https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/caos/issue/feedCAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais2024-12-07T15:40:03-03:00Giovanni Boaesrevistacaos99@gmail.comOpen Journal Systems<p class="p1">Publicação do Curso de Ciências Sociais da UFPB, criada em 1999 com o objetivo de divulgar a produção da comunidade acadêmica nas áreas de sociologia, antropologia, ciência política e suas interfaces com outras disciplinas das ciências humanas.</p> <p class="p1"> </p> <p class="p1"> </p> <p class="p1"> </p>https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/caos/article/view/69997O LÍRICO CRÍTICO ATRAVESSANDO O ENSINO DE SOCIOLOGIA: um relato de experiência da iniciação à docência2024-12-07T15:39:59-03:00Bruna Cobelobrunacobelo@gmail.comMatheus Ferrazmatheussferraza@gmail.com<p>Este estudo analisa a integração do lírico crítico para o ensino de sociologia no ensino médio através da iniciativa do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). Buscamos compreender como utilizar poesias, poemas, cordéis e o <em>slam</em> por meio de uma análise crítica para o ensino sociológico e quais foram os seus resultados. O trabalho destaca o relato de experiências de estudantes de licenciatura das ciências sociais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no Colégio Júlio da Costa Neves, em Florianópolis/SC. Foram realizadas oito atividades-aulas ao longo do PIBID no ano letivo de 2023, dentre essas aulas-atividades foram incorporadas linguagens artísticas em cinco das oito aulas propostas. O estudo se concentrou em duas aulas, nas quais foram utilizados diversos gêneros poéticos. A investigação se dá por meio da observação participante, revisão bibliográfica, análise documental e questionário. Desse modo, argumenta-se que o lírico crítico presente nessas formas de expressão oferece uma interpretação crítica da realidade, enriquecendo o conteúdo e a <em>imaginação sociológica</em>. Portanto, o estudo visa analisar como os gêneros poéticos atravessaram os conteúdos sociológicos e seus efeitos sobre os alunos.</p>2024-12-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Bruna Cobelo, Matheus Ferrazhttps://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/caos/article/view/72357Editorial: Celebrando 25 anos da Revista Caos e 5 anos de sua reativação2024-12-04T23:24:31-03:00Mohana Ellen Brito Morais Cavalcantemohanamorais@hotmail.com<p>Este ano, a revista <em>Caos</em> celebra 25 anos de uma trajetória marcada por manuscritos, leituras, palavras entrelaçadas, ideias inovadoras e as inquietações de alunos, professores e pesquisadores das ciências sociais. Em nossa 33ª edição, que também comemora o quinto ano de publicações ininterruptas desde o nosso retorno em 2019; olhar para o passado com um misto de orgulho pelas conquistas é inevitável como antecipação para o que ainda está por vir.</p>2024-12-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Mohana Ellen Brito Morais Cavalcantehttps://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/caos/article/view/72216“WHITENESS CANNOT BE ANTI-RACIST...”: a dialogue with Lia Vainer Schucman2024-12-07T15:39:39-03:00Lia Vainer Schucmanliavainers@gmail.comAnderson dos Santos Cordeiroandersondsc97@gmail.comMariana Soares Pires Melomelo.mariana89@hotmail.com<p>What is whiteness? How to analyze the privileges given to white individuals? Can whiteness be anti-racist? These and other questions are analyzed and answered by Professor Dr. Lia Vainer Schucman in this interview, where she evaluates important and timely issues in the agenda of investigating ethnic-racial relations in Brazil. Lia Vainer Schucman is a researcher and a reference in studies on whiteness in Brazil. In this interview, she shares her observations about the field, contemporary studies, and the tensions that the theme has sparked, as well as her analyses and propositions since the beginning of her work in the area, including issues and authors that influenced her study of the theme.