Sæculum - Revista de História https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh <p><em>Sæculum</em> - Revista de História é publicada pelo <a href="https://sigaa.ufpb.br/sigaa/public/curso/portal.jsf?id=1626832&amp;lc=pt_BR">Departamento de História da UFPB</a> desde 1995 e, a partir de fins de 2004, passou a ser também o periódico do <a href="http://www.ufpb.br/pos/ppgh">Programa de Pós-Graduação em História</a>. Com uma periodicidade semestral, a revista tem uma linha editorial direcionada à publicação de pesquisas inéditas e ao debate no campo da História e da Cultura Histórica em suas diversas interfaces, abrindo espaço para o diálogo entre pesquisadores(as) do Brasil e do exterior.</p> <p>A <em>Sæculum</em> está avaliada como Qualis B1 pela CAPES (Qualis 2017-2020) e é indexada no <a href="https://latindex.org/latindex/ficha/26959" target="_blank" rel="noopener">Latindex</a>, <a href="https://scholar.google.com.br/citations?user=DJANGzAAAAAJ&amp;hl=pt-BR">Google Scholar</a>, <a href="https://www.ebscohost.com/titleLists/hsi-subject.pdf">EBSCO</a>, <a href="https://portal.issn.org/resource/ISSN/2317-6725">ROAD</a>, <a href="http://ezb.ur.de/ezeit/searchres.phtml?bibid=AAAAA&amp;colors=7&amp;lang=en&amp;jq_type1=QS&amp;jq_term1=saeculum+revista">EZB,</a> <a href="https://diadorim.ibict.br/handle/1/3257">Diadorim</a> e na <a href="https://cariniana.ibict.br/">Rede Cariniana</a>.</p> pt-BR A revista <i>Sæculum</i> permite aos autores a manutenção dos direitos autorais pelo seu trabalho, no entanto eles devem repassar direitos de primeira publicação ao periódico. saeculum@cchla.ufpb.br (Saeculum - Revista de História) periodicos.ufpb@gmail.com (Portal de Periódicos da UFPB) Tue, 29 Apr 2025 08:55:04 -0300 OJS 3.3.0.5 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 Violências de Gênero https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/73520 <p>O Dossiê dessa edição da <em>SAECULUM</em> – Revista de História (2025), composto por quatro artigos articulando as violências de gênero, interseccionalidade e justiça, teve como objetivo lançar luz sobre pesquisas voltadas aos mais diversos marcadores de gênero e &nbsp;violências, e mostrar como eles podem contribuir para os debates de temas contemporâneos vinculados à historiografia. Desde a segunda metade do século XX, a abordagem de gênero alinhada à Justiça libertou a pesquisa das restrições de uma história positivista e reprodutivista corroborando para novas metodologias de se pensar as várias formas de violência sexista e de gênero de modo trans e interdisciplinar, consolidando o campo dos estudos de gênero, das teorias feministas e das sexualidades no Brasil.</p> Claudia Regina Nichnig, Professora, Gilmária Salviano Ramos Copyright (c) 2025 Claudia Regina Nichnig, Professora, Gilmária Salviano Ramos https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/73520 Mon, 28 Apr 2025 00:00:00 -0300 A monogamia mata mulheres https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/73045 <p><span style="font-weight: 400;">Neste artigo discorro sobre a relação entre monogamia e misoginia instigado pelo homicídio de Julieta Hernández, artista de rua venezuelana conhecida como Palhaça Miss Jujuba, que vivia no Brasil e viajava de bicicleta pelo país, vindo a ser assassinada por um casal do interior do Amazonas no final de 2023. A partir deste caso, faço reflexões sobre o caráter violento da família monogâmica e cis-heteronormativa em relação às mulheres, vítimas do feminicídio, bem como em relação às pessoas sexualmente dissidentes e subalternizadas. Para tanto, apresento sucintamente a história de Julieta como artista no Brasil e o contexto de sua morte. Na sequência, discuto as imbricações entre família burguesa/colonial e monogamia, alicerçadas pela pedagogia afetiva do amor romântico e do ciúme. Por fim, trago as críticas contra-hegemônicas, não monogâmicas e anticoloniais a esse modelo, além do exemplo de Julieta como inspiração contra as normatividades que violentam e matam mulheres.