Novo Qualis de periódicos da Capes
Em julho de 2019 a Capes noticiou a adoção de uma nova metodologia para as áreas de avaliação do Qualis Periódicos, que classifica as revistas científicas brasileiras quanto a sua qualidade editorial. O Qualis Periódicos é usado
[...] para classificar a produção científica dos programas de pós-graduação no que se refere aos artigos publicados em periódicos científicos. [...] Como resultado, disponibiliza uma lista com a classificação dos veículos utilizados pelos programas de pós-graduação para a divulgação da sua produção. (Capes, 2019)
A nova fórmula de classificação “busca critérios mais objetivos que permitam uma comparação mais equilibrada entre áreas de avaliação, atentando-se também para a internacionalização” (Capes, 2019). Levando em consideração a categoria de área em que cada base de dados científicos enquadra o periódico e a sua posição relativa, a nova metodologia de classificação se fundamenta em quatro princípios:
i. Classificação única – cada periódico recebe apenas uma qualificação, sem considerar a quantidade de áreas onde foi mencionado;
ii. Classificação por áreas-mães – os periódicos foram agrupados de acordo com a área onde houve o maior número de publicações nos anos de referência da avaliação;
iii. Qualis Referência –combinando indicadores bibliométricos e um modelo matemático, a Diretoria de Avaliação da Capes pré-classificou os periódicos em estratos de referência;
iv. Indicadores bibliométricos – que consideram o número de citações do periódico em três bases: Scopus (CiteScore), Web of Science (Fator de Impacto) e Google Scholar (índice h٥).1
Os estratos de referência foram calculados em intervalos iguais (12,5%) do percentil final, resultando em oito classes:
a) 87,5 – que define valor mínimo do 1º estrato (A1)
b) 75,0 – que define valor mínimo do 2º estrato (A2)
c) 62,5 – que define valor mínimo do 3º estrato (A3)
d) 50,0 – que define valor mínimo do 4º estrato (A4)
e) 37,5 – que define valor mínimo do 5º estrato (B1)
f) 25,0 – que define valor mínimo do 6º estrato (B2)
g) 12,5 – que define valor mínimo do 7º estrato (B3)
h) Valor inferior a 12,5 (B4)2
Aplicada à área de Comunicação e Informação, a nova metodologia reclassificou os periódicos considerando os estratos de referência, de modo que a Ciência da Informação não apresenta mais nenhuma revista no estrato A1: três periódicos ali classificados, atualmente compartilham a classificação A2 com mais quatro periódicos. Na classe A3 foram classificados 11 periódicos e na classe A4 constam cinco periódicos. Nos estratos B estão classificados 25 periódicos, sendo quatro como B1, 14 como B2, um como B3 e cinco como B4. A classe C foi eliminada no novo estrato de referência.
De modo que, com a nova metodologia do Qualis, dos 54 periódicos identificados na Ciência da Informação3 apenas sete (13%) não foram classificados. O que, a nosso ver, demonstra a qualidade dos periódicos da área, no que diz respeito tanto aos autores e artigos quanto a avaliadores e editores.
Sabemos que toda mudança traz estranhamento, e a nova classificação do Qualis não está imune a esta característica. E, certamente, o tempo se encarregará de ajustes na metodologia, e nos alegraremos quando periódicos da Ciência da Informação voltarem a ocupar o estrato A1 e todos os periódicos da área estiverem classificados. Mas, neste momento histórico, e a nosso ver, esse quadro de classificação se traduz em incentivo para investirmos ainda mais no aperfeiçoamento da comunicação científica, na nossa área.
Gustavo Henrique de Araújo Freire
Isa Maria Freire
Editores
1 Disponível em: https://www.capes.gov.br/36-noticias/9730-capes-melhora-ferramentas-de-avaliacao-da-pos-graduacao. Acesso em 2 dez. 2019.
2 Disponível em: https://posgraduando.com/mudancas-qualis-periodico/. Acesso em 2 dez. 2019.
3 Disponível em https://lti.pro.br/posts/visualizar/acoes-mediadoras/revistas-brasileiras-em-ci. Acesso em 2 dez. 2019.