“MULHERES QUE COMEM TODAS AS MAÇÃS”: apresentação do dossiê

“WOMEN WHO EAT ALL THE APPLES”: dossier presentation

 

Simone Magalhães Brito *

 

https://doi.org/10.46906/caos.n28.62986.p13-20

 

Resumo

Este texto apresenta o Dossiê Gordas. Com o intuito de iniciar uma breve discussão das características centrais dos Fat Studies (perspectiva na qual os trabalhos se inserem), são apresentados elementos da experiência de pessoas gordas e uma breve caracterização da gordofobia. Recorrendo à ideia de economia moral, delinearei os aspectos centrais do tipo de dominação que caracteriza a gordofobia.

Palavras-chave: estudos do corpo gordo; gordofobia; corporalidade; mulheres.

 

Abstract

This text presents the Fat Dossier. In order to start a brief discussion of the central characteristics of Fat Studies (perspective in which the works are included), elements of the experience of fat people and a brief characterization of fat phobia are presented. Through the idea of moral economy, the central aspects of the type of domination that characterizes fatphobia are outlined.

Keywords: fat studies; fatphobia; corporality; women.

 

Uma epidemia é a disseminação de um contágio. É uma marcha incontrolável de uma doença infecciosa que se espalha pela humanidade. Ao longo da história, existiram muitas epidemias-sarampo, gripe, varíola, peste bubônica, febre amarela, malária, cólera, mas, segundo incontáveis relatos de noticiários, nenhuma é tão mortal e disseminada quanto a epidemia da obesidade. Em lugar de febre, pústulas que vazam, glândulas inchadas ou lesões, seus sintomas são a circunferência da cintura e a mudança de rumo da massa corpórea. O corpo obeso é a expressão do excesso, da decadência e da fraqueza. O corpo obeso é um local de infecção maciça. É a perda de terreno na batalha, numa guerra entre a força de vontade, a comida e o metabolismo, na qual você é o maior perdedor.

Roxane Gay (2017, p. 109).

 

Estes são os fatos: meu Índice de Massa Corporal é superior a 40. Esta é a classificação mais alta do IMC, obesidade nível três. Aqueles que usam essa escala me chamam de “obesa mórbida”. Na minha cultura, estou encarnada como algo mórbido. Como foi fácil para a linguagem tirar minha vida e transformá-la em morte e doença. E não é tão fácil recriar uma linguagem que me traga de volta à vida plena. Deixe-me levar isso ao nível da sensação: quando digito ou digo que sou obesa mórbida, algo ocorre em meu corpo que não estava acontecendo apenas um momento antes. Meu pulso acelera e minha cabeça lateja. Às vezes, sinto pânico e quero chorar. Sinto que preciso respirar fundo, limpar meus pulmões. Eu tenho lidado com os temas e a linguagem da corporeidade há décadas e essa ainda é minha experiência com a linguagem. Não é como se eu estivesse lidando com um diagnóstico repentino que traz medo do desconhecido. Não é como quando alguém diz: você tem câncer. Não há doença no meu corpo, nenhuma doença e, no entanto, de acordo com o IMC, minha existência é mórbida. Essa afirmação é trazida para descrever uma experiência cotidiana em um corpo que vive, age, faz amor e experimenta alegria. Sou afetada por essa classificação e linguagem e carrego a classificação no corpo. Eu sinto meu nível de estresse aumentar só para poder te dizer isso – e haverá um esforço envolvido em  me tirar dessa ansiedade de volta para o estado neutro.

Kimberly Dark (2021, p. 37, tradução nossa).

 

 

The Hymn of a Fat Woman

All of the saints starved themselves.

Not a single fat one.

The words “deity” and “diet” must have come from the same

Latin root.

 

Those saints must have been thin as knucklebones

or shards of stained

glass or Christ carved

on his cross.

 

Hard

as pew seats. Brittle

as hair shirts. Women

made from bone, like the ribs that protrude from his wasted

wooden chest. Women consumed

by fervor.

 

They must have been able to walk three or four abreast

down that straight and oh-so-narrow path.

They must have slipped with ease through the eye

of the needle, leaving the weighty

camels stranded at the city gate.

 

Within that spare city’s walls,

I do not think I would find anyone like me.

 

I imagine I will find my kind outside

lolling in the garden

munching on the apples.

Joyce Huff (2001, p. 36, tradução nossa)[1]

 

Esse excesso de epígrafes não é um problema para este dossiê. Capa, organização, apresentação e escrita foram todas produzidas por mulheres gordas, portanto acostumadas com as gramáticas do excessivo: sua inscrição no corpo, no cotidiano e, bem mais recentemente, na política e na pesquisa. Uma vez que a natureza da convenção sobre o tamanho das epígrafes é tão arbitrária quanto aquela que estabelece o valor de um corpo pela relação entre peso e altura e, principalmente, como já nasci ferindo essa última, não devo me sentir culpada por quebrar a primeira. Ser reconhecida como gorda mau comportada seria um ótimo sinal para todas as mulheres que participam deste dossiê[2], mas meu caso é mais simples e justificado: cada uma dessas epígrafes relata experiências que permitem uma aproximação não apenas dos principais problemas tratados neste dossiê, mas de todo o campo dos Fat Studies ou estudos sobre o corpo gordo.

