A ordem econômica internacional e os Estados Unidos: da constituição de Bretton Woods à rearticulação de interesses
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2318-9452.2019v6n12.41554Resumo
O presente artigo investiga a influência norte-americana na institucionalização de Bretton Woods, levando em consideração a perspectiva do liberalismo inserido. Os principais objetivos são resgatar o papel dos Estados Unidos na constituição de instituições, como o FMI e a ONU, e na constituição de regimes internacionais, com destaque para o regime monetário e financeiro, de forma a atender aos interesses e objetivos norte-americanos. Em um segundo momento, o artigo investiga o denominado “colapso” de Bretton Woods a partir da perspectiva de que as transformações ocorridas em instituições e em regimes internacionais foram parte de um processo mais amplo de rearticulação de interesses e de objetivos dos Estados Unidos, no contexto de mudanças políticas e econômicas globais nos anos 1970 e 1980. A metodologia consiste na análise de documentos norte-americanos e de fontes secundárias, com autores que abordaram tal temática, visando a identificação dos interesses estadunidenses na estruturação da ordem econômica global, com destaque para o desgaste do liberalismo inserido e uma rearticulação de objetivos na estratégia estadunidense.
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