Estudo Exploratório: Que temas são traduzidos e/ou pesquisados em cursos de tradução no Brasil?

Autores

  • Sandra Dias Loguercio Instituto de Letras/UFRGS
  • Márcia Moura da Silva Instituto de Letras/UFRGS

Resumo

A formação profissional-acadêmica em qualquer disciplina passa, entre outros aspectos, por um processo de tomada de consciência do lugar desse profissional no mundo, para que o próprio sujeito em formação reconheça que papel(papéis) ele mesmo, enquanto profissional, poderia e gostaria de desempenhar. Esse processo é feito por sucessivas elaborações de sentidos – desconstrução e construção de saberes – em que os aspectos cognitivo, afetivo, social e político do indivíduo vão se transformando mútua e simultaneamente, apontando para representações que criam afinidades com determinados temas e, ao mesmo tempo, dissensões e distanciamentos. Em sintonia com práticas emancipatórias da construção do conhecimento emancipatory practices (SANTOS, 2011) e no âmbito do que podemos compreender como “terrenos sensíveis” (BOUILLON et al., 2006) – temas tabus, relacionados a minorias sociais, práticas e/ou abordagens inseridas em contextos de mediação política e/ou de assistência etc. –, interessa-nos saber a que “causas” político-sociais têm se vinculado bacharelandos em Tradução ao final de sua graduação ou, em outras palavras, para que “processos de narração e renarração” (BAKER, 2018) eles têm se voltado. Metodologicamente, nos concentramos no levantamento de trabalhos de conclusão de curso, agrupando, por meio dos títulos e resumos, temáticas privilegiadas ao longo dos três últimos anos (2016-2018), período de intensas disputas político-ideológicas e discursivas no país. Nossa amostragem se limita a universidades públicas brasileiras de diferentes regiões e reúne três dos cursos mais antigos de formação de tradutores – UFRGS (1973), Unesp/IBILCE (1978) e UnB (1979) – e três dos cursos criados com o apoio do programa REUNI – UFPB (2009), UFPel (2010) e UFU (2010) – de modo que possa ter uma representação mais ampla em termos geográficos e históricos. De maneira indireta, esses dados nos informam igualmente sobre o que está sendo privilegiado pelas próprias formações e/ou pelo corpo docente na atualidade, bem como sobre seu grau de permeabilidade discursiva.

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Publicado

2020-04-28

Edição

Seção

Entrad2019: Formação do/a Tradutor/a-Pesquisador/a em Tradução