Vidas secas: uma solidão de páginas e tela

Autores

  • Maria Bevenuta Sales de Andrade FAPERN / UERN
  • Charles Albuquerque Ponte UERN

Palavras-chave:

Vidas secas, Tradução intersemiótica, Solidão.

Resumo

O romance Vidas secas, escrito por Graciliano Ramos em 1937-8 na segunda fase do modernismo brasileiro, foi adaptado para o cinema por Nelson Pereira dos Santos em 1963 como um dos marcos do movimento Cinema Novo, de forma que as duas narrativas se tornaram essenciais, dentro de suas respectivas mídias, para a arte brasileira. Uma das características marcantes de ambos os textos, romance e filme, é a aridez presente em todas as esferas de sentido, temáticas e formais. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho é de comparar os recursos utilizados por romancista e diretor em representar um tipo específico de aridez presente nas obras, a aridez interpessoal. Para isso, observaremos, a partir de uma perspectiva da tradução ponteada por teóricos da adaptação cinematográfica como Brito (2006) e Johnson (2003), como ambas as mídias representam essa aridez a partir de recursos como a focalização e o narrador, no romance, e a composição de quadro e montagem, no filme. Conclui-se, assim, que cada mídia escolhe seus recursos próprios para comunicar o sentido de isolamento e aridez humana, de forma que o cinema se afirma como arte independente, sem tentativas de forçar qualquer fidelidade com o texto-fonte.

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Publicado

2018-03-01

Edição

Seção

Tradução intersemiótica