DENOMINAÇÃO TERMINOCRIATIVA E COMUNICAÇÃO EM MEDICINA / <I> DÉNOMINATION TERMINOCRÉATIVE ET COMMUNICTION EN MÉDECINE

Autores

  • Madalena CONTENTE CLUNL – Centro de Linguística da Universidade Nova de Lisboa

Palavras-chave:

Terminologia, Língua de especialidade, Comunicação científica, Denominação terminocriativa, Domínio da medicina

Resumo

A comunicação científica, hoje em dia, assume, na organização da pesquisa, dimensões particulares na ótica da nova sociologia da ciência. Sublinha-se a importância das estratégias de persuasão na exposição dos resultados, das negociações e controvérsias, das transformações da comunicação decorrentes do trabalho em equipa e da divulgação científica. Do ponto de vista da comunicação, descreve-se a ciência como um processo de receção, interpretação e transformação de mensagens. Muitas vezes, redes, funcionando em paralelo ou cruzando-se, atingem destinatários que se convertem nos seus novos emissores, que as reconstroem. O conhecimento científico, num dado momento, é, obviamente, influenciado pelo modo como a investigação é organizada, por quem está envolvido nela, por aqueles que a produzem. A objetividade da ciência não é uma norma cultural incorporada. A terminologia é a componente mais importante que tem por função o tratamento e a transferência de conhecimentos especializados, sendo, por isso, depositários de uma terminologia abundante. A terminologia é um conjunto coerente de denominações relativas a conceitos científicos ou técnicos das línguas em especialidade. A denominação terminocriativa é o reflexo de uma evolução constante e dinâmica da ciência médica, permite o aparecimento de novos termos, através de uma forte motivação terminogênica. O processo discursivo atualiza os termos em contexto, onde se desenrolam os fatores de estruturação textual que contribuem para a coesão discursiva e textual. Das relações entre as unidades terminológicas e as diferentes unidades de ligação (conectores), resulta uma coerência discursiva e textual e uma estruturação semântica que refletem a função cognitiva e comunicativa da língua de especialidade. As exigências de uma comunicação especializada em termos de concisão e coerência requerem um recurso a denominações que remetem para uma conceitualização e para o processo de terminologização que pode ser observado na comunicação científica especializada através da criação neológica.A Medicina, assim como todas as outras ciências, mantém, hoje em dia, relações estreitas com outras ciências ou ramos do saber conexos. A interdisciplinaridade e a dinâmica da produção científica internacional justificam, em grande parte, a diacronia rápida da língua e da terminologia médicas.

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ARTIGOS