Preparação x Improviso: Reflexões sobre a Representação do Técnico e do Jogador Brasileiro na Imprensa Nacional

Autores

  • Filipe Fernandes Ribeiro MOSTARO Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Brasil
  • Ronaldo HELAL Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Brasil

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2359-375X.2017v4n1.36175

Palavras-chave:

Jornalismo, Imprensa nacional, Representações, Futebol, Técnico, Jogadores.

Resumo

Partimos da ideia de que a construção mítica do futebol como representação da nação brasileira destacou o jogador nacional como quem possuísse um talento distinto. Formulada no contexto dos anos 1930, onde uma nova identidade nacional era edificada, características como improviso e individualidade foram demarcadas como sinônimos de “brasilidade”. Para nós, esta conjuntura designaria pouco destaque ao treinador da seleção brasileira, que organizaria a equipe para um jogo coletivo. Neste sentido, vamos investigar as narrativas de três jornais (Jornal do Brasil, O Globo e Folha da Manhã) no dia seguinte a primeira conquista nacional de uma Copa do Mundo, em 1958. Nosso foco será responder a duas questões: a) se a identidade nacional arquitetada nos anos 1930 foi remodelada após o título e b) se o treinador foi exaltado nas narrativas jornalísticas sobre este triunfo.

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Biografia do Autor

Filipe Fernandes Ribeiro MOSTARO, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Brasil

Doutorando em Comunicação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Mestre em Comunicação pela mesma instituição. Membro do grupo de pesquisa Esporte e Cultura e pesquisador associado do Laboratório de Estudos em Mídia e Esporte (LEME/Uerj).

Ronaldo HELAL, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Brasil

Professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e da Faculdade de Comunicação Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj); pesquisador do CNPq; coordenador do grupo de pesquisa Esporte e Cultura e do Laboratório de Estudos em Mídia e Esporte (LEME/Uerj).

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Publicado

2017-09-19

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