</p>2024-12-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Mariana Soares Pires Melo; Anderson dos Santos Cordeiro, Lia Vainer Schucmanhttps://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/caos/article/view/70016GENTRIFICAÇÃO E NECROPOLÍTICA: uma observação dos processos de violência e ocupação da cidade do contexto no bairro São Pedro em Chapecó - SC2024-12-07T15:38:30-03:00Saulo Ceruttisaulo.ce@unochapeco.edu.brArlene Anélia Renkarlene@unochapeco.edu.br<p>A análise dos conflitos e das violências de determinada sociedade não pode ser destacada dos fenômenos criadores, fazendo com que a identidade coletiva e a historicidade da estrutura comunal sejam parte integrante das dinâmicas sociais. O estudo das violências entre crianças e adolescentes no Município de Chapecó foi o fato gerador da análise dos processos de criminalização e do fenômeno urbanismo social e da qualificação ambiental como instrumentos de gestão social direcionando a investigação para o Bairro São Pedro em Chapecó, tanto pelo contexto histórico-formativo quanto pelo preconceito instalado pela estigmatização criminal. Por meio de levantamentos bibliográficos, que possibilitaram a compreensão da formação histórica da comunidade, em etnografias e publicações jornalísticas sobre o campo de estudo, aliado às percepções de membros das forças policiais, estabelecemos como objetivo da pesquisa compreender o tecido em que se desenvolvem as relações de violência, vulnerabilidade e ocupação espacial nas conexões entre o direito à cidade e a gestão social por parte do Estado e da exploração econômica. Notamos uma tendência necropolítica na atuação do Estado e da iniciativa privada — em especial com a atividade especulativa imobiliária — no controle das violências, com um processo consequente de gentrificação, não resolvendo as condições de vulnerabilidade da comunidade atingida, mas realocando habitações carentes e ampliando os processos de segregação para novas fronteiras de vulnerabilidade.</p> <p> </p>2024-12-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Saulo Cerutti, Arlene Anélia Renkhttps://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/caos/article/view/70710“TODOS NÓS NASCEMOS PELADOS E O RESTO É CDZINHA”: uma netnografia no Bate-Papo uol de Cuiabá-MT2024-12-07T15:39:41-03:00Heron Cristiano Mairink Volpiheronvolpi@gmail.com<p>Este estudo investiga as cdzinhas de Cuiabá (MT), homens que temporariamente se vestem como mulheres para fins sexuais, buscando compreender suas motivações e interações no Bate-Papo UOL. Para pensá-las, devemos estudar quem as precederam no campo das performances temporárias de gênero: as <em>crossdressers</em> dos anos 90 e 2000. No Brasil, estes estudos se aprofundaram há apenas vinte anos, com rápidas mudanças desde então. Utilizando como método a netnografia, foram feitas observações livres e perguntas diretas aos participantes do Bate-Papo UOL. O objetivo é entender como as cdzinhas ocupam esse <em>espaço online</em>, ao perguntar por que estão naquele <em>lugar</em>, e por desdobramento, como se beneficiam sexualmente de um travestimento temporário. Os achados revelam que as cdzinhas exercem poder ao atrair homens heterossexuais, mantendo suas próprias identidades em sigilo. Além disso, as cdzinhas não se declaram necessariamente homens gays e muito menos travestis. A pesquisa se baseou em autores como Azevedo (2020) e Braga (2015), que discutem a relação entre masculinidade e feminização do outro. Ademais, este estudo buscou traçar um perfil geral do público das cdzinhas, destacando que são homens héteros, casados e sem trejeitos femininos. Revelando a complexidade das relações de gênero e sexualidade nesse contexto.