ATLAS TOPONÍMICO: UM ESTUDO DE CASO

Autores

  • Maria Vincentina de Paula do Amaral DICK

Resumo

A elaboração dos atlas toponímicos não difere, em princípio, da sistemática metodológica que conforma os atlas linguísticos. Genericamente, a questão básica que enfrentam tem raízes nas configurações dialetais que cercam as unidades léxicais, no sentido  de procurar estabelecer não só os eixos etno-lingüísticos dominantes no sistema regional, mas também a distribuição axiológica dos topônimos. Em toponímia, nem sempre há correspondência  entre as fronteiras linguísticas e políticas, o que acarreta, em vários casos , uma descontinuidade de situações: a localização dos nomes pode acompanhar a distribuição e assentamento dos grupos no território. Certas modalidades de termos genéricos dos sintagmas toponímicos, de uso ainda corrente no sistema brasileiro, têm zonas limítrofes demarcadas, contrastivamente, na circulação nominal norte-sul, e podem denotar influências mais ou menos significativas, em termos de contatos. A análise da variação vocabular do português, em aplicação onomástica, e a produtividade de determinadas formas no eixo paradigmático do sistema, colocou, como consequência, o estudo da superposição dos estratos linguísticos diversificados, por força do processo colonizatório (indigenismos, africanismo e imigração estrangeira), que mesclaram a fala brasileira e marcaram, qualitativamente, as matrizes básicas da nomenclatura. EM certos casos, porém, essas manchas dialéticas devem ser interpretadas como virtualidades lexicais, sem vinculação direta ao denominador originário, ainda que imprimiam à toponímia brasileira traços locais e característicos(DICK, 1980). Os resultados dessas observações correspondem à aplicação das variáveis diatópicas (COSERIU, 1987) na investigação cartográfica realizada nas unidades administrativas do país (municípios, vilas e distritos) para fins de elaboração do Atlas Toponímico do Brasil (ATB). A variante regional do projeto maior, representada pela análise dos 573 municípios do Estado de São Paulo (PROJETO ATESP), Já está em faze final de levantamento, cujos dados, que propiciam uma discussão teórica dos principais pontos de pesquisa, serão discutidos na presente comunicação.

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