Primeiro, temos o “problema da obesidade”. Obeso, obesa são palavras extremamente problemáticas para se referir a pessoas gordas porque representam o complexo de controle e vigilância dos corpos produzido pela medicina contemporânea. Certamente, um dos aspectos da estigmatização e exclusão é que a escolha de palavras degradantes não se dá, na maioria das vezes, por falta de informação, mas por prazer. Entretanto, para além do reconhecimento de que há variados tipos de gratificação associados com a humilhação de pessoas gordas, precisamos entender o contexto sociológico em que se passa a problematizar o rótulo de obesos — que para não-gordos parece mais cortês e neutro. O aparente ideal de objetividade (apenas um número numa escala) transforma corpos em “um local de infecção maciça”, “morte e doença”. As falas de Roxane Gay e Kimberly Dark retratam a experiência das pessoas que são associadas à morte e doença, além de preguiça, incompetência e fraqueza.

Depois, a tentativa de confrontar e subverter o modo como esse discurso da obesidade inscreve sentidos de medo, vergonha e nojo nos corpos das pessoas gordas é o aspecto central dos Fat Studies, um campo de pesquisa em estreita relação com o ativismo gordo. Aqui, a poesia de Joyce Huff apresenta um sentido de aceitação e, especialmente, de autoaceitação das pessoas gordas. A ideia de comer maçãs, que uso como título desta apresentação, brinca com o fato de que se Eva foi condenada por comer apenas uma maçã, o que podemos imaginar das mulheres que desejam ou comem mais de uma? Quando escolhi falar das mulheres que comem “todas as maçãs”, busquei indicar dois sentidos em disputa: uma justificativa para o rebaixamento moral do corpo gordo, já que ele, supostamente, apropriar-se-ia “do que não lhe pertence”, seja comida ou espaço. E, ao mesmo tempo, a utopia de Huff: a recusa dos sofrimentos impostos ao corpo e a aceitação de suas diferenças.

Nesse sentido, as vozes nessas epígrafes estão muito próximas daquelas vozes presentes nos artigos deste dossiê. As pesquisas aqui apresentadas convergem na crítica da retórica da obesidade, produzida por meio da patologização e medicalização dos corpos gordos. Os Fat Studies estão baseados numa variedade de pesquisas (como os estudos críticos da obesidade referenciados pelo artigo de Cat Pausé aqui publicado) que questionam a validade de se tomar o peso como fator determinante de saúde, bem-estar e valor moral (MONAGHAN et al, 2010). Não se enquadrar nas convenções a respeito do peso dos corpos se transforma numa condenação, e o pânico moral que sustenta a “epidemia de obesidade” reforça as práticas de gordofobia e vai além do desrespeito: também adoece as pessoas gordas.

Uma das contribuições centrais dos Fat Studies é demonstrar como a gordofobia é um sistema de reprodução de estigmas, seu caráter é estrutural (JIMENEZ-JIMENEZ, 2018). Ao tratar de experiências individuais é difícil separar a gordofobia da misoginia, dos preconceitos de classe, racismo e capacitismo. Uma vez que esses processos não podem simplesmente ser adicionados ou sobrepostos como “novas temáticas” ou problemas, os Fat Studies costumam se engajar no debate interseccional, ao mesmo tempo em que seus pesquisadores buscam delimitar as particularidades da exclusão e injustiça produzidas pela gordofobia.

Como lógica de dominação, a gordofobia coloniza a linguagem e a imaginação. Formas de desumanização são vistas como naturais de modo que mesmo situações para a reflexão crítica, como os espaços acadêmicos, naturalizam a ridicularização de pessoas gordas. O texto de Jayane Souza (incluído neste dossiê) traz um conjunto exemplar dessas imagens degradantes e a naturalidade com que são usadas.