</p>2024-12-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Heron Cristiano Mairink Volpihttps://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/caos/article/view/69872 A QUEM PERTENCE O PARDO NO BRASIL?2024-12-07T15:40:03-03:00Henrico Iturriethenricoi@hotmail.comRafael Cardianorafaelcardiano.aluno@unipampa.edu.br<p>A análise utilizada para a formatação desta pesquisa está invariavelmente ligada à composição reflexiva da autocrítica sociológica, que caminha permanentemente com a história e refaz seus objetos à medida que a realidade se transforma em concomitância entre esses processos. Portanto, ao questionar a categoria parda e a maneira pela qual ela está em disputa na política brasileira, a formulação de uma ideia de pardo-dilema confunde e impede a articulação de um movimento político negro brasileiro. O objetivo deste trabalho é analisar essas instâncias e questionar de que lado o pardo brasileiro está na luta política. Para tanto, foram utilizadas referências teóricas-metodológicas diversas, construindo-se num amplo diálogo que tomou a forma de um estudo teórico materialista, visando, primeiramente, a esclarecer a historicidade dos termos e, posteriormente, compreender como o caráter histórico da identidade está ligada à luta de classes brasileira.</p>2024-12-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Henrico Iturriet, Rafael Cardianohttps://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/caos/article/view/72350BRANQUITUDES E RELAÇÕES RACIAIS NO BRASIL: apresentação do dossiê2024-12-07T15:39:38-03:00Anderson dos Santos Cordeiroandersondsc97@gmail.comAristeu Portela Júnioraristeu.portela@ufrpe.brGiovanni Boaesgiboaes@gmail.com<p>Este texto tem como foco os estudos das relações raciais a partir de um dos seus conceitos mais evidenciados nos últimos tempos: a(s) branquitude(s). Fundamentam-se, nesse sentido, os estudos que buscam abarcar os privilégios, as instituições, as relações sociais e as questões em torno do sujeito branco no Brasil de maneira crítica, teórica e empírica. Nesta apresentação, situamos brevemente algumas problemáticas em torno de sua história, de seus significados e (des)usos, assim como algumas questões que estão na base dos estudos sobre a temática. Por fim, segue-se uma apresentação dos trabalhos que compõem o dossiê.</p>2024-12-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Anderson dos Santos Cordeiro, Aristeu Portela Júnior, Giovanni Boaeshttps://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/caos/article/view/70661“AUTOCRÍTICA DA BRANQUITUDE” NO INSTAGRAM: limites e possibilidades de um movimento2024-12-07T15:39:46-03:00Geísa Mattosgeisamattos@ufc.brEuvaldo Barroseuvaldobarros@gmail.com<p>A grande mobilização motivada pelos assassinatos brutais de negros nos Estados Unidos e no Brasil no ano de 2020, em plena pandemia de Covid-19, virou uma chave importante de compreensão das lutas antirracistas. Nos discursos de ativistas negros e negras, não só os perpetradores diretos da violência racista estavam no alvo da luta por justiça racial, mas toda a branquitude de modo geral passou a ser acusada de demonstrar solidariedade apenas nas aparências, mas sem engajamento efetivo e comprometido. Sob efeito dessas pressões, jovens pessoas brancas criaram, naquele ano, perfis públicos antirracistas no Instagram para divulgar conteúdo autocrítico sobre sua própria branquitude. Em 2021, analisamos o conteúdo das publicações de sete destes perfis, realizamos entrevistas com seus criadores e participamos de rodas de conversa sobre o tema, organizadas por eles e elas de modo remoto. Em março de 2024, voltamos aos perfis no Instagram para analisar se a sua atuação havia tido continuidade ou se teria sido somente efeito momentâneo das pressões sofridas mais fortemente entre 2020 e 2022. Concluímos que houve uma diminuição sensível de atividade ou interrupção total, enquanto perfis de negros e negras se mantiveram ativos e ampliaram seguidores. Se, por um lado, isso evidencia que são de fato as pessoas negras que realmente mantêm constância e compromisso com as lutas antirracistas, por outro, procuramos trazer neste artigo alguns dos aprendizados que o engajamento em rede da branquitude (auto)crítica produziu para as pessoas brancas envolvidas no letramento racial em rede.