</span></p> Dardo Lorenzo Bornia Junior Copyright (c) 2025 Dardo Lorenzo Bornia Junior https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/73045 Tue, 29 Apr 2025 00:00:00 -0300 Conflitos e violências https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/70364 <p>Este trabalho objetivou analisar as formas de violências no cotidiano do meretrício e das meretrizes na cidade de Crato, região do Cariri Cearense nas décadas de 1940-1950. A região do Cariri, historicamente e assim como outras partes do Brasil testemunharam e testemunham inúmeros casos de violências contra mulheres. Para a realização da pesquisa utilizamos fontes processuais do Centro de Documentação do Cariri-CEDOCC. O intento foi de analisar, através dos processos judiciais tanto como o poder judiciário operava com relação a essas mulheres como as violências por elas sofridas ou até praticadas se desenrolava no âmbito do judiciário, permitindo também levantar problemas do cotidiano para além do visível nos autos. Outro elemento que perpassa essa análise é o estigma que a mulher meretriz carregava em algumas situações do seu cotidiano e, para isso, nos aproximamos das ideias formuladas por Goffman a respeito do conceito do estigma. O universo da prostituição/meretrício foi e é permeado por inúmeras questões e nesse trabalho levantamos algumas que consideramos pertinentes. Vale elucidar que a questão da honra também se constitui como fator central nos casos aqui analisados e problematizados.</p> Simone Pereira Da Silva, Ravena Rodrigues Cardoso Copyright (c) 2025 Simone Pereira Da Silva https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/70364 Tue, 29 Apr 2025 00:00:00 -0300 Educação como prática de enfrentamento às violências https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/71321 <p>As discussões sobre Direitos Humanos e Cidadania ganham força na segunda metade do século XX e se intensificam nas duas décadas do século XXI, muito por intermédio das legislações vigentes que ampararam diversas situações, sujeitos e também por força dos movimentos sociais que visam uma sociedade mais igualitária e equânime. Nesse sentido, o presente artigo intenciona apresentar, por meio de abordagem dialógica com o campo educacional, em recorte para o ensino de História, análise crítica em que seja possível evidenciar os modos pelos quais se pode promover uma educação voltada ao conhecimento dos Direitos Humanos, favorecendo o enfrentamento às violências de naturezas diversas. Relacionam-se a esta abordagem o amparo legal constituído por força de lei, resultante das pautas defendidas pelos campos político e científicos derivados da História das Mulheres e dos Estudos de Gênero. Em um primeiro momento busca-se apresentar como as legislações vigentes sustentam que determinam a educação para os Direitos Humanos, em especial problematizar as possibilidades da educação e a abordagem das temáticas, através de legislações vigentes, como a Lei Maria da Penha, Lei 11340/2006, e a Lei 14.164/2021. Na sequência, apresenta-se a análise do texto introdutório da Base Comum Curricular Nacional (2017), para o ensino de História Anos Finais do Ensino Fundamental, na intenção de apontar a viabilidade educacional que o documento oferece para a inclusão de pautas desta natureza no ensino das unidades de conhecimento, visto que o Ensino de História pode constituir-se como um espaço para a discussão do enfrentamento e para a prevenção das violências, podendo também ser utilizado como um mecanismo e um espaço de prática de enfrentamento e resistências.</p> Claudia Regina Nichnig, Adriana Aparecida Pinto Copyright (c) 2025 Claudia Regina Nichnig; Adriana Aparecida Pinto https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/deed.en https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/71321 Tue, 06 May 2025 00:00:00 -0300 Feminismos ao norte, feminismos ao sul https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/70486 <p>Como sugeriu Henning (2015), colocar em primeiro plano esse histórico da noção de interseccionalidade e decolonialidade como enraizado em lutas muito concretas dos movimentos feministas negros ao longo de várias ondas feministas, foi um acento consciente, uma vez que, muitas vezes, tal histórico e raízes tenderam a serem apagados de modo problemático das teorizações de parte das autoras e autores do campo interseccional e decolonial. Acreditamos que esse levantamento possa ser proveitoso e contribuir às (aos) interessados (as) na temática a se aproximarem do campo e a desenvolverem suas análises sensibilizadas pelas inúmeras vertentes, teorizações e insights que a noção de interseccionalidade e de decolonialidade pode prover ao campo de pesquisas das ciências sociais e da história em seus mais variados aspectos.