O Desenvolvimentismo Estruturalista de Celso Furtado e o Pensamento Decolonial de Aníbal Quijano
Um Encontro Necessário
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2318-9452.2020v7n14.50421Resumo
O problema do desenvolvimento da América Latina no século XX foi responsável por calorosos debates na sociedade internacional. O projeto de poder norte-americano na época da guerra fria prometia a repetição de sua experiência industrial, através da Teoria da Modernização, visando garantir a segurança estratégica de sua zona de influência no continente. O surgimento do Estruturalismo no seio da CEPAL, todavia, representou uma grande inovação para o pensamento desenvolvimentista, colocando em xeque muitos dos preceitos universalizantes da ortodoxia dos teóricos norte-americanos. Dentre seus representantes, a obra de Celso Furtado colocou-se como uma das mais significativas para entender os diagnósticos estruturalistas sobre o desenvolvimento na região. O foco sobre as particularidades econômicas e o impacto que a assimilação do progresso tecnológico tinha nas estruturas econômicas latino-americanas colocaria por terra a crença de que o subdesenvolvimento seria a fase inicial para o fim desenvolvimentista no modelo dos países cêntricos. Embora seu pensamento representasse uma ruptura com os teóricos da modernização, seu modelo ainda carregava elementos de análise comuns aos parâmetros do centro. Tendo esse problema em vista, o pensamento de Aníbal Quijano coloca-se como instrumento necessário para ampliar o foco de análise da realidade latina. O papel da “colonialidade do poder” e a necessidade de construção de uma “racionalidade alternativa” são colocados como fachos de luz para pensar as limitações que o pensamento estruturalista apresentou para entender as razões do subdesenvolvimento. Diante disso, o presente artigo tem por objetivo promover um diálogo entre esses dois pensadores latino-americanos para entender o atraso estrutural da região.
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