubiaceae |
||
Alseis pickelii Pilg. & Schmale |
Arb |
Moura, O.T. 1089 |
Borreria verticillata (L.) G.Mey. |
Erv |
Pereira, L.A. & Vieira, L.A.F. 206 |
Chiococca alba (L.) Hitchc. |
Arb |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 245 |
Cordiera myrciifolia (K.Schum.) C.H.Perss. & Delprete |
Arb |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 87 |
Denscantia cymosa (Spreng.) E.L.Cabral & Bacigalupo |
Arb |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 257 |
Guettarda platypoda DC. |
Arv |
Pereira, L.A. 29 |
Mitracarpus sp. |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 256 |
Palicourea crocea (Sw.) Roem. & Schult. |
Arb |
Pereira, L.A. & Vieira, L.A.F. 204 |
Posoqueria longiflora Aubl. |
Arv |
Pereira, L.A. & Vieira, L.A.F. 210 |
Psychotria barbiflora DC. |
Erv |
Pereira, L.A. & Vieira, L.A.F. 205 |
Salzmannia nitida DC. |
Arb |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 186 |
Tocoyena sellowiana (Cham. & Schltdl.) K.Schum. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 181 |
Salicaceae |
||
Casearia javitensis Kunth |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 78 |
Sapindaceae |
||
Allophylus laevigatus Radlk. |
Arv |
Pereira, L.A. 31 |
Serjania salzmanniana Schltr. |
Tre |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 95 |
Sapotaceae |
||
Manilkara salzmannii (A. DC.) H.J.Lam. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 156 |
Pouteria sp. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 91 |
Schoepfiaceae |
||
Schoepfia brasiliensis A.DC. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 226 |
Smilacaceae |
||
Smilax sp.1 |
Tre |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 166 |
Smilax sp.2 |
Tre |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 234 |
Solanaceae |
||
Physalis angulata L. |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 259 |
Solanum paludosum Moric. |
Arb |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 71 |
Solanum torvum Sw. |
Arb |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 73 |
Solanum sp. |
Arb |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 72 |
Trigoniaceae |
||
Trigonia nivea Cambess. |
Tre |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 96 |
Urticaceae |
||
Cecropia sp. |
Arv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 75 |
Verbenaceae |
||
Lippia sp. |
Erv |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 77 |
Vitaceae |
||
Cissus erosa Rich. |
Tre |
Pereira, L.A. & Chagas, E.C.O. 145 |
Dois gêneros e cinco espécies são exclusivos deste trabalho quando comparados com os demais levantamentos utilizados na análise de similaridade florística, Melocactus Link & Otto, endêmico do Brasil e Garcinia L. que é aqui referido pela primeira vez para o Estado da Paraíba (SOMNER et al. 2013). Entre as espécies destacam-se Psittacanthus dichroos (Mart.) Mart. e Denscantia cymosa (Spreng.) E.L. Cabral & Bacigalupo, endêmicas do Brasil e Struchium sparganophorum (L.) Kuntze que é referida pela primeira vez para o Estado da Paraíba (SOMNER et al. 2013).
Do total de espécies 54 (36%) são árvores, 39 (26%) ervas, 27 (17%) arbustos, 26 (18%) trepadeiras e 5 (3%) parasitas. O predomínio de espécies arbóreas caracteriza uma vegetação de fisionomia florestal, fato também observado em três dos estudos utilizados na comparação florística (AMAZONAS, 2011; BARBOSA, 2008; BARBOSA et al. 2009). Entretanto a presença de Byrsonima sericea DC., Krameria tomentosa A.St.-Hil. e Hancornia speciosa Gomes, normalmente coletadas em áreas savanoides de solos arenosos, evidenciam a presença de outras fitofisionomias no remanescente do Rio Cabelo.
O remanescente de mata ciliar do Rio Jaguaribe foi a única área com predomínio de espécies herbáceas (41%) em detrimento de arbóreas, característica associada à perturbação ambiental (FREITAS, 2011). O Rio Jaguaribe vem sofrendo diversas intervenções humanas desde a década de 1940, onde parte do seu leito foi aterrado e seu curso desviado (JOÃO PESSOA, 2007). Estes fatores em conjunto são indicadores da acentuada ação antrópica nesse remanescente.