</p>2024-12-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Geísa Mattos, Euvaldo Barroshttps://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/caos/article/view/69874DAR À LUZ: fotografia de parto e invisibilidade da mulher e da família negras no Instagram2024-12-07T15:40:01-03:00Carolina Figueiredocarolina.figueiredo@ufpe.br<p>A partir da observação de que há uma sub-representação de mulheres e famílias negras em fotografias de parto postadas na rede social Instagram, o presente artigo realizou um levantamento das imagens indexadas nesta rede com a hashtag #fotografiadeparto com o objetivo de verificar as cores dos sujeitos fotografados observando a existência efetiva desta sub-representação. Para isso, usou-se um levantamento quantitativo de 249.863 publicações indexadas com a hashtag #fotografiadeparto, feita com o suporte da plataforma Gephi na etapa de coleta das imagens, acompanhado de uma análise qualitativa dessas imagens, organizadas em mosaico para melhor visualização. Chegou-se ao resultado de que a grande maioria das imagens postadas se refere a mulheres e famílias brancas. Como conclusão ficou observado que a sub-representação de mulheres e famílias negras em fotografias de parto invisibiliza o parir dessas mulheres e reforça estereótipos de raça e processos de violência obstétrica que são ao mesmo tempo causa e resultado desta sub-representação.</p>2024-12-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Carolina Figueiredohttps://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/caos/article/view/70667O AVESSO DA PELE: o pacto da branquitude e a censura como estratégia de silenciamento e manutenção de poder2024-12-07T15:39:44-03:00Eliane da Silvaelirodriguesedu@gmail.comJúlia Batista Alvesjulia.alves@unila.edu.br<p>O presente estudo objetiva examinar as manifestações contemporâneas do pacto narcísico da branquitude no Brasil, com ênfase na censura ao livro <em>O avesso da pele</em> de Jeferson Tenório (2020), ocorrida em escolas de alguns estados brasileiros em 2024. A metodologia fundamenta-se em dois eixos: o conceito de pacto narcísico da branquitude, definido por Cida Bento (2022) e a análise do episódio de censura à obra de Tenório. Adicionalmente, foram realizadas análises de trechos do livro, relacionando-os com questões de estruturação e perpetuação do racismo no Brasil. A fundamentação teórica inclui contribuições de Jessé Souza (2017), Silvio Almeida (2019), Kabengele Munanga (2005) e Lélia Gonzalez (2020), proporcionando uma base para a compreensão das complexidades do racismo no contexto brasileiro. As discussões sobre o papel da literatura na educação antirracista foram embasadas por Bárbara Carine Pinheiro (2023), Chimamanda Ngozi Adichie (2019) e Conceição Evaristo (2009), ao destacar a importância de narrativas diversificadas e representativas na formação de uma consciência crítica e inclusiva. Este artigo pretende contribuir para a compreensão das dinâmicas raciais e sociais, promovendo um diálogo inclusivo e transformador atendendo ao apelo para a construção de novos pactos civilizatórios, conforme proposto por Bento (2022).</p>2024-12-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Eliane da Silva, Júlia Batista Alveshttps://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/caos/article/view/70489“DESCULPA, É QUE VOCÊ NÃO TEM CARA DE...”: a branquitude e o privilégio da normalidade em ambientes corporativos2024-12-07T15:39:53-03:00Marllon do Nascimento Conceiçãomarllon0109@gmail.com<p>O presente artigo propõe discussão acerca das relações entre raça, trabalho e poder a partir do entendimento que Bento (2002) e Schucman (2012) apresentam sobre o conceito de branquitude. Para as autoras, tal conceito tem sido determinante na estrutura das relações raciais, sobretudo no contexto brasileiro. Por isso, é de suma importância que seja tomado como referência também para as relações