ÁFRICA E BRASIL: separação simbólica/social no campo das religiões afro-pessoenses

Autores

  • Giovanni Boaes UFPB

Resumo

O estudo descreve a separação simbólica e social que existe no campo das religiões afropessoenses. Trata de observar como os chamados candomblés de “nação” procuram se diferenciar de todas as outras formas de religiosidade afro-brasileiras, por serem consideradas sincretizadas, especialmente a umbanda. Dentro de um mesmo terreiro é possível detectar a evidência deste “Tratado de Tordesilhas” no movimento ritualístico dos símbolos, gestos e objetos. Entidades do panteão “brasileiro” não devem ser cultuadas juntamente com as entidades africanas. Em um terreiro observado verificou-se a existência de espaços físicos diferenciados para o culto da Jurema (salão verde) e o culto dos orixás (salão branco). Considerando a relação entre os terreiros, pode-se perceber certa intolerância entre eles, e o divisor de águas é o discurso da pureza, das raízes, da proximidade com uma África mítica doadora de legitimidade. Assim, os adeptos do chamado candomblé de “nação” manifestam um sentimento de superioridade em relação aos demais praticantes das religiões afropessoenses, especialmente, em relação à umbanda e à jurema. Estas últimas passam a ser interpretadas como formas degeneradas da religião por serem sincréticas.

Palavras-chave: Religiões Afro-brasileiras; Intolerância Religiosa; Candomblé e Umbanda.

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Biografia do Autor

Giovanni Boaes, UFPB

Doutor em Sociologia pela Unesp, pós-doutorado em Antropologia na USP. Professor titular do DCS, Universidade Federal da Paraíba.

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Publicado

2019-07-21

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