Gostaria de chamar atenção para a economia moral que organiza a gordofobia. Não se trata apenas de um jogo de mais ou menos capital, belo e repulsivo, precisamos pensar que a gordofobia produz ganhos existenciais, seja para as pessoas magras, seja para a indústria do emagrecimento. Dentre esses ganhos, destacamos uma espécie de “segurança ontológica” produzida pela fantasia de que só os gordos morrem. O imaginário organizado pela gordofobia permite sentir que a magreza resolve os problemas da finitude. Durante a pandemia, muitas vezes ouvi, após a notícia de que alguém estava na UTI ou tinha morrido, a pergunta: era gordo? Era gorda? Assim, acreditar que evitando a gordura se evita a morte é um mecanismo tão poderoso quanto a percepção de que ser magro ou emagrecer demonstra força de caráter. Pessoas gordas são retratadas como vítimas da falta de amor-próprio ou de tenacidade. A facilidade com que pessoas gordas emagrecem para, em seguida, engordarem novamente, dificilmente gera a desconfiança de que, talvez, a distribuição do peso corporal não seja uma questão de decisão. Aqui, mais uma vez, temos que a gordofobia esconde, além do medo da finitude, outra angústia que caracteriza a estrutura da subjetividade burguesa: de que haja situações que estejam fora do controle. O privilégio magro é, assim como o privilégio branco, uma espécie de interdito à reflexão sobre a produção de si e da vida.

Como sistema de crenças e valores morais, a gordofobia impede que as pessoas gordas reconheçam seu próprio corpo e vivam porque estão à espera: a vida começa quando se emagrece. Essa vida em compasso de espera é uma batalha com a natureza, e seu resultado é o adoecimento. Com base na perspectiva dos Fat Studies, é possível dizer que pessoas gordas nascem saudáveis e são adoecidas pela gordofobia. Como processo de produção de estigma, a gordofobia reduz as capacidades de ação das pessoas gordas. Por serem ridicularizados nas atividades físicas, suas habilidades corporais tendem a ser limitadas; pessoas gordas são excluídas dos benefícios socioemocionais da comensalidade; suas possibilidades de educação e aprimoramento são restritas pelo bullying e fat-shaming; suas dores e doenças, por serem sempre associadas “ao peso”, tendem a não receber tratamento adequado.

Também ficará claro nos artigos aqui apresentados que essa produção de conhecimento, além de transdisciplinar, também é feita numa associação estreita com o ativismo gordo. Como em outros movimentos, teoria e ativismo têm possibilitado a transformação de experiências individuais de alienação e exclusão numa gramática das injustiças.

Em “A inviabilização do corpo gordo nas revistas femininas brasileiras: estudo de caso sobre capas da revista digital Elle Brasil”, Jayane Souza discute a moda como uma ferramenta de inclusão e exclusão de corpos, particularmente como um certo nicho de publicações, ao operar sistematicamente na produção do descontentamento com o corpo, também reproduz estereótipos sobre mulheres gordas, mesmo quando parece trabalhar no terreno de uma abertura para a diversidade dos corpos. A análise das capas de revista apresenta um viés crítico ao que aparenta ser uma conquista ou o início da inserção de mulheres gordas no imaginário da moda. Porém as três capas que retratam mulheres gordas, de um total de 20, não apresentam o corpo inteiro das mulheres ou o deixam totalmente coberto, sem grandes variações de cores e poses, levando a concluir que o “corpo da moda não é o corpo gordo”, mesmo quando o mercado propõe o discurso de inclusão da diversidade. Mulheres gordas estão acostumadas a ouvirem que têm um “rosto bonito”, o suposto elogio que serve apenas para reforçar a impossibilidade de aceitação de se seus corpos. Nesse sentido, o artigo traz ferramentas e um modelo com questões importantes para o estudo dos termos ou enquadramento da representação e aceitação de corpos gordos na mídia.

“Feminismo Gordo: epistemologia, saúde e mídia”, artigo escrito por Maria Luisa Jimenez Jimenez, Agnes de Sousa Arruda e Marcelle Jacinto da Silva apresenta uma perspectiva feminista, crítica e decolonial sobre a gordofobia. As autoras aprofundam a discussão sobre como a associação entre corpo gordo e doença “não só é arbitrária como reforça e naturaliza ainda mais a gordofobia como um traço da cultura ocidental contemporânea, impulsionando a permanência e atualização desse tipo de preconceito. Além de um importante conjunto de referências aos modos como a gordofobia é expressa no Brasil, o trabalho também discute a questão da retomada do poder das pessoas gordas sobre suas narrativas, corpos e experiências.

Em “Batuka: introdução aos Fat Studies”, Cat Pausé apresenta a história dos Fat Studies, considerando seus problemas centrais e caminhos futuros, destacando como, por sua relação com os ativismos em diversas partes do mundo e sua base na experiência, os Fat Studies são a perspectiva mais apropriada para estudar corpos gordos e a experiência das pessoas gordas. De modo importante, o artigo destaca a origem e desenvolvimento das principais vertentes de pesquisa sobre o corpo gordo: pesquisas sobre obesidade, estudos críticos da obesidade, ciência do peso e Fat Studies. A autora demonstra as implicações da patologização do corpo gordo, especialmente como as tentativas de “resolver o problema da obesidade” terminam por reforçar os estigmas que oprimem e limitam a existência das pessoas gordas. Num texto escrito especialmente para esse dossiê, a autora sintetiza a relevância desse projeto intelectual: “os Fat Studies e o ativismo gordo sinalizam um mundo emergente: onde as libertações dos corpos gordos não podem ser desagregadas da libertação de todas as opressões.