</p> Giuseppe Roncalli Ponce Leon de Oliveira Copyright (c) 2025 Giuseppe Roncalli Ponce Leon de Oliveira https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/70486 Tue, 29 Apr 2025 00:00:00 -0300 Expediente https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/73879 Copyright (c) 2025 José dos Santos Costa Júnior https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/73879 Wed, 30 Apr 2025 00:00:00 -0300 Josué de Castro https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/70153 <p>Neste artigo, analisamos as reflexões de Josué de Castro que em sua <em>Geografia da Fome</em> inaugurou uma nova forma de analisar os fatores que informavam a dinâmica urbana da cidade do Recife. A novidade da crítica de Castro estava no fato de ele indicar o “fenômeno da fome” como catalisador do “fenômeno urbano”. Nosso objetivo é produzir uma interpretação das imagens e das representações de novo tipo que Castro produziu acerca da cidade do Recife. Para tanto, analisaremos as interconexões entre as reflexões formuladas sobre a cidade e o contexto situacional. Os fatores geográficos e culturais que influenciam a conformação do espaço urbano serão analisados na medida em que o olhar crítico que esse intelectual direcionou às “questões urbanas” da cidade do Recife traga à tona esses elementos. Nossa perspectiva de análise procura entender este processo como produto de uma historicidade que articula história intelectual e história urbana tendo sua centralidade na cidade do Recife.</p> Fabio Silva de Souza Copyright (c) 2025 Fabio Silva de Souza https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/70153 Tue, 29 Apr 2025 00:00:00 -0300 Livros, livrarias e autores em anúncios e seções literárias do jornal A Província de São Paulo (1880-1889) https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/69507 <p>O artigo pretende focalizar um tema caro ao campo da história do livro e da leitura, qual seja, o da circulação de livros e impressos, tendo por fonte seções específicas e páginas de anúncios publicados no jornal <em>A Província de São Paulo</em>, fundado em 1875 por uma sociedade comercial, integrada por profissionais liberais e fazendeiros ligados ao Partido Republicano de São Paulo, tendo à frente do empreendimento Francisco Rangel Pestana e Américo de Campos. O jornal teve papel relevante no processo de transição da monarquia para a república seja nas estratégias de sociabilidade intelectual e política, ao reunir nomes como Euclides da Cunha, Júlio Mesquita, dentre outros, seja como fonte de crítica ao sistema político dominante. O trabalho pretende mapear anúncios e seções do jornal a fim de identificar quem eram os livreiros e agentes particulares envolvidos com o comércio livreiro, quais eram as obras e autores veiculados nesses documentos jornalísticos e quais os mecanismos comerciais e logísticos empregados para fazer chegar os impressos até os leitores. A linha metodológica do texto baseia-se nas propostas de Robert Darnton (1990).</p> Rubens Arantes Correa Copyright (c) 2025 Rubens Arantes Correa https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/69507 Mon, 28 Apr 2025 00:00:00 -0300 Os “Cortesões do infortúnio” https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/71383 <p>Neste artigo pretendo analisar a produção histórica de uma personagem negra nas páginas da revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Em suas primeiras décadas, a agremiação que se colocava como principal responsável pela escrita da história “oficial” do Brasil no século XIX pouco escreveu sobre o negro na história nacional. Após muitos anos de produção dessa <em>operação da ausência negra</em>, em um período específico, surge a construção de um grande herói negro. O IHGB descreve <em>um</em> Henrique Dias – soldado negro que lutou contra as invasões holandesas no nordeste brasileiro no século XVII – desde seus interesses mais pragmáticos, em meio à Guerra do Paraguai; enquanto também reforça, com outras duas biografias - uma de um indígena e outra de um homem branco - um dos motes da operação historiográfica proposta por Karl von Martius de uma nação formada por três elementos. Porém, o Dias descrito pelos sócios dessa instituição, com fortes ligações com o Império, além de procurar convencer seu público alvo, a elite imperial, de que seria proveitoso enviar negros e negras para o Prata; produzir uma heroicização de uma personagem que, domesticando o passado, torna-se obediente à Coroa e um denodado soldado pelo Brasil que lutou até o fim por seu Rei; também contribui para a continuidade e justificação de uma <em>necropolítica</em> presente, pelo menos, desde o século XV luso-brasileiro, ou seja, deixar morrer e/ou enviar para morte um “outro” interno em combate contra um “outro” externo.</p> Luís Roberto Manhani Copyright (c) 2025 Luís Roberto Manhani https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/71383 Mon, 28 Apr 2025 00:00:00 -0300