De acordo com GIBBS e LEITÃO-FILHO (1978) as espécies do gênero Inga juntamente com Tapirira guianensis e Protium heptaphyllum são típicas de formações ciliares, principalmente devido à capacidade de sobreviverem em solos inundáveis. Apesar disso as espécies supracitadas não são exclusivas dessas matas, sendo encontradas em vários outros levantamentos realizados em formações não ciliares no estado (BARBOSA et al. 2011; DIONÍSIO, 2002; PONTES, 2000).
Segundo IVANAUSKAS et al. (1997) a composição florística das matas ciliares é fortemente influenciada pela vegetação do interflúvio, o que torna necessário um conhecimento acerca do mosaico vegetacional em que estão inseridas. Assim como observado por outros autores, que estudam a vegetação ciliar no Brasil (RODRIGUES e NAVE, 2000), o remanescente de mata ciliar do Rio Cabelo não apresenta uma “flora específica”, mas sim um misto de espécies tolerantes à dinâmica hidrológica, amplamente distribuídas na Floresta Atlântica Nordestina e algumas com distribuição disjunta com a Floresta Amazônica.
Na comparação florística, apresentada na tabela 2, a área que obteve maior índice de similaridade com o presente estudo foi o remanescente da bacia hidrográfica do rio Timbó (26.4%), seguida da falésia do Cabo Branco (22.9%), mata do Buraquinho (20.1%) e da bacia hidrográfica do rio Jaguaribe (16.6%).
Tabela 2. Comparação florística entre a área de estudo e outras áreas da região metropolitana de João Pessoa: 1. Mata ciliar da bacia hidrográfica do Rio Timbó (Amazonas, 2006); 2. Mata ciliar da bacia hidrográfica do rio Jaguaribe (Freita, 2011) 3. Mata do Buraquinho (Barbosa, 2008); 4. Falésia do Cabo Branco (Barbosa et al., 2009).
Família/espécie |
1 |
2 |
3 |
4 |
ACANTHACEAE |
||||
Ruellia paniculata L. |
X |
X |
||
ANACARDIACEAE |
||||
Anacardium occidentale L. |
X |
X |
X |
|
Tapirira guianensis Aubl. |
X |
X |
X |
X |
Thyrsodium spruceanum Benth. |
X |
X |
X |
|
ANNONACEAE |
||||
Annona pickelii (Diels) H.Rainer |
X |
X |
||
Guatteria schomburgkiana Mart. |
X |
X |
X |
|
Xylopia frutescens Aubl. |
X |
|||
Xylopia laevigata (Mart.) R.E.Fr. |
||||
APOCYNACEAE |
||||
Blepharodon pictum (Vahl) W.D.Stevens |
X |
|||
Hancornia speciosa Gomes |
X |
|||
Himatanthus phagedaenicus (Mart.) Woodson |
X |
X |
X |
X |
Mandevilla scabra (Hoffmanns. ex Roem. & Schult.) K. Schum. |
X |
X |
||
ASTERACEAE |
||||
Struchium sparganophorum (L.) Kuntze |
||||
Tilesia baccata (L.f.) Pruski |
X |
X |
X |
|
BORAGINACEAE |
||||
Cordia superba Cham. |
X |
|||
Tournefortia candidula (Miers) Johnst. |
X |
X |
X |
|
BURSERACEAE |
||||
Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand |
X |
X |
X |
X |
CANNABACEAE |
||||
Trema micrantha (L.) Blume |
X |
X |
X |
X |
CELASTRACEAE |
||||
Maytenus erythroxyla Reissek |
X |
X |
X |
|
CHRYSOBALANACEAE |
||||
Hirtella racemosa Lam. |
X |
X |
X |
X |
COMBRETACEAE |
||||
Buchenavia tetraphylla (Aubl.) R.A.Howard |
X |
X |
||
COMMELINACEAE |
||||
Commelina erecta L. |
||||
CONVOLVULACEAE |
||||
Ipomoea quamoclit L. |
||||
CUCURBITACEAE |
||||
Luffa cylindrica M. Roem. |
||||
Melothria fluminensis Gardner |
||||
Momordica charantia L. |