A entrevista realizada por Nicole Pontes com Cat Pausé deveria ser o retrato de um momento de grande alegria pelo início de um diálogo importante para os estudos do corpo gordo no Brasil. Como um dos nomes mais importantes nos Fat Studies, a socióloga estadunidense apresenta um diagnóstico do momento atual dos estudos sobre o corpo gordo e, principalmente, delineia caminhos para a pesquisa futura com a precisão e esperança que são caraterísticos de seu pensamento. Contudo, com a sua morte em 25 de março deste ano, a comunidade de pesquisadoras, pesquisadores e ativistas gordos precisará lidar com a perda de uma de suas principais referências, alguém particularmente responsável por criar pontes entre a pesquisa acadêmica e o ativismo político. Nesse sentido, entendemos que essa última conversa nos mostra meios de homenagear e continuar os estudos de uma pioneira da “sociologia gorda”.

Também sentimos muito que Cat não tenha visto esse dossiê finalizado. Temos certeza de que ficaria encantada com o trabalho de Milena Paulina — “As pontes são nossas mãos” — que ilustra a capa do dossiê. Como os outros trabalhos da artista[3], esse é um exemplo de abertura e ampliação do imaginário sobre a experiência e encontro das mulheres gordas. É uma imagem da diferença e da alegria.

Em nome de todas as organizadoras e autoras também agradeço aos editores da Revista Caos pela pronta acolhida da proposta e paciência durante todo o processo.

Na esperança de novos encontros e debates, desejo excelente leitura!

 

Referências

DARK, Kimberly. Language, fat and causation. In: PAUSÉ, Cat; TAYLOR, Sonya R. The Routledge international handbook of fat studiesNew York, NY: Routledge, 2021. P. 37-39.

GAY, Roxane. Fome: uma autobiografia do (meu) corpo. São Paulo: Globo, 2017.

HUFF, Joyce. The hymn of a fat woman. Gargoyle, Arligton-VA, n. 44, p. 36, 2001. Disponível em: https://www.loc.gov/programs/poetry-and-literature/poet-laureate/poet-laureate-projects/poetry-180/all-poems/item/poetry-180-097/the-hymn-of-a-fat-woman/?loclr=lsp1_rg0001. Acesso em: 10 maio 2022.

JIMENEZ-JIMENEZ, Luisa, Maria. Gordofobia médica: a reprodução do estigma social. Todas Fridas (online), 2018. Disponível em: http://www.todasfridas.com.br/2018/07/23/gordofobia-medica-a-reproducao-do-estigma-social/. Acesso em: 10 maio 2022.

MONAGHAN, Lee F.; HOLLANDS, Robert; PRTICHARD, Gary. Obesity epidemic entrepreneurs: types, practices and interests. Body & Society, Nottingham, UK, v. 16, n. 2, p. 37-71, jun. 2010.

 

Recebido em: 04/05/2022.

Aceito em: 11/05/2022.

 

https://doi.org/10.46906/caos.n28.62986.p13-20

 

 

 

 



* Professora do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal da Paraíba/Brasil. PhD em Sociologia pela Lancaster University/UK. E-mail: simonebritto@hotmail.com.

[1] O hino de uma mulher gorda/ Todos as santas passaram fome. Nenhuma era gorda. As palavras “divindade” e “dieta” devem ter vindo da mesma raiz latina (divinity e diety em inglês)./ Aquelas santas devem ter sido magras como ossos dos dedos ou cacos de vidro manchado ou Cristo esculpido em sua cruz./ Duras como bancos de igreja. Frágeis como túnicas de pano de saco. Mulheres feitas de osso, como as costelas que se projetam de seu gasto baú de madeira. Mulheres consumidas pelo fervor./ Elas devem ter sido capazes de andar umas três ou quatro, lado a lado, por aquele caminho reto e tão estreito. Elas devem ter pasado com facilidade pelo buraco da agulha, deixando os pesados camelos encalhados no portão da cidade./ Dentro das muralhas daquela cidade, acho que não encontraria alguém como eu. Imagino que encontrarei meu tipo lá fora descansando no jardim, comendo as maçãs.

[2] Pensei em dizer que seria uma honra para qualquer feminista, mas seria um exagero. Há o mesmo cartaz em todas as consciências: antes uma letra escarlate que o título de gorda. Infelizmente, o feminismo tem sido magro.

[3] Para conhecer mais das obras de Milena Paulina ver: https://olhardepaulina.com/.

 

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Desenho de um círculo

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