trabalhistas. Verifica-se, portanto, que, no Brasil, assim como em outras sociedades forjadas na exploração escravagista, trabalho e raça estão imbricados e seus desdobramentos permanecem produzindo marcações sociais hierarquizadas. Observa-se ainda que a principal delas está ligada ao estereótipo de ocupação de cargos subalternos e de liderança. Qualquer perfil que subverta tal pressuposição é encarado com surpresa — aqui denominada <em>susto racial</em> — geralmente através da linguagem, evidenciando o que Carneiro (2023) avalia como “dispositivo de racialidade”. A branquitude, apoiada no privilégio da normalidade, perpetua valores e práticas excludentes, fomentando a estrutura racista (Almeida, 2019) que organiza a sociedade. Desse modo, buscou-se investigar, por meio de revisão bibliográfica e reflexão teórica, os modos de organização e ação do racismo nas relações trabalhistas brasileiras, sobretudo em cargos de liderança, comumente associados a perfis brancos, além de suas implicações pessoais e sociais. Concluindo-se que a meritocracia não se sobrepõe às questões raciais, agindo apenas como mais um fator que desvirtua o foco sobre a influência racial nas relações de poder. Observando-se também que, mesmo após os muitos anos que separam a escravidão das ações afirmativas, pessoas negras permanecem como figuras não reconhecidas em postos de relevância, posições de destaque, decisão e poder, sobretudo em ambientes corporativos.</p>2024-12-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Marllon do Nascimento Conceiçãohttps://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/caos/article/view/70561BRANQUITUDE, SISTEMA RACIAL DE JUSTIÇA CRIMINAL E PROCESSOS (DE)COLONIAIS: uma análise crítica discursiva2024-12-07T15:39:48-03:00Pedro Henrique Alves Santospedrohenriquealvessantosadv@gmail.comUebert Vinicius das Neves Ramosuebertvinicius@gmail.comJeifa Alice Jericójeifaalicegerico@gmail.com<p>Em 2020, uma magistrada branca, vinculada ao Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR), publicou uma nota de esclarecimento após a repercussão pública da sentença judicial em que descreveu um réu negro como membro de um grupo criminoso devido à sua raça. Assim, discute-se neste estudo o fenômeno da branquitude e a consequente manutenção de pactos narcísicos da branquitude no sistema judiciário brasileiro, identificado por meio da análise de discurso crítica (ADC), em uma nota veiculada no site da Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar). Sob uma abordagem qualitativa com propósito descritivo, na análise da ordem discursiva apreendida na nota, observou-se um processo de manutenção de pactos narcísicos da “branquitude” para reforçar o mito da democracia racial no Brasil, enquanto sustenta-se a lógica colonial-moderna-capitalista para constituir um lócus de poder e privilégio. Bem como, neste caso, por meio do caráter institucional do Poder Judiciário, há o reforço do sistema racial de justiça criminal que (re)age através da violência e dominação dos corpos não-brancos e da interseccionalidade para potencializar políticas de empobrecimento em proveito do capitalismo e do avanço civilizatório.</p>2024-12-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Pedro Henrique Alves Santos, Uebert Vinicius das Neves Ramos, Jeifa Alice Jericóhttps://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/caos/article/view/70541CAPITALISMO PERIFÉRICO E A MATERIALIDADE IDEOLÓGICA DA BRANQUITUDE NO BRASIL2024-12-07T15:39:50-03:00Fernanda Zeni de Avilafernanda.zenideavila@gmail.comCarla Macedo Martinscarla.martins@fiocruz.br<p>O artigo analisa a branquitude como ideologia na formação social do Brasil e seu papel na reprodução das relações sociais capitalistas. O texto parte da revisão do tratamento do tema pela literatura nacional, destacando, nesta bibliografia, as discussões sobre racismo, caráter dependente do capitalismo brasileiro e superexploração. A seguir, nossa análise materialista da branquitude se subsidia na categoria <em>ideologia</em>, definida como processo discursivo de reprodução da forma social hegemônica, conforme tratada por Eagleton (1997). Como resultado, o artigo conclui que a branquitude oferece formas ilusórias para universalizar representações, inclusive racial-fenotípicas, de ser sujeito humano; transforma desigualdades em efeitos de traços projetados como naturais; unifica classes sociais em torno da necessidade da reprodução da sociedade tal como ela se apresenta; racionaliza desigualdades e opressões; orienta práticas concretas; e legitima as relações sociais existentes sob o capital na periferia. Em última instância, o estudo aponta que a branquitude contribui para a reprodução das relações sociais no capitalismo periférico.</p>2024-12-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Fernanda Zeni de Avila, Carla Macedo Martinshttps://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/caos/article/view/70697O LUGAR DA BRANQUITUDE NO ENFRENTAMENTO DO RACISMO ESCOLAR: um diálogo necessário2024-12-07T15:39:43-03:00Rafael dos Santos Lazarorafaellazaro2@yahoo.com.brIsabelle Cerezoisabellecerezo@ufrrj.br<p>O objetivo deste artigo é discutir como o educador branco pode contribuir para uma educação antirracista mais efetiva, visto que há uma grande escassez de debate sobre o tema. Assim, trataremos sobre educação, branquitude e lugar de fala, tal como a importância de uma formação voltada para a decolonialidade no contexto escolar. Dessa forma, entenderemos a importância de uma educação afetiva, que promova aprendizado por meio do respeito e da elevação da autoestima de pessoas negras, bem como a compreensão da complexidade da branquitude e suas camadas na sociedade. Através de entrevistas realizadas com professoras que atuam no ensino básico do estado do Rio de janeiro, discutimos também conceitos de branquitude (Bento, 2022), assim como a importância de uma perspectiva intercultural crítica e decolonial (Walsh, 2012) na construção de uma educação antirracista.</p>2024-12-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Rafael dos Santos Lazaro, Isabelle Letícia Cerezo Cabreirahttps://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/caos/article/view/70480QUEM PARTICIPA DO JOGO DA BRANQUITUDE? Do perigo ao privilégio amarelo2024-12-07T15:39:55-03:00Aline Chima Kominoalinechima@hotmail.comGabriel do Carmo Yamamotogabrielyamamoto@gmail.comElisa Yoshie Ichikawaelisa_ichikawa@hotmail.com<p>Partindo de uma revisão histórica, neste ensaio, propomos uma reflexão sobre o conceito de <em>amarelitude</em>, defendendo a ideia de que é essencial incluir a <em>amarelitude</em> na análise do racismo estrutural, para compreender a complexa relação racial no Brasil. Primeiro, voltamos na história, citando alguns pontos importantes da imigração chinesa, sul-coreana e japonesa. Em seguida, trazemos os significados e simbologias do que seria o perigo amarelo, ao mesmo tempo em que questionamos a construção do estereótipo de uma minoria modelo. Por fim, articulamos essas transformações na narrativa histórica para debater esse <em>não-lugar</em> ocupado pelas pessoas amarelas dentro do jogo da branquitude. Esperamos, com este manuscrito, contribuir para uma maior compreensão das relações raciais, despertando uma maior conscientização racial por parte das pessoas na sociedade brasileira.</p>2024-12-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Aline Chima Komino, Gabriel do Carmo Yamamoto, Elisa Yoshie Ichikawahttps://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/caos/article/view/70465Entrevista Dossiê | “A BRANQUITUDE NÃO PODE SER ANTIRRACISTA...”: um diálogo com Lia Vainer Schucman2024-12-07T15:39:56-03:00Lia Vainer Schucmanliavainers@gmail.comAnderson dos Santos Cordeiroandersondsc97@gmail.com<p>O que é a branquitude? Como analisar os privilégios dados aos indivíduos brancos? A branquitude pode ser antirracista? Estas e outras questões são analisadas e respondidas pela professora Drª Lia Vainer Schucman nesta entrevista, em que avalia temas importantes e oportunos na agenda de investigação das relações étnico-raciais no Brasil. Lia Vainer Schucman é pesquisadora e referência nos estudos sobre branquitude no Brasil. Nesta entrevista, ela compartilha suas observações sobre o campo, os estudos contemporâneos e as tensões que o tema tem despertado, além de suas análises e proposições desde o início de sua atuação na área, incluindo questões e autores que a influenciaram no estudo da temática.