X |
X |
||
CYPERACEAE |
||||
Cyperus laxus Lam. |
X |
|||
Scleria bracteata Cav. |
X |
X |
X |
|
Scleria hirta Boeckeler |
||||
Scleria secans (L.) Urb. |
||||
Rhynchospora exaltata Kunth |
||||
DILLENIACEAE |
||||
Davilla kunthii A. St.-Hil. |
X |
|||
Doliocarpus dentatus (Aubl.) Standl. |
||||
Tetracera breyniana Schltdl. |
X |
X |
X |
X |
ELAEOCARPACEAE |
||||
Sloanea garckeana K.Schum. |
X |
|||
EUPHORBIACEAE |
||||
Chaetocarpus myrsinites Baill. |
X |
X |
X |
|
Croton polyandrus Spreng. |
X |
|||
Croton sellowii Baill. |
X |
|||
Pogonophora schombugkiana Miers ex Benth. |
X |
X |
||
Ricinus communis L. |
X |
|||
FABACEAE |
||||
Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. |
X |
X |
X |
|
Chamaecrista ramosa (Vogel) H.S.Irwin & Barneby |
X |
|||
Dioclea virgata (Rich.) Amshoff |
X |
X |
X |
X |
Hymenaea courbaril L. |
X |
X |
||
Inga capitata Desv. |
X |
X |
||
Inga thibaudiana DC. |
X |
|||
Pterocarpus rohrii Vahl |
X |
X |
||
Senna alata (L.) Roxb. |
X |
|||
HELICONIACEAE |
||||
Heliconia psittacorum L. f. |
X |
X |
X |
X |
HERNANDIACEAE |
||||
Sparattanthelium botocudorum Mart. |
X |
X |
X |
X |
HUMIRIACEAE |
||||
Sacoglottis mattogrossensis Malme |
X |
X |
||
HYPERICACEAE |
||||
Vismia guianensis (Aubl.) Choisy |
X |
X |
X |
|
KRAMERIACEAE |
||||
Krameria tomentosa A.St.-Hil. |
||||
LAURACEAE |
||||
Cassytha filiformis L. |
X |
X |
||
Ocotea gardneri (Meisn.) Mez |
X |
|||
LECYTHIDACEAE |
||||
Eschweilera ovata (Cambess.) Miers |
X |
X |
X |
|
LORANTHACEAE |
||||
Phthirusa pyrifolia (Kunth) Eichler |
||||
Psittacanthus dichroos (Mart.) Mart. |
||||
LYTHRACEAE |
||||
Cuphea flava Spreng. |
X |
|||
MALPIGHIACEAE |
||||
Byrsonima gardneriana A. Juss. |
X |
X |
||
Byrsonima sericea DC. |
X |
X |
X |
|
Stigmaphyllon rotundifolium A. Juss. |
X |
X |
||
MALVACEAE |
||||
Luehea ochrophylla Mart. |
X |
X |
X |
|
Sida elata Macfad. |
||||
MARANTACEAE |
||||
Monotagma plurispicatum (Körn.) K. Schum. |
X |
|||
MELASTOMATACEAE |
||||
Miconia albicans (Sw.) Triana |
X |
X |
X |
X |
MYRTACEAE |
||||
Eugenia azurensis O.Berg |
||||
Eugenia candolleana DC. |
||||
Eugenia hirta O. Berg |
X |
X |
||
Eugenia punicifolia (Kunth) DC. |
X |
X |
X |
X |
Myrcia bergiana O.Berg |
X |
|||
Myrcia guianensis (Aubl.) DC. |
X |
|||
Myrcia sylvatica (G. Mey.) DC. |
X |
X |
X |
|
NYCTAGINACEAE |
||||
Guapira pernambucensis (Casar.) Lundell |
X |
|||
OCHNACEAE |
||||
Ouratea hexasperma (A.St.-Hil.) Baill. |
X |
X |
||
ONAGRACEAE |
||||
Ludwigia octovalvis (Jacq.) P.H. Raven |
||||
ORCHIDACEAE |
||||
Epidendrum cinnabarinum Salzm. |
||||
Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl. |
X |
X |
||
PASSIFLORACEAE |
||||
Passiflora cincinata Mast. |
||||
Passiflora galbana Mast. |
||||
PIPERACEAE |
||||
Piper tuberculatum Jacq. |
X |
|||
PLUMBAGINACEAE |
||||
Plumbago scandens L. |
X |
X |
||
POACEAE |
||||
Lasiacis ligulata Hitchc. & Chase |
||||
Panicum asperifolium (Desv.) Hitchc. |
X |
|||
Panicum pilosum Sw. |
X |
X |
||
POLYGALACEAE |
||||
Bredemeyera laurifolia Klotzsch |
X |
X |
||
POLYGONACEAE |
||||
Coccoloba alnifolia Casar. |
X |
X |
||
Coccolaba laevis Casar. |
X |
|||
RUBIACEAE |
