Breve ensaio sobre o caso colonial da música sem nação

Autores

  • João Veras Universidade Federal de Santa Catarina; Universidade Federal do Acre

Resumo

O presente ensaio busca refletir - tendo como lócus territorial e epistêmico a esfera geocultural do Acre - como certas manifestações sensoriais criativas sonoras são tratadas pelo mercado, pelo estado e pela academia no contexto de um Estado-Nação colonizado. A pretensão é demonstrar a ocorrência de práticas colonizadoras em face da produção sensorial criativa local, especialmente a musical, oferecendo como fato-modelo a ausência de preocupação historiográfica, mormente pelas políticas públicas, em relação a dita produção, fato este que se revela como uma das expressões concretas e simbólicas do fenômeno da colonialidade cultural. Ausência esta fortalecida, senão também determinada, pelas ações da indústria cultural e da academia com seus estatutos de estética norte-eurocêntricos (no plano global), e brasilcêntricos (no plano nacional), o que faz com que a música acreana se ponha como uma expressão cultural negada pelo Estado-Nação brasileiro.

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Biografia do Autor

João Veras, Universidade Federal de Santa Catarina; Universidade Federal do Acre

João José Veras de Souza é músico, poeta e compositor acreano. Mestre em Direito e Doutor em Ciências Humanas pela UFSC. Autor da obra Seringalidade – o Estado da Colonialidade na Amazônia e os Condenados
da Floresta. Editora Valer, 2017.

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