</p>2024-12-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Anderson dos Santos Cordeiro, Lia Vainer Schucmanhttps://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/caos/article/view/70346A PROPOSTA DE MARIO MIELI PARA UMA TRANSFORMAÇÃO SOCIAL2024-12-07T15:39:57-03:00Caroline Sátiro de Holandacarolsatiro@yahoo.com.br<p>O presente texto refere-se à resenha do livro <em>Por um comunismo transexual: elementos de crítica homossexual</em>, do italiano Mario Mieli, lançado pela Editora Boitempo, no ano passado, 2023. Inicialmente, fez-se uma breve apresentação da biografia do autor para, em seguida, apresentar a obra, a qual foi dividida em oito partes: uma parte denominada de <em>Premissa</em>, seis capítulos e o <em>Fim</em>. Foi dada particular importância ao primeiro capítulo, pois é nele onde Mieli apresenta as bases para sua crítica e para sua proposta de transformação social. O livro foi escrito a partir das lentes teóricas do marxismo e da psicanálise freudiana, levando em conta a experiência de Mieli no movimento homossexual. Em linhas bastante resumidas, Mieli realiza uma crítica ao capitalismo e à forma como esse sistema subjuga as sexualidades, de modo que a proposta para a transformação social daquele perpassa pela liberação sexual, mediante o retorno à transexualidade polimorfa infantil. O “transexual”, para o autor, não tem o sentido hodierno; sendo a “disponibilidade erótica potencial” presente nas crianças e cadastrada ao longo do processo de socialização pela “Norma” heterossexual. O transexual, de Mieli, constitui, assim, um ideal político a ser recuperado, o qual inspirou, inclusive, o título brasileiro da obra.</p>2024-12-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Caroline Sátiro de Holandahttps://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/caos/article/view/70511EDUCAÇÃO, EXCLUSÃO E RACISMO: reflexões sobre as relações étnico-raciais na EJA na dissertação de Thâmara Borges2024-12-07T15:39:51-03:00Ana Lúcia Mathias Fernandes Coelhoanalucia.mathias@gmail.comHenrique Cunha Juniorhcunha@ufc.com<p>Na sua dissertação, Thâmara Borges faz um apanhado da primeira concepção de Educação fomentada por instituições não governamentais, tais como o Movimento de Cultura Popular (MCP) e o Movimento de Educação de Base (MEB), sob a liderança da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), entre outras. Ela apresenta uma concepção teórica e prática de docentes no que concerne ao racismo, identificando como o ensino de relações étnico-raciais foi desenvolvido na escola em que realiza sua pesquisa, a partir da perspectiva histórica. O objetivo final é contribuir mais efetivamente com o trabalho teórico-metodológico em sala de aula, buscando maior visibilidade e conscientização sobre a temática da educação das relações étnico-raciais na educação de jovens e adultos (EJA), que, para a autora, continua a ser uma “alfabetização aligeirada para o trabalho” frente aos problemas educacionais da população pobre, majoritariamente negra, com projetos emergenciais, em vez de investir em reformas estruturais. Em diálogo com Nilma Lino Gomes, Borges enfatiza as ações do movimento para democratizar a educação formal e de qualidade para negros/as, incluindo a inserção da cultura e história afro-brasileira no currículo dos ensinos fundamental e médio, conforme a Lei 10.639 de 2003.</p>2024-12-07T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 Ana Lúcia Mathias Fernandes Coelho, Henrique Cunha Junior