||||
Alseis pickelii Pilg. & Schmale |
X |
|||
Borreria verticillata (L.) G.Mey. |
X |
X |
X |
|
Chiococca alba (L.) Hitchc. |
X |
X |
X |
X |
Cordiera myrciifolia (K.Schum.) C.H.Perss. & Delprete |
||||
Denscantia cymosa (Spreng.) E.L.Cabral & Bacigalupo |
||||
Guettarda platypoda DC. |
X |
X |
X |
|
Palicourea crocea (Sw.) Roem. & Schult. |
X |
X |
||
Posoqueria longiflora Aubl. |
X |
|||
Psychotria barbiflora DC. |
X |
X |
||
Salzmannia nitida DC. |
X |
X |
||
Tocoyena sellowiana (Cham. & Schltdl.) K.Schum. |
X |
X |
X |
|
SALICACEAE |
||||
Casearia javitensis Kunth |
X |
|||
SAPINDACEAE |
||||
Allophylus laevigatus Radlk. |
X |
X |
X |
X |
Serjania salzmanniana Schltr. |
X |
X |
X |
|
SAPOTACEAE |
||||
Manilkara salzmannii (A. DC.) H.J.Lam. |
X |
X |
||
SCHOEPFIACEAE |
||||
Schoepfia brasiliensis A.DC. |
X |
|||
SOLANACEAE |
||||
Physalis angulata L. |
||||
Solanum paludosum Moric. |
X |
X |
X |
|
Solanum torvum Sw. |
||||
TRIGONIACEAE |
||||
Trigonia nivea Cambess. |
X |
X |
X |
|
VITACEAE |
||||
Cissus erosa Rich. |
X |
X |
X |
|
Número total de espécies identificadas |
117 |
95 |
256 |
171 |
Número de espécies em comum com este trabalho |
47 |
29 |
61 |
52 |
ISJ (%) |
26.4 |
16.6 |
20.1 |
22.9 |
Os maiores índices de similaridade foram observados entre as áreas mais próximas espacialmente. A mata ciliar do Rio Cabelo quando comparada com a mata da Falésia do Cabo Branco obteve maior similaridade (22.9%) do que quando comparada com a mata ciliar do Rio Jaguaribe (16.6%), indicando que a distância geográfica pode ter influenciado nesses índices, como observado por RIBEIRO-FILHO et al. (2009). Vale ressaltar, porém, que a mata ciliar do Rio Jaguaribe, de todas as analisadas é aquela que se encontra mais antropizada.
Para as áreas ciliares, os dados obtidos corroboram estudos nessas formações, onde o número de espécies é bastante elevado e os valores de similaridade muito baixos (DURIGAN e LEITÃO-FILHO, 1995; MEGURO et al. 1996; SILVA JÚNIOR et al. 1998). Estes autores apontam a heterogeneidade ambiental como principal geradora dessas particularidades florísticas.
Os dados obtidos com este trabalho indicam que a mata ciliar da bacia hidrográfica do Rio Cabelo é bastante heterogênea floristicamente, sendo necessários mais estudos florísticos e ecológicos para que se possa entender sua estrutura e dinâmica, visando futuras ações de manejo e recuperação dessa formação.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos à Secretaria do Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de João Pessoa pelo apoio técnico-operacional durante as coletas e ao CNPq pela bolsa de iniciação científica concedida ao primeiro autor.
Referências
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1 Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, Universidade Federal de Pernambuco, Recife-PE. E-mail: luizdeaquinopereira@gmail.com
2 Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, Universidade Federal de Pernambuco, Recife-PE. E-mail: earlchagas@gmail.com
3 Departamento de Sistemática e Ecologia, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa-PB. E-mail: mregina@dse.ufpb.br